Interceptação: uma questão de coordenação, doutrina e treinamento

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No dia 13 de Setembro de 1987, às 10h39,o P-3B Orion “602”, do Esquadrão No. 333 da Força Aérea Norueguesa, base aérea de Anöya, estava em voo de patrulha ao longo do Mar de Barents. Pilotada pelo tenente Jan Salvesen e com nove tripulantes a bordo, a aeronave foi interceptada por um Sukhoi Su-27 do IAP 941 V-PVO (União Soviética), da base aérea de Kilip-Yavr, pilotado por Tsymbal Vasiliy.

O Orion estava voando a 13.000 pés (aproximadamente 4.500m), quando o Su-27 fez a primeira passagem próxima: os noruegueses tiraram algumas fotos. Depois de enfrentar alguns problemas para manter formação cerrada com o lento P-3B, o caça soviético desapareceu. Isso se deu porque o tenente Salvesen desacelerou para sinalizar o seu desagrado para com Flanker, devido ao fato deste ter chegado tão perto. O piloto soviético, em seguida, acelerou e foi embora.

Alguns minutos depois, o Su-27 voltou, novamente assumindo uma posição muito próxima ao P-3B. O tenente Salvesen diminuiu a velocidade e sinalizou para o piloto do Flanker manter-se longe do Orion. O Su-27 desapareceu novamente.

Por volta de 10h56, a cerca de 135 milhas marítimas E / SE a partir de Vardo (Noruega), e  48 milhas náuticas da fronteira soviética, o mesmo Su-27 apareceu pela terceira vez, e agora sob a asa de boreste (direita) do P-3B. O Flanker manobrou lentamente, chegando cada vez mais perto. O piloto do Su-27 obviamente tinha a intenção de, mais uma vez, acelerar repentinamente quando estivesse abaixo do Orion. E foi o que Tsymbal Vasiliy fez. Porém, ao mesmo tempo, o piloto soviético deu uma puxada para cima, e a ponta de seu estabilizador vertical acabou acertando a hélice do motor externo direito do Orion. Um pedaço de onze centímetros de hélice foi catapultado em direção à fuselagem do Orion, perfurando-a e provocando uma despressurização.

O Su-27 rapidamente fez uma curva apertada para a esquerda e desapareceu, retornando à sua base em segurança. Este mesmo avião foi visto anos após o incidente com uma curiosa “kill marking” pintada em sua fuselagem: a silhueta de um P-3 Orion.

Mas voltemos ao Orion e ao seu buraco na fuselagem. O tenente Salvesen declarou emergência e desceu para 10.000 pés. Minutos depois, dois F-16A da Força Aérea Norueguesa apareceram e escoltaram o Orion para a base aérea de Banak, onde pousou em segurança. Nenhum membro da tripulação ficou ferido.

FONTE: Acig.org/ Tradução, adaptação e título: Roberto F Santana

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