Negociações do Rafale na Índia podem ter entrado em estol
Fontes do Ministério da Defesa Indiano disseram que as negociações de compra de 126 caças franceses Dassault Rafale estão estagnadas, segundo reportagem do site Defense News – conversações dos últimos três meses para resolver questões de garantias para a produção local teriam falhado
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Na terça-feira, 4 de fevereiro, o site Defense News noticiou que as negociações do contrato multibilionário de aquisição de 126 caças Dassault Rafale pela Índia pararam. As informações foram dadas por fontes do Ministério da Defesa Indiano, que afirmaram que o ponto de discórdia envolve a produção sob licença dos jatos por parte da Hindustan Aeronautics Ltd (HAL), que é uma estatal indiana.
As fontes também afirmaram que uma série de encontros realizados nos últimos três meses para resolver o impasse falharam, indicando como pouco provável que o acordo seja finalizado pelo atual governo indiano. No início do ano, representantes da fabricante francesa Dassault encontrou-se com representantes do Ministério da Defesa Indiano, da Força Aérea Indiana e da HAL para quebrar o impasse, e foi adiada uma visita a Paris de uma equipe liderada pelo “chairman” da HAL, R.K. Tyagi, marcada para ocorrer entre 27 e 31 de janeiro. Isso coloca dúvidas sobre todo o programa. O aviso do adiamento foi dado no último minuto para a Dassault, segundo um executivo que não deu mais detalhes.
Porém, um alto executivo da HAL disse que a visita foi adiada devido a uma reunião não programada da direção, na própria Índia, reforçando que houve apenas um adiamento, e não um cancelamento.
O que está em discussão é a insistência da Força Aérea Indiana de que a HAL dê garantias para o cronograma de entregas do Rafale, já que 108 dos 126 jatos deverão ser produzidos sob licença pela HAL. Esta, por sua vez, quer que o ônus de prover garantias seja da Dassault. Por sua vez, a empresa francesa havia inicialmente se recusado a ajudar a HAL a aderir a um cronograma de entregas, concordando com isso mais tarde.
Porém, segundo fontes da Força Aérea Indiana, a HAL falhou em assumir a responsabilidade e garantir os trabalhos de seus subcontratados, o que inclui empresas estatais como a Bharat Electronics Ltd. (BEL), fornecedora de sistemas auxiliares. Ao mesmo tempo, o acordo-quadro que rege a divisão de trabalho não foi ainda finalizado porque o lado indiano quer uma maior porcentagem de subsistemas e trabalhos auxiliares incluídos no acordo de produção sob licença. Os franceses dizem que a HAL precisa absorver tecnologias ocidentais, e que por isso a carga de trabalho só pode aumentar conforme a produção sob licença progredir, segundo fontes do Ministério da Defesa Indiano.
A Força Aérea Indiana, que já sofreu com atrasos por parte da HAL, não abre mão de que o cronograma de entregas seja seguido, e fontes dentro da força disseram que atrasos nas entregas poderão afetar severamente seu poder. Foi necessário procurar por um caça no mercado internacional porque o jato leve de combate (LCA), planejado para substituir caças MiG russos, está mais de 15 anos atrasado.
Como parte das negociações, o ministério estabeleceu quatro subcomitês para finalizar o acordo com a Dassault: tecnologia de produção, compensações, logística e custo. Fontes do ministério disseram que a posição dura da Força Aérea Indiana e as garantias de entregas levaram as negociações a entrar em “estol”. A última meta era assinar o contrato no atual ano fiscal indiano, que termina em março.
As fontes do Ministério da Defesa Indiano disseram que o atraso no acordo do Rafale levou a um grande aumento no custo do projeto – de um preço estimado em 11 bilhões de dólares, subiu para mais de 14 bilhões, devido à inflação e a uma queda de mais de 20% no valor da rúpia frente ao dólar, nos últimos três anos. Vale lembrar que o pedido de informações para o programa dos caças foi divulgado em dezembro de 2005, sendo seguido pelo pedido de propostas em agosto de 2007. As negociações do contrato começaram no início de 2012, após o Rafale vencer concorrentes como os caças americanos F-16 e F/A-18, o sueco Gripen, o russo MiG-35, estes rejeitados após a avaliação técnica, e o Eurofighter Typhoon, que chegou à lista final mas foi preterido devido ao menor custo da proposta do Rafale.
Segundo o analista de defesa indiano Mitin Mehta, “o projeto, que é considerado de grande prestígio para o Ministério da Defesa, não está recebendo a prioridade adequada por parte do próprio ministério. O atual governo poderia estar evitando uma decisão de um projeto de alto custo antes das eleições gerais.”
FONTE: Defense News (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: Força Aérea Francesa e Dassault
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Ô avião mais sem sorte esse Rafale!
pi, pi, pi… pi…pi… piiiiiiiiiiiiii…
estolou!
“fontes dentro da força disseram que atrasos nas entregas poderão afetar severamente seu poder”
O que pode realmente afetar as entregas é a demora na decisão.
Fosse a HAL e as outras sub-contratadas privadas e não estatais… este contrato já estaria na impressora….
Sendo estatais…é fácil o jogo de empurra…a esculhambação, a passividade e a incompetência… no fim do mês a grana pinga na conta do mesmo jeito.
Sds.
Srs
Considerando-se o estado dos mig-21 e a degradação dos esquadrões indianos – não seria mais sensato comprar de prateleira mesmo?
Abs
Eu e o Vader estamos com o Veuve Clicquot no gelo aguardando…
Se continuar assim esses Rafales Made in Índia irão acabar soltando as pecinhas Made in Índia…
Que situação. Aguardemos o desenrrolar da nossa própria novela, que ainda promete muito, mas por enquanto está querendo ser palco de um espetáculo circense de vc’s sabem quem.
Sds.
Lord Vader & Corsario137
Tem uma taça sobrando ai ?
O kibe eu levo, kkkk ….
Que nada..o Gripen F já está até sendo fabricado no Brasil, em larga escala…e não estou sendo irônico!
Caro jairo boppre sobrinho
A solução:
http://www.youtube.com/watch?v=mBTVHeSyP_w
Sds
Tsc…tsc…tsc…. enquanto nós … os indianos.. e outros estamos investindo em 4g++, os espertos estão entrando em outro patamar… os de 6g.
Teste do até então secreto UCAV Teranis (em vôo) da UK…
http://www.defensenews.com/article/20140205/DEFREG01/302050022/Britain-Releases-News-Secret-Aircraft-s-Test-Flight
Lembrando que os americanos já estão bem adiantados neste campo…. e que os franceses e suecos virão logo atrás…
Sds.
Senhores, a eleição indiana está se aproximando com perspectiva de vitória da oposição, pelo jeito o stick shaker do Rafale já está ativo…
Grievous
“Ô avião mais sem sorte esse Rafale!”
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Não se trata de sorte, se trata de preço. O avião é bonito, é bom, é veloz, é manobrável, eletrônica moderna, enfim, um excelente avião, mas é caro, muito caro.
No caso da Índia, juntou o problema de que os indianos realmente acreditaram que teriam ToT irrestritas.
Essa máquina, além de impor respeito, é belíssima! A última foto ficou show.
Marcos,
Falei da falta de sorte pra não dizer outra coisa.
É incrível o castigo que esses franceses tomam com esse avião.
Falam que foi testado pela US Navy, mas foi preterido pelo desenvolvimento do Hornet (que levou ao Super Hornet).
Foi dado como vencedor aqui no FX2 (pelo Lula, em 2009), mas daí foi só trapalhada e acabou perdendo.
Foi declarado vencedor na Índia, mas também está patinando e quase descartado.
Fora os Emirados Arabes Unidos.
Nem pagando muita propina eles conseguem emplacar uma vendinha!
A coisa está preta para os franceses
Não tá fácil pra dassault.
Infelizmente para os franceses, beleza não vence guerra, não melhora a economia, nem ajuda na logística…
No mais, começo a achar que quando os indianos começarem a receber seus Rafales, o Armeé deLair vai estar voando de F-35… 😉
Senhores! Com a liçcença dos amigos, já me antecipei, e pedi ao fornecedor de fraldas descartaveis e absorventes tamanho GG que preparasse seu extoque, porque acaso isto se confirme teremos um novo hara kiri anal na folrunslãndia…
Agora, se os Rafale não vender na India, a coisa vai se complicar para a Dassault…..tis tis tis do que escapamos….
No MMRCA nós temos em andamento um processo que eu costuma chamar de:
Eu finjo que engano e tu finge que acredita.
Grande abraço
Off topic: Vem aí a aviação de” aviãozinhu” do EB.; O martelo foi batido no Mindef e o decreto sairá em breve.
O candidato a pintura verde oliva é o Cesna Grand Caravan.
Grande abraço
“Augusto
5 de fevereiro de 2014 at 17:09 #
Essa máquina, além de impor respeito, é belíssima! A última foto ficou show.”
É verdade, como poster de parede fica bonito e barato,
só como poster …. rsrs ….
Os Força Aérea Indiana deve estar arrependida de ter escolhido o Rafale, que é uma tremenda chave de cadeia!!!
Além de caríssimo, as empresas não se acertam sobre o cronograma de entregas, tsc tsc…….
O Brasil se livrou de uma encrenca gigante. Queria ver a cara do Jobim agora!!
Se, se o MMRCA (e o Rafale por consequencia) estolar, será que o vai cair como uma……jaca????? 🙂
[]’s
Modesta e humildemente, sugiro que uns 40 GRIPENs NG-BR- AN – BIPOSTOS sejam ofertados aos indianos (AN de ataque versão nuclear). Prometemos incluir toda a eletronica já devidamente integrada, por brasileiros, ao Bramhos nuclear, com toda a mais do que nunca indispensável criptografia (à prova até de Snowdens da vida), com meios de REVO adequadamente atendidos – o pacote inclui umas tres duzias de KC-390 -, blindagem`de proteção contra radioatividade e IEM (interferencias eletromagnéticas, etc e tal. Prazo: não tem problema (nunca houve atrazos significativos por parte da EMBRAER, AKAER, etc…, aqueles bemditos abnegados de SJC). Aceitamos parte do pagamento… Read more »
Pô, esqueci: por favor guardem uma taça pra mim também. Se possível, prefiro um espumante brasileiro, da serra gaucha ou do nosso vale do são chico. Pode não ter o charme de um Clicout , mas é nosso e muitissimo bom. E BEM MAIS BARATO. Servir gelado mas sem frescura. hahahahahahahh
O problema apresentado, pelo que foi divulgado, não tem nada a ver com as características do aparelho. É, antes de mais nada, um problema de idoneidade da HAL.
A solução, me parece, seria a fabricação dos Ralale em solo francês. E que o Offset fosse para outras empresas indianas.
Pelo visto, dessa vez, os franceses são “vítimas”. E não estão dispostos a “pagar por esse pato”.
SDS.
Acho que um simples estol é por demais benigno, p/ Le Jaca e a Dassault, um parafuso chato seria o mais adequado.
E que are terra!!!
Meu receio é esse tipo de coisa acabar acontecendo aqui com a gente.
Fica essa briga de colocar ou não a Embraer no game. Vai que ela impacta negativamente no negócio.
Alguém, por favor, me diga que não corremos esse risco. 2018 já parece estar longe demais, vai que atrasa ainda mais.
Falando nisso, não me lembro, o FX2 pede a construção ou montagem por aqui?
Grievous
6 de fevereiro de 2014 at 9:34
1 – Não vai acontecer com a gente!
2 – A Embraer está, obrigatoriamente, no “game”!
3 – Não corremos o risco assunto do post!
4 – 2018 está longe demais pra quem já esperou tanto!
5 – Não atrasará mais!
6 – O FX-2 pede a montagem!
7 – Acalma teu coração!hehe
Notícia de hoje de um jornal indiano:
“Ministro da Defesa diz que não haverá acordo do MMRCA esse ano”.
http://frontierindia.net/rafale-mmrca-deal-year-says-indian-defence-minister#axzz2sX7nhRfq
Carlos Alberto Soares
5 de fevereiro de 2014 at 15:14 #
O kibe eu levo, kkkk ….
KKKKKKKKKK…muito bom!
Carlos Alberto
Até p o Brasil seria bom! – mas agora, com a nossa opção(acertada diante da nossa crônica falta de investimentos nas FA) pelo gripen, não tem mais sentido – já p a India, Argentina, e etc, é um belo caça.
Abs