Projetos militares lideram investimentos do governo federal

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KC390 SAR - imagem Embraer

 

ClippingNEWS-PA13323854Enquanto as Forças Armadas reclamam publicamente da falta de verbas para atividades cotidianas, dois projetos militares recebem os maiores investimentos do governo Dilma Rousseff neste ano.

Juntos, o Prosub, para o desenvolvimento de submarinos, e o KC-390, um avião de transporte e reabastecimento aéreo encomendado à Embraer, obtiveram R$ 2,5 bilhões do Tesouro Nacional até outubro, segundo levantamento feito pela Folha.

Os montantes destinados a cada uma das iniciativas superam os desembolsos com as principais obras de infraestrutura tocadas pelo governo, casos das ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste e da transposição do rio São Francisco.

Os dois projetos militares foram incluídos este ano no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que reúne os investimentos considerados prioritários e livres de bloqueios de despesas.

Se não chega a emular a famosa frase do líder paquistanês Zulfiqar Ali Bhutto de que “mesmo que tenhamos de comer grama, faremos a bomba atômica”, a situação indica o privilégio aos dois projetos considerados mais estratégicos para o país.
Graças ao impulso da Defesa, a área econômica evitou um fiasco maior no desempenho dos investimentos do Tesouro Nacional no ano, de R$ 46,5 bilhões de janeiro a setembro, segundo os dados oficiais mais atualizados.

Essa modalidade de gasto, que reúne a construção civil e a compra de equipamentos, acumulou alta de apenas 2,9%, abaixo da inflação, enquanto as despesas totais do governo cresceram 13,5%.

No mesmo período, a Defesa investiu R$ 6,5 bilhões, uma expansão de 32%. Entre os ministérios que mais investem, a taxa só é superada pela Integração Nacional.

O número contrasta, contudo, com a queixa dos militares. Os comandantes das três Forças estiveram na semana retrasada no Congresso Nacional para reclamar R$ 7,5 bilhões a mais no Orçamento da União de 2014, mencionando situações como o fato de que 346 das 624 aeronaves da Força Aérea estão no chão por falta de manutenção e de combustível.

O problema passa pelo fato de que o pagamento de pessoal, inclusive pensionista, come cerca de 70% do orçamento militar, previsto para R$ 72,9 bilhões no ano que vem. O gasto atual no setor está em 1,5% do Produto Interno Bruto, e a Defesa sugere que deveria ser de 2%.

TECNOLOGIA FRANCESA

Segundo a Defesa, além disso, tanto o Prosub quanto o KC-390 estão coincidentemente em momentos de maior desembolso –a construção de submarinos tem previsão orçamentária até 2024, por exemplo.

O Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) prevê, com tecnologia francesa, construir base, estaleiro, quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear até a próxima década.

Essa capacidade hoje só é detida pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França). Base e estaleiro estão sendo feitos no Rio de Janeiro, e o primeiro submarino já está em construção.

O segundo projeto, iniciado também em 2009, visa colocar no ar o primeiro protótipo do maior avião brasileiro no ano que vem. As peças já estão sendo produzidas.

FONTE: Folha de São Paulo (reportagem de Gustavo Patu e Igor Gielow)

NOTA DO PODER AÉREO: a matéria da Folha é muito interessante mas, ao mesmo tempo, traz uma dose de desinformação quando contrasta os números com as queixas dos militares. A Marinha não é feita só de PROSUB, nem a FAB de KC-390. Ambos os programas, apesar de sua grande importância tecnológica, industrial e militar, consomem praticamente todos os recursos disponíveis para investimentos nas duas forças, deixando sobrar muito pouco para outros investimentos prioritários (como, por exemplo, substituir caças e fragatas com cerca de 40 anos de idade) e até mesmo para manter a operacionalidade.

Além dos investimentos em equipamentos futuros, as Forças necessitam de recursos para o custeio das operações e manutenções do dia a dia, que ficarão extremamente limitados se forem mantidos os valores previstos no orçamento de 2014.

Não adianta investir somente no futuro das Forças Armadas se o presente delas estiver comprometido por falta de verbas.

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Joker

Alguma duvida da origem (quem mandou fazer) dessa matéria?

Seria bacana uma nota oficial do MD rebater essa desinformação e pedir as verbas necessárias, seria… seria… seria…

Acordei do cochilo!

Marcos

1) Retirem os gastos com inativos da conta DEFESA e coloquem na conta PREVIDÊNCIA;

2) Reduzam o pessoal da ativa para 220 mil homens. Há um inchaço de pessoal dentro do governo, inclusive nas FFAA;

3) Aumentem os gastos com defesa para 2% do PIB;

4) Estabeleçam metas de gastos: 35% com pessoal, 35% com custeio e 30% com investimentos.

Brandenburg

A matéria é maldosa intencionalmente e os dois primeiros parágrafos dizem tudo.Em comparação com os demais, os dois projetos militares saõ crianças mas vão em frente porque são levados a sério.Alguém da Folha já fez a conta de quantos bilhões já foram para o ralo nos outros três projetos, sem dúvida também muito importantes para o desenvolvimento do Brasil?Só faltou repetirem a pergunta do Boechat, com um pequeno acréscimo: “prá que submarino nuclear? ou KC-390?”

Marcos

Reduzindo pessoal sobra recursos para aumentar inclusive a remuneração.

Em 2003 haviam 800 mil funcionários públicos federais. Hoje há 1,1 milhão. Haja dinheiro do contribuinte.

Marcos

Mesmo que se considere que as FFAA estão recebendo recursos para investimentos, há de se lembrar da falta de prioridades: KC-390 antes do FX2; submarinos antes das Fragatas.

Galeão Cumbica

e haja contribuinte pagando imposto do imposto!

GC

Marcos

Sobre o KC-390: não sei realmente quanto de dinheiro está indo para o programa, já que alguns dão noticias de que a Embraer teve de sair atrás parceiros de riscos para o desenvolvimento da aeronave.

Baschera

Simples aplicação da terceira Lei de Newton…. ou como queiram, contra-informação ! Diz-se que não há verbas… eles veem e dizem que estão investindo. Investir é bom, mas não adianta nada se a “familia” está passando fome…. No mais é o que digo e repito sempre (e sempre levo paulada) : O Orçamento não é ruim…. o que é ruim são as despesas de salários, pensões e etc…etc…. No mais… o mesmo imbróglio de sempre… tenho gás mas não tenho comida…. tenho combustível mas não tenho aviões … tenho aviões… mas não tenho as peças para manutenção…. Tenho cara… mas… Read more »

Nick

Agora é culpa das Forças Armadas se investimentos de outras pastas recebem menos dindin? Sobre o KC-390 e PROSUB, estão fazendo o mínimo. Agora não é possível confundir investimento com despesas. Existem problemas estruturais nas FAs? Pode ser. Mas não é um problema isolado das FAs e sim da máquina estatal como um todo, que privelegia a burocracia, criando um máquina gigantesca e cara de se manter, e que ao mesmo tempo, produz poucos resultados. No caso das FAs, diminuir o tamanho da estrutura parece inevitável, desde que façam como a Suécia por exemplo que vai também diminuir sua estrutura,mas… Read more »

Rinaldo Nery

Contrariando o amigo Marcos, as FFAA cresceram nos últimos anos com a criação de novas Unidades, nas três Forças. Não está sobrando ninguém! Está faltando! Já ouviu falar em Tabela de Lotação de Pessoal (TLP)? Quanto à Previdência, nós militares somos os únicos que contribuem na inatividade. Essa conta da Previdência não fecha. Ninguém sabe os números exatos. Separe os militares dos civis e verão que a nossa previdência não é deficitária. Quanto aos parceiros de risco no KC-390, se há a possibilidade de tê-los para dividir os custos, por que não tê-los? Vide os programas multinacionais europeus (Typhon, A-400).… Read more »

Mauricio R.

A “indústria nacional” está em melhor forma, até mais do que o próprio Brasil. Não necessita ser paparicada, além do que já foi. Se fossemos usar o mesmo critério daquele jornal croata, a cuja dita c/ certeza seria de uma gatinha carioca da zona sul. Os backlogs de E-Jets, de E2 e Phenoms; garantem. Veja só, estão até se dando ao luxo de criarem empregos, lá nos EUA!!! O que precisa ser feito é mudar o foco, da Embraer, p/ a aviação geral e para os fabricantes de sistemas aeronáuticos. Mas nada nos moldes da AEL, precisamos de ações nos… Read more »

DrCockroach

Infelizmente discordo de que manter a industria nacional seja prioridade em relacao a questao operacional da FAB. Se a FAB argumentar que p/ cumprir a missao dela o KC-390 eh mais importante do que o FX-2, tudo bem (big ‘SE” aqui), caso contrario nao eh papel dela, ou do MinDef, fomentar a ind. nacional (prioridade ou missao). Os programas industriais sao utilizados porque quer se obter o maximo com os recursos que devem ser gastos/investidos. Mas nao eh um fim em si mesmo promover politica industrial pela FAB. A causalidade aqui eh clara: nao eh caso do “ovo e da… Read more »