Caças Mirage III argentinos darão baixa até 2015 e modelo Mirage F1 desativado na Espanha poderá substituí-los
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Necessidade de reequipar brigada aérea de Tandil, que teria apenas 4 caças em operação, é admitida pelo ministro da Defesa, que confirma haver negociações com a Espanha
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No início de junho, o site espanhol ECD (El Confidencial Digital) havia destacado a baixa iminente dos últimos oito caças Mirage F-1 que ainda operavam na Força Aérea Espanhola (notícias sobre a desativação dos caças também foram publicadas aqui no Poder Aéreo – veja links para matérias anteriores ao final). A matéria publicada em junho pelo ECD afirmava que a Argentina era o país melhor posicionado para comprá-los. O negócio compreenderia esses oito jatos e mais quatro para servirem de fontes de peças.
Ainda segundo o ECD Defensa, uma delegação argentina havia sido enviada à Base Aérea de Albacete, na Espanha, para conferir o estado das aeronaves. Porém, algumas fontes militares espanholas mostravam-se então reticentes a um possível contrato com a Argentina, devido a atitudes como a expropriação da YPF, que afetaram as relações diplomáticas com a Espanha.
Mais recentemente, no final do mês de julho, a questão da renovação da combalida frota de caças supersônicos da Argentina foi tratada pela imprensa do país durante visita do ministro da Defesa, Agustín Rossi, a Tandil. Na base de Tandil está abrigada a VI Brigada Aérea, que opera os últimos caças Mirage III da Força Aérea Argentina. Apesar de boa parte das declarações à imprensa responderem a perguntas sobre o controverso comandante do Exército, general César Milani, o ministro Rossi tocou no assunto da baixa dos caças Mirage III e sobre conversações com a Espanha para a aquisição de um substituto.
Segundo reportagem de 24 de julho do portal digital ABCHoy, de Tandil e região, perguntado sobre a desativação do sistema de armas Mirage em 2015 o ministro Rossi respondeu ter consciência da situação, e que se está trabalhando a respeito junto ao Governo da Espanha: “Apesar de não podermos adiantar nada, estamos trabalhando nisso”, destacou o ministro da Defesa.
Reportagem do dia seguinte publicada pelo jornal “La Voz de Tandil” trouxe mais declarações do ministro, relacionadas ao andamento dos trabalhos na modernização de meia-vida do submarino San Juan e futuros trabalhos do mesmo gênero no Santa Fe, reestruturações em curso no Ministério da Defesa, e também desmentidos quanto a um tratamento revanchista em relação às Forças Armadas.
Especificamente sobre a questão dos caças Mirage de Tandil, sobre os quais o jornal afirmou haver apenas quatro unidades na VI Brigada, o ministro confirmou negociações com a Espanha: “Estamos trabalhando com o Governo da Espanha, em uma possibilidade importante, para cooperar. Temos ciência da necessidade que existe aqui e estamos trabalhando para isso olhando para o futuro. Os Mirage cumprem uma função importante no Escudo Norte. Quando se detecta um TAI (Transporte Aéreo Irregular), se avisa aos aviões que são utilizados geralmente para a identificação desse TAI”.
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Disponibilidade das aeronaves da Força Aérea Argentina é de apenas 17%, segundo jornal
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A situação precária da Força Aérea Argentina (FAA) foi objeto de uma reportagem de março deste ano do jornal Clarín. Segundo a matéria, apenas 17% das aeronaves da FAA estavam disponíveis para voar, devido à falta de manutenção, níveis orçamentários alarmantes e escasso adestramento dos pilotos. O estado da frota colocaria a Argentina “entre os piores países do mundo ” nesse quesito, sendo amplamente superada pelos vizinhos Chile e Brasil, que teriam cerca de 50% da frota disponível.
Dos 36 jatos A-4AR Fightinghawk que entraram em serviço em 1997, apenas sete estariam voando. De 53 caças Mirage III comprados desde 1968, restariam somente 14 na frota do Grupo 6 de Caça da VI Brigada Aérea de Tandil. Porém, a maioria estaria em péssimas condições e sem radar operante, o que as impediria de interceptar aeronaves. Além disso, o voo só seria possível em boas condições meteorológicas, devido a problemas no ADI (instrumentação de horizonte artificial) dos jatos. A reportagem cita a existência de informes recomendando a desativação antes mesmo de 2014.
A cada 10 aeronaves da FAA, apenas 1,5 a 1,7 estariam em serviço por dia, mostrando uma queda brutal na disponibilidade nos últimos dez anos. Entre 2001 e 2003, 50% das aeronaves estavam em serviço, caindo nos anos seguintes para 40% e, por volta de 2010, para 30%. Agora, em 2013, o índice estaria em 17%.
A crise na frota, ainda segundo o Clarín, estaria levando a um êxodo de pilotos, buscando trabalho em linhas comerciais. Isso representa uma perda enorme para o Estado, pois 10 milhões são investidos no treinamento de cada piloto.
FONTES: El Confidencial Digital , ABCHoy, La Voz de Tandil e Clarín (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em espanhol)
FOTOS: Força Aérea Espanhola (Ejército del Aire), Aeroespacio (H. Longoni) e Força Aérea Argentina
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Que dureza…. oito F1 com 35 anos de uso !
Não vai mudar muita coisa.
Sds.
noossaaa
Ta feeia a situação hein ??
poxa…
A FAB é primeiro mundo perto deles…
Uma coisa interessante é que, se esse negócio vingar, finalmente a Força Aérea Argentina poderá dispor de caças supersônicos com sonda para reabastecimento em voo, coisa que as diversas versões dos “deltas” que a FAA opera e operou (Mirage IIIE, Mirage IIIC, Mirage 5 Mara e Dagger / Finger) nunca tiveram, trazendo grandes implicações na Guerra das Malvinas, em 1982.
Os únicos jatos de combate com sonda de reabastecimento em voo na FAA sempre foram subsônicos, caso das diversas versões de A-4 Skyhawk que lutaram no conflito de 1982 e dos atuais A-4AR Fightinghawk.
Que dureza!!!
Será que lá na Argentina, ao menos tem Dreher???
Poxa, será que FAA não aceitaria 12 unidades bem conservadas de Mirage 2000?
Possuem pouca quilometragem, boa pintura, design jovial e alto índice de sucesso em missões de ataque a alvos políticos.
Pois é Nunão, mas a FAA só tem um reabastecedor, um velho KC-130H e acho que está inoperante, visto a Argentina depender recentemente de voo desta clase de aeronave (Hércules) do Chile para abastecer uma base na Antártica.
Até onde tenho lido, a frota de C-130 deles deve estar inoperante, exceto talves por uma unidade que recentemente foi modernizada…
Sds.
Retifico minha informação, são duas as unidades de KC-130 na FAA, de matrículas TC-69 e TC-70, ambas as unidades recebidas em maio de 1979.
Sds.
Baschera disse:
3 de agosto de 2013 às 14:55
E povavelmente, com vistas ao fato de recorrerem ao Chile para abastecer sua base antártica, ambos estão sem condições de vôo. Portanto, não fará diferença a aeronave ter sonda de reabastecimento em vôo ou não!
Talvez, por um milagre, os hermanos venham a adquirir no futuro algumas unidades do KC-390… Mas isto é coisa pra o futuro!
Los hermanos são sócios no KC-390, consta a intenção de adquirir 5 unidades, além de fabricarem uma boa qntidade de peças p/ essa estrovenga.
Se vai acontecer realmente, aí já é outra história.
Los hermanos entregaram, a pouco tempo, a primeira peça de produção experimental,“Frame Match Pin-Cargo Door”, da porta de carga KC-390,
Surpreenderam, pois da programação até a entrega, foram apenas três (03) dias…..
Sds.
Comprar os F-1 para substituir os Mirage III e os Finger é simplesmente desespero, desespero completo. Não tem jeito, os caras estão quebrados e com todos os ingredientes de uma crise cambial.
Talvez seja o único jeito de ter os arremedos de uma aviação de caça para voar sobre a Argentina nas paradas militares de 25 de maio.
Abs,
Ricardo.
Se depender da opinião de alguns no governo, ano que vem podemos doar os M2000 de Anápolis para os argentinos.
Mas falando serio, se os argentinos não estivessem tão quebrados, e comprassem novos vetores, talvez nosso governo percebesse a necessidade de comprarmos também, para “equilibrar a balança”!
Baschera disse:
3 de agosto de 2013 às 14:47
Lyw disse:
3 de agosto de 2013 às 15:35
Prezados Baschera e Lyw, bom dia. A humilhação foi ainda maior. O Hercules C-130 não era chileno, era uruguaio. O ministério da defesa argentino solicitou socorro à pequenina FAU, pois estavam sem os meios necessários para prover a base de Marambio.
sd.
Alex,
Obrigado por corrigir….. putz…. confundir Chile com Uruguay ..eu devia estar dormindo em pé….
Sds.
Nâo é o supra-sumo da modernidade, mas vão ter o que voar ao contrário daqui.
Deve durar mais uns 10 anos?
E aqui até quando o GDA ficará sem aeronaves em sua própria dotação?
Que seja ao menos o F-5M, ou quem sabe o A-1M… Lembram que ele tem a intercepação uns dos suas missões agora… rsrsrs