Um pequeno avião para forças aéreas pequenas
Conheça o LH 10 Ellipse, uma aeronave única
Em maio de 2004 o jovem engenheiro francês Sébastien Lefebvre criou a empresa LH Aviation no norte da França. Além de engenheiro, Lefebvre também é piloto privado e percebeu que havia um nicho de mercado para novos monomotores leves de uso esportivo em função do envelhecimento da frota.
A LH Aviation passou então a trabalhar no projeto de um novo monomotor leve denominado LH 10, que recebeu o nome Ellipse. O protótipo (SN00) foi apresentado em junho de 2006 durante a Avia International Airshow e voou pela primeira vez em setembro do ano seguinte.
O projeto
Trata-se de um avião biposto, em tandem, com dimensões bastante reduzidas e asa baixa de grande alongamento (relação entre a envergadura e a corda da asa). O sistema de propulsão é composto por um motor Rotax 912 (quatro cilindros) de 100 HSP e uma única hélice tipo impulsora tripá, posteriormente modificada para quadripá.
Seu desenho é bastante inovador, mas o segredo está mesmo na estrutura, totalmente fabricada em materiais compostos. Isto confere alta resistência (mas não é uma aeronave acrobática de alta performance) e um baixo peso vazio (apenas 270kg). O peso máximo de decolagem é de 500kg, o que significa uma carga útil de 230kg.
O trem de pouso principal é fixo, mas o trem do nariz e recolhido em voo. A velocidade máxima chega a 200 nós e em regime econômico de voo (100 nós) a autonomia pode chegar a 720 Nm (cerca de 1330km), ou 8 horas de voo.
O painel do piloto é do tipo EFIS, com duas telas dominando o centro, mostradores de velocidade e altitude na esquerda, bússola e painel de alarme na direita. O manche é do tipo “side stick” (versões iniciais possuíam o manche no centro) e, acredite ou não, o avião incorpora o conceito HOTAS (hands-on throttle and stick).
Como se não bastasse tudo isso a aeronave é extremamente furtiva. O pequeno tamanho e a estrutura de compostos de carbono transformam o LH 10 em uma das aeronaves tripuladas com a menor assinatura radar em todo o planeta. O sistema propulsivo possui mínima assinatura termal e acústica.
Do civil para o militar
Em março de 2008 a empresa mudou-se para o aeródromo de Melun-Villaroche em Seine-et-Marne (próximo de Paris), onde foram estabelecidas as instalações para a linha de produção da aeronave. Até 50 unidades podem ser construídas por ano a partir de 2014.
No verão de 2008 o avião foi exposto estaticamente na Farnborough Airshow, mas a demonstração aérea para o grande público ocorreu somente no ano seguinte, durante a Le Bourget Paris Airshow. Na seqüência, o avião recebeu a certificação das autoridades francesas.
A idéia inicial era produzir um avião para lazer, adquirido por usuários particulares. Mas também foi pensado como aeronave de treinamento, tendo duplo comando. Porém, outras utilidades para a aeronave passaram a ser estudadas e seu emprego militar foi avaliado em detalhe. A primeira ideia foi empregar a aeronave para vigilância, totalmente desprovida de armamento.
Em janeiro de 2011 foi noticiada a primeira encomenda, composta por duas aeronaves. O cliente era na verdade uma força aérea. Trata-se da Força Aérea Popular de Benin, país da costa ocidental da África. O primeiro LH 10 de Benin, que recebeu a denominação “Grand Duc” naquele país, foi apresentado no Paris Airshow de 2011 e entregue ao cliente em setembro do mesmo ano. Há informações de que a segunda aeronave foi entregue no mesmo ano. Os aviões estão equipados com piloto automático, GPS, sistema de comunicação por satélite Iridium e sistema para rastreamento do avião a partir do solo. A principal missão destes aviões é a vigilância da zona costeira da capital Porto-Novo.
Depois da encomenda do Benin, surgiram informações de que a Força Aérea de Mali (outro país africano) estaria interessada na aeronave. Durante a Eurosatory deste ano, a LH aviation anunciou que Benin receberia outras duas aeronaves e quatro outras já haviam sido negociadas com outros clientes. Já durante a Euronaval foi anunciado que até o final deste ano, dez modelos de produção já estarão prontos e negociações estavam em andamento com um país da América do Sul.
Incorporando armas e sensores
Em junho de 2012 o LH 10 foi exposto pela primeira vez na Eurosatory. E também foi a primeira vez que ele apareceu para o público em geral com armamento e sensores sofisticados. Dos dois modelos expostos, ambos denominados “advanced”, o primeiro apresentava pintura civil e estava equipado com uma torreta optrônica giroestabilizada Otus L170 no nariz. Essa torreta foi desenvolvida pela empresa sueca DST para equipar principalmente aeronaves não tripuladas e pesa menos de 3kg. A segunda aeronave, com pintura camuflada, apresentava dois lançadores duplos de foguetes de 68mm guiados a laser produzidos pela TDA (subsidiária da Thales).
Já durante a Euronaval, ocorrida alguns meses após a Eurosatory, a mesma aeronave com pintura camuflada foi exibida, mas com novas modificações. O nariz ganhou uma nova carenagem para embutir a torreta, resultando num aspecto mais aerodinâmico. Associado à torreta, foi instalado o sistema SAM SARA da Cassidian, que gerencia e processa os dados provenientes do Otus L170. Esta configuração permite o emprego da aeronave em missões de reconhecimento e vigilância.
Além das modificações no nariz, entre as duas pernas do trem de pouso principal havia uma carenagem para abrigar o radar 5000E Seaspray da Selex Galileo. Trata-se de um moderno radar do tipo AESA com alcance superior a 100 milhas, cujo sistema todo pesa aproximadamente 45kg. Também como opção foi sugerido uma versão equipada com foguetes de 68mm da TDA denominada C.A.S. (Close Air Support).
Embora tenha nascido como aeronave civil, o LH 10 encontrou grande apelo no meio militar, principalmente nas missões de reconhecimento e vigilância. Isto graças à tecnologia, que permitiu construir uma aeronave estruturalmente leve e incorporar sensores altamente capazes e bastante compactos. No entanto, equipar uma aeronave deste porte e com desempenho modesto para missões CAS ainda parece estar longe da realidade.
Taí o FX-2…..” um pais da America do Sul” .E de 36 serão apenas 10…..
Tá bom ném Cerço….!!!!!
Com 36 desses nós seremos soberanos, o Paraguay que si cuide.
Que luxo…até radar AESA têm….. parece um filho anabolizado de um Pampa II…. pero no mucho !
Apesar de francês (rsssss…) é uma ideia interessante…. faltou dizer quanto custa a versão militar.
Sds.
Para uma aeronave que fatalmente vai virar alvo, a falta de assentos ejetáveis pode sair cara (1 tripulação a menos)
Baschera disse:
23 de novembro de 2012 às 11:55
“Apesar de francês (rsssss…) é uma ideia interessante…. faltou dizer quanto custa a versão militar.”
Isso depende….quer com ToT ou sem???
Se for com ToT pode por uns US$ 40 milhões cada…rs
Próximas idéias:
– Jet-sky armado com uma .50;
– uma moto CG equipada com SAM (lançadores duplos Mistral);
– Ultra-leve bombardeiro, armado com mark 81 (só uma!).
Prefiro o Fan Trainer.
Um missil A-Darter em baixo disso ia ficar parecendo um Torpedo de 533mm. 🙂
No mais, até o Super Tucano dá uma surra nisso ae.
[]’s
Vamos rechear o 14BIS. O cara pode voar em pé e até com para-quedas, não há a preocupação de perder a equipagem.
Hiiiiiiiiiiiiii! Ele também é francês. Vamos de pagar a TOT de qualquer jeito.
Fora o bom humor dos colegas, o que é sempre saudável, por vezes é temerário condenar essas iniciativas. A prova mais contundente de que não se deve menosprezar aeronaves que possam parecer frágeis ou mesmo ultrapassas, está na história recente. O sueco Gustaf von Rosen fez um incrível feito no Biafra com uns poucos Bo 208C ( MFI-9B) de 75 hp, destruindo no solo vários MiG-17 e IL-28 em ataques surpresa. Quando ao avião, interessante, porém recolher somente a bequilha dianteira é o cúmulo da inutilidade. Eu ficaria mesmo com uma configuração parecida com o Bölkow, que citei acima, avião… Read more »
E ainda por cima é furtivo!
Um pequeno avião…pequeno mesmo! hehe mais jeitosinho rs
O sonho é livre em qualquer departamento de marketing, eles fazem a parte deles que é propor, as FA´s fazem a parte delas que é avaliar a idéia, que não necessariamente pode ser lá muito boa. A Air Tractor, tradicional fabricante de aviões agrícolas norte americana, propôs o AT-802U, uma aeronave agrícola de 1350Hp, que foi modificada para atuar como plataforma armada. Ela foi proposta no programa LAAR, Light Attack/Armed Reconnaissance, aquela concorrência que o Super Tucano ganhou mais não levou. Se a USAF não levou a sério o AT-802U, os emirados árabes levaram e comparam 10 deles. Olha o… Read more »
Tirando a versão militar do LH 10 eu acho que este projeto é digno dos maiores elogios. Primeiro por ser uma aeronave de engenharia de primeiríssima linha. Fibra de carbono, configuração pusher, EFIS, side stick, excelente desempenho em relação a sua potencia, recolhimento do trem dianteiro. Diferente de coisas que vejo no Brasil, estrutura de aço treliçado, fibra de vidro, quase total ausência de instrumentos de vôo entre outras “simplificações” em uma época onde tecnologia aeronáutica para aviação leve nunca esteve tão barata. Pela cultura aeronáutica brasileira, de primeiríssima linha em alguns setores, ainda estamos um bocado carentes de inovação… Read more »
“…a Aeromot propôs algumas vezes o “Guri” uma versão da célula do Xigango como…”
Existiu tb um Embraer Emb-715 Gurí, era projeto original da Piper.
“Pelo tamanho da frota, pela qualidade dos engenheiros aeronáuticos e pelo potencial de crescimento, já deveríamos ter no Brasil uma marca consolidada de aeronaves leves.”
Assino embaixo!!!
Mas infelizmente como não interessava, a Embaer recém privatizada pelo menos, venderam a licença da Piper p/ os argentinos.
Por aqui o “dog and phoney show”, chama-se KC-390.
É uma versão do Bede BD-5.
Este projeto é vendido para fabricação caseira. Esse avião foi fabricado por seus proprietários com vários tipos de motorização, inclusive com motores a jato de aeromodelos radio controlados.
Outro avião desse tipo que eu gosto é o Cri-Cri (Cricket), que já voou até com motores elétricos em um projeto da EADS.
Caro Groo
O Micro-Lê Jaká não é uma versão do BD-5, mas apenas um pusher BD-5 genérico a ” lá croissant”…..
Custo 135 Mijones de Euros com Tot , claro…….Melhor que o F-35, é óbvio……E o mais importante, furtivo, claro …..também não tem aquele Probe ” Hóóóórrrrriiiivéééllllllll”
AHAHA quero um pra mim!!
O que eu vejo errado de tudo aqui com essa pequena engenhosidade de tecnologia avançada, é a comparação com outras antiguidades, de forma incorreta, não é combate plano versus avião, é que o avião desempenha melhor a função, neste caso reconhecimento de sigilo e ataque cirúrgico mesmo baixo custo.
No caso dos poderes militares (EUA, RÚSSIA, FRANÇA, CHINA e aquele que tem a parte traseira dos argentinos em INGLATERRA) (eles usam UAV – US $ 40 milhões cada) testados com sucesso. Esta pequena é uma resposta barata para os bolsos do Terceiro Mundo
Para fazer o mesmo trabalho que este brinquedo, você precisaria de um reconhecimento de UAV de US $ 40 milhões. de dólares e um super tucano de US $ 20 milhões. de dólares, ou um ataque de reconhecimento de UAV de US $ 120 milhões,
A desvantagem: está tripulada / mas também é sua vantagem: enterra seu preço em apenas US $ 2 milhões de dólares
Roberto F Santana 23 de novembro de 2012 at 18:20 …….E claro, mandar um sujeito decolar para levar chumbo em coisas movidas por motores Rotax não é nada piedoso, seria mais caridoso dar-lhe pelo menos um motor certificado, um Lycoming de uns 150 hp. . Roberto F Santana, o Rotax ja tem versão certificada para aeronaves não experimental, e com tempo entre overhaul maior do que os Lycoming e Continental tradicionais. Se eles escolheram um motor de baixa potencia é porque foi o suficiente e é mais econômico. ROTAX 912 ULS/S The 100 hp product line offers more power while… Read more »