China responde à ameaça dos aviões furtivos
O jornal chinês Global Times (Huanqiu Shibao) publicou um artigo sobre os êxitos da indústria rádio-eletrônica da China no qual chamou a atenção para o radar passivo DWL-002. Assim, um sistema cuja existência já era conhecida entre especialistas, foi “notada” pela imprensa oficial. Na prática chinesa, isso pode ser uma indicação do início de sua ampla implantação no exército.
A China e a Rússia combatem a ameaça de aeronaves furtivas em duas direções principais. Em primeiro lugar, as tecnologias furtivas funcionam mal contra radares ativos convencionais da faixa VHF. Segundo alguns especialistas, radares de baixa frequência VHF produzidos quase que durante a Segunda Guerra Mundial são capazes de detectar aeronaves furtivas. Países ocidentais em geral abandonaram o desenvolvimento desses radares devido a seu grande tamanho e baixa precisão.
Na Rússia e na China esses trabalhos nunca pararam. A ameaça de aviões furtivos deu um novo impulso a desenvolvimentos no campo de radares de baixa frequência. Nas últimas duas décadas surgiram novos modelos. Além disso, o progresso no campo da eletrônica e tecnologia de informação permite superar muitas das deficiências de tais radares que anteriormente eram consideradas impossíveis de resolver.
Radares modernos da faixa VHF usam algoritmos avançados de processamento de sinais. Eles também têm uma grande mobilidade, embora ainda sejam sistemas bastante caros e complexos. Estes incluem, em particular, o radar JY-27A de faixa VHF, também referido no artigo do jornal Huanqiu Shibao. A existência deste radar era conhecida há pelo menos alguns meses.
A segunda direção de combate contra aeronaves furtivas são radares passivos que processam não seu próprio sinal de rádio refletido do alvo, mas os sinais de rádio emitidos pelo próprio alvo. Aviões de combate modernos estão integrados em sistemas complexos de gestão e troca de informações, têm um radar potente e, portanto, geralmente são uma fonte de radiação.
A União Soviética e alguns países do Pacto de Varsóvia, especialmente a República Democrática Alemã e a Tchecoslováquia, trabalharam ativamente em tais sistemas na década de 1980. Na altura, assumia-se que em caso de guerra na Europa os Estados Unidos iriam recorrer ativamente à criação de interferências para radares e a ataques contra eles com mísseis antiradar. Radares passivos estão protegidos contra tais ameaças.
No início de 2000, a China tentou comprar um lote de radares passivos VERA na República Tcheca, mas, em 2004, o acordo foi impedido pelos Estados Unidos. No entanto, a China provavelmente conseguiu obter algum acesso à documentação desse sistema no processo de preparação do negócio. Um grande sucesso esperava os chineses na Ucrânia, onde eles conseguiram adquirir modelos do radar passivo Kolchuga e, provavelmente, também alguma documentação de projeto. Assim, os trabalhos chineses nessa área receberam um forte impulso e levaram ao surgimento de estações passivas YLC-20, cuja continuação são os radares DWL-002.
Podemos então dizer que radares passivos e radares VHF eliminam a ameaça por parte de aviões furtivos? Dificilmente se pode livrar desta ameaça completamente. Radares especializados permitem lidar com aviões furtivos, transferindo-os da categoria de “armas milagrosas” para a categoria de ameaças convencionais. A sua ampla implantação irá enfraquecer seriamente o potencial de ataque de países do Ocidente. No entanto, com planejamento e gerenciamento minucioso, aviões de ataque e drones furtivos ainda podem ser usados com alta eficácia.
FONTE: Voz da Rússia
SAIBA MAIS:
Quando a USAF soltou as especificações do ADF nos anos 80, ela pediu uma lista de capacidades muito elevada, entre elas o stealth e o supercruise. Na época o stealth era algo novo e tinha fracassado no SR-71, quando em poucos anos até radares civis o estavam localizando. Mas as altas velocidades de cruzeiro tinham funcionado muito bem. Então se o steath do futuro caça não fosse suficiente, ele ainda teria uma bela vantagem cinética sobre seu opositores. Com o sucesso retumbante do F-117 na Guerra do Golfo, aumentaram muito as esperanças na tecnologia, criando-se bombardeiros e até helicópteros “anti-radar”.… Read more »
Eu ainda acho que A USAF colocaram “muitos ovos na mesma cesta” da tenologia “stealth”, especialmente no F-35. Pois ele é uma aposta de risco.
Eu acredito que o F-22/F-35/B-2 terá uma vantagem de até uns dez anos contra radares VHF. Mas depois disso todos eles se tornarão “ameaças convencionais”.
Clésão, Há informações recentes que dão conta que o F-35 seria capaz de supercruise Mach 1.2 por 200 milhas. Quanto à fragilidade dos stealths aos radares de baixa frequência ela é aparente porque teimamos em imaginar que um stealth deve operar como o F-117 fez no Iraque, que sobrevoava seus alvos. O F-35, assim como o F-22 e o B-2, têm capacidade de lançar armas stand-off e não vão se arriscar a sobrevoar os alvos como fizeram em 91. Tendo essa nova capacidade em vista (a de usar armas stand-off e a de poder adquirir alvos a grandes distâncias usando… Read more »
Olá.
Há mais um detalhe: o custo dos aparelhos stealth e, consequentemente, o números de células ativas. Se forem relegados a “ameaças convencionais”, as forças armadas que adotarem os aviões stealth ficarão com suas capacidades muito limitadas pela quantidade de aparelhos e pelo disponibilidade do modelo (lembrando que os aviões stealth tem baixa disponibilidade).
Vida longa para os F-15, F-16 e F18.
SDS.
Pessoal, Vamos brincar de esquecer esse termo “STEALTH” e chamá-los de caças de 5ª G. Esse termo é “carregado”. Os caças pós a 4,5ªGeração nunca voltarão a ter RCS de 10 m2. NUNCA!!!! Independente da tinta RAM lascar, queimar ou soltar com chuva, sol ou trovoada, nunca mais veremos caças que mereçam essa denominação brilhando nos radares a 400 km de distância, mesmo porque a adição de material RAM é responsável no máximo por 20% da redução do RCS. Os outros 80% é de responsabilidade da técnica de forma e portanto, mesmo que o maldito material RAM seja uma merda,… Read more »
“FONTE: Voz da Rússia”
“…..e o resto será tão ultrapassado pra fazer guerra quanto as quadrigas do Ben Hur.”
(rs)
Mestre Bosco falou, para mim …. ponto final.
“Mesmo que todas as latas de tinta RAM sejam queimadas em praça pública e mesmo que todos as fórmulas sejam destruídos e os químicos decapitados…..”
EI/ISIS ?
(rs)
Ninguém diz que um ataque de aeronaves stealths contra um sítio de S-300/400 seria um passeio no parque, mas sim que é possível, principalmente levando-se em conta que o caça talhado para isso é o F-22, que infelizmente teve sua produção encerrada em menos de 200 unidades.
Isso sim é um problema (a quantidade em operação), e não a tecnologia stealth. Os mais pessimistas achavam que algo em torno de 300 era o mínimo necessário.
Ou melhor: “… os mais OTIMISTAS” achava que um mínimo de 300 eram necessários.
Esse diagrama do “ausairpower” é bem interessante. http://www.ausairpower.net/XIMG/JSF-RCS-Angles-4.png De acordo com ele um F-35 é capaz de se aproximar de um sítio de S-300/400 a ponto de lançar suas SDBs (40 milhas), mas logo que se evadi e volta a parte de trás para sistema antiaéreo ele se torna visível pelos radares de microondas e pode ser engajado pelos mísseis (Mach 5) que irão abatê-lo em algum momento entre 85 e 154 segundos após ele abrir o compartimento de bombas (momento em que passa a ser rastreado) e lançar suas 8 SDBs. Isso estaria totalmente certo se: 1- os americanos… Read more »
Uma leitura de um post do Jose Bosco, falando de sistemas de combate vale mais do que anos na caserna, é um aprendizado, um aula, recheada de imparcialidade, conhecimento, pragmatismo e objetividade.
Este guri vai se dos bons…..
Grande abraço
A foto mostra um sistema de radar móvel.
Se vários destes radares e sistemas SAMs (todos altamente móveis hoje em dia) forem plantados na área a ser defendida e mudarem de posição com frequência, será muito difícil para os planejadores da missão criar uma rota segura para os aviões atacantes.
Groo, Os russos implementaram sabiamente a mobilidade em seus radares e seus sistemas SAM, mas um pouco tardiamente já que hoje o reconhecimento é feito na grande maioria das vezes em tempo real e o uso de datalink e fusão de dados está generalizado. Há alguns anos os sítios de defesa antiaérea eram descobertos via satélites de reconhecimento fotográfico ou eletrônico ou por aviões de reconhecimento, que demandavam mais tempo de planejamento, mas hoje, pode ser feito em tempo real e inclusive pelo próprios caças e bombardeiros. Usando os recursos de radares com capacidade de abertura sintética (SAR), indicador de… Read more »
Fonte: “Voz da Rússia”… É aquela velha história que insistem em plantar para confundir o público leigo: de que aviões furtivos seriam “invisíveis” ao radar. Ora, sabemos que “stealth” não é invisível! Um radar de baixa frequência (QUALQUER radar, na verdade) consegue detectar um F-35? CLARO! A pergunta a ser feita é: QUANDO? Ou, levando-se em consideração que tempo e espaço são a mesma coisa: a que DISTÂNCIA? Porque para um radar ser eficiente contra uma aeronave atacante ele precisa: 1- detectar seu alvo antes que este o detecte; 2- impedir que este o ataque, através de contrataque anteriormente lançado,… Read more »