‘Forno de pizza’ pode ser calcanhar de Aquiles do F-35B

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F-35B pousa em Yuma em 21 de março de 2013 - foto USMC

Preparação especial de concreto refratário ou liga de alumínio para a superfície de pouso do F-35B, chamada jocosamente de ‘forno de pizza’, não combinaria com operações na linha de frente do USMC

Segundo extensa reportagem da revista “Time” (aqui resumida) o F-35B, versão de decolagem curta e pouso vertical (STOVL) do F-35 destinada ao Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC), nunca será um “bombardeiro de apoio ao combate aproximado baseado no campo de batalha” como o USMC alega. Um vídeo e uma nota à imprensa com fotos divulgada pelos fuzileiros, quando do “primeiro voo STOVL do F-35B fora do ambiente de testes” trariam provas disso.

Segundo a reportagem, a nota à imprensa divulgada pelo USMC é contraditória, pois mostraria um “primeiro voo operacional” fora do ambiente de testes da versão, mas quem estava nos comandos era um piloto de testes. Além disso, o termo “operacional” pode não combinar com o que mostra a imagem (reproduzida acima) que acompanhou a nota: uma área abaixo do avião em seu pouso vertical, vista tanto na foto divulgada quanto no vídeo, seria uma preparação especial feita na pista de Yuma (que não pertence ao ambiente de testes) para que o F-35B pudesse pousar nela.

Trata-se, segundo a reportagem, de uma cobertura refratária de concreto especial (que o jornal compara a um “forno de pizza”) que o especialista Bill Sweetman já descreveu em 2011 quando em visita à Estação Aeronaval de Patuxent River. Sweetman escreve para a Defense Technology International e a Aviation Week. Essa cobertura com camadas de concreto refratário e/ou liga de alumínio, especialmente construída, destina-se a suportar a descarga de gases extremamente quentes das tubeiras de exaustão do caça, nos pousos verticais, prevenindo que pistas comuns de concreto (ou as ainda mais vulneráveis de asfalto) sejam estragadas por esses gases.

F-35B pousa em Yuma em 21 de março de 2013 - foto 2 USMC

Isso estaria em contradição com o que é divulgado pelo USMC a respeito da operação futura do F-35B em “bases aéreas de linha de frente não-preparadas” ou próximo ao campo de batalha, dando aos fuzileiros uma capacidade “revolucionária” para operar o F-35B em múltiplas e distribuídas bases para evitar que sejam detectadas pelo inimigo. Bases de linha de frente, não-preparadas, não combinariam com a construção de superfícies de concreto refratário e/ou de liga de alumínio, sendo que estas últimas já foram descritas pela Força Aérea como “pesadas, desajeitadas, demoradas para instalar, difíceis de reparar (e com) características muito pobres para aerotransportabilidade.”

Esses requerimentos estariam muito além do que necessitam os atuais jatos STOVL do USMC, os AV-8B, ou mesmo as superfíceis transportáveis para operação dos híbridos (tilt rotor – VTOL) V-22. Assim, na realidade, os locais para operação do F-35B para pousos verticais deverão ser bases de porte considerável, levando em conta os imensos requerimentos logísticos do jato, que vão além de concreto refratário ou superfícies de alumínio. Num resumo do que diz a reportagem da revista, isso poderia confinar a operação dos novos jatos do USMC aos navios anfíbios de convés corrido em que o F-35B deverá operar, e mesmo estes precisam de vários requerimentos especiais para adaptação às características operativas do caça

FONTE: Time (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTOS: USMC

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Marcelo

Realmente a área em que ele está pousando tem uma cor bem diferente da área externa, que parece ser de asfalto. Quando os protótipos operaram no deck do navio anfíbio, este também recebeu uma cobertura nova para a ocasião.
Parece que precisarão levar umas placas de metal da pesada para as bases avançadas.

Guilherme Poggio

Realmente a “chapa tá quente” para o F-35B.

Mas que inferno vive esse projeto. Dia sim dia não sai uma crítica dele na impresa norte-americana.

Marcos

off topic

Jato Phenom 300 da Embraer estabelece três recordes de velocidade
(Embraer)

Vader

Em uma palavra:

T R O L A G E M !!!

HMS TIRELESS

Tem coisa aí que não bate afinal em 2012 o F-35 cumpriu uma campanha de ensaios embarcado no USS Wasp.

Baschera

Eita …. seria este projeto a jaca norte-americana ?

Este vetor é muito caro, delicado, cheio de falhas e agora descobrimos …cheio de fricotes….. “ai, aqui eu não pouso”…. “ai, aqui eu não decolo”….

Só falta dizer que usa xampu especial para lavar….

Hiiiii…..

Sds.

joseboscojr

Diziam o mesmo do V-22 e fato é que ele tá aí de vento em popa.

joseboscojr

No V-22 a alta temperatura das turbinas é diluída pelo próprio fluxo dos rotores. No F-35B ela é diluída pela ação do fan dianteiro. No caso do F-35B o calor só deve ser realmente alto quando já muito próximo a aeronave do solo onde a separação entre o bocal do jato e o fan não permite que haja essa diluição de forma eficiente. O V-22 de certo modo é até mais problemático já que opera no modo VTOL tanto na decolagem quanto no pouso e ainda tem o tempo de pré-voo em que as turbinas ficam acionadas e direcionando seu… Read more »

HMS TIRELESS

Mesmo assim Nunão, operando o F-35B de bases avançadas, não seria o caso de se utilizar novas ligas para a confecção das chapas de aço?

Clésio Luiz

Vejamos as coisas por outro ângulo, o logístico: Quanto se gasta para manter uma base avançada para suportar algumas unidades de Harrier e F-35B? Como fica a questão de manter no local, longe das bases aéreas, milhares de litros de combustível? Toneladas de bombas e mais recentemente, delicadas munições “inteligentes”, como mísseis ar-ar, bombas guiadas a lazer e infravermelho, sendo que estas precisam de refrigeração para armazenar? Peças de reposição, mecânicos, veículos de apoio, etc, etc, etc? Quem leva isso para a linha de frente? Caminhões, helicópteros, ou cargueiros como o C-17? Então, o que seria mais eficiente, manter toda… Read more »

ricardo_recife

Eu nunca vou entender a troca da solução VSTOL do Harrier pela do Yak no F-35. Foi uma burrice imensa.

Abs,

Ricardo

Mayuan

Li uma vez uma reportagem muito interessante sobre a operação dos Harrier na guerra da Inglaterra com a Argentina. Nela, constava, se não me engano, que os Harrier operaram a partir de navios cargueiros (também mas não somente). Pelo que diz o texto acima, aparentemente isso não seria possível no F35. Lógico que o F35 dispõe de capacidades muito além do Harrier mas quando a logística de um vetor vai se tornando crescentemente complicada…

tpivatto

Agora até a “Time” virou troll? Nem a imprensa norte-americana é confiável?
Impressionante o que é o desespero de alguns que criticavam/criticam o tanque de água do Harrier/Sea Harrier com esse JSF (Joint-Fuck-ourSelf?)…
Acho mais fácil o chuchu voador ficar ainda mais caro. E, claro, sem a flexibilidade do velho caça inglês.

tpivatto

ricardo_recife disse:
28 de março de 2013 às 20:19
“Eu nunca vou entender a troca da solução VSTOL do Harrier pela do Yak no F-35. Foi uma burrice imensa”.

Idem.

Clésio Luiz

@Mayuan

Na verdade eles não operaram, mas foram transportados para a zona de guerra por um cargueiro (o Atlantic Conveyor, que veio a ser afundado). Quando chegaram lá, decolaram do cargueiro e pousaram num PA, de onde operaram durante a guerra.

tem uma foto bastante emblemática, do convés do Atlantic, com contêineres empilhados nas laterais para camuflar a carga de Harriers. Consta que um ficou de alerta, pronto para decolar caso surgisse algum inimigo, durante a viajem.

http://1.bp.blogspot.com/-03HlrTCZWW4/T1eF3yTGeWI/AAAAAAAABxs/tAB147sTiik/s1600/Atlantic+Conveyor.jpg

joseboscojr

Ricardo, O programa JSF partiu do princípio que um desenho básico seria usado para três versões, inclusive a STOVL. Partindo desse princípio ficaria difícil usar o conceito de empuxo vetorado do Harrier sem que a aeronave fosse completamente reprojetada redundando em não guardar nenhuma similaridade com as aeronaves convencionais. Já a solução adotada (levemente parecida com a do Yak) era condizente com o projeto básico por ter seus principais componentes distribuídos linearmente na célula da aeronave. No final vai dar certo, mas eu me pergunto por que fizeram isso. A aeronave do USMC necessariamente não tinha que ter nada a… Read more »

joseboscojr

Para um Harrier decolar na vertical só se estivesse sem armas e com um mínimo de combustível.

Ivan

Bosco,

Harrier VTOL desarmado?
Tem certeza?

Ivan.

joseboscojr

Ivan, Se o Harrier pousa na vertical ele pode decolar na vertical, o problema é com quanto de peso extra até que a razão peso x potência se torne menor que 1. Pelo que eu entendo, sem dar um conferida no Google, ele só pode fazê-lo com um mínimo de combustível. Pode até estar com 2 Sidewinder e mais o canhão, mas aí estará com menos combustível ainda. Claro, sempre poderá reabastecer em voo. Fato é que diferente de um helicóptero, o Harrier e o F-35B são aeronaves STOVLs e não VTOLs puros. Fosse assim, haveriam Harriers também nos LPD-17… Read more »

joseboscojr

Ah! Antes que me esqueça.
Pode até ser que o AV-8B tenha maior folga de carga/combustível, mas o velho Harrier/Sea Harrier era bem mais limitado.

ricardo_recife

O AV-8B era muito mais capaz do que o velho Sea Harrier. ” O Harrier II, substituto do Harrier GR.3 da RAF e do AV-8A do USMC, tem o dobro da Carga x Bombas, podendo voar com o dobro da carga de bombas na mesma distância ou o dobro da distância com a mesma carga de bombas e passou a ter capacidade noturna. Depois foi modernizado e recebeu um radar APG-65 (no USMC, Itália e Espanha) e passou a ser um caça multifuncional com capacidade de realizar combates aéreos a longa distância com o AMRAAM”. Bosco. Não sei se o… Read more »

ricardo_recife

Ps: Os Links não sairam!

Abs,

Ricardo

NOTA DOS EDITORES: COMENTÁRIO COM LINKS LIBERADO AGORA – ESTAVA PRESO NO ANTISPAM

joseboscojr

Vamos colocar desse jeito: o Harrier até podia (e pode) decolar verticalmente armado com canhões e 2 Sidewinder, mas teria tão pouco combustível que não teria qualquer utilidade prática fazê-lo, salvo em shows aéreos. Sem falar que seu tanque de água seria suficiente para a decolagem e o pouso vertical. Salvo engano o tanque só permitia um máximo de 60 segundos no modo vertical. E a diferença entre o peso vazio e o peso máximo de decolagem no modo vertical tem que ser subtraída do tal tanque de água mais o piloto, o que deve já reduzir a diferença nuns… Read more »

Nick

O F-35 B deve ser creditado como o principal responsável pelos atrasos e custos do programa JSF. Mas agora a vaca já foi pro brejo. Necessário ou não os americanos terão de adaptar seus PH classe América para operar os mesmos.

No mais, Essa matéria no TIME mostra claramente uma campanha anti F-35 nos EUA. Talvez patrocinado pelo próprio Pentágono.

[]’s

joseboscojr

Encontrei em um site a informação que o tempo de voo pairado (hover) do Harrier é bem maior que os 60 segundos a que me referi, podendo chegar em determinadas condições a até 5 minutos ou mais já que o tanque de água pode ser usado com parcimônia, controlando a temperatura de forma gradual.
http://www.aerospaceweb.org/question/planes/q0123.shtml#b

Vader

tpivatto disse:
28 de março de 2013 às 20:48

Desespero???? 🙂

Desespero??? Ahahaha, parceiro não me faça rir. Com toda a trollagem de uns e outros, inclusive muita gente na imprensa americana, o F-35B vai sair de qualquer jeito, de modo que a última coisa que a LM, os Fuzileiros, o Pentágono ou qualquer um precisa é do meu “desespero”…

Mauricio R.

Que forno de pizza que nada, dependendo da superfície e do uso, c/ o tempo essa superfície tenderá a endurecer, submatida ao calor constantemente vai virar vidro.
O problema será o tanto de detritos, que serão espalhados até isso acontecer, pois há a possibilidade de ingestão.
E enquanto os cães da mídia antí-F-35 ladram, a caravana da Lockmart, passa!!!

Vader

Mas por que digo que a reportagem é uma trollagem? Já discutimos esse assunto aqui à farta, de modo que pensei que esta discussão estivesse superada. A reportagem parte do pressuposto de que o jato SÓ pode operar se o USMC, a Royal Navy, a Força Aérea Italiana, etc., ficarem carregando daqui prá lá e de lá pra cá o tal “forno de pizza” pro jato pousar. De que sem essa preparação o jato simplesmente não poderia pousar e menos ainda decolar. Bem isso não é verdade. Na realidade isso é uma tremenda besteira. Por dois motivos: Primeiro que por… Read more »

DrCockroach

Prezado Nunao, Belo comentario! Acho o trocadilho “Caveataxpayer emptor” sensacional. Caveat emptor seria algo como “o risco eh do comprador, sem devolucao/reclamacao”. Lembrei, e achei em portugues, um excelente quadrinho do Calvin que explica perfeitamente: http://1.bp.blogspot.com/-wNp1o6ljbLM/TiWY4NLV7LI/AAAAAAAACiM/YTcKFj4I5Mw/s1600/calvin_empresario.jpg No mais o autor, Wheeler tem uma coluna tb chamada de “Spendagon”, obviamente um trocadilho com Pentagon e Spend (gastar). Wheeler, que jah foi diretor assistente do GAO, criticou recentemente o ultimo relatorio que inclui comentarios do DoD elogiando o relatorio (que ainda critica severamente o F-35 por estar muito acima do orcamento). Segundo ele, isto eh um indicativo que o relatorio, antes de… Read more »

Baschera

Pois é senhores… perece que literalmente a “pizza” do F-35 está assando….

Autoridades políticas holandesas parecem ter chegado a um concenso para cortar a aquisição de F-35A planejada….de 85 unidades para apenas 36 !

Aliás, este número, o 36, tem “aparecido” muito….. melhor jogar no bixo.

A fonte é o defence-arospace.

Sds.

Baschera

Ops…… a fonte correta: Defense-aerospace !

Sds.

Baschera

Caro Dr. Barata,

Político….. é simplesmente político…. aqui em Banânia ou nos “Estates”…. na Bulgária…ou na Cochinchina !

O único ser político não aproveitador que surgiu (provavelmente) na face da terra….. foi crucificado.

A diferença é que talvez aqui na terrinha…. político @masfaz !!

Para os seus …. claro.

Sds.

joseboscojr

Baschera,
Esse “ser político” que foi crucificado também não foge à regra:
Você só é salvo se votar nele;
Não aceita que vote em outro;
Sabe em quem você votou;
Se votar em outro não tem nenhum direito e sua vida vira um inferno;
Ganha a eleição de qualquer jeito;
Etc.

cristiano.gr

Desde a primeira vez que vi aquele “lança-chamas” apontado para baixo já imaginei ” só em pista de concreto e mesmo assim sem repetir o local de pouso”, pois é e aí está se comprovando. Talvez os Marines devessem encomendar mais Harriers.