Componentes não críticos da aeronave, que foram produzidos na China, deverão ser substituídos por componentes feitos nos EUA

 

linha de montagem do F-35 - foto 2 jsfmil

O Departamento de Justiça dos EUA está investigando procedimentos de exportação e importação da Honeywell International Inc depois que a empresa incluiu peças chinesas em equipamentos construídos por ela para o jato de combate F-35, informaram três fontes familiarizadas com o assunto.

A Reuters informou na semana passada que o Pentágono por duas vezes dispensou leis que proíbem o uso de componentes produzidos na China em armas norte-americanas em 2012 e 2013 para as peças fornecidas pela Honeywell para o programa do F-35 da Lockheed Martin, avaliado em 392 bilhões dólares.

Novos detalhes já surgiram sobre uma delas, que envolveu simples sensores térmicos que Honeywell inicialmente produziu na Escócia antes de mudar a linha de produção para a China em 2009 e 2010. A outra dispensa envolve magnetos de alto performance construídos na China e em outros lugares.

Agentes federais do Serviço de Investigação Criminal da Defesa (DICS em inglês), um órgão do Pentágono, estão trabalhando com promotores no caso, informou uma das fontes sobre o assunto. O DCIS e o Pentágono se recusaram a comentar o caso.

A natureza precisa do inquérito não pôde ser confirmada. Normalmente, no entanto, as investigações de exportação do DCIS concentram-se em saber se uma empresa violou a Lei de Controle de Exportação de Armas, enviando produtos para o exterior ou especificações técnicas itens constantes na Lista de Armamentos dos EUA sem obter uma licença do governo dos EUA. Os sensores e as especificações do F-35 neste caso podem estar sujeitos à Lista de Armamentos dos EUA. Em termos de violações de importação, muitas vezes o DCIS investiga se as empresas se envolveram em fraudes, enganando o Pentágono quanto à origem das peças estrangeiras.

O caso lança uma luz sobre a dependência de empresas norte-americanas, mesmo em áreas sensíveis, em relação à China como uma base de fabricação de componentes básicos. Nos últimos 20 anos, grande parte da produção foi transferida para fora dos Estados Unidos para as áreas de menor custo, especialmente China.

Os sensores são parte do sistema de gestão térmica de energia que Honeywell constrói para esfriar o F-35, iniciar seus motores e pressurizar a cabine, disse Joe DellaVedova, porta-voz do escritório do programa do F-35 no Pentágono.

O porta-voz da Honeywell, Scott Sayres, disse que a empresa decidiu, no final de 2012 – após consultar a Lockheed e o Pentágono – transferir a produção dos sensores usados ​​no F-35 da China para uma fábrica em Boyne City, no estado do Michigan. A empresa financiou o movimento por conta própria, disse ele.

A Honeywell fez a transferência após a descoberta da origem dos sensores durante uma revisão abrangente da cadeia de fornecedores do F-35, o mais novo avião de guerra dos EUA.

Isso foi realizado pela Lockheed após outro fornecedor-chave, a Northrop Grumman Corp, descobrir que tinha usado magnetos não conformes feitos no Japão na construção do sistema de radar avançado do jato.

O chefe de aquisição do Pentágono, Frank Kendall, também emitiu uma dispensa para as partes.

Sayres disse que os sensores eram parte de uma placa de circuitos básicos utilizado em produtos vendidos no comércio em todo o mundo.

“Acreditamos firmemente que a Honeywell tenha cumprido com todas as leis e regulamentos aplicáveis ​​dos Estados Unidos relativas à produção do componente na China”, disse Sayres.

BAIXO RISCO

Funcionários do Departamento de Justiça e do Pentágono se recusaram a comentar sobre os relatos da investigação da Honeywell.

Uma das três fontes familiarizadas com o tema, que não estava autorizada a falar publicamente, disse que estava focado em processos e procedimentos da Honeywell, em vez dos componentes envolvidos.

Eles são vistos como itens de baixo risco, que não representam qualquer ameaça de segurança para o programa F-35.

As fontes também advertiram que tais investigações podem levar meses ou anos para serem concluídas, e disse que não tinha ainda determinações sobre as ações da Honeywell.

Sayres da Honeywell não quis comentar o caso, dizendo à Reuters: “Como prática geral, nós não comentamos sobre a existência ou a natureza de quaisquer investigações governamentais ativas”.

A Honeywell decidiu mudar a produção do sensor para a China para economizar dinheiro e simplificar sua linha de fornecimento, disse ele.

O Escritório de Prestação de Contas do Governo (GAO), o braço investigativo do Congresso, também está estudando a questão do sensor e outros dois itens que envolvem o F-35, como parte de um relatório que será publicado em 1º de março.

Congressistas dos EUA encomendaram o relatório do GAO porque estão preocupados com as empresas americanas que estão sendo excluídas de mercados especiais, e que as armas americanas poderiam se tornar dependentes de peças feitas por um potencial adversário futuro.

A porta-voz do Pentágono, Maureen Schumann, disse que Kendall do Pentágono havia concedido isenção de segurança nacional para permitir que partes estrangeiras fossem aplicadas na construção de outras aeronaves no passado, mas não tinha detalhes imediatos sobre esses casos.

DellaVedova, o porta-voz do escritório do programa F-35, disse que os sensores térmicos eram peças simples que não incluem qualquer software e não eram programáveis. Ele disse que não há risco de segurança associado ao uso dos sensores.

Ele disse que todos os sensores construídos na China acabariam sendo substituídos no F-35, mas o processo ainda não tinha sido concluído. Ele não tinha informações imediatas sobre quantos sensores de origem chinesa foram instalados nos aviões.

” Isso tudo vai ser considerado”, disse DellaVedova.

(Reportagem adicional de John Shiffman , Edição de Martin Howell, Sophie Hares e Grant McCool )

FONTE: Reuters (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

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Carlos Alberto Soares

KKKKK RSRSRSRS QUÁ QUÁ QUÁ QUÁ …….

“Mauricio Silva
10 de janeiro de 2014 at 23:57 #

A origem de um equipamento não define, a priori, sua qualidade. Também não define a sua efetividade.
Aquela história “Se é Bayer, é Bom” não é “uma Brastemp”.

Em tempo: não existe “panaceia para todos os males”; da mesma foram, não existe equipamento perfeito que possa ser usado em qualquer condição/circustância.”

KKKKK RSRSRSRS QUÁ QUÁ QUÁ QUÁ …….

Clésio Luiz

Acho que foi ano passado que saiu uma notícia sobre peças do F-18 produzidas na china, acho que eram parafusos. As peças seriam falsificadas, pois o componente obrigatoriamente teria que ser fabricado nos EUA e alguns fornecedores queriam garantir um extra trazendo as peças da China. Parece que tinham mandado prender um pessoal responsável.

Marcos

Honeywell…
Agora já pode ser explicado o incêndio em um B.787 estacionado na Inglaterra, onde um sensor tinha um fio dobrado, o que causou um curto circuito, levando ao incêndio.

joseboscojr

Vão cair coisinhas do F-35 e não serão JDAMs.

Iväny Junior

EIta. O custo desse vetor irá aumentar ainda mais um pouco. Quem assinou que se vire, hehehe.

nunes neto

Teve uma brocacom peças feitas na China para os Osprey entre outras aeronaves:” Um grande número de aparelhos eletrônicos chineses falsificados está sendo usados em equipamentos militares americanos. A informação foi divulgada em um relatório do Senado americano. O documento trata de uma investigação realizada ao longo de um ano. Durante esse período, o Comitê do Senado das Forças Armadas descobriu que um total de 1.800 peças falsificadas foram usadas em aeronaves militares americanas.Das mais de 1 milhão de peças tidas como suspeitas, cerca de 70% teriam vindo da China, de acordo com o relatório…O comitê do Senado afirmou ainda… Read more »

nunes neto

Ou seja a china pode deixar a força aérea americana no Chão sem dar um tiro,kkkkk

Nick

Chega a ser engraçado o mais poderoso item da USAF após o F-22, ter peças xing-ling…. 🙂

Será que terá ToT?? ……

[]’s

Tadeu Mendes

Amigos, A corrupcao existe. E uma enfermidade mundial, mas o que estao fazendo aqui e inadmissivel. Os caras combram os tubos $$$$$$, por um parafuso (so para citar um exemplo), no caso dos F-18 por exemplo a 300 dolares por unidade, mas importam porcarias da China a um custo unitario de menos de 1 dolar. Toda essa gente envolvida messa maracutaia tem de ser processados pelo governo americano. A China e a maior ameaca as economias ocidentais. Ajunta a inescrupulosa ambicao chinesa, com a inescrupulosa ambicao de certos empresarios americanos, e da no que da. Podemos destruir a economica chinesa,… Read more »

Oganza

RAPA, esse ai é o verdadeiro Go Chinês kkkkkkk

Agora falando sério, a única solução para isso, é reinventar a roda da manufatura, ou melhor, passar para máquinas tudo aquilo que for possível e além, principalmente em ítens com tecnologias consideradas críticas.

Agora se está sendo assim com artigos militares nos States, imagina por aqui… MEDO.

Sds.

mdanton

Por essa e por outras é que admiro os anglo-saxões. Corrupção existe em qualquer povo e lugar, mas onde é punida eficazmente, o ordenamento social e econômico funciona melhor, pois a corrupçaõ continuará existindo mas em pocentagens baixas não prejudicando a sociedade, muito pelo contrario, deixando-a adestrada para o eventual surgimento mais elaborados de ROUBO. Uma sociedade mais justa e agradável atrairá mais gente justa e agradável melhorando a competitividade geral. Já a sociedade que acha todos vagabundos coitadinhos e vítimas dos “ricos malvados”….só atrairá mais vagabundos… No Brasil….roubam na cara-dura e se reclamar, será taxado de Direita (a que… Read more »

Wagner

mdanton

Cuidado que mais uns anos e um comentario como o seu será considerado crime hediondo, inafiançavel, imprescritivel.

KKKKKKKKKK !!!

🙂

( depois que mandaram a PF investigar um troço daquele blogueiro sarrista, eu to ate com medo…)

Carlos Alberto Soares

Vai contar grão de terra no sertão árido do Piauí ….
vestido de vermelho e com uma estrela do partidão marcada na testa em ferro quente, tipo gado mesmo….. um litro de água com farinha por semana e sermões dos educadores “a la khmer vermelho” professor Genoíno, afinal de contas ele vai ter que trabalhar ….. kkkk rsrsrsrs ….. Outubro tá chegando ….

Genoíno trabalhando ? É ruim heim, já tão até arrecadando grana pela internet pro condenado …. rsrsrsrs ….

mdanton

Morro feliz, mas a bala! kkkkk
Trabalhando pra vagabundo nunca…

Gente!! Que falta faz uns fundamentalistas insanos por aqui viu…pode ser sunita ou xiita.. não importa.. desde que seja competente……se deixar na mão do Genuino a bomba foge.

Fundamentalistas escritores tem de monte. Eliane Castanhêde com seu “paper” …Rolezinho das elites…é uma obra prima ao descalabro intelectual que chegou esses socialistas.

Na CHINA nenhum metal é puro..tudo lá é batizado com alguma outra substância. Não sei como aquela coisa pousou na LUA… Deus é chines depois daquilo. kkkkk

Rafael M. F.

Palcelia estlatégica, né?

Oganza

mdanton,

“Gente!! Que falta faz uns fundamentalistas insanos por aqui viu…”

“Na CHINA nenhum metal é puro..tudo lá é batizado com alguma outra substância. Não sei como aquela coisa pousou na LUA… Deus é chines depois daquilo. kkkkk”

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

boa…. rsrsrsrs

ha momentos na história, e esse é o deles, só isso. 🙂

Sds

mdanton

Oganza!
Não sou fundamentalista liberal…simplesmente estorou o saco.
Sou muito ponderado, mas também destemperado. rsrsrs

Deixar fornecer peças para um material bélico estratégico, que sejam parafusos, por govenos que vivem se bicando….é brincadeira. Até lá tem debio mental. kkkk

wilton feitosa

senhores, hoje a China já tem os USA nas mãos, não esqueçam, ou saibam, que boa parte dos títulos da dívida americana estão nas mãos dos chineses …

e isso por si só, já traria um problema muito maior que o Afeganistão e Iraque e Irã tudo junto …

Reinaldo Deprera

Ativaram o editor HTML no blog? Vários comentários em vermelho.

No dia que a China fazer uma máquina de guerra no estado da arte, mostrar que funciona em batalha e produzirem algum componente realmente crítico para a indústria de defesa dos EUA, “aí sim em” os EUA terão um problema que justifique a histeria.

wilton feitosa, realmente esses papéis representam uma ameaça, só que para a China. Não acho que em caso de confronto entre os dois países os EUA iriam honrar com a dívida. Motivos para não pagar ou pagar de outra forma, a China dá a cada segundo.