Gripen na Red Flag: hora de voltar
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Foram voadas 17 missões em duas semanas de exercício nos Estados Unidos – na volta à Suécia, serão 12 reabastecimentos em voo por caça
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Nota publicada pelo site das Forças Armadas da Suécia na segunda feira, 4 de fevereiro, informou que os caças Gripen já deixaram a Base de Nellis, próxima a Las Vegas (EUA). Nas últimas duas semanas, um destacamento sueco da Ala 17 de Ronneby operou 8 caças Gripen no exercício Red Flag, com uma média de seis jatos participando de cada missão. No total, foram cumpridas 17 das 19 missões planejadas a partir da Base Aérea de Nellis (Nevada – EUA).
Uma missão foi cancelada pela direção do exercício devido a condições de tempo muito ruins para ataques a baixa altitude. Já o cancelamento da segunda deveu-se à presença próxima do jato “Air Force One” com o presidente Obama dos EUA a bordo, o que obrigou todos os aviões estrangeiros a ficar no solo durante uma tarde.
Terminada a participação sueca, é hora de fazer o traslado de volta ao país. Este é organizado como na ida em dois grupos de quatro caças Gripen, cada grupo acompanhado de um reabastecedor norte-americano KC-10. O início da volta para casa atrasou em um dia devido a defeito num dos KC-10, e só começou no domingo, como confirma relato no blog da Força Aérea Sueca. Um avião de transporte Tp84 (C-130 Hercules) da Força Aérea Sueca levará de volta a maior parte do equipamento, assim como o restante do pessoal.
Segundo o comandante do contingente, coronel Anders Segerby, o trabalho daqui para a frente será analisar os dados das missões, o que levará alguns meses. Ele acrescentou que a experiência será de ajuda inestimável caso a unidade seja envolvida numa situação de defender a Suécia, mas também para esforços internacionais como o de 2011, na Líbia.
Mais de um membro do destacamento concordou que, entre as experiências vividas ao longo das semanas, uma que não vão esquecer é o longo traslado com reabastecimento aéreo, com várias aeronaves voando juntas: agora, doze reabastecimentos em voo serão feitos por caça no caminho de volta. Outro ponto destacado foi a complexidade do exercício, fazendo desenvolver muito as capacidades de todos os envolvidos.
FONTE / FOTOS: Forças Armadas da Suécia (tradução do Poder Aéreo a partir de original em sueco)
NOTA DO EDITOR: uma detalhada descrição do tipo de missão voada na Red Flag pelos pilotos de Gripen, numa narrativa de um capitão que comandou uma missão envolvendo mais de cinquenta aeronaves no ar, está no blog da Força Aérea Sueca (clique aqui para acessar). Evidentemente, está escrito em sueco. O Gripen Blog fez uma tradução resumida do relato, que pode ser lida clicando aqui. A narrativa trata do planejamento de 36 horas antes das decolagens, que envolve as atribuições e estratégias de cada unidade, riscos e objetivos.
Na missão descrita, caças furtivos estavam lutando do mesmo lado da força liderada pelo piloto sueco, e ele dá a entender que a função desses jatos era fazer varreduras de escolta na área. Outras aeronaves do pacote estavam configuradas para supressão das defesas aéreas, seguidas pelos caças Gripen para o ataque aos objetivos terrestres, configurados com bombas GBU-49. Também portavam mísseis, como na foto acima.
VEJA TAMBÉM:
Cuidado! Quem defende o Gripen é… 😉
Basicamente os Gripen atuaram como bomb-trucks 🙂
E os F-22 fizeram a limpeza. 🙂
[]’s
“E os F-22 fizeram a limpeza.” Pois é, Nick, limpeza contra nada menos que caças F-15 e F-16 (tops em diversas forças aéreas do mundo) voados por especialistas em tornar difícil a vida dos adversários, imitando Flankers e Fulcruns (tops em outras tantas forças aéreas do mundo). Nada mal! Já quanto ao papel de “bomb-trucks” do Gripen, de fato uma função interessante para um caça que muita gente diz ser “pequeno e de perna curta” – o mesmo caça que um ano e meio atrás, quando “só” fez missões de reconhecimento, rendeu comentários de gente dizendo que não tinha capacidade… Read more »
“E os F-22 fizeram a limpeza.” Mas esta é a principal missão de aeronaves como Raptor, Eagle e Typhoons, que no projeto priveligiavam a superioridade aérea, com outras missões sendo acrescentadas ao logo da vida operacional e/ou versões. Interessante o uso da Paveway II GBU-49 (ou Enhanced Paveway II, ou ainda EGBU-12), uma bomba guiada por dois modos (dual-mode guided bomb) de 500 libras, cerca de 227 kg. Guiada por laser ou GPS é praticamente imune ao mau tempo. Como a GBU-12 já era integrada ao Gripen deve ter sido fácil integrar esta versão melhorada, se é que foi necessário.… Read more »
Nunão,
Acredito que esta troca de info entre operadores do Gripen deve ser muito profícua, pois permite a operadores com menos aeronaves e/ou sem acesso a treinamentos padrão Otan possam receber atualizações e conhecer experiências importantes para sua prontidão operacional.
Abç.
Caros
Bom seria se o Brasil tivesse um “bomb-trucks” como este!
Abs a todos
Fernando “Nunão” De Martini disse: 5 de fevereiro de 2013 às 12:54 “o mesmo caça que um ano e meio atrás, quando “só” fez missões de reconhecimento, rendeu comentários de gente dizendo que não tinha capacidade de ataque terrestre…” Nunão, vale sempre lembrar que o Gripen “só” fez missões de reconhecimento na Líbia porque o parlamento sueco proibiu os caças de atuarem em outras missões, em respeito à resolução da ONU. A Suécia, dentro de sua tradição de neutralidade e de apoio ao Direito Internacional, respeitou à risca a resolução que determinou a exclusão do espaço aéreo Líbio, enquanto que… Read more »
Nunão, boa noite. Não me lembro de ter lido qualquer comentário de alguma credibilidade dizendo que o Gripen C/D não tinha capacidade de ataque terrestre. O avião está operacional há mais de uma década e até mesmo os menos informados e leigos sabem disso. Recordo que houve comentários sobre alguma falta de comunalidade com os meios de comunicação NATO, sobre um problema na gestão do suprimento de combustível e sobre o alcance reduzido (comparado com Super Hornet e Rafale). O Gripen C/D não precisa de Red Flag para comprovar sua capacidade, que certamente já é bem reconhecida pela “rafanalha”. Abraço,… Read more »
Justin, não quero aqui promover cizânia, foi só um exercício de memória e de provocação para relembrar a todos como é fácil fugir, muitas vezes, do debate mais produtivo. Isso porque lembro de ler esse tipo de comentário em vários fóruns, não só aqui, e até de gente que costuma comentar com credibilidade e que caiu no conto do “não soltou bomba porque não consegue”. Mas isso faz parte da tradicional briga de torcida do interminável campeonato de pontos corridos do F-X2. Lembro que até valeu usar como argumento uma tradução / interpretação equivocada de uma declaração de autoridade sueca… Read more »
“…e sobre o alcance reduzido (comparado com Super Hornet e Rafale).”
Mas foi Le Jaca quem trocou a base na Córsega pela base na Sicília, pois cortava o percurso e os revos pela metade.
E por falar em revo, sabem se o Gripen sugou alguma cesta, tanto na viagem de ida, qnto na volta???
Maurício,
Sobre a troca da Córsega pela Sicília, eu achei uma decisão corretíssima. Foi quando o conflito passou dos ataques de cunho mais estratégico para o campo tático. Afinal, seja Gripen, Rafale, Typhoon, F-16, quanto mais perto do objetivo, melhor.
A revista número 2 traz uma análise nesse sentido, refletindo sobre a vitrine que a Líbia deu aos três Eurocanards e como o dia-a-dia das operações táticas acabava praticamente nivelando os três.
Saudações!
Não é crítica, mas acchei 12 Revos demais?
Fabio,
Como comparação, os franceses voando da Córsega p/ a Líbia, necessitavam de 4 revos, já os demais aliados, voando a partir da Sicília; necessitavam de somente 2.
Compare essas distâncias, c/ aquelas voadas pelos Gripens, da Suécia p/ o meio dos EUA e a volta.
Caro Nunão,
Não foi exatamente uma crítica, mesmo que sendo. 🙂
O que quis dizer é : Gostaria de ter visto combates dissimilares entre o Gripen C/D contra os F-16/F-15 Agressors. E claro, saber o rate de vitórias/derrotas. 🙂
No mais, foi demonstrado a capacidade ar-solo, o que é bom.
[]’s
Nick, Não me referia a você, nem a ninguém próximo. Generalizei a questão, sem “fulanizar”, como diria um ex-presidente. Sobre os combates dissimilares, são coisas que podem acontecer na Red Flag dependendo da função de cada aeronave no pacote de ataque, e do desenrolar das ações. Mas não é um exercício voltado especificamente para treinamento BVR e de dogfight etc, e sim para treinar pacotes de ataque enfrentando ameaças do ar e de terra. Os combates aéreos são decorrência óbvia, mas não a finalidade principal, pelo que sei. Também fico muito curioso para saber, no caso de combates dissimilaes terem… Read more »