França aposta em duas exportações de Rafale até 2019
O governo francês anunciou hoje que deve comprar 26 aviões de caça Rafale de 2014 a 2019, ao invés dos 60 que estavam previstos com a companhia Dassault Aviation. A França, entretanto, aposta no fechamento de pelo menos dois contratos de exportação dos aviões durante este período: com a Índia e, eventualmente, com o Brasil.
O projeto de lei de programação militar francês foi apresentado nesta sexta-feira ao conselho de ministros. O ministério da Defesa, que não sofre cortes orçamentários como outras pastas, vai aproveitar para renovar equipamentos antigos do Exército, cujo número de funcionários será reduzido.
A França havia encomendado 180 unidades do avião de caça – um dos mais sofisticados do mercado, porém jamais exportado. Destes, 120 já foram entregues e os 60 restantes o seriam até 2019. Entretanto, na expectativa de finalmente fechar contratos internacionais, o governo e a construtora acertaram reduzir o ritmo de entrega dos aviões, para não prejudicar o ritmo de entrega das futuras encomendas estrangeiras. A Dassault fabrica 11 unidades por ano, e avalia que uma produção mais acelerada seria inviável*.
A maior esperança de vendas é com a Índia, onde o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, esteve na semana passada. A negociação do contrato com o país já dura dois anos e deve resultar na compra de 126 Rafales pelos indianos. O valor da compra é estimado em 15 bilhões de dólares.
As negociações também seguem com o Brasil, os Emirados Árabes Unidos, o Catar e a Malásia. “Não há preocupações sobre a empresa Dassault”, assegurou o ministro. “Estou muito confiante na capacidade de exportação do Rafale nos próximos meses.”
Devido à crise internacional, a presidente Dilma Rousseff paralisou as negociações para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira. O antecessor dela, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a anunciar que o vencedor da concorrência – entre os Rafale, os Boeing americanos e os Grippen (sic) suecos – seriam os franceses, antes de voltar atrás na decisão.
FONTE: RFI / FOTOS: Força Aérea Francesa
*NOTA DO EDITOR: segundo diversas reportagens anteriores já publicadas em vários meios (muitas das quais mostradas também no Poder Aéreo), o que ocorre é justamente o contrário. O que a Dassault afirma é que uma produção menos acelerada seria inviável, e não mais acelerada como diz a RFI.
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Cada dia que passa a França mostra fatos muito fortes que a linha de produção do Rafale tende ao fim, não precisa ser especialista para verificar que este caça é muito caro. De que adianta ser (segundo eles) “uma aeronave comparável ao F-22”, quando na pratica isso nem sempre é necessário? Usar um Rafale para destruir pistas desprotegidas ou acertar um treinador “taxiando” não faz sentido, a não ser que o objetivo seja propaganda, e mesmo assim, é uma propaganda negativa, pois a concorrência pode tirar proveito, haja vista que uma aeronave bem mais barata poderia cumprir esse tipo de… Read more »
“logo logo a França pode voltar a usar Mirrages onde hoje o Rafale esta sub utilizado, o dinheiro esta ficando curto.” Na verdade, a França nunca deixou de usar seus jatos Mirage 2000 nas mesmas missões de ataque ao solo que usa o Rafale. O fato é que os franceses possuem esquadrões equipados com o Rafale e, nos conflitos, é óbvio que vai utilizá-los (tanto por razões de testar a aeronave nas missões, dar experiência de combate a seus pilotos que voam o jato francês mais moderno, sem falar na ajuda que isso pode dar aos esforços de exportação). Mas… Read more »
Senhores, pelo que eu entendi a Dassault prometeu à Índia e ao Brasil que os caças seriam fabricados localmente, pela HAL e pela Embraer respectivamente.
Sendo assim, como é que a linha de montagem na França continuaria se sustentando depois deste corte nas encomendas francesas?
A fabricação local da aeronave selecionada p/ o MMRCA é condição básica do programa, estariam então os franceses falando de que???
Já no Brasil não há tal solicitação, pelo menos nos documentos da FAB.
E nem a Embraer tem essa capacidade, seu expertise limita-se a jatos regionais, executivos e a estrovenga que não vende, o KC-390.
Sim Nunão, fora o fato de dar aos pilotos franceses missões reais no Rafale, o resto foi e é pura vitrine, o que digo, é o que todos sabem, que as missões que o Rafale executa no lugar dos Mirrage’s 2000, podem ser realizadas a um custo menor por caças que são concorrentes do Rafale, até mesmo se for missões a partir de NAE’s, o SH apresenta valores menores de compra e operação! O fato é que eles investiram tudo em um caça que é caro, e que a cada campanha que participa, comprova isso. “É um ótimo caça, para… Read more »
França aposta? Já apostei várias vezes na Mega-Sena e nunca ganhei. Bom, como os franceses são tradicionalmente bons em Matemática, devem sacar de probabilidades. Quais as possibilidades? Índia, Brasil, EAU, Catar e Malásia? Considerando que a Índia tá no papo, restam cinco países, ou seja, 20% de chances apenas. Vejam bem, já considerando uma venda certa para a Índia porque se essa onda de protestos nas ruas chegar por lá e o povão, literalmente falando, exigir transparências no processo de compra desde a concorrência, o Dilmo de lá não compra. Agora, se o Paquistão ou a China esboçarem alguma gracinha… Read more »
Grifo disse: 4 de agosto de 2013 às 11:10 Grifo , boa noite. Pelo que foi publicado, não houve qualquer corte nas encomendas dos Rafale. Nos anos recentes, houve uma antecipação de entregas em relação à programação, para garantir uma cadência mínima de produção. Se houver venda ao exterior, as forças francesas vão espaçar o recebimento das aeronaves da última encomenda que foi contratada (60 aeronaves), para voltar ao que estava inicialmente programado. Esse empurrar de recebimento não deverá afetar a quantidade mínima prevista de produção (11), nem atrasar os recebimentos previstos no programa inicial. Esse compromisso do Governo para… Read more »
Gente não joguem pedra rsrs, Na minha opinião o Rafale não é melhor opção para nós… Calma! Não como aeronave, isso ela é muito boa e todas as qualidades que sabemos que ela, o F-18 e Gripen possuem. O problema é o custo de operação e aí vou incluir os SU-30, SU-35 e cia. Se não temos dinheiro para operar a contento um 2000 (manutenção, quantidade, horas de voo, etc) o que dirá dessas aeronaves tão caras? Na minha visão o que melhor se adequa aos nossos orçamentos são somente o F-16 (não está na concorrência) e o Gripen, sem… Read more »
Caro Falcon, você se esqueceu da “transpherenphia di tecnurugia”. Por conta dessa joça que o F-16 está fora do FX2. Assim como o Su-27 e o EF-2000. Não fosse essa embromação e provavelmente a questão já teria sido resolvida de forma muito mais simples e barata, como o Chile fez. O Chile fez o simples, dentro do conceito KISS que só um país sério segue: “Keep It Simple Stupid!”. 😉 E hoje tem a mais poderosa frota de jatos da América do Sul. Assim, teremos que manter na FAB aeronaves muito mais caras de se operar do que permite o… Read more »