Segadães
Gustavo Adolfo Franco Ferreira
Na quarta-feira, dia 20 p.p., abri u’a mensagem coletiva de Mário José Santana (limão), sobre notícia que recebera na véspera de que Sérgio Roberto Segadães havia comemorado o meio centenário de seu primeiro voo, em rota, no comando de um Hawker. Naquele longínquo 1963, éramos muitos, todos, do Ninho das Águias! Muitos fomos os que iniciamos o voo no mesmo dia 19 de março de 1963, inclusive eu!
A cismar sozinho, à noite, voltaram as lembranças daqueles e d’outros tempos… Bons tempos!
Misturei tudo num caldeirão e revi o estágio em Fortaleza (junto com o Dandães e mais 25 da mesma “turma”) as missões de busca ou de perseguição, as escoltas armadas e desarmadas, as missões de misericórdia, as instruções e os ensinamentos que transmitimos e a multidão de outras tarefas preciosas frequentemente atribuídas a Aviadores!
No meio destes pensares avultou um dogma irremovível: Há velhos aviadores… Certamente os há de todo naipe. Carcarás, Jamboks, Pacaus, Onças, Harpias… toda a fauna se encontra! … E há aviadores audazes! Se algum dos Velhos lhe contar histórias dos feitos notáveis que foi capaz, saiba, de antemão: exagera, ou lhe trai a memória!
O Aviador de verdade é o que passa a vida estudando o avião que voa, a arma que porta, a bomba que lança, o equipamento médico e o desvalido que transportará neste Brasil de todos os Santos, a carga que leva, o combustível que fornece em voo, o treinamento que faz, o mapa que produz. Não é o audaz que arrisca acima de sua própria capacidade ou acima da força estrutural de sua aeronave.
Há velhos aviadores e há aviadores audazes; não há nenhum Velho audaz.
Parabéns, Segadães! Sois ímpar entre vossos pares!
Ten Cel Segadães foi meu cmt do Corpo de Alunos, na EPCAR, em 1982. Creio que, hoje, reside em Belo Horizonte. Em 2010, quando voava na Líder Táxi Aéreo, e lá residia, encontrei-o no hangar da Líder, na Pampulha. Acho que voava pro Newton Cardoso, ex governador de MG. Excelente pessoa.