Secretário da USAF diz que revelação de nova aeronave chinesa não influencia decisões em relação ao NGAD

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O recente aparecimento de novas aeronaves de combate chinesas, incluindo possíveis bombardeiros, caças de tamanho reduzido e plataformas avançadas de vigilância aérea (AWACS), não influenciou as decisões da Força Aérea dos EUA em relação ao programa de Domínio Aéreo de Próxima Geração (NGAD) ou seu planejamento estratégico mais amplo, de acordo com o secretário da Força Aérea, Frank Kendall. Em uma entrevista de despedida, Kendall afirmou que esses desenvolvimentos não impactaram a abordagem de sua equipe ao NGAD, um programa que ele pausou em meados de 2024 para revisar requisitos e cujas decisões finais foram delegadas ao próximo governo.

Kendall enfatizou que os esforços de modernização militar da China têm sido uma preocupação de longa data. Ele observou que a China tem expandido agressivamente suas capacidades para dissuadir o acesso dos EUA ao Pacífico Ocidental e possui ambições mais amplas, incluindo a expansão de seu arsenal nuclear e a rápida militarização do espaço. Esses fatores já estavam integrados às considerações estratégicas dos EUA, e a revelação das novas aeronaves chinesas não alterou as avaliações da Força Aérea.

Adiar a decisão sobre o NGAD para o próximo governo foi, na visão de Kendall, a abordagem mais prudente. Tomar uma decisão apressada em seus últimos meses de mandato poderia dificultar mudanças de direção pelo novo governo, caso necessário. Em vez disso, a equipe de Kendall deixou análises detalhadas sobre as opções do NGAD, permitindo que seus sucessores tomem decisões bem informadas e alinhadas às suas prioridades estratégicas.

O NGAD, um programa caro e complexo, precisa competir com outras missões de alta prioridade dentro das Forças Aérea e Espacial. Kendall destacou a necessidade de investimentos em capacidades de contraespaço e na proteção de bases aéreas avançadas como áreas críticas que também exigem financiamento significativo. Essas prioridades concorrentes, juntamente com os desafios de custo do programa, motivaram uma reavaliação do escopo e abordagem do NGAD.

Kendall também destacou as ameaças em evolução e os avanços tecnológicos como fatores que exigem um novo olhar sobre o NGAD. Ele apontou que seus operadores não tinham certeza se o design do programa realmente representava a substituição ideal para o F-22. Dado o compromisso multibilionário e de várias décadas que o NGAD implica, Kendall enfatizou a importância de garantir que o programa forneça a melhor capacidade operacional possível.

Um painel de especialistas, incluindo generais seniores e analistas, revisou o NGAD e concluiu que, embora outras prioridades de defesa possam exigir financiamento, uma aeronave semelhante ao NGAD ainda pode ser benéfica, caso os recursos permitam. Kendall mencionou que alternativas, como capacidades multifuncionais de menor custo ou plataformas otimizadas para combate colaborativo, foram consideradas. Algumas dessas ideias, ele sugeriu, podem valer a pena ser desenvolvidas de forma independente.

Kendall destacou a importância de acertar no NGAD, observando que é improvável que outro programa de aeronave de sexta geração surja em breve. Isso torna as apostas especialmente altas, pois a Força Aérea deve garantir que o programa maximize sua capacidade operacional e justifique seu substancial investimento financeiro e estratégico.

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