Índia reforça capacidade de reabastecimento aéreo com arrendamento de A330 MRTT da França e contrato com a Metrea

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Em um esforço coordenado para modernizar e fortalecer sua capacidade de reabastecimento em voo, a Força Aérea Indiana (IAF) fechou dois importantes acordos: um contrato de arrendamento com a Força Aérea e Espacial Francesa (AAE) para um Airbus A330 MRTT, e um contrato de treinamento com a empresa norte-americana Metrea, especializada em reabastecimento aéreo (AAR).

O Ministério da Defesa da Índia aprovou o arrendamento, por um período de três anos, de um Airbus A330 Multi-Role Tanker Transport (MRTT) diretamente da França. O acordo, em modelo de wet lease (arrendamento com tripulação e suporte de manutenção incluídos), tem como objetivo aliviar a pressão sobre a atual frota de seis Ilyushin Il-78MKI Midas, que enfrenta problemas recorrentes de manutenção e disponibilidade.

Além de ampliar a capacidade operacional da IAF, o arrendamento também permitirá que pilotos e equipes indianas adquiram experiência com o moderno sistema de reabastecimento do A330 MRTT — aeronave que já havia sido escolhida em duas tentativas de aquisição frustradas pela IAF em 2009 e 2013, ambas canceladas por questões orçamentárias. A chegada do A330 à Índia está prevista para o ano fiscal de 2025–2026.

Paralelamente, a IAF assinou em 28 de março de 2025 um contrato com a Metrea, empresa norte-americana especializada em serviços de AAR, para o fornecimento de aeronaves-tanque destinadas ao treinamento de pilotos da Força Aérea e da Marinha Indianas.

A Metrea utilizará aeronaves KC-135R Stratotanker, que serão baseadas na Estação Aérea de Agra, no centro da Índia. Esses aviões fazem parte da frota adquirida pela Metrea em 2024, composta por 14 antigos Boeing C-135FR e KC-135RG da Força Aérea Francesa. A empresa já opera quatro KC-135R ex-Singapura, reforçando sua presença no setor global de reabastecimento aéreo comercial.

As operações com a Metrea deverão começar nos próximos seis meses, ampliando significativamente o treinamento e a prontidão das forças armadas indianas em missões de reabastecimento aéreo — uma capacidade considerada estratégica em um cenário regional cada vez mais competitivo.

Com esses dois acordos, a Índia dá um passo decisivo rumo à modernização de sua frota de reabastecimento aéreo, essencial para manter a flexibilidade e o alcance de suas operações militares.

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Marcelo Andrade

Ou seja, o KC390 cairia como uma luva, 2 coelhos e 1 cajadada!!! Transporte tático e reabastecedor!

Camargoer.

Contudo, o MRTT faz transporte e reabastecimento estratégico… Se fosse assim, a FAB poderia vender os dois Kc30 para a Indua

Santamariense

KC-390 e A330MRTT (ou KC-135 ou KC-46) são aeronaves distintas, de categorias distintas e funções distintas. Um não substitui o outro.

Jadson S. Cabral

A FAB poderia fazer o mesmo até termos dinheiro para converter os nossos, mas…

Santamariense

Por enquanto, não precisa. A frota de caças da FAB está tão reduzida que no momento nem vale a pena. Quando o Brasil quiser voltar a ser crível em sua aviação de combate, com um número minimamente útil de aeronaves de caça, aí sim seriam bem vindas, e úteis, as conversões dos A330 em MRTT. Hoje, o ocupante do planalto está adorando os C-30 para seus passeios pelo mundo, pois é maior, não precisa de praticamente nenhuma escala e da para levar um monte de puxa-sacos e aspones.

cipinha

Índia enfrentando dificuldade com aviões russos

Corinthiano

Sempre bom manter essa capacidade em dia

Last edited 25 dias atrás by Corinthiano
Abymael2

Não entendo isso.
As forças aéreas usam as aeronaves até o limite, antes de aposentá-las. Retiram de serviço. Aí uma empresa privada vai lá e compra eles e volta a operá-los normalmente.
Qual é a mágica? Não compreendo.
Os kc da França operavam desde 1964, mas já vimos isso também acontecer com outros tipo de aeronaves (Mirage F1, F-5, etc).
Aeronaves retiradas de serviço por idade avançada e custos elevados em função dessa mesma idade conseguirão operar em uma empresa privada de modo lucrativo? Difícil fechar essa conta.

Ivan, o antigo.

Acredito que o que está acontecendo é um duplo teste… . Os indianos, sendo indianos, estão contratando de forma temporária duas plataformas ocidentais, que, por sua vez, devem trazer equipamentos diferentes e – inclusive – diferenças doutrinárias (mesmo que pequenas) entre americanos e franceses. . A Indian Air Force (Bhāratīya Vāyu Senā) opera aeronaves russas, meia dúzia de robustos Ilyushin Il-78MKI, com doutrina russo-soviética (obviamente). São aviões robustos, sem dúvida, mas são eficientes? Qual o custo/benefício dos monstros da Ilyushin? . Já faz algum tempo que os indianos olham para o REVO ocidental, que, certamente, tem muito o que ensinar…… Read more »