O objetivo das Missões Aéreas Compostas é aprimorar a eficiência e eficácia das unidades em um ambiente de guerra

Os principais treinamentos realizados na CRUZEX 2024 são as Missões Aéreas Compostas (do inglês Composite Air Operations – COMAO), que simulam a integração de diversas Forças para cumprir uma tarefa complexa em um curto período, intensificando a interoperabilidade entre os envolvidos. Essa ação tem o objetivo de aprimorar a eficiência e a eficácia das unidades em um ambiente de guerra, demandando precisão e agilidade para atender aos objetivos estratégicos.

FAM

Na etapa inicial da CRUZEX 2024, os militares realizaram a etapa de Familiarization Mission (FAM), destinada a criar consciência situacional e adaptação ao ambiente operacional da região de Natal (RN). Assim, as tripulações se familiarizaram com frequências locais, tráfego aéreo e características geográficas da área de atuação. Essa etapa visa não apenas ajustar as operações ao cenário real de Natal, mas também fortalecer a capacidade de cada integrante em responder com rapidez e segurança a imprevistos na região.

FIT

Em seguida, ocorre o Forces Integration Training (FIT), que introduz missões com foco em táticas e procedimentos específicos. Durante o FIT, as nações envolvidas realizam operações integradas com um número reduzido de aeronaves, simulando situações que requerem precisão em táticas militares e técnicas de combate. Esse treinamento é fundamental para que as unidades desenvolvam técnicas de interação e cooperação, essenciais para missões mais complexas e integradas, como as realizadas durante as missões aéreas compostas.

COMAO

O COMAO é o ponto alto da CRUZEX, no qual Forças brasileiras e estrangeiras coordenam ações de combate aéreo em um ambiente de pressão temporal e de alto risco. Essas missões aéreas compostas, que são planejadas para serem realizadas em um tempo comprimido, exigem dos participantes um alto nível de organização e habilidade para operar de forma eficaz em um cenário de conflito. A cooperação entre as nações e Forças participantes demonstra a importância da interoperabilidade para atingir os objetivos estratégicos estabelecidos.

Entre os objetivos dos COMAO na CRUZEX 2024, destaca-se o fortalecimento da capacidade de combate integrado das Forças Armadas brasileiras e de seus aliados. O exercício permite que todos os participantes testem e aprimorem suas técnicas de coordenação e comunicação, além de reforçar a confiança mútua e o entendimento de cada país sobre as táticas dos demais. Dessa forma, as missões aéreas compostas contribuem para uma resposta coletiva e coordenada a ameaças em cenários de guerra convencional.

O Chefe da Divisão de Preparo Operacional do Comando de Preparo (COMPREP) e Chefe da Divisão Exercise Control (EXCON) na CRUZEX 2024, Coronel Aviador Ricardo Bevilaqua Mendes, destaca a importância das missões aéreas compostas no Exercício. “As missões do tipo COMAO são o carro-chefe. Nelas, decolamos com diversas aeronaves, aproveitando uma defesa aérea momentânea que permite a entrada em território inimigo simulado. Esse esquema viabiliza a realização das missões principais, como ataques e lançamentos de pessoal e carga. Para alcançar eficiência e eficácia planejadas, é necessário o suporte das aeronaves de defesa aérea”, explica.

Suporte

Para garantir o sucesso das operações, a Base Aérea de Natal oferece suporte total, coordenando todas as atividades de segurança e logística necessárias para a mobilização e o treinamento das Forças envolvidas. Além disso, equipes especializadas em logística e manutenção asseguram que as aeronaves e equipamentos estejam prontos para enfrentar as demandas intensivas dos treinamentos, contribuindo para a fluidez e segurança dos voos.

Novidade para o Exercício

Outro ponto importante do COMAO na CRUZEX 2024 é a implementação de sistemas de Defesa Cibernética e Controle Satelital, que simulam cenários de interferência e ameaças aos sistemas espaciais. Esta iniciativa proporciona uma experiência prática de combate cibernético e simulação de bloqueio de sinal GPS, oferecendo aos participantes um cenário complexo que exige adaptação rápida e precisão nas respostas.

A coordenação entre as tripulações e o centro de comando durante os cenários do COMAO é realizada por meio de sistemas avançados de controle e comunicação, como o Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), que monitora o espaço aéreo e facilita a supervisão das operações em tempo real. Essa estrutura permite uma análise detalhada dos voos, desde o planejamento até a execução e a avaliação pós ação, garantindo o aprendizado contínuo.

Com um cenário realista de guerra, a CRUZEX 2024 se consolida como um dos maiores exercícios de integração das Forças Armadas do Brasil com nações aliadas, demonstrando a capacidade do país em coordenar e participar de operações multinacionais complexas.

A CRUZEX 2024 mobiliza a Base Aérea de Natal (BANT) de 3 a 15 de novembro, com a participação de militares da Força Aérea Brasileira, da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e de nações parceiras.

FONTE: Força Aérea Brasileira

Subscribe
Notify of
guest

51 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Macgaren

Fiquei emocionado com os F5 ali.

Devem também ter dado uma surra nos F15

Rinaldo Nery

Menos, bem menos…

Rafael Costa

Calma aí amigo, não é pra tanto. Nossos caçadores são excelentes, mas não fazem milagre. A superioridade do F-15 com seu radar aesa APG-63(V3), em conjunto com uma gama de sensores EW e os seus motores F-100 com mais de 52.000lbf cada um o colocam bem a frente do F-5. E o grande problema do F-5 são justamente os motores, falta potência. Isso foi demonstrado em missões como a Red Flag 2008, na qual o F-5 por exemplo se dirigia a “regenerate area” e o F-15 já havia ido e voltado de lá.

Saudações a todos.

DSC

“…e os seus motores F-100 com mais de 52.000lbf cada um…”

Só uma pequena correção…
Cada motor F100-PW-220/220E gera 23,770 lbf de empuxo com pós combustão.

Fabio Araujo

Um outro problema do F-5 é o alcance de seus dentes, para a região a pequena capacidade BVR dele faz a diferença contra forças aéreas que nem possuem capacidade BVR ou possuem capacidade BVR limitada, mas contra caças como o F-16, F-15, SU-30 ( que não esta na CRUZEX mas a Venezuela tem ) de capacidade BVR superior fica difícil.

737-800RJ

Irmão, você pode colocar um piloto de F-1 num Uno e ele vai dirigir melhor do que a gente. Porém se ele tiver que competir numa corrida contra um motorista comum pilotando uma Maserati GT2, não terá chances.

Jorge Cardoso

Depende. Se o piloto de F1 e o Zé estiverem descendo a Via Anchieta, o da F1 “atropela”, fácil.

Maurício Veiga

Essa surra ocorre no WVR na proporção de 3×1 em condições similares de armamento e piloto…

Rafael Costa

Os F-16 block 50 não dispõem de um grande raio de ação? Achei estranho o F-16 chileno com 3 tanques externos para executar a missão. No mais, parabéns a FAB e a todos os envolvidos no exercício, CRUZEX 2024 está excelente.

Saudações a todos.

Bjj

O F-16 leva menos combustível interno que o Gripen E e ainda é mais pesado e possui um motor mais potente. O raio de combate dele não deve ser nada de extraordinário.

Fabio Araujo

Por isso desenvolveram os tanques conformais para aumentar a capacidade de combustível sem comprometer muitos hardpoints.

Matheus

Uma dúvida, se eles estão em solo brasileiro eles abastecem com o nosso combustível ou trazem tudo do país deles? Quem banca a operação?

Fábio CDC

Salvo engano, durante as operações, nós bancamos o combustível mas quando eles vem e voltam, é por conta dos participantes mesmo. É aquela velha conversa, se eu te convido, eu pago, se você me convida é você que abre a carteira.

Camargoer.

Creio que o combustível é padronizado, já que os motores são de certa forma padronizados. Claro que se um avião demandar um combustível especial, seria outra coisa.

Então, assim como os aviões de qualquer país podem abastecer em um aeroporte em outros lugares ou aviões de companhias estrangeram podem abastecer em um aeroporto nacional

agora, fiquei com uma outra dúvida…. o custo operacional dos aviões estrangeiros são cobertos pela FAB como anfitriã ou são pagos por cada força?

Vitor Botafogo

Pagos por cada força

André Bueno

Vide o SR-71!

Rinaldo Nery

Creio que cada Força paga seu combustível. Na Red Flag 2008, se nós utilizássemos o REVO norte americano (KC-135), teríamos que pagar. Levamos o nosso velho KC-137.

Allan Lemos

Mas há alguma diferença no combustível? Porque se a FAB levou o avião dela para não pagar, os próprios custos disso não anulariam a “economia” feita com o uso do nosso próprio avião?

Rinaldo Nery

Não havia diferença no combustível. O uso do KC-135 também era pago, e não era barato. Não era só o querosene.

Last edited 3 dias atrás by Rinaldo Nery
Fabio Araujo

O combustível é o mesmo a diferença é que usando o avião de reabastecimento pagamos pelo combustível e pelo serviço de reabastecimento, que não deve ser barato pela complexidade da operação e pelos riscos inerentes, usando o nosso avião de reabastecimento só pagamos pelo combustível.

Marcos

Cadê as fofocas galera? Estão dizendo que o C-130 do Peru quebrou 2 vezes nos exercícios.

Kornet

Estão dizendo que os Pampas derrotaram os A 1.

Maurício.

É obrigação dos F-5 vencer os AMX.

Kornet

No caso são os Pampas argentinos.

Santamariense

Isso significa, em uma lógica sem sentido ,que os IA-63 Pampa vencem os F-16, visto que os A-1, décadas atrás, já venceram os F-16…hehehehehehe

Equilibrium

Isso não é fofoca não. Tem uma live de um spotter na cruzex mostrando a movimentação que capta o hercules peruano ligando, indo pra pista e depois abortando e voltando pro estacionamento com uma hélice desligada.

Rinaldo Nery

Motor cortado. A hélice não desliga.

Equilibrium

Eu sei, me expressei mal, foi uma forma de falar somente.

Santamariense

Isso é comum…nada demais.

Rinaldo Nery

Os Mission Commanders de cada COMAO são revezados entre os países participantes. No Brasil, para ser Mission Commander precisa ser Líder de Esquadrão de Caça (Capitão ou acima, mais de 800 horas de Caça), e ter realizado o curso de Mission Commander. Desenvolvemos um software, no CCA-SJ, chamado POMA (Planejamento Operacional de Missão Aérea), a fim de auxiliar o Mission Commander no desconflito dos vários circuitos de navegação e do quadro horário. Num COMAO alvos diferentes são atacados pelas várias esquadrilhas, ao mesmo tempo, para saturar a Defesa Aérea inimiga.

Zigg

Vi nos vídeos dessa CRUZEX que todos os caças estão usando tanques externos, mesmo aqueles que tem capacidade de revo. Isso indica que a duração desses exercícios aéreos de combates simulados duram mais de 2 horas on-station sem revo dos F-15, F-39, F5, A-1, A-4 e outros que suportam essa autonomia? Outra pergunta: Se estão usando tanques externos, a capacidade de melhor performance de combate da aeronave fica limitada. Em alguma fase do exercício aéreo é feito uma configuração limpa das aeronaves para terem melhor performance de combate? Outra coisa que me chamou atenção em um video foi o uso… Read more »

Rinaldo Nery

A prioridade é a segurança de vôo, não performance. Desconheço a duração das missões. Deve ser próximo de duas horas, não mais. Quando participei da CRUZEX eram dois COMAO pela manhã e dois à tarde. Eu, como AWACS, voava 06 horas para controlar dois COMAO. Primeiro a decolar e último a pousar.

Bigliazzi

É muito bom ler os seus comentários… é a “vida” como ela é, sem romantismos ou “torcida”

Guizmo

Procede a informação que os F16 chilenos venceram nossos Gripens em 3 dogfights?

Burgos

Já teve Dogfight ?!🤷‍♂️

Guizmo

Acho que sim, não teve? Acompanho uns perfis de militares no Instagram que tem falado disso

Marcos

Sim, logo depois dos AT-27 do Paraguai terem vencido os Gripens por 4×1.

Guizmo

Sério? Que boa notícia para eles. Aproveita e toma um Chivas paraguaio em comemoração….caso tenha idade

Santamariense

Não posso afirmar, mas lembro de ter lido que os embates nessa Cruzex não envolveriam dogfight, somente enfrentamentos BVR. Porém, posso estar errado.

Carlos Pietro

A última foto é de tirar o fôlego!! Linda de mais.

Marcelo Mendonça

Legal conseguir identificar na última foto a marcação na cauda das estrelas do Esquadrão Pampa e a fita azul do grupo de caça.

Santamariense

“ marcação na cauda das estrelas do Esquadrão Pampa”

As estrelas na cauda das aeronaves do Pampa são uma referência ao Cruzeiro do Sul.

“e a fita azul do grupo de caça.”

Essa é uma alusão ao Blue Ribbon Presidential Unit Citation, recebido pelo Grupo de Caça pela sua campanha no TO italiano na 2ª GM.

737-800RJ

[OFF]

Há pouco o Felipe Salles, do canal Base Militar no YouTube, disse que a França possui interesse em extração de Urânio na Bahia e que estaria disposta a pagar 10 bilhões de euros para tal. Só que em forma de produtos de Defesa. Aí entrariam no jogo os 24 Rafales, o quinto Scorpéne BR, os 36 obuseiros Caesar e os 50 Airbus H-145 que serão oferecidos ao Brasil daqui a alguns dias no G20, no Rio.
Será?

João

É provável q o Brasil tenha mais o q fazer com 10 bilhões.

Gabriel

Aparentemente o F-39 4104 recebeu a pintura comemorativa de um P-47 logo ao lado do cockpit.

Equilibrium

Faz um tempinho já, foi ano passado. É em homenagem ao Brig. Nero Moura

Jefferson Henrique

O “Júpiter” Colombiano possui apenas o sistema de cesto para REVO, certo? Então está reabastecendo os aviões com probe junto do KC-390. O KC-135 Chileno com sistema de lança para os F-16, será que está fazendo REVO com os F-15 também? A USAF/ANG não enviou KC-135 como se cogitava?

A propósito, fotos incríveis! A do E-99M então, não é mesmo Sr. Nery?

Rinaldo Nery

É a primeira CRUZEX dos E-99M, depois de modernizados.

Santamariense

“… A USAF/ANG não enviou KC-135 como se cogitava?”

Eles enviaram um KC-46.

Bigliazzi

Belíssimas fotos! Um presente para todos nós!! Obrigado!!!