África do Sul fabricará algumas partes do Gripen E sueco

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Gripen E em detalhes - legendas em inglês - ilustração Saab

Ainda não foram revelados, porém, que componentes sul-africanos seriam utilizados na montagem dos exemplares suecos do Gripen E

Matéria publicada no site sul-africano Engineering News nesta sexta-feira, 6 de junho, informou que algumas partes do próximo caça da Força Aérea Sueca, o Saab Gripen E, serão  fabricadas na África do Sul.

A informação foi dada por Magnus Lewis-Olsson, CEO da filial sul-africana da Saab: “Nós fabricaremos, na África do Sul, partes para os caças Gripen E da Força Aérea Sueca. Ainda não posso dizer quais partes. Isso significa boas notícias para a África do Sul. Protegerá empregos por um longo período à frente.”

Atualmente, a Suécia tem um requerimento oficial para 60 caças Gripen E, mas a crise na Ucrânia levou o governo sueco a aumentar os gastos com defesa (sendo que a oposição requer um aumento ainda maior). Assim, já foi dito pela ministra da Defesa da Suécia que o número poderia ser ampliado para 70 caças, com possibilidade de até mesmo 80 exemplares.

Gripen NG de testes com IRST - foto SAAB 1

Sobre o Gripen E, Lewis-Olsson afirmou que ele “é mais desenvolvido em relação aos atuais Gripen C/D do que originariamente esperávamos. Há novos desenvolvimentos extensos na célula e nos sistemas.”

Apesar do Gripen E, que é uma configuração do Gripen NG (sigla para nova geração) parecer-se com modelos anteriores A/B e C/D, e apesar de utilizar alguns componentes e sistemas (como parte dos sistemas de fornecimento de combustível e de oxigênio, assento ejetável, elevons exteriores, parabrisas e canopi), em muitos aspectos é um avião totalmente novo. Será maior que as versões anteriores, com uma estrutura da célula diferente e uma seção de cauda reprojetada. Terá mais estações de armas, novo radar, sistemas de comunicações melhorados, nova arquitetura aviônica, novos sistemas de guerra eletrônica, novos sensores externos e um motor mais potente. Também terá maior capacidade de combustível e alcance ampliado.

Um jato Gripen D foi modificado para servir como demonstrador da nova geração, testando vários sistemas que serão incorporados ao Gripen E. Três aviões de teste do Gripen E estão sendo montados agora, um para testes estáticos e dois para testes de voo. O voo inaugural do primeiro deles está previsto para a segunda metade do ano que vem, com o voo do segundo programado para o primeiro semestre de 2016 e o de uma terceira aeronave de testes de voo no início de 2017.

Bomba Mk82 sendo instalada sob um pilone de Gripen da África do Sul - foto F Dely - Saab

A Suíça seria uma operadora do novo caça, mas após uma decisão dos eleitores suíços em referendo, a compra de 22 aeronaves pelo país foi interrompida. Essa decisão suíça, porém, não prejudicou o programa, devido aos anúncios de aumento do orçamento de defesa sueco.

Além disso, o Brasil selecionou o Gripen E como seu caça preferencial de nova geração. Negociações detalhadas entre a Saab e o governo brasileiro estão em andamento e espera-se a assinatura de um contrato no final deste ano. O requerimento inicial do Brasil é de 36 aeronaves, incluindo modelos de dois lugares, Gripen F (a Suécia não tem encomendas do Gripen F e, por isso, o modelo biposto poderá ser desenvolvido no Brasil).

Os caças Gripen E e F brasileiros serão montados localmente e incluirão uma crescente proporção de componentes fabricados no Brasil. Consequentemente, é impossível dizer no momento se alguma parte produzida na África do Sul poderia ser utilizada na montagem dos caças brasileiros. Caso o programa inicial de 36 aeronaves seja bem-sucedido, o Brasil poderia adquirir mais 64 exemplares, elevando o total a 100.

Pilone de Gripen - foto Denel SA

FONTE: Engineering News (reportagem de Keith Campbell)

IMAGENS: Saab e DSA (Denel Saab Aerostructures)

NOTA DO EDITOR: a empresa sul-africana Denel (na parceria com a Saab denominada DSA – Denel Saab Aerostructures)  já forneceu diversas partes para a produção de dezenas de caças Gripen C/D, tanto destinados à África do Sul quanto para outros países, entre elas os pilones onde são fixadas cargas externas (mísseis, bombas, tanques de combustível alijáveis), mostrados nas duas imagens logo acima. Uma possibilidade a se levantar é que, com a não concretização da venda à Suíça, a fabricação desses pilones poderia ficar com a empresa sul-africana, que já tem experiência nesse produto. Vale lembrar que um contrato de desenvolvimento e produção de protótipos de pilones para o Gripen E foi concedido à RUAG suíça, mas não um contrato de produção em série.

Esta é apenas uma hipótese. Os leitores do Poder Aéreo podem levantar outras. Clique nos links a seguir para saber mais sobre o assunto e dê o seu palpite.

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