O Programa Lavi
O Programa Lavi (Leãozinho) teve início no final dos anos 1970, quando a IAI concordou em desenvolver um caça multifunção para substituir os jatos A-4 Skyhawk e Kfir da Força Aérea Israelense.
Com uma perspectiva de fabricação de 300 caças, incluindo 60 bipostos de treinamento, o Lavi foi projetado primariamente como plataforma de ataque e apoio aéreo aproximado, e secundariamente com capacidade de superioridade aérea.
Embora Israel tenha conseguido um financiamento dos EUA para o desenvolvimento da aeronave, quase todo o trabalho do projeto foi feito localmente. Os únicos grandes envolvimentos estrangeiros foram a Pratt & Whitney, subcontratada para desenvolver o motor e a Grumman, que auxiliou no projeto e fabricação da asa feita de material composto.
O projeto resultante ficou muito similar ao F-16, embora menor e mais leve. O Lavi também tinha asas em delta e canards com sistema fly-by-wire de controle de voo, para alta manobrabilidade.
Além disso, a IAI equipou a aeronave com avançados aviônicos num glass cockpit, sistema de mira no capacete, heads-up display (HUD) e um radar multimodo pulso-Doppler. Um aspecto interessante foi o desenvolvimento inicial da versão biposto e depois a versão monoposto, com os aviônicos e sistemas ocupando o espaço do segundo assento.
Embora o Lavi tenha progredido bem nos testes e os dois protótipos tenham completado cerca de 80 voos, fatores políticos e econômicos deram fim ao projeto. Os EUA, que tinham fornecido cerca de 40% dos recursos para o desenvolvimento do novo caça, recusaram-se a permitir que certas tecnologias empregadas fossem exportadas.
Como resultado, o custo unitário do avião entrou numa espiral, muito além do que os EUA e Israel tinham previsto. Para complicar, as capacidades do Lavi ficaram muito parecidas com as do F-16 e o Congresso dos EUA temia que o caça israelense prejudicasse as exportações do caça americano.
Como resultado, o Congresso interrompeu o financiamento do projeto do Lavi, em meados da década de 1980. O governo israelense rapidamente percebeu que não poderia continuar sem o apoio americano e foi obrigado a cancelar o Lavi em agosto de 1987.
Dos cinco protótipos completados ou em construção, três foram vendidos como sucata e um foi preservado em museu. Entretanto, o terceiro protótipo B-03 foi completado usando recursos da própria IAI. A aeronave serviu como demonstrador biposto de tecnologia com uma instalação completa de aviônicos.
O Lavi TD foi usado como peça de marketing até meados dos anos 1990, quando foi convertido em veículo terrestre de testes. Aparentemente o esforço de marketing teve grande sucesso na China e a IAI acabou fornecendo assistência à Chengdu para o desenvolvimento do similar caça J-10.
Missão primária |
Caça multifunção |
Origem
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Israel
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Dimensões
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Envergadura: 8.78 m Comprimento: 14.57 m Altura: 4.78 m Área alar: 33.05 metros quadrados |
Capacidades
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Velocidade máxima: Mach 1.85 Carga máxima: 7.200 kg Alcance: 2.100 km |
Peso
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Peso básico de decolagem: 9,990 kg
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Propulsão
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Motor Pratt & Whitney PW1120 com empuxo de 9.344 kg
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VEJA TAMBÉM:
Eu ia brincar dizendo “Lavi, o F-16 feito corretamente” mas me conti, pois acho que embora ele pudesse ter uma manobrabilidade melhor, o F-16 teria melhor carga de armas e mais alcance, que é o que importa no final das contas.
Junto com o Flanker, o F-16 é o melhor projeto de caça de 4ª geração com toda certeza.
Clésio, por incrível que possa parecer, o Lavi provavelmente seria melhor que o F-16 em combate aéreo, por causa dos canards e pelo peso mais leve. O excesso de peso é que mata um caça, tanto em manobrabilidade quanto em preço. Quanto mais leve, melhor.
Realmente,
Poderiam ter “espichado” o LAVI um pouco mais para ter mais espaço para combustível interno e sistemas. Mas ae não seria Leãozinho, já seria um Leão 🙂 .
[]’s
Não esqueçam a lição do Tio John Boyd…
Foi o que eu disse no meu comentário Galante, o Lavi devia ter melhor manobrabilidade.
Bela porcaria…
Um caça não é composto só de manobrabilidade e armas.
Um caça se faz com DINHEIRO.
Essa é a verdadeira lição do F-16: se não for rentável, todo o resto soçobra.
(modo chato on)
Na ficha técnica, onde tem raio de ação deveria ser alcance.
(modo chato off)
O tópico é bem oportuno.
Eu estava pensando em dar a idéia de se criar a série “Protótipos Injustiçados”, aqui no Poder Aéreo.
Bem…o Lavi fica sendo o número 1.
Leram o meu pensamento.
Roberto F Santana disse:
19 de agosto de 2011 às 21:33
“Protótipos Injustiçados”: Avro Canada CF-105 Arrow, o maior de todos os tempos.
Os israelenses estudaram cerca de 20 configurações antes de escolher a final. O mesmo aconteceu com o Gripen. As opções são poucas e no final os caças costumam se parecer. Um exemplo é a comparação 1.44 com o J-20. Até parece que existem tantas opções assim.
Prezado GHz,
Sim foi um dos injustiçados,entretanto,sei pouco sobre o CF-105, somente fotos,era bem elegante.A lista desses protótipos tem um número consideravel e geralmente são aeronaves atraentes.
Galante, Eu não creio que sua afirmação de que “um caça com canards é mais manobrável que um sem”, seja sempre verdadeira. Claro que um caça com mesmo peso, relação de potência, com a mesma carga alar, com asa delta, sem canards ou com canards fixos, é menos manobrável que um que tenha canards móveis. Assim como um caça que tenha bocais dos motores fixos é menos manobrável que um que os tenha móveis (vetoráveis). Mas não creio que haja uma razão direta entre a manobrabilidade de um caça com uma configuração convencional, com cauda, e um com configuração delta/canard.… Read more »
Pior que tem, Bosco. O canard aumenta incrivelmente a taxa de curva de um caça. A FAB experimentou isso no upgrade que fez quando colocou pequenos canards nos Mirage IIIE.
Nos exercícios divulgados, os “eurocanards” têm sido superiores aos seus equivalentes americanos em dogfight. Essa provavelmente a razão porque os chineses escolheram essa configuração no J-20. Mas vale dar uma pesquisada nos dados ostensivos de taxa de curva pra confirmar.
Amigos, Mesmo entre os aviões delta com canard, há diferenças. O sistema “closed coupled canard” (canard mais alto, próximo ao bordo de ataque) aumenta a capacidade de sustentação em altos ângulos de ataque. O “downwash” do canard alimenta a parte superior da raiz da asa. O Rafale e o Gripen são exemplos. Já a configuração de canard do Eurofighter (mais à frente, na linha de referência de fuselagem) não tem o mesmo efeito com relação à sustentação, mas é superior em termos de controle de vôo. Pela distância que está do CG, permite maior momento de arfagem nas manobras. Também… Read more »
Boa parte da manobridade do F-16, deve-se a instabilidade controlada do design, em oposição a estabilidade aerodiâmica das aeronaves da geração anterior.
O canard sempre está ajudando na sustentação da aeronave, aliviando o peso do nariz. O estabilizador está fazendo peso na cauda. Uma boa maneria para ver a taxa de curva sustentada de um caça é ver quanto tempo ele leva par dar uma curva de 360° graus. O melhor que eu já vi num F-16 foi 20 segundos. O F-22 também, a despeito do empuxo vetorado. Já o Gripen e o Rafale fazem em 17 segundos. O Mirage 2000 não tem canards e fica bem para trás, na casa de 25 segundos. Isso ocorre porque os elevons dele fazem peso… Read more »
“Protótipos Injustiçados”
O Mirage 4000 dá outra boa história. O NA YB-70 também.
GHz: o Avro Arrow era uma aeronave fantástica. belíssimo e de ótimo desempenho para a época. Creio que teria o melhor desempenho para um caça daquela época. Vários dos engenheiros que trabalharam em seu projeto foram para a NASA e constituiram equipes de P&D, controle de missão… John Hodge foi um deles. O pior de tudo é que nenhum sobrou… http://www.avroarrow.org/ http://www.avroarrow.org/AvroArrow/index.html Clésio: o XB-70 Valkyrie foi abatido, na verdade, pelo desenvolvimento de uma nova família de mísseis soviéticos. Seu papel, então, seria reduzido. Triste foi a perda trágica de um de seus protótipos, com parte da tripulação, além da… Read more »
Olá,
No fim o dinheiro gasto em Israel financiou o J-10 os Gringos devem estar fulos,kkkkkk.
Importante notar que se começar a incomodar os Americanos cortam componentes e grana se necessario.
Tenho tambem uma indicação para prototipos injustiçados:
SAAB Gripen NG, ha é perai ele não é prototipo é demonstrador….
Deixa queito, kkkkkk
Abraços,
Eis alguns dos perfis de aviões que já abordamos no Poder Aéreo. O Avro Arrow foi um deles:
Eu ficaria feliz se fosse possível ao Brasil adquirir os projetos do F-20, F-16XL e do Northrop A-9…rs
Galante, no nosso caso seria ótimo o F-20, mas isso lá na década de 80 ou no máximo em 90.
Hoje vejo que o melhor para o Brasil é comprar caças de prateleira mesmo e estudar uma entrada em um projeto de 5G com outro país nas próximas décadas.
Tplayer, se fazemos milagre com um F-5M, imagine com um F-20M…
Como sonhar ainda é de graça, esse projeto também seria ótimo pra gente:
http://www.aereo.jor.br/2008/11/13/novos-angulos-do-yf-23-blackwidow-ii/
Ignorando todos os custos, eu ficaria contente com algo projetado nos anos 70!
Hmmm… os F-16 entrariam na lista. É, penso que o tplayer tem razão mais acima. Deveríamos ter comprado algo de prateleira, mas há dez anos atrás.
Mas os F-16 ainda batem um bolão. Os SH tb. E os futuros Gripen E/F tb de baterão…
@asbueno
Foi um F-104 que colidiu com o XB-70.
Outra ótima história de protótipos assassinados é do BAC TSR-2.
O F-20 não entrou em operação, mas o JF-17 sim. Se comparados, os dois mostram muita semelhança, especialmente no conceito.
Valeu Clésio.
O TSR é uma boa pedida também!
Devo ter escrito A4 pensando em um vídeo em que um tanque escapa de um… F-18 (?) e colide com um A4 chase. Este perde parte de uma das asas, se não me engano, entra em um giro mas o piloto consegue ejetar.
Ótimo vídeo do TSR-2 aqui:
http://www.aereo.jor.br/2008/09/20/born-to-bomb-born-to-die/
Asbueno, o vídeo do A-4 chase sendo “abatido” pelo F-18 pode ser visto aqui:
http://www.aereo.jor.br/2009/09/30/fa-18-hornet-abate-a-4-skyhawk-com-bomba/
Obrigado Galante, é impressionante a sequência!
Os EAU deveriam ter financiado o Block-60 sobre a plataforma F-16 XL. Seria um caça fantástico e muito mais competitivo que o F-16 C atual.
[]’s
Iftach Spector, em seu livro ‘Alto e Bom Som’ mete o pau no projeto Lavi, por ter capacidades parecidas demais com o F-16, que acabara de ser comprado.
Abs.
Galante, será que não daria para comprar esse projeto nos dias de hoje?
Seria só meter os avionicos modernos do F-5M, trocar a motorização para uma mais “popular” (manutenção mais barata) e teríamos um vetor bom, nacional e quem sabe barato.
Será que alguma vez o governo considerou isso?