FX-III da Coreia do Sul: três concorrentes submetem suas propostas
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Entrega das propostas é feita em meio a críticas de políticos, tanto de situação quanto de oposição, sobre o pouco tempo disponível para testes e avaliação das propostas, o que não permitiria voos no F-35 e até no F-15
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O jornal sul-coreano Korea Times noticiou que os três concorrentes ao programa F-X-III da Coreia do Sul submeteram suas propostas para a disputa: dois gigantes aeroespaciais dos Estados Unidos, Boeing e Lockheed Martin, e o líder europeu na fabricação de aeronaves, a EADS. A informação foi dada por uma autoridade da agência estatal de aquisições de armamentos (Defense Acquisition Program Administration – DAPA) nesta segunda-feira, 18 de junho.
Segundo a autoridade, a Boeing foi a primeira empresa a submeter sua proposta detalhada do F-15SE na quinta-feira passada. Já a EADS (European Aeronautic Defense and Space Company) que concorre com o Eurofighter Typhoon e a Lockheed Martin, que oferece o F-35, entregaram suas propostas nesta segunda-feira.
A DAPA planeja abrir as várias caixas de documentos que os três competidores submeteram nesta quinta-feira, para que a análise e a avaliação seja feita até setembro. Espera-se que o vencedor do contrato, estimado em 8,29 trilhões de won (7,16 bilhões de dólares) seja anunciado em outubro, para que o contrato seja assinado por volta do final deste ano. No total, o programa prevê a aquisição de 60 caças de última geração entre 2016 e 2020, sendo a última fase de um programa que já contemplou a aquisição de 60 caças F-15 da Boeing, que ganhou tanto as etapas FX-I (em 2002) e FX-II (em 2008).
Ainda segundo o jornal, o comissário da DAPA, Noh Dae-lae, voltou atrás nas sua posição anterior a respeito do uso de testes simulados para avaliação do F-35. Noh Dae-lae enganou-se quando disse que Japão e Israel avaliaram o F-35, que ainda está sendo desenvolvido e testado, com um simulador de voo e que não seria um problema para a a Coreia fazer o mesmo. Porém, depois foi descoberto que os dois aliados dos EUA adquiriram o F-35 baseados em análise de documentos, sem testes de simuladores ou voos reais.
O porta-voz da DAPA, Baek Youn-hyeong, disse: “A DAPA vai conduzir negociações de acordo com o atual cronograma. Se houver uma necessidade de estender o período de negociação para proteger o interesse nacional, nós vamos discutir o assunto ao longo do processo de tomada de decisão.” A declaração vem num momento em que políticos tanto de partidos da situação quanto de oposição questionam “a apressada avaliação e compra” dos novos caças, dizendo que o maior plano de aquisição de armas do país deveria ser tocado pela próxima administração, que vai assumir no ano que vem.
O político da situação Shim Jae-chul destacou que a DAPA vai gastar apenas um mês testando e avaliando os três caças multitarefa e que não será possível que os avaliadores voem o F-35 ou mesmo o F-15SE. A oposição vai além: Park Yong-jin, porta-voz do principal partido oposicionista, pede pela imediata suspensão do projeto F-X-III.
Já autoridades da Força Aérea dizem que a introdução de novos caças é urgente e não pode ser adiada, pois um grande número de caças antigos dos modelos F-4 e F-5 deverão dar baixa nos próximos anos.
Para ampliar a competição para o programa, os requerimentos da Força Aérea foram diminuídos, pois no início apenas o F-35 poderia atendê-los, por suas características furtivas e baia interna de armamentos. Com a mudança dos requisitos, foi possível que a Boeing e a EADS entrassem na competição. A EADS, cujo caça perde na comparação de características furtivas segundo o jornal, já anunciou que ofereceria uma instalação de fabricação do Typhoon e proveria a maior quantidade de transferência de tecnologia para a Coreia.
A Boeing até o momento não anunciou uma oferta sedutora, mas tem uma forte vantagem competitiva por já ter entrege 60 caças F-15K, que têm pelo menos 80% de compatibilidade com a última versão da aeronave, que está agora sendo oferecida na competição.
FONTE: Korea Times (reportagem de Lee Tae-hoon)
Tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo
FOTOS: Boeing, Lockheed Martin e Eurofighter
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