Não há prazo final para assinatura do contrato do Rafale, diz MD indiano
Segundo reportagem publicada pelo jornal The Economic Times nesta quarta-feira, 30 de outubro, o ministro da Defesa da Índia, A K Antony, se recusou a estabelecer um prazo final pra a conclusão do acordo multibilionário de aquisição de 126 caças Rafale para a Força Aérea. Antony disse a repórteres: “Essa não é uma questão. A questão é que o comitê de negociação do contrato (CNC) está andando e nem eu nem o Governo podemos interferir com isso. Como posso eu estabelecer um prazo final?”
O ministro havia sido solicitado a comentar se há questões entre a HAL (estatal indiana de fabricação de aeronaves) e a Dassault Aviation francesa atrasando a assinatura do contrato. A declaração de Antony veio logo após o chefe em exercício da Força Aérea Indiana, marechal do ar S Sukumar, dizer que há uma expectativa do contrato ser assinado pelos dois lados até o final deste ano fiscal (nota do editor: o ano fiscal indiano termina no último dia de março e começa no primeiro dia de abril).
Antony também disse que haverá pelo menos quatro a cinco etapas após o CNC terminar sua negociação e a proposta ser levada ao Governo para liberação. O Governo, segundo o ministro, está agindo como deve fazer, conforme os procedimentos de aquisição, e que vários elementos estarão envolvidos na análise detalhada do contrato.
A Índia selecionou o caça Rafale, da Dassault Aviation, para negociação exclusiva dentro do programa MMRCA (avião de combate multitarefa de porte médio), que visa contrapor a grande quantidade de desativações de caças mais antigos, o que vem levando à queda do número de esquadrões ativos. O acordo, que deverá superar Rs 60,000 crore, será o maior contrato de defesa já assinado pelas Forças Armadas Indianas, e o Ministério da Defesa está tomando todas as precauções para seu encaminhamento.
FONTE: The Economic Times (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: Dassault
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É normal essa burocracia? Está sendo assim entre Suécia e Suiça?!!?
Nem parece que já houve uma escolha …….
Prezado Antonio, Eu nao diria que eh normal, mas tb nao eh surpreendente. Estes contratos sao extremamente complicados, com um montao de coisas que estao abertas a dupla interpretacao, e que podem causar serios prejuizos mais adiante (vide F-35). Assim tempo eh necessario p/ diversas analises e indas e vindas dos negociadores. Mas certamente tranquilo tb nao estah, longe disto… Quanto a Suecia e Suica, o Nunao eh o nosso especialista aqui, mas parece que nao haverah tantas duvidas quanto ao contrato em si, o problema reside se houver um referendum popular onde a populacao, independentemente do caca escolhido, pode… Read more »
Antonio M disse:
31 de outubro de 2013 at 5:45 #
É normal essa burocracia? Está sendo assim entre Suécia e Suiça?!!?
Nem parece que já houve uma escolha ……..
Antonio, bom dia.
Esses contratos são complexos e há muita coisa para concordar.
O outro problema é que, depois que contratante e contratado concordam os termos do contrato, há ainda um longo trâmite burocrático para que os governos aprovem aquilo que foi concordado.
Tudo isso é comum, seja na Suíça, na Índia ou no Brasil.
Talvez em uma republiqueta ditatorial seja diferente.
Abraço,
Justin
Antonio M, A principal diferença é que na Suíça os trâmites democráticos (legislativo) estão sendo mais demorados, ao passo que na Índia os trâmites dentro das próprias instituições governamentais (executivo) estão demorando. Na Suíça, a parte de negociação do contrato governo a governo terminou há bastante tempo. O que fez o negócio demorar mais foi uma pressão política de parlamentares opostos à escolha do Governo Suíço, dentro da Comissão Parlamentar de Defesa, que levou à divulgação mais detalhada (para eles) dos detalhes do acordo e, pelo que pude entender, à renegociação de mais alguns pontos específicos para trazer maior segurança… Read more »
Obrigado a todos pela atenção !