Boeing oferece Super Hornet ao Canadá pela metade do preço do F-35
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Reportagem da CBC News traz declarações do piloto de testes da Boeing, Ricardo Traven, que voou na Força Aérea Canadense e pilotou o F/A-18 Super Hornet no Brasil no ano passado, destacando vantagens do caça frente ao F-35 da Lockheed Martin para o Canadá
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Na quarta-feira da semana passada, 27 de fevereiro, a “Canadian Broadcasting Corporation/ Radio Canada” (CBC) publicou extensa reportagem sobre a oferta da Boeing para concorrer com seu F/A-18 Super Hornet frente ao F-35 da Lockheed Martin, numa disputa para reequipar a Força Aérea Canadense. O ponto principal é que o caça da Boeing, apesar de menos furtivo, custaria metade do preço do F-35, mas há também diversas outras questões colocadas, pelo que optamos por traduzir a matéria na íntegra – afinal, trata-se de um caça também cotado para equipar a Força Aérea Brasileira.
Boa parte das declarações sobre as aventadas vantagens do Super Hornet foram dadas pelo piloto de testes do caça na Boeing, Ricardo Traven, que no ano passado voou o F/A-18F em diversas apresentações no Brasil, notadamente nos 60 anos da “Esquadrilha da Fumaça”, na Academia da Força Aérea (veja links ao final). Segue a matéria, traduzida e ilustrada com fotos das apresentações do Super Hornet do ano passado, com Traven no comando:
O Super Hornet é menos furtivo, mas seu preço básico e custos operacionais são menores
Num “dogfight” do mercado de defesa, o caçador pode rapidamente tornar-se a presa. É o que está acontecendo agora com o F-35. A maior empresa de defesa do mundo, a Lockheed Martin, está tentando convencer aliados hesitantes dos EUA, como o Canadá, a manter suas intenções de adquirir o seu caça furtivo F-35 – de alta tecnologia, alto preço e ainda não comprovado. Porém, o F-35 está bem atrasado em seu cronograma, muito acima do orçamento e, agora, impedido de voar devido a uma misteriosa fissura no fan da turbina.
Após anos de problemas técnicos, trata-se de um alvo tentador aos rivais da Lockheed Martin. Assim, não surpreende que a número 2 em defesa, a Boeing, sinta o cheiro de sangue. Com o Governo Canadense reavaliando agora seu comprometimento em comprar o F-35, a Boeing toma uma iniciativa agressiva junto aos contribuintes canadenses, oferecendo a eles uma economia de bilhões de dólares caso comprem o Super Hornet da empresa no lugar do caça da Lockheed Martin.
A Boeing não faz rodeios: a empresa diz que o Super Hornet é um caça comprovado enquanto o F-35 é apenas um conceito, e dos mais caros.
“Nós chamamos isso de competir com um avião de papel”, diz Ricardo Traven, que foi piloto de caça da Força Aérea Canadense por 15 anos e atualmente é chefe dos pilotos de teste do Super Hornet. Traven considera o F-35 um “belo folheto de promessas”, contrastando com “a coisa real”, que está logo atrás dele num hangar secreto das instalações da Boeing em St. Louis, no Missouri.
Nesse hangar “top-secret”, todas as fotografias e vídeos são monitorados bem de perto pela equipe da Boeing, para garantir que nada confidencial seja vazado. Essa equipe diz que os pontos fortes de venda do Super Hornet são confidenciais. O mesmo vale para o F-35. A diferença, segundo Traven, é que o Super Hornet já se comprovou há bastante tempo.
O F/A-18 Super Hornet tem dois motores, comparado ao F-35, que é monomotor. E, marcando outra diferença, ele está pronto agora. Cerca de 500 Super Hornets já estão em serviço na Marinha dos EUA. Dúzias já foram vendidas para a Força Aérea Australiana que, como o Canadá, já esteve comprometida com o F-35 mas desistiu de esperar que este se comprovasse.
Tanto a Boeing quanto a Lockheed Martin dizem que seus aviões são superiores em diversos itens. A característica principal destacada pela Lockheed Martin é a furtividade. A da Boeing, é o preço. Mas, com orçamentos de defesa sendo encolhidos por todo o mundo, o quesito preço é cada vez mais o que os governos querem ouvir.
O preço de cada Super Hornet é de aproximadamente 55 milhões de dólares americanos. O Pentágono espera que o F-35 custe o dobro, aproximadamente US$ 110 milhões. Mas apenas 20 por cento do custo de possuir uma frota de caças refere-se ao “preço de etiqueta” dos aviões. Oitenta por cento é custo operacional, aquilo que mantém os jatos voando. Isso engloba desde pilotos e combustível até manutenção e peças de reposição.
Ei, você quer economizar 23 bilhões de dólares?
É aqui que a diferença entre o F-35 e o Super Hornet chega à estratosfera. Segundo Mike Gibbons, vice-presidente para o programa Super Hornet, “os custos atuais para operar um Super Hornet são menos da metade dos custos projetados para quando o F-35 entrar em operação, e isso apenas para operar.”
Menos da metade? Mas como ele pode saber disso, já que os caças F-35 ainda não estão em serviço?
Gibbons tem a resposta pronta: “Ninguém sabe o quão custoso aquele jato será, quando entrar em operação. O que sabemos é quanto o Super Hornet é acessível atualmente, porque temos custos reais.” O Super Hornet custa aproximadamente 16.000 dólares por hora de voo, diz Gibbons – e o F-35 vai custar o dobro disso.
Certeza? Isso parece bom demais para ser verdade, e por isso a CBC News mergulhou nos dados da Boeing para saber o quão confiáveis eles são.
De acordo com o GAO (nota do editor: escritório de contabilidade do governo dos EUA), hoje o Super Hornet custa à Marinha dos Estados Unidos 15.346 dólares por hora de voo. Isso parece muito, até você descobrir que a “meta oficial” de operação do F-35, para a Força Aérea dos EUA, é de 31.900 dólares por hora. O GAO diz que é um pouco mais, algo próximo a US$ 32.500.
A CBC também perguntou à Lockheed Martin se a empresa tinha algo a questionar em relação a esses números – e ela não tinha. Em uma resposta por escrito, um porta-voz da Lockheed se absteve de mostrar outros números, mas insistiu que os custos operacionais do F-35 seriam “comparáveis ou menores” do que os das “legacy platforms”, ou seja, os velhos jatos que ele vai substituir. Entre eles, não está incluído o Super Hornet, que a Boeing afirma que é 25% mais barato de operar do que os caças CF-18 “legacy” do Canadá.
A Lockheed Martin também argumentou que o F-35 iria “alcançar vantagens de custo (…) por nivelar economias de escala” conquistadas por vender apenas um caça, com uma cadeia de suprimeitos, para diferentes países. Porém, ainda é preciso comprovar se essas economias de escala serão um dia concretizadas.
Como se estima oficialmente hoje, uma frota de 65 caças F-35 custará 9 bilhões de dólares para comprar e aproximadamente 37 bilhões para operar ao longo dos próximos 42 anos. Isso dá um total de pouco menos do que 46 bilhões de dólares. Se as estimativas da Boeing forem mantidas, os jatos Super Hornet custarão aproximadamente metade disso.
Trata-se de uma matemática simplória, mas o resultado é revelador, de qualquer forma. É uma economia de praticamente 23 bilhões de dólares. Números que certamente chamam a atenção.
Tudo bem, mas e quanto à furtividade?
Outra questão é mais espinhosa: seria o Super Hornet um avião de segunda categoria? Ao invés do caça furtivo de “quinta geração” que a Lockheed Martin promove, será que o Canadá quer ficar com um não tão furtivo caça de geração “4,5”?
A Boeing também está preparada para essa pergunta. Mike Gibbons, o vice-presidente, responde com cuidado: “Sabemos que o Super Hornet tem uma furtividade efetiva, e essa é realmente a chave. De fato, acreditamos que temos uma furtividade mais acessível do que muitas outras plataformas que estão sendo projetadas e promovidas especificamente como plataformas furtivas”.
Evidentemente, ele está se referindo ao F-35, e não está alegando que o Super Hornet seja mais furtivo, apenas que oferece uma furtividade mais acessível. Mas o piloto de testes, Ricardo Traven, afirma que isso não significa que o Super Hornet seja menos capaz de sobreviver em combate. Como um piloto com experiência no Norte, Traven prefere voar numa aeronave menos furtiva e um pouco mais ágil. A Lockheed Martin trocou agilidade por furtividade, na visão do piloto de testes.
Segundo Traven, no Super Hornet “não foram feitos sacrifícios para furtividade”. Após numerosos pousos no inverno em pistas canadenses congeladas, “você quer um avião com superfícies de controle avantajadas, com flaps grandes… essas coisas dão muita manobrabilidade a uma aeronave”, completa o piloto da Boeing.
Os defensores da furtividade, por outro lado, querem tudo menor para reduzir a assinatura do avião ao radar. Ricardo Traven prossegue: “Os engenheiros de aeronaves furtivas não querem grandes flaps, nem grandes ailerons ou grandes asas, então tudo é diminuído num avião destinado a ser furtivo. Assim, o custo da furtividade não se resume a dinheiro. O custo é em capacidade e desempenho, que eu não acredito que valem o sacrifício pela furtividade.”
“O ganso que não recebeu o memorando”
Ricardo Traven insiste em que esses fatores aumentam a sobrevivência do Super Hornet, mesmo sendo ele menos furtivo. De maneira similar, ele advoga as virtudes de possuir dois motores. Evidentemente, o motor único do F-35 deverá ser bem confiável, diz Traven, mas e se um pássaro é engolido por ele?
“É o caso do ganso que não recebeu o memorando”, diz ele, e que poderia destruir um avião monomotor (nota do editor: colisões em voo com gansos canadenses não são incomuns no norte do Continente Americano). Com dois motores, um piloto ainda pode voar. Além disso, segundo Traven, o trem de pouso do Super Hornet é mais robusto e apropriado para pistas no norte, com neve ou lama. “Dois motores, sistemas hidráulicos duplos redundantes… Quer dizer, eu posso continuar voando e voando. Essas são coisas que eu não gostaria de deixar de lado em voos para lugares remotos ou mesmo em combate, porque são essas coisas que vão trazer o piloto de volta para casa”, completa o piloto de testes.
Pode-se dizer que a Boeing sabe como fazer negócios, mas a Lockheed Martin não fica atrás. De fato, a Lockheed também tem um chefe de pilotos de testes canadense, Billie Flynn, que é duplamente canadense por ser casado com a astronauta canadense Julie Payette.
Responde essa, Boeing!
No momento, Traven também tem algumas conexões canadenses de altas órbitas. Ele é um velho amigo de outro piloto bastante conhecido, general Tom Lawson, nada menos do que o chefe do Estado-Maior de Defesa do Canadá. Há tempos que Lawson vem se mostrando um fã do F-35, mas recentemente começou a diminuir a importância da furtividade. Ele disse à CBS News que os tomadores de decisão do governo deveriam ouvir seu velho camarada. Segundo Lawson, “toda aeronave tem um certo nível de furtividade, não apenas o F-35.” Ele também afirma que o novo secretariado, que vem procurando por alternativas, deverá checar quanta furtividade cada aeronave oferece.
Será que o Super Hornet tem aquilo que apregoa? “Eu não sei”, responde Lawson, que completa: “Nós vamos deixar isso para a equipe checar. Não possuímos Super Hornets. Até recentemente, nem havíamos chegado a considerar sua compra. Então eu acho que Ricardo Traven, meu bom amigo que você mencionou, deve ter algo a dizer a respeito disso, algo que poderia interessar todas essas equipes do governo, que estão juntas para levar isso em conta.”
Liguem seus motores
Assim, a disputa começou. E, se um dia foi amarrada para garantir a vitória do F-35, não é mais o caso agora. O governo insiste que está realmente “pressionando o botão de reset”, e que procura por alternativas com seriedade.
A CBC News contactou os fabricantes europeus do Typhoon, também conhecido como Eurofighter, assim como a Dassault, fabricante francesa do Rafale, e a sueca Saab, que produz o Gripen. Toudos disseram que foram contactados pelo Governo Canadense e que estão prontos para fazer suas ofertas.
Porém, é a entrada da Boeing na disputa que atrai a maior atenção. É o único concorrente dos Estados Unidos ao F-35, e ser “interoperável” com os EUA é um bom negócio para o Canadá. A Boeing também está oferecendo atender ou superar o conjunto de contratos, conhecidos como “benefícios industriais, que a Lockheed Martin direcionaria às empresas canadenses.
Com bilhões em jogo, valerá a pena assistir a essa batalha de gigantes.
FONTE: CBC News (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
NOTA DO EDITOR: a questão da furtividade relacionada a sobrevivência dos caças, levando em conta a necessidade ou não de se adquirir caças de quinta geração no curto ou médio prazos (especialmente no caso brasileiro), de maneira semelhante a diversos pontos levantados na reportagem acima, é tema de matéria da edição número 5 da Revista Forças de Defesa. Trata-se do artigo “O Brasil precisa de um caça de quinta geração?” (imagens abaixo). Se você não chegou a ler, não perca tempo. Adquira hoje mesmo seu exemplar da revista número 5. Utilize os botões de compra na coluna à direita da página, aguarde a entrega e boa leitura!
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A Boeing foi pra cima! Primeiro o dinheiro, depois a vida! Interessante quando ela chama o F-35 de “avião de papel”… O fato é de que o SH, para o Canadá (assim como para a Austrália) é um caça Tampão até a chegada do F-35, porém é um tampão realmente efetivo, no páreo pelos próximos 20 anos. A Boeing está partindo da premissa de que não haverá nenhuma revolução significativa nos próximos anos. Penso que nem ela acredita nisso, é só conversa fiada para vender. Nos próximos vinte anos, o tal do PAK FA entrará em operação, os xing lings,… Read more »
É claro que todos n´so, eu acho, preferiríamos um caça de 5ª geração, mas, será que ele é realmente tudo isso?
Um dos pontos fortes que acho que deveriam ter abordado nesta reportagem é o Radar de ambos. Qual o melhor? Será que o Canadá, mesmo tendo a Rússia ali ao lado precisa de um caça de 5ª? A fantástica rede de radares norte americana e seus AWACS não dão conta do recado?
Não precisa ser um Gódoi para saber que hoje este caça cumpre perfeitamente a transição para um caça de 5ª geração, para a FAB seria um avanço significativo ter no inventário essa aeronave, mas se for esta pode ser o Gripem.
A necessidade de furtividade é imperativa, somente se o outro lado tb tiver e for do mesmo nível.
O que não será nem o caso do ac russo e nem de ambas as aeronaves chinesas.
Furtividade?
Será mesmo que ainda teremos caças furtivos com a evolução tecnológica nos sensores nos próximos anos?
Acho que quem quiser se manter furtivo terá que manter um alto orçamento militar, coisa que me parece que os EUA estão começando a não poder fazer (vide o problema do corte orçamentário).
Na boa, pelo menos nos próximos 15 anos o Canadá estaria muito bem servido com o Super Hornet. Na mesma linha do que fez a Austrália. Digo isso porque, vendo os enormes problemas do F-35, não creio que russos, ching-lings e outros consigam deixar operacional uma aeronave stealth de verdade, no nível das americanas, antes de 2025/30. Tenho para mim que estes caças, mesmo depois de “prontos”, ainda serão meio que “genéricos”: “Tipo Net”… 🙂 E o Canadá poderia acabar por prescindir do F-35, ainda mais se a Boeing concretizar seu roadmap de fabricar um Ultra Hornet, com baias internas… Read more »
Boa matéria, ótimo debate, mas F-35 opor 110 milhões $ é uma balela das piores em! Esse é o preço que o Gripen NG estará saindo para a Suécia! Todos sabemos que o F-35 custa MUITO mais que isto!!! E o F/A-18 também não custa esta bagatela de 55 milhões $, estes valores estão meio escorregadios…
Uma pergunta aos colegas que estudam à fundo o assunto: a hora de vôo do Hornet, algo em torno de 16.000 doletas, constatada pela reportagem, tem esse valor independente dele operar embarcado? Isso é levado em consideração? Se um operador do Hornet, utilizá-lo somente de bases em terra, terá um custo de operação menor? Há algum estudo sobre o assunto? Se alguém puder responder, desde já obrigado.
Os F-35, no estado que estão hoje, sem um sistema GPS embarcado, são inúteis para uso no Norte do Canadá.
Lyw disse: 4 de março de 2013 às 10:37 Prezado Lyw, o valor de US$ 55 milhões é o preço (fly away cost) pago pela US Navy apenas pelas aeronaves. Sem dúvida que para um comprador externo, ainda mais em se tratando de primeira compra, o valor seria superior, por conta de toda a gama de ferramental e equipamentos necessários à operação. Entretanto, ainda assim não deve fugir muito disso. Quanto ao F-35, US$ 110 milhões seria o preço médio hoje, no LRIP4. A tendência é que caia no futuro, pois como a própria LM já afirmou, ela conseguiu reduzir… Read more »
Esse preço de US$55 milhões é o custo para os americanos. Na venda À outros países, terá de ser incluído os custos de desenvolvimento da aeronave, que evidente os americanos não pagam porque já bancaram o desenvolvimento.
Mas também tá valendo o preço de US$55 milhões ´para outros países se você excluir motores e radar.
Marcos disse:
4 de março de 2013 às 11:51
Caro Marcos, apenas uma correção: como você bem notou, os custos de desenvolvimento do Super Hornet já foram bancados pela US Navy quando de seu desenvolvimento. Ademais, eles já foram absorvidos pela frota já produzida (mais de 600 acfts).
Um comprador que viesse a adquirir hoje o SH não precisaria arcar com custo de desenvolvimento algum.
Sds.
Vader disse: 4 de março de 2013 às 11:50 Exatamente Vader, por esta razão não faz sentido dizer que o F/18 oferecido aos canadenses custará US$55 milhões… Um F-16C+ custa em média US$80 milhões pra um cliente externo e com uma eletrônica menos avançada que o caça da US Navy. Quanto ao F-35 eu lembro desta matéria que falas, mas pelo visto nenhum dos países signatários do projeto acreditam neste valor, estão todos assustados com o que provavelmente terão que desembolsar para adquirir esta aeronave, que deverá custar um valor bem maior que este que só mesmo o fabricante “acredita”.… Read more »
Bom, isto é o que eu acho, os amigos podem estar mais informados que eu com relação a este custos unitários.
Lyw disse: “4 de março de 2013 às 12:06 Vader disse: 4 de março de 2013 às 11:50 Exatamente Vader, por esta razão não faz sentido dizer que o F/18 oferecido aos canadenses custará US$55 milhões…” Lyw, sem querer defender o autor canadense da matéria, mas ele deixa muito claro que 55 milhões é o “preço de etiqueta”, que é o básico e separa isso de tudo o mais que se refere ao custo real da aeronave, desde o pacote logístico (por exemplo, quando ele fala em sobressalentes) e tantos outros itens, que correspondem aos outros 80% do custo que… Read more »
Companheiros do blog, perdoem-me off-topic: a Carta Capital desta semana trás uma boa matéria sobre a viabilidade de três fábricas de helicópteros atuando no país. Vale a pena dar uma conferida.
Ótima explanação Galante, é bom deixar estas coisas claras, antes que chegue gente comparando gato por lebre. Eu tinha visto o que ele falou a respeito dos 80% de custos operacionais, mas no todo eu não tive a mesma impressão que você quanto a clareza do texto, por isto insisti em levantar este debate aqui. De certa forma há uma certa obviedade quanto a diferença de custos entre o F/A-18 e o F-35 dadas as discrepantes tecnologias e inovações aero-estruturais (furtividade, transporte interno de armamento…) embarcadas em cada aeronave. A verdade é que quem quiser operar a aeronave mais moderna… Read more »
“Lyw em 04/03/2013 as 12:58
Ótima explanação Galante, (…)”
O Galante, salvo alguma mudança de planos, deve estar nesse momento voando de helicóptero numa missão para a revista Forças de Defesa.
Chamar o F-35 de “caça de papel” é forçar a barra. 🙂 Já existem dezenas voando, sendo inclusive sendo incorporados à esquadrões operacionais. Outro ponto é desdenhar da furtividade de um 5ª geração. Não cola. Furtividade quanto mais melhor, e nenhum 4.5ªgeração tem condições justas de combate com um F-22 ou no futuro um F-35, especialmente no BVR. Isso posto, o F-18E/F é uma boa solução Gap filler, como a Austrália vem demonstrando. Seria bom os canadenses fazerem uma visita aos “aussies” para parametrizar uma solução parecida, seja com o SH ou qualquer outro 4.5ª geração, e diminuir as futuras… Read more »
A Boeing simplesmente está querendo forçar a barra em comparar duas aeronaves de gerações distintas, não dá para comparar e eles sabe que quando o assunto é furtividade a experiência da Lockheed Martin faz toda a diferença.
Porque não reeditam o X-32 que perdeu o JSF? HEHEHEHE
Leonardo disse:
4 de março de 2013 às 13:27
A Boeing trabalha em um 6a geração (F-XX) e enquanto isso quer vender o F-18E/F. Nunca irão desenterrar o F-32 que iria acabar tão problemático quanto o F-35.
A verdade é que o Super Hornet é o caça de 4.5a geração mais furtivo que existe e vai melhorar mais ainda com seus CFT e CWB. Não duvido que ele esteja na mesma categoria que os caças ditos de “5a geração” sendo projetados na China, Rússia e Coréia do Sul. Nenhum destes países tem a tecnologia, e a vontade político-econômica, para bancar uma aeronave furtiva de verdade. Posto isso, o F-35 não foi feito pra enfrentar outros caças de qualquer geração que seja. Foi feito para enfrentar os sistemas S-300/400/500 e similares chineses, no primeiro dia de combate. Para… Read more »
Posto tudo isso, acredito que a melhor opção para Austrália, e o Canadá, é pegar o F/A-18E/F em bons números agora e bem menos F-35A que o planejado hoje, e operá-los em conjunto no futuro. Como na US Navy. Melhor custo/benefício. 65 F-35A poderiam ser 60 F/A-18E/F mais 30 F-35A, sairia mais barato e seria muito melhor militarmente.
Outros operadores do F-35, como Reino Unido, Itália, Israel, Japão e demais seguiram por este caminho.
Fernando “Nunão” De Martini disse:
4 de março de 2013 às 13:49
Hahahahahah… que viajada na maionese em Nunão 😛
Foi mals!
Almeida disse: 4 de março de 2013 às 13:48 “Alguém também mencionou a vantagem do F-35 no combate BVR. Não se esqueçam que a performance cinética do caça influencia tanto quanto a furtividade e sensores. O Super Hornet voa mais rápido, mais alto e acelera mais do que um F-35” Caro Almeida, apenas algumas observações: a taxa de aceleração até mach 1 do F-35 consta ser a maior de todos os caças existentes, sendo inclusive maior que a do Super Hornet, que já consta ser excelente. Além disso, as velocidades máximas são quase iguais, girando em torno de 1.200 mph,… Read more »
A Boeing já deu a dica pra todo fabricante de caça se 4.5ª G. Já que todos os de 4,5ª G tem um RCS reduzido, abaixo de 1 m2 numa configuração limpa ou com armamento ar/ar básico (pontas das asas e dorsais), a saída são os tanques conformais e os pods furtivos de transporte de armas, como proposto para o Silent Eagle e para o Super Hornet Road Map. Não incorporando esses dispositivos em seus projetos não justifica ter havido a redução do RCS na faixa de uma ordem de grandeza em relação aos de 4ªG e aí a superioridade… Read more »
Vader disse:
4 de março de 2013 às 14:57
Vader, acrescente a estes o fato de que o F-35 transporta armas internamente, o que diminui o arrasto e interfere menos em sua manobrabilidade (e no próprio consumo de combustível)! O que pesa contra o F-35 é sua “pequena” asa que teoricamente o prejudicaria no giro sustentado em relação ao Super Hornet… Mas isto é um detalhe que se torna pequeno ante a superioridade em termos de furtividade e sensores.
Vader,
O EOTS integrado à célula do F-35 também merece ser lembrado já que equivale aos diversos pods de ataque ar-sup (ATFLIR, Damocles, Sniper, Litening, etc) levados externamente pelos caças de 4ª e 4,5ªG
Caro Bosco,
Mesmo com o uso de EWP ou CWB, teríamos os caças de 4.5ª geração com rcs entre 1 e 0,1 m2. Pelo menos pelo que dá a entender um F-22 ou F-35 tem um RCS muito menor que isso. Eu diria que ainda não dá “jogo” para os 4.5ª geração. Seria um grande avanço em relação à outros 4ª geração, mas ainda não igualaria com os 5ª. Talvez aquele caça Sulcoreano com EWP possa fazer isso, pelo menos o design dele é muito próximo de um F-35, faltando apenas a baia interna de armas.
[]’s
Nick, Com certeza, mas pelo menos dá um certo alento e talvez combinado com uma tática adequada possa aferir algumas vitórias em hipotéticos combates. Por exemplo, um caça de 4,5ª com CFT e EWP adotando uma atitude passiva, usando exclusivamente o IRST e seu RWR, usando talvez mísseis despistadores, voando baixo, etc. Pode ser que funcione eventualmente. Também vai melhorar a penetração em missões ar-terra e antinavio. O que realmente não me entra é esse negócio de ter RCS de 0,1 m2 “pelado”. Quando se arma e “põe gasolina no tanque” rsrsrsrs, fica com RCS de um C-130. Aí realmente… Read more »
Vader, a LM não alcançou e o Pentágono reduziu vários resquisitos de performance do F-35, incluindo aí a aceleração, que foi bastante reduzida.
Segundo as fontes mais atualizadas, o Super Hornet chega em Mach 1 uns 20 segundos mais rápido, e atinge até Mach 1.8 em altitude. Tem uma matéria aqui no PA falando sobre isso e a reclamação dos futuros pilotos.
E com os motores EPE e os CFT do roadmap, dizem que ele pode acelerar ainda melhor!
Almeida disse:
4 de março de 2013 às 15:34
Almeida, a configuração básica do F-35 já está congelada há alguns anos e já ultrapassou em muito tais requisitos. O que foi reduzido foram os requisitos do Pentágono, e não do caça; até porque o Pentágono não é o único cliente do Projeto F-35.
Sds.
Melhorias na aceleração e outras capacidades do Super Hornet International Road Map:
http://www.aereo.jor.br/2011/11/05/boeing-revela-mais-detalhes-do-international-roadmap-do-super-hornet/
Mais limitações no F-35 de produção:
http://www.wired.com/dangerroom/2013/02/pentagon-downgrades-jet-specs/
F-35A: Maximum speed: Mach 1.6+ (Tested to Mach 1.61) at 43,000 ft (Tested)
F/A-18E/F: Mach 1.8+ at 50,000+ ft
Fonte: Wikipedia
A diferença é pequena, mas existe e está aumentando.
Algumas informações sobre os possíveis concorrentes no Canadá para ajudar no debate. F-35A Lightning II – Dimensões … … 15,67 x 10,70 x 4,33 metros – Área Alar …. …. 42.7 m² – Peso Vazio … … … … … 29.300 lbs. – MTOW …. …. … … … … 49.540 lbs. – Combustível interno .. … 18.480 lbs. – Drop Tank – supersonic .. 2 x 3.270 lbs. – Drop Tank – subsonic ….. não > 1 (um) turbofan Pratt & Whitney F-135, com um total de: – Dry Thrust … … … … 28.000 lbs. – Afterburner Thrust… Read more »
Almeida disse:
4 de março de 2013 às 16:46
Almeida, as velocidades foram medidas em altitudes diferentes. A diferença é mínima, e se a velocidade final pode aumentar na F-414, pode igualmente aumentar na F-135. Com o detalhe que, por conta das baias internas, o F-35 tem menor arrasto que o SH quando minimamente armado.
Sds.