Boeing e EADS entregam propostas para o KC-X
Por ordem alfabética, comecemos com a proposta da Boeing:
A Boeing informou a entrega nesta sexta-feira, 9 de julho, de sua proposta para o programa KC-X da USAF (Força Aérea dos EUA) para um novo avião-tanque. Denominado pela empresa como NewGen Tanker, o avião é baseado no Boeing 767 e tem como objetivo substituir 179 dos 400 aviões-tanque KC-135 da USAF.
Segundo a Boeing, a proposta tem 8.000 páginas e satisfaz a todos os 372 requerimentos mandatórios da USAF, com destaque em oferecer capacidade, sobrevivência e prontidão pelo menor custo para o contribuinte norte-americano, principalmente no que se refere a custos de operação.
A empresa também destacou, no seu informe sobre a entrega da proposta, que tem mais de 60 anos de experiência no desenvolvimento, construção e apoio de aviões-tanque para as Forças Armadas dos EUA.
Ao mesmo tempo em que é baseado em um avião comercial bastante provado, o 767, o NewGen Tanker incorpora, segundo a Boeing, tecnologias avançadas para atender a requerimentos futuros, o que inclui uma filosofia de projeto do cockpit e displays eletrônicos do Boeing 787 Dreamliner.
A empresa calcula que sua proposta representa uma economia, ao longo de 40 anos de serviço, de mais de 10 bilhões de dólares apenas em custos de combustível, em comparação com o concorrente da EADS. Quanto a custos de manutenção, a Boeing estima que seu produto oferece uma economia de 15 a 20% em relação a seu concorrente. Por fim, a Boeing afirma que seu avião-tanque responderá por 50.000 empregos nos EUA, contando com 800 fornecedores em 40 estados.
Outros países que contrataram derivados do 767 para a missão de reabastecedores aéreos foram o Japão (quatro aeronaves entregues) e a Itália (em contrato).
Agora, um pouco sobre a proposta da EADS:
A EADS North America informou que submeteu sua proposta para o KC-X, programa do novo avião-tanque da USAF, na última quinta-feira, 8 de julho. O prazo final era esta sexta-feira, 9 de julho.
Como destaque do informe sobre a proposta de 8.800 páginas, está o número de 48.000 empregos de norte-americanos para a construção do KC-45, designação da versão para reabastecimento em voo do A330 para a concorrência da USAF. Vale lembrar que o outro concorrente da disputa, a Boeing, vem insistindo justamente nos empregos que vai garantir em vários estados norte-americanos caso seu NewGen Tanker seja o vencedor, em seus releases divulgados nas últimas semanas (para ver um dos vários exemplos que estão no site da Boeing, clique aqui).
A EADS North America destacou também que seu avião é o único da competição que já está voando e realizando operações de reabastecimento em voo com vários tipos de aeronaves – com mais de 1.000 horas de contatos e reabastecimentos de aviões que incluem o F-16, o F-18, o E-3 AWACS e outros reabastecedores A330. Além disso, ressaltou que o KC-45 será montado em uma nova fábrica a ser construída em Mobile, no estado do Alabama, que também deverá produzir aviões comerciais da Airbus. A base de fornecedores norte-americanos para o avião deverá ser de mais de 200 empresas, incluindo:
- EATON (bombas, válvulas e outros equipamentos de reabastecimento em voo)
- GE Aviation (motores e sistemas)
- Goodrich Corporation (sistemas variados)
- Hamilton Sundstrand (geradores, turbinas e sistemas relacionados)
- Honeywell (sistemas de comunicação,de navegação e outros componentes)
- Moog Inc. (sistemas de controle de voo)
- Parker Aerospace (receptáculos para reabastecimento, equipamentos do sistema hidráulico e de combustível)
- Rockwell Collins (eletrônicos)
- Triumph Aerostructures – Vought Aircraft Division (estruturas das asas)
Baseado no A330 MRTT (Multi Role Tanker Transport – transporte e avião-tanque multitarefa), que já foi selecionado por quatro países em competições em que ganhou de aviões-tanque da Boeing, o KC-45, segundo a EADS, carrega mais combustível, carga e passageiros a distâncias maiores que o seu competidor.
FONTES / FOTOS: Boeing (site do programa NewGen Tanker) e EADS (site do programa KC-45)
NOTA DO BLOG: vale a pena visitar os dois sites acima e se divertir acompanhando a guerra de palavras e números das duas empresas. A competição pelo KC-X vem se arrastando no tempo e acumulando controvérsias, incluindo uma típica situação de “ganhou mas não levou” para a EADS. Enquanto isso, a frota de reabastecedores da USAF envelhece a olhos vistos. Para saber mais a respeito, clique nos links abaixo.
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desculpem o off topic….msa vejam a entrevista que o Lulla deu pro G1 na África do Sul. Está reproduzida entre aspas..logo…
“Nós estamos querendo que o companheiro Zuma se junte ao Brasil na construção do avião KC-139, que é o novo Hércules que nós estamos construindo, um avião de caça, que é importante, a gente pretende que em 2015 ele esteja pronto”, afirmou. “O Ministério da Defesa e [o Ministério da] Ciência e Tecnologia vão continuar discutindo [a questão]”, disse.
Meu Deussss…estamos perdidos.
Eu espero que por aqui dê o A-330MRTT, já que iríamos nos beneficiar das instalações (e estoque de peças) da TAM que opera a versão civil do modelo.
bulldog disse:
10 de julho de 2010 às 2:16
Prezado Bulldog, a despeito da mistureba de palavras, eu espero que o Pres. Zuma tenha feito um lobbyzinho pelo Gripen, a Africa do Sul serah beneficiada se o Brasil fechar com o Gripen (em um futuro…).
[]s!
P.S.: Serah que os dois estavam uhh,… digamos,… err… “alegres” com as bebidas 🙂 O Zuma tb tem uma fama….
O KC-X deles é igual ao nosso F-X !!
Ei, faltou a terceira proposta do KC-X: a Antonov junto com seu parceiro americano US Aerospace, concluiu o envio da proposta deles para o KC-X.
Até aí se fosse o B-767, o serviço poderia ser feito aqui, pois tem empresa brasileira que foi homologada em Israel p/ modificar essa mesma aeronave p/ cargueiro.
Ganhamos nas duas pontas, enquanto que c/ a TAM é somente a manutenção da aeronave.
“…incluindo uma típica situação de “ganhou mas não levou” para a EADS.”
Ah meu, já chega o Robson…
Pq o blog não publica a decisão do GAO em relação á queixa da Boeing, que cancelou a seleção do KC-45???
Aliás seria didático publicar como se deu a seleção do KC-45, o briefing da USAF que levou a queixa no GAO e a decisão do GAO.
E tb o que orientou a renovação do processo, pós cancelamento da seleção do KC-45 e o novo RfP.
Assim uns e outros aprendem, como os americanos compram materiais de defesa.
“…seu avião é o único da competição que já está voando e realizando operações de reabastecimento em voo com vários tipos de aeronaves – com mais de 1.000 horas de contatos e reabastecimentos de aviões que incluem o F-16, o F-18, o E-3 AWACS e outros reabastecedores A330.”
Truco!!! É mentira, Terta!!!
A entrega das aeronaves australianas está 1 ano atrasada, as da RAF 5 anos e meio, as de Arábia Saudita e dos emirados ainda estão sendo modificadas na Espanha.
“Mauricio R. em 10 de julho de 2010 às 12:57”
Menos, Maurício, menos.
Os links ao final da matéria também se referem aos diversos pontos que vc levantou no seu comentário. A nota do blog é uma opinião resumida e convida para a leitura das matérias anteriores nos links, para mais informações.
Caro Nunão, acho que o ponto aqui do Maurício é que a expressão “ganhou mas não levou” dá a impressão (certamente não intencional) que o processo americano foi esculhambado e direcionado, como se houvessem jobins atuando por lá. Este ponto de vista infelizmente foi divulgado aqui por outras fontes que querem pregar a idéia de que compra militar é igual em qualquer lugar do mundo, o que não poderia ser mais errado. O relatório do GAO, órgão que não temos similar no Brasil mas que se assemelharia em alguns pontos ao nosso TCU, é exemplar em mostrar como se faz… Read more »
Exato, Grifo, e concordo com os pontos levantados por você e pelo Maurício em relação ao relatório da GAO.
Minha observação foi quanto ao tom do Maurício, como se o blog nunca houvesse tratado do assunto, dado que os links das matérias tratam (mesmo que rapidamente) sobre esses aspectos. O avião da EADS “ganhou mas não levou” por lá, isso é um fato resumido. Para mais detalhes sobre os porquês, existem os links de matérias anteriores e as colaborações dos leitores em seus comentários, como esta sua e a do próprio Maurício.
De acordo.