Segundo jornal indiano, França negocia a modernização dos Mirages em conjunto com o programa MMRCA

O Jornal The Sunday Guardian informou na sua edição do último dia 27 de março que a França procura casar a modernização dos caças indianos Mirage 2000H com o programa MMRCA. A insistência francesa em estabelecer um vínculo entre os dois programas acabou por postergar a modernização dos Mirages indianos, segundo o periódico.

O anúncio da modernização dos 51 Mirage 200H Vajra (“trovão”) era esperado para o final de março com o fabricante Dassault Aviation, segundo autoridades oficiais, mas foi postergado para depois deste mês em função de diferenças nos valores cobrados.

No mês passado o brigadeiro P.V. Naik, comandante da IAF(Força Aérea da Índia), declarou durante o Aero India que as negociações com a Dassault Aviation para modernizar os Mirage 2000H para o padrão Mirage 2000-5 eram “longas e complexas”, mas elas foram “concluídas satisfatoriamente” e seriam anunciadas em breve pelo Ministério da Defesa (MoD). Porém, fontes da indústria de defesa informaram recentemente que o ‘retrofit’ está indefinido por pressões da França com o propósito de vincular a modernização dos Mirage com o programa MMRCA.

No ultimo dia 10 de março o brigadeiro Naik declarou que o MoD formaria uma ‘short list’ dos concorrentes ao MMRCA no final do mês e, possivelmente, elegeria o vencedor quarto meses depois (em julho). Acreditando que o Eurofighter e o F/A-18 estariam na ‘short list’, a França utilizaria a modernização dos Mirage 2000H para garantir a presença do Rafale entre os selecionados.

Foi divulgado que o custo para modernizar a frota de caças Mirage 2000H atingiria a cifra de U$ 3,3 bilhões, valor considerado elevado pelo Ministério da Defesa da Índia. A Índia alega que com esse valor é possível comprar um caça novo no mercado, e até mesmo com radar AESA, algo que não está incluso no pacote de modernização.

Com comparação, atualmente a frota de 63 caças MiG-29 da IAF está passando por um processo de modernização na Rússia. O valor do contrato atinge o total de U$ 964 milhões ou U$ 15,3 milhões por aeronave.

FONTE:The Sunday Guardian

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Antonio M

Esses franceses !!!!!

Parabéns ao responsáveis pelo MMRCA indiando, que mantenham essa posição !

Antonio M

“…Porém, fontes da indústria de defesa informaram recentemente que o ‘retrofit’ está indefinido por pressões da França com o propósito de vincular a modernização dos Mirage com o programa MMRCA. …” “…Foi divulgado que o custo para modernizar a frota de caças Mirage 2000H atingiria a cifra de U$ 3,3 bilhões, valor considerado elevado pelo Ministério da Defesa da Índia. …” Isso acaba confirmando o que dizem sobre o tratamento que os franceses dão aos seus clientes e o custo deles. O brasileiros eles já haviam sacaneado em 1932 e por isso ficamos 40 anos sem comprar equipamentos deles, o… Read more »

Rodrigo

Isto é mentira!

Notícia plantada pelo PIG.

Vader

Vamos falar em língua portuguesa claramente? A França está C H A N T A G E A N D O a Índia!!! Assim: “Ou vocês nos compram o Rafale, ou nós cobraremos os tubos para modernizar os Mirage”. No final, os indianos perdem de qualquer jeito. A França é assim. Ela não ganha as concorrências que participa por oferecer vantagens para seus clientes, mas sim por minimizar os prejuízos deles. Ganha por politicagem ou chantagem, sempre. Eles não respeitam o menor limite ético. E tem gente que ainda acha que são confiáveis… No mais, é CONSTRANGEDOR ver o desespero… Read more »

Wagner

Off topic mas algo a ver com a India. Ja que alguns desprezam os Brics, vamos a a uma reportagem interessante. “”Reclassificação Recentemente a Goldman Sachs reclassificou os quatro países, que passaram a ser chamados de “mercados de crescimento” nos relatórios da consultoria. Nesta categoria estariam também Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia – entretanto, “muito longe” dos Bric em termos de importância econômica, escreve Jim O’Neill no Times. O economista criou o termo Bric para ressaltar a força econômica dos quatro grandes emergentes na virada do século. Mas de lá para cá o passo do crescimento destes países… Read more »

Wagner

Até lá, é óbvio: a FAB terá de manter seus F 5 EM…

Devemos ser o unico país do mundo em que a economia aumenta e os militares continuam paupérrimos.

É a vida…

Antonio M

Wagner disse: 1 de abril de 2011 às 8:32 Caro Wagner, Por isso não me importo muito com essas classificações. Brasil 7ª economia?! E daí? Qual nossa classificação quando se fala, por exemplo, de IDH ? Entre os últimios! De que adiantam os nºs da economia qdo mostram apenas contradições? Criticam muito a europa e EUA , que estão quebrando e tudo mais só que esquecem de dar uma olhda em seus números qdo o assunto é serviços públicos e FAs. A China tem uma economia forte, investe nas FAs porém, 3% da população apenas pode ser considerada como classe… Read more »

Vader

Wagner disse:
1 de abril de 2011 às 8:28

Infelizmente o Brasil ser a 7a, 3a ou 1a economia do mundo só significa que estaremos pagando mais impostos por serviços públicos cada vez mais pífios, e para sustentar um Estado e uma oligarquia podre…

Ivan

MiLord Vader, Respeitosamente não posso concordar com sua afirmação: ” A França está C H A N T A G E A N D O a Índia!!! “ Como Gripeiro (ou gripado para tantos) acredito que posso discordar do amigo sem ser rotulado de francófilo, em que pese minha simpatia pelos ideais franceses de Liberté, Egalité, Fraternité. Antes de acusar a Dassault ou o Min Def da França, devemos observar alguns aspectos da proposta. Operacional. Na visão francesa, seria racional compatibilizar a MLU dos Mirage 2000H com a aquisição de novos caças Rafale F3, unificando vários sistemas, padronizando outros tantos… Read more »

Antonio M

Mas dizem afirmando que a França nã está fornecendo novos mísseis para nossos Mirage 2000 também como forma de pressão para o FX2.

É verídico ou isso também seria o “modus operandi” dos franceses em suas negociações ?

Rodrigo

Se vocês soubessem o quanto os franceses foram “camaradas” no EC725, certamente não causaria surpresa alguma este tipo de matéria.

Vader

Desculpe Ivan, respeito sua opinião, mas uma coisa é tentar fidelizar seu cliente através de boas propostas, de descontos, do oferecimento de vantagens técnicas, etc., outra é impor, através da imposição unilateral de um preço escorchante em um negócio, um outro negócio que não necessariamente é o melhor para o cliente.

Só tem um nome para isso: CHANTAGEM.

É por isso que ninguém no mundo confia em fazer negócio com a Dassault. Ela pensa sempre primeiro nela, depois nos seus clientes.

Se eu sou os indianos enviava os Mirage-2000 para “tunar” em Israel e desclassificava o Rafale na hora.

Abraço.

Ivan

MiLord Vader, A questão está entre impor versus oferecer. Se houve uma “imposição unilateral”, conforme seu entendimento, vinculando e condicionando o MLU do Mirage 2000H ao M-MRCA, terei que concordar com suas afirmações. Contudo, se houve apenas uma proposta comercial, que é a minha suposição, poderemos apenas reconhecer como sensacionalista a matéria do Sunday Guardian. É importante lembrar que o negócio dos Mirage 2000H é muito bom para a Dassault, pois U$ 3,3 bilhões é muito dinheiro e representa a um terço do valor do M-MRCA. O valor é tão significativo que permite pensar, inclusive, em aviões novos para substituir… Read more »

Grifo

A questão está entre impor versus oferecer.

Caro Ivan, a França só “oferece” alguma coisa antes de você comprar. Depois que comprou, as revisões, modernizações, os armamentos, etc. são todos impostos. Não quer pagar, fica no chão. O que a IAF está passando a FAB conhece muito bem.

Lobo

Meu Deus………………!!!!!!!!!!!!!!!
Os franceses acham que são Napoleão!!!!!!!!!!!!
Tão tudo Lokô!!!!!!!!!!
Depois desta a JACA JÁ ERA.
É com os Shatryas não se brinca.
São ficar sem os caças novos e sem a meia-sola do m-2000.

André

Está batendo o desespero na Dassault Aviation, e no governo francês, ou esse seria o método gaulês de negociação (negociação de um produto de qualidade duvidosa – caro de comprar, de manter e sem escala de produção)?

Leonardo

É perceptível que há sensacionalismo por parte do jornal The Sunday Guardian, já que houve apenas uma “proposta” e não uma imposição, no entanto, por outro pesa o fato histórico de os franceses não cumprirem os acordos que fazem, como exemplo temos a nossa FAB, a IDF sende que neste caso especificamente, foi mau que veio para o bem de Israel, pois este foi um dos motivos que fortaleceram a indústria de defesa israelita que teve o IAI Kfir como um de seus pontos de partida.

Ivan

Grifo, “Depois que comprou, as revisões, modernizações, os armamentos, etc. são todos impostos.” Concordo. Entretanto faço 2 (duas) ressalvas: 1º » Todos os fornecedores, quando não tem concorrente para um determinado serviço, sofrem a tentação de impor o seu preço. 2º » A Bhartiya Vāyu Sena pode optar por um MLU ‘genérico’, pois já demonstrou esta capacidade em outras aeronaves. A questão mais grave que podemos levantar, como já foi dito em outras discussões, é que as aeronaves francesas são construídas para usar armamento francês, apresentando grande dificuldade de integrar mísseis e outros ítens de forncedores diferentes. Neste ponto, para… Read more »

Nick

Os franceses tentar “amarrar” os 2 negócios, oferecendo um preço menor se os Indianos comprarem os Rafales, faz sentido. Agora, os Indianos tem que ver se é o melhor para eles. Pode ser que escolher os F-18 E SH e pagar mais caro pelo MLU dos M-2k seja mais negócio. Se for pelo lado puramente da economia, F-16 IN ou Gripen NG , seria mais negócio ainda.

[]’s

Grifo

2º » A Bhartiya Vāyu Sena pode optar por um MLU ‘genérico’, pois já demonstrou esta capacidade em outras aeronaves.

Caro Ivan, não acho que isto seja possível. Para começar os indianos não tem acesso às especificações e aos códigos-fonte embarcados no M-2000.

A questão mais grave que podemos levantar, como já foi dito em outras discussões, é que as aeronaves francesas são construídas para usar armamento francês, apresentando grande dificuldade de integrar mísseis e outros ítens de forncedores diferentes.

Esta modernização seria a primeira vez que um míssil não-francês seria integrado em um Mirage 2000.

Ivan

Nick,

Dependendo das condições de preço, particularmente das aeronaves americanas e sueca, existe inclusive a possibilidade de adquirir um número maior que os 126 (cento e vinte e seis) originais do M-MRCA para substituir o Mirage 2000H.

Este é o risco que a Dassault corre ao ofertar um pacote.

Sds,
Ivan.

Ivan

Grifo,

Para o Mirage 2000 eu não conheço nenhum MLU não francês que tenha sido aplicado, mas já li várias referências a possibilidade dos israelenses aplicarem suas soluções “genéricas”.

Outras aeronaves francesas, com o Mirage III e Mirage F-1, já passaram por MLU não francesa. Entretanto reconheço que estas eram mais simples.

De qualquer forma, vejo a proposta francesa tem duas formas:

– Enquanto apenas uma oferta é brincar com fogo;

– Se for uma imposição, é uma queimadura de 3º grau.

Sds,
Ivan.

Vader

Grifo disse: 1 de abril de 2011 às 12:15 “Para começar os indianos não tem acesso às especificações e aos códigos-fonte embarcados no M-2000.” Grifo, manda pra Tel Aviv que é certeza que quebram os tais códigos-fonte. Já fizeram isso antes. E aí os franceses ficam sem vender a JACA e sem fazer o upgrade do M-2000, e ainda abrirão brecha para outros usuários do M-2000 fazerem o mesmo. Irão estar num mato sem cachorro. Literalmente terão q enfiar o dedo e sair andando… 🙂 De qualquer maneira me parece cada vez mais burra e desesperada a posição da Dassault.… Read more »

Rodrigo

Os indianos já hackearam o M2000 faz um tempão e integraram uma bombas indianas.

Vader

É verdade Rodrigo.

tplayer

Quebrar código-fonte quando se tem acesso irrestrito a um equipamento é tarefa das mais faceis.

Então esse seria o menor dos problemas.

edcreek

Olá,

Hahahahah, é uma piada ver certos posts agora os Franceses tentam fazer um pacote unico e dizem que estão tentando impor algo. É muita implicancia, uma comedia eheheeheh.

Abraços,

Rodrigo

edcreek disse:
1 de abril de 2011 às 15:08

Reclame com o autor e não com quem comenta a matéria.

edcreek

Ola, Rodrigo

Nao estou reclamando, estou rindo. Essa teoria conspiratoria e o maximo, digna de George Lucas.

Tudo isso, porque foi a Franca, quando os EUA oferecem venda casada de navios+F-18 todos aplaudem, demais.

Abracos,

Renato Oliveira

Caro edcreek, observe a diferença: * Os indianos JÁ TEM o M2000. Sem o MLU vão ficar cada vez mais defasados. O MLU vai apenas MANTER qualitativamente a IAF. A IAF tem um baita abacaxi nas mãos, um caça que usa armas com custo/benefício desfavorável e apenas um país fornecedor. A IAF quer diminuir o prejuízo e os franceses, de um jeito ou de outro, estão querendo ‘empurrar’ a jaca junto com o MLU: sem jaca no M-MRCA, sem MLU. Concordo com o Vader, isso é chantagem, e da grossa. Junto com a propina paga para posicionar melhor a jaca… Read more »

Rodrigo

edcreek disse:
1 de abril de 2011 às 21:17

O que tem a ver uma situação com a outra ?

Vader

O fato é o seguinte: dada essa chantagenzinha idiota da Dassault, mais o caso da propina no AeroIndia, outra idiotice (“posicionar” melhor o Rafale na exposição – que bobeira é essa?) não duvido nada que o Rafale seja desclassificado já no short-list do MMRCA.

Sempre lembrando que ele já foi desclassificado uma vez, e voltou após choradeira francesa…

E acho que o fim do MMRCA e a escolha de outro caça que não o Rafale faz deste o último caça “100% francês”. E da França a próxima usuária do F-35.

Justin Case

Amigos,

Para mim, não há nada estranho nessa questão de associar os dois projetos na Índia.
É prática comercial comum, vista em todas as esquinas:
“Quer baixar mais o preço? Compre dois pacotes que eu faço desconto”.
E tem fundamento técnico: o aumento de escala em vários sistemas permite obter melhores condições comerciais para a aquisição das partes, conjuntos ou equipamentos.
Isso não é estratégia especial ou ação característica francesa, indiana, americana, brasileira. Também não é desrespeito com nenhuma das partes envolvidas.

Abraços e bom fim de semana,

Justin