Indústria suíça será fornecedora única de componentes importantes do Gripen E
–
Entre os componentes principais citados em nota da Saab sueca, estão a fuselagem traseira, pilones e tanques externos
–
Em nota à imprensa divulgada na terça-feira, 2 de abril, a empresa de defesa e segurança Saab da Suécia informou que tomou uma decisão estratégica em procurar empresas suíças para desenvolver, produzir e montar componentes maiores do Gripen E, o que inclui a fuselagem traseira.
Segundo a empres, mais de 35% do trabalho será realizado em regiões da Suíça em que a língua principal é francês e italiano, e isso criará um volume de negócios para a indústria suíça de, aproximadamente, 200 milhões de francos suíços (cerca de 210 milhões de dólares ou 425 milhões de reais), além de mais de 500.000 horas-homem de trabalho.
A decisão faz parte do programa da Saab de participação industrial da Suíca (Saab’s Swiss Industrial Participation – SIP) e resulta de um contínuo diálogo com as organizações locais armasuisse, Swissmem, GRPM (Groupe Romande Pour le Matérial de Défense et de Sécurité – Grupo Romande para o material de defesa e segurança) e o Swiss Gripen Group (SGG para Participação Industrial Direta – Direct Industrial Participation / DIP).
De acordo com a política de offset (compensações) da armasuisse, a Saab está comprometida a fazer uma distribuição regional do SIP, com 5% destinados à região de língua italiana, 30% para a de língua francesa e 65% para a de língua alemã da Suíça. A empresa também se comprometeu a entregar à SIP negócios no valor de 100% do contrato do Gripen e, até o final de 2010, a Saab e parceiros já entregaram aproximadamente 250 milhões de francos suíços (cerca de 263 milhões de dólares ou 531 milhões de reais) a mais de 100 companhias suíças, conforme as informações da nota à imprensa divulgada no dia 2.
As principais áreas de foco para o trabalho da indústria suiça compreendem o desenvolvimento, produção e montagem de cinco itens principais:
- Fuselagem traseira do Gripen E;
- Pilones (estações de armas) do Gripen E;
- Cone de cauda do Gripen E;
- Freios aerodinâmicos do Gripen E;
- Tanques externos ejetáveis do Gripen E.
Esses pacotes iniciais, representando os valores monetários e de horas de trabalho citados acima, são relacionados aos 60 caças Gripen E encomendados pela Suécia e 22 Gripen E que poderão ser encomendados pela Suíça. A participação da indústria suíça, segundo a empresa, não está limitada ao potencial de encomendas da Suíça e da Suécia.
Ela inclui encomendas futuras do Gripen E.Segundo Lennart Sindahl, chefe da área de negócios aeronáuticos da Saab, a empresa está atualmente em “discussões com empresas suíças, o que inclui companhias de pequeno e médio porte, em todas as regiões da Suíça que podem ser envolvidas nesse grande projeto. Procuramos empresas com conhecimentos avançados e forte competitividade que podem ser nossos parceiros no longo prazo e que também possam repidamente selar o envolvimento com o programa.”
A nota da Saab também afirmou que empresas suíças parceiras terão acesso total à tecnologia envovida no pacote de trabalho, e que a transferência de conhecimento proporcionará a elas as capacidades e competências para competir em encomendas importantes de outros fabricantes de aeronaves, nos setores civil e de defesa.
FONTE / IMAGENS: Saab (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
NOTA DO EDITOR: a nota da Saab já repercutiu positivamente na mídia suíça, em versões praticamente iguais publicadas em jornais de língua francesa como o 24 heures , Tribune de Genève e Le Matin, este último tradicionalmente crítico em relação à escolha do caça Sueco, e no jornal editado em italiano Corriere del Ticino. Tradicionais jornais publicados em alemão como o Tages Anzeiger e o Basler Zeitung ainda não repercutiram as informações da nota da Saab, até o momento desta publicação no Poder Aéreo.
VEJA TAMBÉM:
- Gripen E/F e sua carga de mísseis ar-ar: testes de hoje, possibilidades de amanhã
- Gripen NG Demo mostra seus tanques externos de maior capacidade
- Voo de teste do Gripen NG Demo com tanques externos de 450 galões
- Saab e Akaer ampliam transferência tecnológica
- Saab recebe segundo pedido para desenvolvimento do Gripen E
- Um Gripen conjunto para Suécia e Suíça
- Governo Sueco aprova compra de 60 Gripens NG
- Novidades do Gripen: protótipo 39-8 da versão E/F deverá voar em 2013
- Gripen na Suíça: ratificação da compra poderá ocorrer em junho deste ano
- Mirage IIIS: precedente suíço na escolha de um ‘caça que só existe no papel’
- Tudo o que você gostaria de saber (ou não) sobre o Gripen NG
- Por que a Suíça quer um novo caça?
Provavelmente ja teem alguma informaçao sobre fim do Fx2,pra soltarem uma info. dessa,pois isto é igual a largar o osso (digo fx…..) ja q o GF faz tanta questao da tot irrestrita.
“eduardo pereira em 03/04/2013 as 14:41 Provavelmente ja teem alguma informaçao sobre fim do Fx2,pra soltarem uma info. dessa,pois isto é igual a largar o osso (digo fx…..) ja q o GF faz tanta questao da tot irrestrita.” Eduardo, creio que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Seria o mesmo que dizer que os suecos precisariam esperar por uma decisão dos brasileiros para ver se podem fazer negócio com os suíços sobre o Gripen… Seria o mesmo, por exemplo, de dizer que os franceses saberiam que as negociações na Índia teriam dado em nada, para justificar… Read more »
Parabéns à Suécia e Suíça. Excelentes notícias.
Cada vez mais vemos que os suecos cumprem o que prometem, para choradeira e ranger de dentes da rafalechada rasgadora de calcinhas.
Não tenho dúvidas de que está nascendo um dos melhores caças do mundo. Provavelmente o melhor 4,5 gen. leve de todos os tempos.
Também, um produto helvécio-sueco só poderia ser de qualidade.
E com isso aparentemente a SAAB dá adeus ao mofino FX2. Para sorte dela, aliás.
Amigos, Fabricação sob licença de tanques, pilones, seções de fuselagem é o que já fazíamos nos AMX (além de outras partes). Não creio que isso seja importante, seja em termos de tecnologia ou de quantidade. Se um dia vier o Gripen NG para o Brasil, espero que tenhamos participação em algo mais tecnológico, de preferência no PROJETO de novas soluções. Construir partes estruturais para 22 unidades (ou talvez algumas outras) não justificaria abrir uma linha de fabricação adicional. Se é uma linha única e alguém tem que fabricar, então está correto que seja no país que vai ter a maior… Read more »
“Justin Case em 03/04/2013 as 15:03 Se é uma linha única e alguém tem que fabricar, então está correto que seja no país que vai ter a maior frota – Suíça.” Justin, a maior frota, ao menos até as informações disponíveis até agora, será a da Suécia, com 60 exemplares do Gripen E, e não a da Suíça, com 22, caso ambos os programas finalmente se concretizem (já que estão interligados). Independentemente dos caças suecos não serem totalmente novos e aproveitarem partes do Gripen C/D, é certo que partes deles serão de aparelhos novos, como é o caso da fuselagem… Read more »
E…..perdemos mais uma oportunidade, que com certeza será lamentada pelos foristas de daqui 30 anos.
Claro vai virar lenda.
“E ae você se lembra que há 30 anos atrás, tivemos a oportunidade de fabricar um caça em conjunto com a Suécia?
É mesmo? Quer dizer ao invés desses F-5EMNJX que temos hoje, poderíamos ter participado na produção de caças de 4.5ª geração, com co-propriedade intelectual?
Brasil-sil-sil-sil!!! ”
[]’s
Está certo, Nunão.
É que e acabei me confundindo com a história dos reaproveitáveis dos modelos anteriores. Duvido que os suecos resolvam jogar fora os tanques usados nas versões atuais, por exemplo.
Abraço,
Justin
Justin, concordo que seria uma grande besteira jogar fora os tanques externos atuais. Eles têm uso para uma infinidade de missões. A questão é que desenvolveram tanques novos de maior capacidade compatíveis com a versão nova, para explorar a sua maior capacidade de carga, e que teriam peso grande demais para a antiga. Seria uma grande besteira não comprá-los também, já que eles garantem maior autonomia aos caças da nova versão, explorando seu desempenho. Seria uma economia burra gastar com extensas remodelações para obter 60 caças da nova versão e economizar em tanques externos… Mas essa é só minha opinião.… Read more »
Para saber mais sobre os tanques externos de maior capacidade:
http://www.aereo.jor.br/2010/09/21/gripen-ng-demo-mostra-seus-tanques-externos-de-maior-capacidade/
http://www.aereo.jor.br/2010/10/11/gripen-ng-demo-com-tanques-externos-de-450-galoes/
O mais interessante é que, na primeira das matérias, é informado quem produziu os tanques maiores para os testes:
“Os novos tanques descartáveis são produzidos pela RUAG, na Suíça.”
E isso um ano antes da escolha da Suíça.
Acrescentei estas matérias à lista do “Veja também”
1700 l.
É isso mesmo, Nunão.
A RUAG também fabrica tanques para o Rafale.
Devem ser bons nisso TAMBÉM. Gosto muito daquela empresa.
Abraço,
Justin
Fernando “Nunão” De Martini disse: 3 de abril de 2013 às 15:12 Nunão, vc me desculpe, mas acho que vc não entendeu o que o Eduardo quis dizer, que foi o que tb eu próprio quis dizer. Na verdade, se comparássemos com o ex. cit. Malásia/Índia, seria o contrário do seu raciocínio: exatamente por não ficar esperando a Índia se decidir que os franceses tocaram o barco adiante e ofereceram para a Malásia o que haviam oferecido para a Índia. O que a SAAB fez foi oferecer à Suíça partes de parceria que ela já havia oferecido ao Brasil e… Read more »
Vader, continuo achando que uma coisa nada tem a ver com a outra, pensando de forma definitiva ou fatalista. Partes das parcerias oferecidas à Suíça ou ao Brasil podem ser totalmente diferentes. Resolve-se agora com o parceiro que está comprando, negocia-se depois com o que não se decide, se um dia ele se decidir. Um caça é feito de muitas partes. Se a demora na decisão do F-X2 significa que não serão essas partes passadas à indústria suíça, poderão ser outras que a Saab repasse à indústria brasileira, se assim for negociado. Só não podem ser as mesmas da Suíça,… Read more »
Complementando:
Pelo desenho abaixo, ainda faltam algumas partes desenhadas pela Akaer para “lotear” a produção na indústria mundial ou nacional, já que a fuselagem traseira foi para a Suíça (isso no caso de escolha do Gripen no F-X2, evidentemente).
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2010/10/Gripen-NG-Akaer-1.jpg
Sei nao, mesmo fazendo sentido Nunao ainda mantenho minha opiniao pois pegar o que sobra nem sempre é bom e a SAAB tem mais é que toccar o barco mesmo, mas acredito que sai coelho do mato na LAAD sim e ae do nada aparece angar que ja esta alugado pra BOING ASSIM COMO RAPIDAO A EMBRAER JA TINHA CONSEGUIDO UM NOS STATES,isso nao aparece de repente nao é?!
Eduardo, mantenha sua opinião à vontade, eu só contrapus a minha! E, na minha opinião, até o momento “o que sobra” do Gripen E depois de subtrairmos fuselagem traseira, freios aerodinâmicos, pilones e tanques externos é um bocado de avião… É claro, sempre dá pra deixar sobrar cada vez menos a cada ano. Quanto à Laad, eu sinceramente não tenho expectativas quanto a algum anúncio relacionado ao F-X2. Tem outras coisas na frente, ao que parece. Prazos para o F-X2 parecem previsões de fim de mundo, cada vez num mês e ano diferente, conforme algum novo acontecimento interessante surge no… Read more »
A questão é o que sobra e o que se vai negociar. Tem muito caça ainda, fuselagem central, asas, trem de pouso, portas do trem de pouso, etc … Isto sem contar equipamentos mais sofisticados que podem vir da AER (aviônicos). Contudo, quanto mais o tempo passa, mais ficamos com as sobras. Isto é claro se no final der o Gripen (tem mais outros dois competidores). Pode ser que no final não aconteça nada, somente mais F-5, A-1M e ST.
Abs,
Ricardo
Se o GF tivesse vontade politica e interesse no reaparelhamento da Fab ja teriao comprado ao menos o Jf_17,Mirage 2000_9(usado),etc. Mas a esperança nao pode morrer nao é?
NUNAO vai rolar de autografar a revista?
Eduardo, a distribuição das revistas pela internet é a partir da matriz do Rio de Janeiro, e eu fico na filial de São Paulo. Mas o Galante lá do Rio terá prazer em autografar sua revista, tudo bem?
É, não será novamente desta vez, que a FAB terá uma aeronave sueca no inventário.
Definitivamente perdemos mais uma vez, o bonde.
Senhores, Pelo que entendi, estas partes serão fornecidas exclusivamente por empresas suíças para as encomendas suecas e suiças. Se o Brasil decidisse pelo Gripen, estas partes poderiam ser fabricadas aqui. Porém, já que estes componentes serão fabricados na Suiça, não seria lógico – nem barato – criar uma segunda linha de fabricação para as mesmas peças. O que vai acontecer é que quem chegou na frente (Suiça) vai escolher o que quiser fabricar e claro, vai pegar as melhores partes,na medida que seu parque fabril for capaz de produzir. E não será só a traseira do avião. Quem chegar depois,… Read more »
“Observador em 04/04/2013 as 1:02 Senhores, Pelo que entendi, estas partes serão fornecidas exclusivamente por empresas suíças para as encomendas suecas e suiças. Se o Brasil decidisse pelo Gripen, estas partes poderiam ser fabricadas aqui.” Observador, Pelo que eu entendi e já vi em outras situações similares, não. Para esses itens citados (fuselagem traseira, pilones, tanques externos e freios aerodinâmicos), a indústria suíça será o fornecedor único. Ou seja, apenas ela irá produzir essas partes. A nota original diz claramente:”single supplier”, e deixa isso mais claro: “As a Gripen E supplier and partner, Swiss industry participation is not limited to… Read more »