Faturamento da Helibrás aumenta 64%
Número de aeronaves entregues saltou de 26 em 2008 para 31 no ano passado
Virgínia Silveira
Apesar das dificuldades decorrentes da crise mundial no ano passado, que afetou principalmente o segmento de aviação executiva, a fabricante de helicópteros Helibrás, baseada em Itajubá (MG), encerrou 2009 com faturamento recorde – R$ 357 milhões. Esse desempenho foi 64% maior que o alcançado no exercício anterior. Contribuiu para o resultado o aumento na entrega de aeronaves, que passaram de 26 em 2008 para 31 unidades.
Mesmo num cenário adverso, quando companhias do setor aeronáutico enfrentaram cancelamento de pedidos, as vendas de helicópteros da companhia somaram 63 aeronaves, com valor avaliado em R$ 1,5 bilhão. Hoje, a empresa possui o total de 80 pedidos em carteira. O destaque das encomenda foi a venda de 50 helicópteros EC 725 para as Forças Armadas do país, contrato estimado em R$ 5,9 bilhões até 2016. As três primeiras unidades serão entregues até o final deste ano.
Eduardo Marson, primeiro presidente brasileiro da Helibrás, contou que a retração da demanda no mercado corporativo foi compensada pelo crescimento das vendas para o segmento de segurança pública. “Até 2008, vendíamos uma média de 30 a 40 helicópteros Esquilo por ano. Esse número caiu para 15 em 2009, mas projetos como o do aparelho militar EC725 e as vendas para segurança pública devem ocupar essa diferença”.
O executivo ressaltou que somente em janeiro, tradicionalmente considerado ruim para as área comercial, a Helibrás vendeu quatro helicópteros para clientes na área de segurança pública. A proximidade de eventos como a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada de 2016, segundo Marson, também devem aquecer ainda mais esse mercado.
Os negócios no setor de serviços, por sua vez, aumentaram 37% em 2009. A receita obtida nesse segmento atingiu R$ 77 milhões no ano, ante R$ 56 milhões dos 12 meses anteriores. Marson explica que esse mercado dará um salto importante neste ano, com o início da modernização de 34 helicópteros Pantera para o Exército Brasileiro. Trata-se de um projeto avaliado em R$ 375,8 milhões e considerado o maior contrato da área de serviços da empresa, em mais de 30 anos de atuação.
“Agora, estamos preparando a companhia para se tornar uma grande “helicopterista” em todos os sentidos. Ou seja, vai dominar o ciclo completo de produção e manutenção de um helicóptero no prazo de seis anos“, disse. A Helibrás é subsidiária do grupo francês Eurocopter, maior fabricante mundial de helicópteros, controlado pelo europeia EADS.
A modernização dos helicópteros do Exército também prevê a capacitação da Helibrás nas áreas de integração de sistemas, aviônicos, modificações no motor, caixa de transmissão e estrutura. “Com isso, a manutenção de alguns itens, que antes era feita na França e demorava vários meses, passará a ser desenvolvida totalmente no Brasil, resultando em uma expressiva redução de custos para os nossos clientes”, afirmou.
O mercado de serviços, segundo Marson, responde por 30% do faturamento da Helibrás. “Uma das prioridades da minha gestão é aumentar essa participação para 50%, envolvendo atividades de manutenção, “retrofit” (colocação de equipamentos mais sofisticados e avançados tecnologicamente) e modernização de frota”. “Em épocas de crise, clientes investem mais em melhorias do que na compra de novos aparelhos”, observou.
Para se aproximar mais dos clientes, a Helibrás também pretende descentralizar seu sistema de manutenção de helicópteros com instalação de novas bases. O Rio de Janeiro é um candidato potencial para abrigar um desses novos centros de manutenção, tendo em vista a grande concentração de aeronaves civis e das Forças Armadas na região, disse Marson. Atualmente, a empresa tem dois centros no Brasil – um na cidade de São Paulo e outro em Itajubá.
O projeto da versão militar do helicóptero EC-725, que será fornecido para as Forças Armadas Brasileiras, de acordo com o executivo, vai transformar a Helibrás em um grande polo industrial do grupo europeu EADS na América do Sul. “A capacitação para projetar e produzir helicópteros no Brasil colocará a Helibrás na posição de quarto pilar do grupo Eurocopter no mundo, depois da Alemanha, França e Espanha”, afirmou.
A fábrica da companhia, em Itajubá, acredita o executivo, será transformada em alguns anos em um dos centros de competência mundial do grupo europeu em relação a determinados modelos, sistemas e competências. O projeto prevê a produção gradual dos helicópteros no Brasil até atingirem um índice de 50% de conteúdo nacional, num prazo de seis anos. As primeiras seis a oito aeronaves serão montadas na França e as demais no Brasil, de acordo com o projeto de nacionalização acordado entre a empresa e o governo.
FONTE/FOTO: Valor Econômico, via Notimp/O Tempo, V. Gonçalves
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A EADS deve estar muito feliz com esses resultados. Bom pra eles!
Já agora, deixo a minha indignação pela compra dos Super Cougar EC725. A história desse helicóptero foi postada por mim. Trata-se de um arremedo feito, pois seu “original” não foi aceito pelas forças armadas da França. Esta porcaria custou os olhos da cara. Advinhem quem será o maior operador dessa jaca no mundo? Acertaram, será o Brasil. A França conseguiu um bobo para comprar esse troço. Os gauleses operam um ridículo número de 14 EC725. Eles não são bobos. Bobos somos nós que adquirimos 50. Sabem quantos mais EC725 eles vão comprar? Zero. A França, que não é boba nem… Read more »
Então ZE qual helicóptero seria o ideal pra você o NH 90 sem transferência de tecnologia mesmo. “O projeto prevê a produção gradual dos helicópteros no Brasil até atingirem um índice de 50% de conteúdo nacional, num prazo de seis anos.” Conteúdo nacional de 50% nada mal, bem melhor que 0 % pelo menos. O NH 90 tem desempenho parecido e valores também só que leva 20 soldados e o EC-725 leva 29, para um país que não pode (quer) comprar muitas unidades não seria melhor comprar o EC-725 mesmo afinal a cada (2 NH90= 40 soldados / 2 EC725=58… Read more »
O AS532 teve problemas estruturais, dentre outros, e não passou no Teste das Forças Armadas Francesas, daí a criação do EC725. O EC725 é um AS 532 Cougar garibado. Por que será? A França só comprou 14 EC725. Por que será? A França não vai comprar mais os EC725. Por que será? O México está revendo o número (para baixo) de EC725 a serem comprados. Por que será? O Brasil vai ser o mair operador dessa coisa defasada, sem escala. Por que será? Esses helicópteros nos custaram os olhos da cara. Por que será? A França está de corpo e… Read more »
Sr ZE ate entendo sua posição com relação a esta maquina,somos patriotas queremos o melhor para o nosso pais,falo com convicção,amo muito este pais, mais do que adianta você comprar uma maquina top,qualquer coisa que você tiver que fazer em matéria de manutenção,vai ter que esperar um técnico da fabrica ou mandar a peça para a Europa,eu fico com o pessoal da aeronáutica,será totalmente fabricado aqui,e a TT deste helicóptero não é tão sensível quanto a de um caça,quem sabe em breve estaremos vendo um helicoptero/BR,
abraço a todos.
Se for para operar algo tão defasado, fabriquemos então sob licença o Mil Mi-8; além de mais barato é comprovadamente mais robusto.
ZE até concordo com problema da escala até por isso a França deve te escolhido o NH90 (sem falar que na união européia é comum usarem os mesmos vetores para facilitar a logística), mas cada país tem sua estratégia, contudo como existe transferência de tecnologia o EC725 não fica no chão por falta de peças. Sobre o preço bem, transferência de tecnologia não é de graça, e mesmo assim aqui mesmo no blog já foi postado uma matéria sobre os dois e se não me engano os preços erram bem parecidos. Por fim ele é tão avançado ou ultrapassado tecnologicamente… Read more »
caravlhomtts em 08 fev, 2010 às 15:51
Esse argumento é uma faca de dois gumes; seguindo seu raciocínio, devemos desistir do Rafale e optar pelo Gripen?
Outra coisa, é previsto que apenas 50% do helicóptero seja fabricado no Brasil, estão… vai ter que esperar um técnico da fabrica ou mandar a peça para a Europa
Senhor ZE,todos esses argumentos seus são sem lógica,vc se esquece que esses Heicoptero será produzido em MG,que é no meu estado,e já há algumas industrias do setor de metalurgia do meu estado fornecendo peças para a Helibras,gerando emprego no meu estado,seus argumentos são totalmente infundados,vejo em seus comentários um certo rancor de cunho político,pra lembrar vc quem fez o maior lobby foi o govrnador de MG para a compra desses helicopteros,e quanto ao MI8,sofreriamos muito com peças de reposição,esperariamos a vinda de técnicos da Rússia,vamos parar de criticar os que trabalham,podemos sim criticar mas desde que seja construtiva a crítica!
Sr Cesarini estamos falando do helicóptero, não há como comparar com os caças é outra negociação e como eu digitei a TT desta maquina não é tão sensível; Com relação aos 50% concordo,mais os 50% corresponde a que partes desta maquina estrutura,motores,caixa de engrenagens,eletronicos e etc,qual o peso de cada um destes na construção desta maquina.
Isto que estamos fazendo hoje,tentando queimar etapas,tinha que ter sido feito lá atrás na época dos militares mais as prioridades eram outras,hoje nos oferecem 50% já é alguma coisa há dez anos atrás não tínhamos nada.
um abarço sr Cesarini.
Turbinas, reduções, transmissão, continuam sendo importados. Isso por acaso garante independência tecnológica?
[]s
caravlhomtts em 08 fev, 2010 às 16:36…Sr Cesarini estamos falando do helicóptero, não há como comparar com os caças é outra negociação…
Por que não há comparação? Se a política de aquisição não está inserida no contexto do tal Parceria Estratégica, não deve ser coerente em todas, submarinos e caças inclusive?
[]s
Olha, quando vejo que a Helibrás já entregou mais de 500 helicópteros, sendo 70% Esquilos, em 30 anos e até agora ela apenas monta o aparelho que vem CKD da França, fico com o pé atrás com essa tal de TOT. Hoje não fazemos nada além de apertar parafusos e pintar a fuselagem. E tem mais, quando o governo decidiu comprar os superpuma por um superpreço, a Eurocopter, que era acionista minoritária na Helibrás, comprou parte da participação dos outros sócios para assumir o controle do capital da empresa. Em 2008 a Eurocopter detinha 45% do capital da empresa, a… Read more »
Fazer Tranferência de Tecnologia não é facil. Os Esquilos estão ae para demonstrar. Agora com o EC-725 vamos ter essa transferência. Mas é estranho essa transferencia não acham? Transferir Tecnologia para uma filial da EADS??? Qual o sentido???
Para mim um real transferência significaria ter uma Empresa NACIONAL, pelo menos em 51% dela.
[]’s
A Helibras é 100% brasileira como ah Embraer ou os projetos que a HeliB.. usa são da Eurocopter?
eduardo em 08 fev, 2010 às 16:58 Caro Eduardo, parabéns pelo seu post. Só gostaria de complementar algo: O Super Cougar EC725 é um upgrade de um upgrade. O Super Cougar EC725 é um upgrade do Super Puma AS532. O Super Puma AS532, por sua vez, é um upgrade do Puma SA330. O Puma SA330, VOOU PELA PRIMEIRA VEZ EM 1965!!!!!! Repiso, estamos pagando caríssimo por um helicóptero (Super Cougar EC725) que é defasado, não será mais produzido na França, não tem escala, e ninguém mais vai comprar. Outra coisa que eu esqueci de falar: parece que os problemas estruturais… Read more »
carl94fn em 08 fev, 2010 às 15:55
Amigo carl94fn, respeito o seu ponto-de-vista, mas não posso concordar com o mesmo, pelo tudo que já postei acerca do EC725.
A compra dele foi a maior burrada que fizemos: algo caríssimo, ultra-defasado, com problemas estruturais, sem escala. Nem mesmo a França irá comprar mais dele. E olha que eles só tem 14 helicópteros EC725.
[]s
Sr cesarini com relação a sua postagem de 16:48 comcordo 100% mais fazer oque 50% é 50%, melhor que nada não é.
com relação ao post de 16:53 sim parceria estrategica entre paises,mais não entre empresas,sr cesarini não somos ingenuos,a helibras pertence a eurocopter que é um braço da EADS que é controlada por varios paises europeus,cada empressa tem uma negociação,não da para termos tudo mas já é um começo.
abraço
OFF (não tão) TOPIC…
A caca do EC-225 foi derrotado na concorrência, p/ prover SAR 24 X 7 na Inglaterra!!!
http://www.flightglobal.com/articles/2010/02/09/338205/team-soteria-wins-uks-sar-h-deal-with-proven-s-92.html
Venceu o S-92, do qual uma empresa do grupo da Embraer, é parceira de risco.
Off (tb não tão) Topic
Por outro lado…
http://www.flightglobal.com/articles/2010/02/09/338182/taiwans-air-force-buys-civil-ec225s-for-search-and.html
Taiwan deverá adquirir 3 helos EC-225 p/ SAR civil mas operados pela força aérea local, em um negocio que poderá chegar a 20 células.
Mas a pergunta que não quer calar:
Irá Eurocopter incorrer na ira do dragão chinês??? tchan, tchan, tchan!!!