Rafale é superior quando influência dos EUA não é o critério, diz CEO da Dassault
–
Declaração, que se refere à seleção do Rafale na Índia, foi dada durante apresentação dos resultados da Dassault do primeiro semestre de 2012
–
Na quinta-feira, 26 de julho, a Dassault Aviation divulgou seus resultados financeiros no primeiro semestre de 2012, em evento presidido pelo chefe-executivo (CEO) da empresa, Charles Edelstenne. O Poder Aéreo traz aqui alguns destaques entre as informações disponibilizadas, assim como algumas das telas da apresentação (veja link ao final para acessar informações na íntegra).
Segundo Edelstenne, a primeira metade do ano foi marcada por dois eventos. Um foi a apresentação para autoridades, em janeiro, do Neuron, o demonstrador europeu de aeronave remotamente pilotada de combate. Outro foi a seleção do Rafale pela Índia, dentro do programa MMRCA que prevê o fornecimento de 126 aeronaves de combate multitarefa de porte médio.
Os dois eventos são promissores, segundo o executivo.
O Neuron não tem equivalente na Europa e representa, além dos desafios tecnológicos, uma boa posição da empresa na nova geração de aeronaves de combate que a França e o Reino Unido estão considerando para sua cooperação (projeto UCAS).
Sobre o Rafale, Edelstenne disse que “a escolha indiana, nos critérios técnicos, operacionais e financeiros, confirma a superioridade do Rafale quando a influência dos Estados Unidos não é o critério”
O executivo ressaltou, porém, que esses dois sucessos do primeiro semestre ainda precisam ser confirmados: o Neuron precisa passar com sucesso em seu cronograma de testes e as negociações do Rafale ainda precisam ser finalizadas. Outra questão que mencionou foi o peso da crise no orçamento de Defesa da França.
Sobre o mercado de aeronaves executivas, Edelstenne arirmou que ainda está na convalescência, e que a volta do Falcon a um balanço de vendas positivo ainda não é o suficiente para estabilizar o estoque de encomendas (backlog) que ainda está caindo. A atividade é forte na China, onde a Dassault vem investindo maciçamente na promoção e no apoio de seus produtos. Mas os principais desafios permanecem, junto com a crise, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental.
Entre os destaques divulgados na área de defesa, está um crescimento em encomendas para 376 milhões de euros, neste primeiro semestre de 2012, quando comparado aos 147 milhões de euros do mesmo período do ano passado. A maior parte do crescimento tem como causa contratos de apoio e de desenvolvimento com o Exército Francês (Armée de terre).
Foram entregues quatro caças Rafale para a Força Aérea Francesa (Armée de l’air) e para a Marinha Francesa (Marine Nationale) nos primeiros seis meses de 2012, comparados aos seis do mesmo período do ano passado. No total, as entregas de Rafale até hoje somam 108 aeronaves. As vendas de defesa tiveram um aumento de 2% devido à ampliação de atividades de apoio e de desenvolvimento.
Até o final do ano, a empresa espera entregar um total de 11 caças Rafale. Já na aviação executiva, a expectativa é entregar 65 jatos Falcon. Os resultados de vendas, ao final do ano, deverão ficar próximos aos de 2011.
FONTE / FOTOS: Dassault – para acessar página com diversos arquivos em formato pdf detalhando esses resultados financeiros e perspectivas, clique aqui.
Superior em que???
Tecnicamente, operacionalmente e financeiramente, segundo a declaração do CEO, quando a influência dos EUA não é um critério na escolha de um caça.
E comparado a quê?
No âmbito europeu, restam o Eurofighter e Gripho. O primeiro está empatado ao Rafale em termos de custos e, opinião minha, é superior
em termos de equipamento. O segundo, tem preços menores e, também opinião minha, tá de igual para igual em termos eletrônica e perde por ser um monomotor, mas ganha em manobrabilidade.
“Marcos Enviado em 27/07/2012 as 12:54 E comparado a quê?” Se formos levar em conta que a frase do CEO fala especificamente da seleção indiana, então ele pode estar dizendo que é superior ao Typhoon (talvez o maior rival na Europa) em uma concorrência onde a influência dos EUA já teria sido retirada da lista final com a eliminação do F-18 e do F-16. Quanto a Gripen e MiG-35, como foram ignorados para a lista final independentemente da retirada dos dois norte-americanos, creio que esse raciocínio do CEO nem os leva em consideração. Mas, se formos mais longe, sabe-se que… Read more »
A comparação do CEO foi com o F-18E e F-16E. Se fosse com o F-35 ou F-22 não teria condições. 🙂
No mais, observar que o Estado francês segura 43% do faturamento da Dassault. Se o GF segurar algo próximo disso da Embraer está bom.
[]’s
Me parece meio óbvio isso. Somente os torcedores não reconhecem no jacto frances o estado-da-arte de um 4ª Geração. Se fizermos um comparativo entre os caças navais, com uma abordagem bruta, o Rafale M é o melhor caça naval da atualidade(que chegou a ser considerado pela USN). No âmbito europeu é o único caça realmente multirole. Não adianta. Typhoon é interceptador puro e o gripen é apenas parte do sistema de defesa sueco. Fora dele, é apenas um F-20 moderno(o que não o desmerece. Queria ver a FAB com um F-20 desses…). Francês pode ter um monte de defeito(e tem!),… Read more »
“Se o GF segurar algo próximo disso da Embraer está bom.”
A Embraer é empresa privada, que se vire no mercado, não é obigação do governo de maneira alguma; leva-la pela mãozinha.
A responsabilidade primordial do governo, tem que ser c/ o setor industrial, como um tdo e não somente algumas empresas.
Mas Mauricio R., quando tu tens uma Política de Defesa e um Parque tecnologico, é “virem-se”? Danem-se voces? Ou será que justamente por ter uma Política de Defesa e um Parque Tecnologico é que as empresas tem seus maiores faturamentos com o Estado? Vede que os EUA possuíam diversas empresas, reduzidas a menos de meia dúzia nos últimos 30 anos e o Estado é o grande cliente…
Penso que se a embraer(ou qualquer outra) for detentora de tecnologia sensível, tem mais é que levá-la pela mãozinha…
Essa jaca não é superior nem ao F-16 block 60, segundo a própria AdlA. Mas custa 3x o preço de qq de seus concorrentes, com a única possível exceção do Typhoon.
Isso aí só ganha quando rola antiamericanismo, como aqui e na Índia. Senão perde de lavada até de caça russo…
Mas lógico, o cidadão em questão não iria falar nada diferente disso…
O Rafale é superior, muito superior a seus concorrentes em custos! Somente fraudando relatórios de custos é que consegue vender.
Como disse a Chancelaria do Marrocos, porque comprar um Rafale se um F-16 o mesmo que o caça francês e é três vezes mais barato? Ninguém em Paris respondeu!
Abs,
Ricardo
Giordani RS, Sinceramente não ví essa “política de defesa” e menos ainda esse “parque tecnológico”, aonde estão, aonde é que ficam??? Aliás c/ a recente cooptação das empreiteiras, p/ “investirem” nessa indústria, através de genrosas beneces estatais, tenho mta pena das ffaa brasileiras. Exceto pela Embraer, que poderia subsidiar ela própria seus negócios de defesa, pois fatura horrores na aviação executiva e regional, mas não o faz; as demais empresas de defesa sem exceção estão encostadas no governo. E se algo realmente violento não for feito, continuarão nessa mesma situação. Ocorre que o Estado, não tem a obrigação de sustenta-las,… Read more »
Não viu porque não existe no brazil…
Concordo que o Estado não tem que sustentar, mas certas tecnologias não vivem sem o Estado. Ve que só agora, 50 anos depois é que a tecnologia espacial começa a deixar a NASA?
😉
Giordani RS, Se certas tecnologias não vivem sem o Estado, pq deixá-las então, acessíveis a iniciativa privada??? Novamente, iremos desconsiderar, mesmo ignorar as boas práticas em gestão empresarial, somente pq esta ou aquela empresa, fabrica canhão??? O próprio Estado, que cuide delas, no nosso caso em especial, capacitando tanto a Imbel como a Engepron em faze-lo. Veja que nos últimos 30 anos, o Estado através das pesquisas conduzidas pelas ffaa, transferiu a iniciativa privada montes de tecnologias, mas estas não reverteram em quase nada. E qndo as ffaa necessitaram de novas capacidades, as tecnologias p/ tal, que deveriam ter sido… Read more »
Amigos, bom dia. A maioria das tecnologias aplicadas na aviação militar são de uso dual civil/militar. Alcançar essas tecnologias por seus próprios meios não é fácil para as empresas, quando submetidas às regras de mercado. Os investimentos são muito elevados. As políticas de offset das aquisições militares, por outro lado, permitem que essas tecnologias sejam disponibilizadas, como caminho para vencer competição para o contrato militar de valor elevado. Quanto ao uso posterior da tecnologia: 1. A tecnologia recebida está sujeita à obsolescência. Ela tem que ser um ponto de partida e continuar a ser desenvolvida. 2. Os governos não têm… Read more »
Penso que, por principio, o gov (dinheiro publico) nao deveria ser usado p/ beneficiar negocios particulares: pode ser que seja o caso, mas entao deveria ser justificado caso a caso (eh justificado? onde estao os estudos?). Se for algo definido militarmente como estrategico, o criterio deve ser distinto, nao uma avalicao estritamente economica; Se for algo que terah uso civil comercial, entao deveriam existir mecanismos de avaliacao ex ante e ex post p/ saber do custo-beneficio p/ sociedade. Para avaliacao ex ante existem diferentes metodologias utilizadas, mas ex post eh de uma quase total escassez de avaliacoes. Pouquissimos paises fizeram… Read more »
Senhores, o Marrocos é uma ex-colonia francesa, usa amplamente o francës como idioma governamental, e o CEO da Dassault quer que a gente acredite que ele escolheu o F-16 por influencia dos EUA?
Charles Edelstenne é o CEO da Dassault. Suas palavras devem sempre defender a Dassault, mas tem feito mais que isso, tem procurado defender a sua gestão a frente da corporação e a gestão dos parceiros políticos. É emblemática a frase: ““a escolha indiana, nos critérios técnicos, operacionais e financeiros, confirma a superioridade do Rafale quando a influência dos Estados Unidos não é o critério”.” Um sofisma (como outros) sem dúvida. A “escolha indiana” foi dividida em duas fases: a primeira operacional (dentro do que a Bhartiya Vāyu Sena entendia como importante para ela) e a segunda financeira (depois de eliminar… Read more »
Outro ponto importante: “Sobre o mercado de aeronaves executivas, Edelstenne afirmou que ainda está na convalescência, e que a volta do Falcon a um balanço de vendas positivo ainda não é o suficiente para estabilizar o estoque de encomendas (backlog) que ainda está caindo.” Os jatos executivos representam para a Dassault 46% do seu backlog. A referência é sempre a crise ocidental, Estados Unidos e União Européia, mas é óbvio que a entrada de novos concorrentes oferencendo alternativas interessantes tem influenciado as vendas dos tradicionais fabricantes de business jet. É o caso da Embraer Executive Jets, com seus Legacy e… Read more »
E nem tudo são flores para a Embraer:
http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/poucos-pedidos-derrubam-acoes-da-embraer
Ou neste link:
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/poucos-pedidos-derrubam-acoes-da-embraer
Prezado Ivan
Enriquecendo o debate, faço uma pergunta:
Em caso de uma missão de defesa aérea onde os inimigos seriam aeronaves SU-35, qual aeronave vc escolheria e os motivos, o Beagle, Typhoon ou o NG (digamos daqui a 5 anos)?
Saudações cordiais
[…] Rafale é superior quando influência dos EUA não é o critério, diz CEO da Dassault […]
[…] Produção do Rafale terá mais duas décadas e atingirá 300 unidades só para a França […]