Ministro da Defesa da França visita a Índia com Rafale na agenda
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Fontes especulam que contrato de aquisição de 126 caças Rafale pela Índia ganhará um impulso com a visita, mas não há confirmação sobre qualquer anúncio oficial nos próximos dias
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Segundo reportagem do jornal indiano Deccan Herald publicada na terça-feira, 23 de julho, o ministro da Defesa da França deverá visitar a Índia nos próximos dias, o que traz especulações de que haverá um impulso na negociação para a aquisição de 126 caças Rafale para a Força Aérea Indiana. Fontes dizem que o tão esperado acordo do Rafale está na agenda das conversas bilaterais a serem realizadas de 25 a 27 de julho entre o ministro francês Jean Yves Le Drian e sua contraparte indiana, A K Antony.
Porém, segundo o jornal, não há confirmação sobre um anúncio ou finalização do acordo poder ocorrer por volta do final da semana.
O ministro da Defesa da França se encontrará também com o primeiro ministro da Índia, Manmohan Singh, além de membros do Comitê Parlamentar de Defesa. As informações são de que foram superadas as questões levantadas pelo fabricante do Rafale, a empresa francesa Dassault, a respeito do papel da estatal indiana de aviação HAL no contrato. Segundo as fontes do jornal, o Ministério da Defesa convenceu a Dassault de que a HAL seria o principal integrador e que não haveria mudanças nas condições originais da concorrência que levou à escolha do Rafale para negociações exclusivas.
Assim, deverá prosseguir o plano de que a Dassault forneça 18 aeronaves fabricadas na França na condição “fly away” (de fábrica), com a HAL fabricando os caças restantes sob licença. No mês passado, altos executivos da HAL e da Dassault se encontraram nos bastidores do Paris Air Show para discutir o projeto e resolver as diferenças.
Apesar da concorrência ter um valor estimado de 10,4 bilhões de dólares (Rs 42,000 crore), segundo a reportagem o preço deverá ser bem maior no contrato final, tornando-se o maior acordo de defesa da Índia. Estima-se que o novo valor fique entre 17 e 20 bilhões de dólares, embora não haja confirmação oficial.
O ministro da Defesa da França deverá também se dirigir à Base Aérea de Gwalior, que abriga a frota indiana de caças Mirage 2000 (também fabricados pela Dassault). Em 2011, a Índia assinou um acordo de aproximadamente 2,4 bilhões de dólares (Rs 10,900 crore) com as empresas francesas Thales e Dassault, visando a modernização dos 51 caças Mirage 2000 indianos.
FONTE: Deccan Herald (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: Dassault
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Será que agora vai?
Esse cockpit do Rafale é muito bonito. Pra mim o mais bonito de todos os caças atuais, tirando o do F-35:
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads/2009/05/f-35_cockpit_dusk_with_virtual_hmd.jpg
Caramba Vader, quando eu clico nos comentários pra falar exatamente isto, vejo que tomastes a frente!!!
Concordamos muito nisto, mas bonito que o cockpit do Rafale só o do F-35.
Correção: onde está escrito “mas” leia-se “mais”.
Eu ainda acho o cockpit do Rafale mais bonito.
Ainda não me acostumei com a idéia de um caça sem HUD, apesar de saber que no F-35 ele não é necessário.
Lindão também o Mirage 2000 da foto.
Eu não entendi a tradução “de fábrica” para a expressão “fly away”, no texto. Ou a tradução não é para a expressão “fly away”?
Abraços,
GUPPY
“ivanildotavares em 24/07/2013 as 13:49 Eu não entendi a tradução “de fábrica” para a expressão “fly away”, no texto. Ou a tradução não é para a expressão “fly away”?” Ivanildo, não é uma tradução literal, mas de sentido. “Fly away”, ou “pronto para o voo”, ou mesmo algo como “compre e voe” tem sentido próximo a “de prateleira”, de aeronave oferecida no padrão “de fábrica” pelo fornecedor francês, e no contexto é usado em contraposição aos de fabricação na Índia sob licença, com transferência de tecnologia. Também é uma expressão usada para diferenciar, em outras situações, o preço em si… Read more »
Nunão,
Gostei da expressão: compre e voe. Em inglês fica “buy and fly”.
Senhores, sou mais old scholl, rsrsrs
http://www.google.com.br/search?um=1&client=safari&hl=pt-BR&biw=1024&bih=672&tbm=isch&sa=1&ei=AxbwUd3LHsewyQGlv4DwDA&q=mig+21+cockpit&oq=mig+21+cockpit&gs_l=img.12..0.100376.109701.0.111006.32.26.0.2.2.6.599.2972.1j7j2j0j1j2.13.0….0…1c.1.22.img..26.6.1866.jACwnIS_Xp4#biv=i%7C6%3Bd%7CXNMTmKLq_-YTRM%3A
“Guizmo em 24/07/2013 as 15:03”
Pô, Guizmo, justo painel de MiG-21 você foi colocar? 🙂
É esse o painel que os pilotos indianos estão loucos para se verem livres, pois representa um dos lados do “caixão voador”, apelido que o MiG-21 ganhou por cair tanto por lá. O canopi é a tampa do caixão…
O Rafale é justamente a substituição emergencial (representando também um enorme upgrade de tecnologia e doutrina, é claro) para a frota de MiG-21 que há tempos eles querem dar baixa e não conseguiram até agora, devido aos atrasos do Tejas.
Saudações tecnológicas!
Prezado Nunão, muito obrigado. Explicação super completa.
Eu estava desejando entender melhor o termo “fly away” no contexto aqui desde o seu último parágrafo do seu também último comentário na matéria do Necas de pitibiriba (Gripen na República Tcheca: com saída do primeiro ministro Necas, contrato de ‘leasing’ deverá ser renovado, de 20/07/13):
“Lembrando também que o contrato, mesmo sendo de leasing, também incluiu compensações industriais. Cada caso é um caso, e preço do tipo “fly away” de um caça nem sempre ajuda a ter um parâmetro, e sim o histórico da aquisição.”
Abraços
GUPPY
Precisamos muito que a Índia compre logo esses caças e os opere, para que valores de operação possam ser comparados.
Estou muito curioso para saber qual o real valor para manter esse caças fora da França.
Sobre o painel do Rafale nao ha comentarios , simplismente lindao e realmente só o do F-35 ( que parece de uma nave espacial de filme de ficçao) o supera em beleza !!
Joner, acho que você vai ter que esperar bastante, pois a primeira entrega à Índia (caso o contrato seja assinado neste ano) será em 2016, completando-se o primeiro esquadrão em 2018. Além disso, a operação de qualquer novo caça num cliente externo costuma ser bem mais cara nos primeiros anos – vide os Super Hornets australianos, que atingiram IOC no final de 2010, e até recentemente ainda se falava em custos de hora de voo bem maiores do que os da USN, que opera o caça em missões de combate desde 2002. Levando tudo isso em consideração, creio que com… Read more »
Como tudo que envolve o Rafale e o MMRCA, temos mais alguns fatos adicionais no mínimo suspeitos: http://www.thehindu.com/news/national/rafale-deal-unlikely-before-september/article4954243.ece Pelo visto existem mais fatos nebulosos envolvendo a decisão do programa MMRCA do que sonha a nossa vã filosofia. Intrigantes ainda são os questionamentos lançados pelo ex-ministro de assuntos exteriores acerca da da supressão de critérios para compras de materiais de defesa e o custo de ciclo de vida. Sobre este último, parece que dá azo à afirmação de que produtos franceses, lotados de componentes com baixa escala de produção, são mais caros de manter que seus congêneres norteamericanos. E ainda tem… Read more »