A estreia mundial do F-39E Gripen em um exercício multinacional de alta complexidade superou as expectativas

Quase dois anos após ser incorporado ao serviço ativo na Força Aérea Brasileira (FAB), o F-39E Gripen concluiu sua participação na CRUZEX 2024.

“As expectativas foram superadas, especialmente em relação à disponibilidade. Trouxemos sete aeronaves, conforme planejado, e praticamente todos os dias tivemos os sete caças disponíveis na linha de voo. As missões aéreas compostas (Composite Air Operations, COMAO) envolveram quatro F-39E Gripen pela manhã, além de outro voo menor à tarde, com mais duas aeronaves”, explicou o Tenente-Coronel Aviador Ramon Lincoln Santos Fórneas, comandante do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA).

Atuando tanto como Força Aliada quanto como Força Oponente, a integração e o desempenho dos sistemas, demonstrando as capacidades do F-39E Gripen como uma moderna plataforma de armas, foram excepcionais.

“Os sistemas de guerra eletrônica, detecção de ameaças, o radar de varredura eletrônica ativa (Active Electronically Scanned Array, AESA) e o sensor passivo de busca por infravermelho (Infra-Red Search and Track, IRST) funcionaram perfeitamente. Conseguimos simular lançamentos de mísseis com excelentes resultados”, completou o Tenente-Coronel Fórneas.

A interação do caça com outras aeronaves da mesma formação também ocorreu sem problemas, garantindo superioridade aérea e proteção às formações de aviões de transporte e ataque nas missões aéreas compostas (COMAO), que reúnem dezenas de aeronaves voando simultaneamente no mesmo espaço aéreo.

Sobre a Saab

A Saab é uma empresa líder em defesa e segurança com uma missão de longo prazo: ajudar os países a manterem suas pessoas e sociedades em segurança. Com o apoio de seus 22.000 funcionários, a Saab vai além dos limites da tecnologia para criar um mundo mais seguro e sustentável. A Saab desenvolve, produz e mantém sistemas avançados, sejam eles aéreos, de armamentos, comando e controle, sensores e subaquáticos. A Saab está sediada na Suécia e possui operações importantes em todo o mundo. Os produtos e serviços da empresa fazem parte da capacidade de defesa de muitas nações.

A Saab mantém uma parceria de longo prazo com o Brasil e fornece diversas soluções avançadas para o país, tanto civis quanto militares. Com o Programa Gripen Brasileiro, a empresa estabeleceu uma ampla transferência de tecnologia que está beneficiando a indústria de defesa nacional.

DIVULGAÇÃO: Saab / AND, ALL

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Dragonfly

Impressiona o nível de maturidade da aviação de caça brasileira.
Um avião novo, com armamentos novos, pilotos ainda em adaptação etc., e mesmo assim muitas notícias e informações de bons resultados.

Leandro Costa

Olha, não me impressiona. Não digo isso de modo à denegrir a Aviação de Caça. Não me impressiona porque não me surpreende. A caça Brasileira, desde a Segunda Guerra Mundial já mostra o profissionalismo. E não falo isso apenas em relação aos pilotos, mas em relação à todo o pessoal mesmo. Tem uma entrevista muito interessante de um dos veteranos do 1º Grupo de Aviação de Caça, no caso um dos mecânicos-chefe do Grupo, em que durante uma inspeção feita por parte de pessoal da 12ª Força Aérea (a qual o 350th FG e o 1ºGavCa eram subordinados), em que… Read more »

Camargoer.

Olá Leandro, por outro é importante lembrar que a FAB perdeu a frota de Gloster precocemente por uso inadequado dos aviões.

Acho que a FAB já teve outros momentos de salto tecnológico, como na aquisição dos Mirage III. O Gripen também é um momento especial… também teria sido um salto tecnológico a escolha do Gripen C/D ha 20 anos.

Leandro Costa

Camargo, não foi o uso inadequado dos aviões, mas sim o foco em Ataque ao Solo, tarefa para qual os Meteors podiam fazer tranquilamente. Mas isso tem como efeito uma maior fadiga estrutural da aeronave com vôos carregando mais peso (bombas, foguetes, etc.)e executando manobras à altitudes mais baixas do que o fariam caso estivessem sendo usados primariamente para interceptação carregando apenas munições nos canhões e, no máximo, combustível extra. A FAB poderia ter dado mais saltos tecnológicos, mas eu diria que o salto maior que a aquisição do Mirage III foi a criação do ITA e fomento de indústria… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Vale lembrar também que jatos da virada das décadas de 1940-50 (salvo algumas exceções) não eram feitos para durar 15, 20 ou 30 anos em operação como os de décadas posteriores.

O Gloster Meteor durou entre 10 e 15 anos na FAB, o que sem dúvida foi pouco e gerou um problemão na FAB, mas essa duração não foi tão diferente assim do que boa parte de sua geração inicial de jatos de combate, sobrepujada rapidamente.

Wilson

Sei que vou colecionar “dislikes” mas acho que não consigo concordar totalmente com o amigo e proponho dividir a história da FAB em quatro fases. 1 – Teve um ótimo começo na WWII e incorporou a doutrina e o material da época 2 – No pós guerra trouxe os Meteor e alguns outros aviões da segunda guerra com sucesso. 3 – Na década de 1970 e 1980 incorporou os Mirages, F-5s e os A-1s, mas não fez a modernização de sua doutrina e ainda usava as táticas aprendidas na Italia, com resultados pobres – Isso ficou evidente em dois momentos.… Read more »

Leandro Costa

Wilson, ignore os dislikes se acontecerem. Literalmente ‘blé’ para eles. Mas você traz bons argumentos sim, mas vou te dar alguns contra-argumentos. Equipamentos novos movem a doutrina adiante. Um bom exemplo disso é o próprio Mirage III. O curso de caça feito na França pelos ‘Dijon Boys’ trouxe resultados. Ao mesmo tempo em que os Mirage eram adquiridos e implantados, toda uma infraestrutura de Defesa Aérea foi implantada junto na figura do SISDACTA, no qual integram os CINDACTA das diferentes regiões do Brasil. O Mirage III era um interceptador nato, mas aeronaves que vieram pouco depois, como o F-5 conseguiam… Read more »

Wilson

Agradeço as contribuições do amigo, e sim, os meios são determinantes para a formação da doutrina. Concordo principalmente que “a galera que pega no rojão e está na ponta da linha” é nota 10.

Rinaldo Nery

O gol da CRUZEX 2002 foi o início da implantação da doutrina de campanha aérea no padrão OTAN. Na realidade, isso iniciou coma ida do então Cel Burnier, chefe do EM do COMDABRA, à França para participar da Operação ODAX, como observador. O combate BVR foi o resultado natural da aquisição dos mísseis Derby e Matra 530F. O combate BVR foi implantado, mesmo, em 2007/2008. Ainda estamos no início do combate centrado em redes.

Wilson

Agradeço as contribuições e seu comentário em relação ao Cel Burnier mostra que o principal ativo de qualquer força é o humano. Neste quesito, reconheço que a FAB é exemplar (mesmo que muitas vezes eu seja crítico à administração da atividade meio)

Nilo

“..superioridade aérea e proteção às formações de aviões de transporte e ataque nas missões..” todos os Sistemas Ok.
E ainda em evolução, com indicativo de possibilidade forte de parceria para desenvolvimento de um caça de próxima geração, certamente que os Suecos não abrirão mão de sua filosofia de sobrevivência enquanto Nação, a maximização de independência tecnológica.

Dod

O cara que tirou as fotos da Cruzex é bom viu!

Fabio Araujo

Que venham mais exercícios tanto no Brasil, quanto no exterior, aqui no Brasil quantos exercícios a FAB faz internamente só com suas unidades?

Rinaldo Nery

Creio que dois: Tínia e Tápio.

Roberto

Queria mesmo é saber qual é o calculo do Mission Capable (MC) Rate que a FAB adota para o Gripen, se é a mesma métrica adotada pelos americanos.

Rinaldo Nery

Eu não sei. Vou procurar saber.

Roberto

Eles levam em conta a capacidade total da aeronave desempenhar suas unções inerentes, por exemplo, uma aeronave de ataque e reconhecimento tem que obrigatoriamente estar apta a desempenhar todas essas funções full mission capable, assim como a capacidade parcial, como por exemplo, um caça multifunção que só atua como caça mas não está capaz de missões de ataque ao solo, partial mission capable. Eles então subtraem esses dois componentes (as horas que a aeronave permaneceu nesses dois estados) para daí dividir pelas horas totais de determinado período. Desse imbróglio eles fazem um cálculo percentual. Grosso modo, acredito que seria algo… Read more »

GRAXAIN

A frase mais importante no momento – “As expectativas foram amplamente superadas, especialmente no que diz respeito à disponibilidade”. Fator crítico para garantir a prontidão operacional em uma força reduzida como a da FAB!!!

Roberto

Não seja tão ingênuo.

Veja quem de onde partiu a notícia. Se o exercício tivesse sido um completado fracasso, acha mesmo que estaríamos aqui discutindo isso?

Até que se pague toda a conta, é só notícia boa! É só alegria!

Fabio

Alguém sabe dizer qual foi a configuração utilizada no Gripen para os exercícios, nas fotos ele está com um tanque extra apenas.

Fernando "Nunão" De Martini

Fabio,

Tem pelo menos meia dúzia de matérias anteriores mostrando a configuração.

Segue um exemplo:

comment image

Maurício.

Bom saber que a disponibilidade do Gripen no exército foi boa, e que seus sistemas funcionaram em sintonia.
Eu só não entendi por que eles não estão autorizados a realizar combate aproximado, mas deve ser por um motivo de prudência, visto que o caça ainda está em testes.

Rinaldo Nery

Há uma confusão: o combate WVR não estava previsto “no exercício CRUZEX”. Para todos os participantes.

Last edited 1 hora atrás by Rinaldo Nery