Coreia do Sul retira requerimentos de furtividade da concorrência F-X III
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Retirada de requisitos de baixa assinatura e de baia interna / conformal de armamentos permitiria a entrada de mais fabricantes na competição, embora a furtividade continue sendo um elemento-chave para a decisão
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Segundo matéria do jornal Korea Times desta quinta-feira, 12 de janeiro, a Coreia do Sul decidiu remover dois requerimentos-chave compulsórios inicialmente colocados para os sessenta novos caças avançados que pretende adquirir. A retirada é uma tentativa de permitir que mais empresas entrem na competição desse que é considerado o maior contrato de armamentos já feito pelo país.
O comissário da Administração de programas de aquisição de defesa (Defense Acquisition Program Administration – DAPA), Hoh Dae-lae, disse em um encontro com repórteres da área de defesa que “a Coreia não pode defender o interesse nacional sem competição”. Ele reforçou que os militares vão aliviar as capacidades operacionais requeridas (required operational capabilities – ROC) do projeto FX-III para garantir um “poder de compra” maior e um maior nivelamento nas negociações, promovendo a competição.
O chefe da agência de gerenciamento de contratos da DAPA, Kim Dae-sik, confirmou que a Coreia do Sul vai lançar um pedido de propostas (request for proposal -RFP) no final do mês para a compra de 60 caças de alta tecnologia “sem o pré-requisito de uma baia conformal de armamentos”.
A baia conformal de armamentos, que permite que uma aeronave carregue suas armas internamente, é uma característica comum de caças furtivos de quinta geração. Ela reduz bastante a seção-reta radar (radar cross section – RCS) da aeronave, fazendo com que ela apareça muito menor no radar inimigo, normalmente do tamanho de um pássaro, do que realmente é.
Dos três fabricantes que publicamente já expressaram sua intenção de entrar na disputa do FX-III, apenas o Eurofighter Typhoon, construído pela European Aeronautic Defense and Space Company (EADS), não tem baia de armamentos interna. A Lockheed Martin completou, com sucesso, o desenvolvimento de uma baia conformal para o F-35 Lightning II que quer vender à Coreia do Sul, enquanto que a Boeing está desenvolvendo uma para seu F-15 Silent Eagle, uma modernização proposta para o F-15.
Oh Tae-shik, chefe da agência de gerenciamento de programa DAPA, confirmou que qualquer grande “player” do mercado poderá entrar na concorrência sem ter que preencher um valor específico de RCS previamente estabelecido pela Força Aérea: “Caças não-furtivos estarão aptos a entrar na disputa já que banimos os dois requerimentos anteriores. Porém, a DAPA vai avaliar a capacidade furtiva como um dos elementos-chave, dando uma vantagem para uma aeronave que tenha pouca assinatura.” O F-35 é o único caça que atingia os requerimentos de RCS.
A Coreia do Sul reservou 8,3 trilhões de won (7,3 bilhões de dólares) para a aquisição de 60 caças para substituir os F-4 e F-5 da sua Força Aérea, além de 1,9 trilhões de won para 36 helicópteros de ataque e 485 bilhões de won para quatro veículos aéreos não tripulados de altitudes elevadas. Uma fonte disse que a Força Aérea estabeleceu uma força-tarefa de 50 membros para ajudar a garantir testes completos, avaliações e negociações para esses três principais projetos de aquisição.
A Coreia do Sul planeja receber as propostas dos possíveis competidores dos projetos FX- III e dos helicópteros até junho do ano que vem e anunciar os vencedores em setembro ou outubro deste ano.*
FONTE: Korea Times (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTOS: Eurofighter, Boeing e Lockheed Martin
*NOTA DO EDITOR: foi mantida a provável inversão no texto quanto aos prazos, embora suponhamos que seja um erro, dado que teoricamente não se pode anunciar um vencedor antes do recebimento de propostas… É provável que ambos os prazos se refiram a um mesmo ano (talvez este mesmo ano de 2012). Também foi mantida na tradução uma confusão que o texto parece fazer entre baia interna de armamentos (caso do F-35) e baia conformal (que é uma protuberância instalada externamente, caso do F-15), que são citadas de forma aleatória e não específica.