A-Darter no caça Gripen

A tão aguardada entrega do míssil ar-ar de curto alcance de quinta geração Denel V3E Agile-Darter (A-Darter) para a Força Aérea da África do Sul (SAAF) começará em outubro com mísseis de treinamento, enquanto os mísseis A-Darter operacionais são esperados para março ou abril do próximo ano.

O A-Darter é uma arma de combate aéreo de curto alcance (com alcance de cerca de sete quilômetros), mas com alguns recursos excepcionais. O míssil possui alta capacidade de detecção fora do eixo (high off-boresight), o que significa que ele pode detectar um alvo a 180 graus da direção da aeronave lançadora.

Além disso, o A-Darter tem capacidade de travamento antes do lançamento (LOBL – Lock on Before Launch) e travamento após o lançamento (LOAL – Lock on After Launch), o que significa que o travamento inicial é realizado enquanto o míssil ainda está preso à ponta da asa da aeronave, e o travamento após o lançamento é feito pelo buscador óptico do A-Darter depois que o míssil é disparado.

O buscador é uma cabeça óptica de infravermelho de imagem (IIR) de dupla cor, capaz de diferenciar entre contramedidas (flares) e o alvo. O míssil pode suportar forças de até 80 Gs. Mesmo que seja disparado contra um alvo vindo de frente, ele é capaz de fazer uma curva em U e seguir o alvo.

O míssil utiliza uma ogiva de fragmentação com uma espolete de proximidade da RDM (Rheinmetall Denel Munition), bem como um dispositivo eletrônico de segurança e armamento, que impede a detonação prematura da ogiva. Atuadores e outros componentes também vêm da RDM na África do Sul.

A Denel Dynamics iniciou o desenvolvimento do A-Darter em 2006, em colaboração com o Brasil. Após atrasos devido à captura do Estado e outros problemas na Denel, a Armscor e a Força Aérea da África do Sul decidiram criar uma linha de montagem e estabelecer uma Linha de Base de Fabricação (MBL), o que significa que tudo está pronto para a produção em massa, exceto por um subsistema pendente.

Um comitê foi formado para trabalhar entre forças aéreas e governos, de forma que o Brasil possa fabricar o míssil, mas não está claro se o Brasil realmente o fará. No momento, a fabricação será feita na África do Sul para os Gripen C/D da SAAF.

Houve uma tentativa de qualificar o A-Darter para o novo Saab Gripen E, mas, embora não tenha sido bem-sucedida, o projeto está sendo reativado.

A Denel tem contrato para entregar oito mísseis de prática, 21 mísseis de treinamento e 41 mísseis operacionais à SAAF para seus caças Gripen C/D.

FONTE: DefenceWeb

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Nunes-Neto

“exceto por um subsistema pendente”, falta a espoleta que detona no míssil, ou talvez o motor ,kkkk… só sendo irônico :0

Idenis Pereira Matos Medeiros

Quem tinha o conhecimento para fazer misseis ar-ar da classe do AIM-9 M e queria fazer um míssil de quinta geração, era a Africa do Sul. Mas a destruição da economia da África do Sul pós fim do Aparthaeid fez com que eles procurassem o Brasil para conseguir escala e ajudar o financiamento do programa A-Darter. Se ferraram grandão. O Brasil só tinha que entrar com parte do dinheiro e como cliente lançador do produto em conjunto com quem de fato sabia fazer o míssil. Nem isso fizemos. A África do Sul, sabia mais ou menos o que ia acontecer… Read more »

Perigoso

Kkkkkk hoje a situação econômica da África do Sul é muito melhor que durante o apartheid.

A economia durante o regime do apartheid foi um desastre.

Durante o regime do apartheid a inflação era mais alta (14%), o número de pessoas vivendo a baixo da linha da pobreza era maior, as exportações eram baixíssimas.

Oque acontece é que uma minoria tinha privilégios concedidos pelo Estado e essa minoria vivia bem por causa de seus privilégios.

Leia este link.
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/12/131209_mandela_economia_rp

Last edited 1 hora atrás by Perigoso
Guacamole

Duvido o A-Darter sser fabricado no Brasil por completo.
Talves alguma linmha de produção one apenas peguem peças da Afreica do Sul, montem aqui pra poder dizer que foi “fabricado” no Brasil.

Tipo os computadores COBRA.

Sergio Cintra

A curiosidade e o prognóstico, se está com a FAB o cabedal técnico, será a quem irá a função de “main contract” tupiniquim e os fornecedores dos componentes e dessa forma gerar “expertises” para as empresas de materiais brasileiras. Se o governo não tocar isso para a frente estará lesando o contribuinte.

Thiago

O Brasil adora investir milhões em projetos e depois não dar sequência nos mesmos é uma rasgação de dinheiro sem fim

Perigoso

O problema é que durante mudanças de governo alguns governos não dão sequência, tem governos que preferem comprar soluções de prateleira ou produtos usados pelo custo menor, do que investir numa solução nacional ou uma parceria.

Também parece que falta esforço por parte das Forças Armadas para manter alguns programas ativos.

Last edited 1 hora atrás by Perigoso
LucianoSR71

Achei estranha a informação de alcance de cerca de 7km, me pareceu muito pouco então procurei no site da Denel e há apenas um pdf de 2 páginas que não informa range. Algumas fontes falam em 10km, mas quando procurei essa informação do Iris-T no site da Saab consta: max. range aproximadamente 25km. Apesar desses números serem relativos pois tem que saber em que condições foi calculado (p.ex. altitude e velocidade do caça lançador, tamanho/tipo do alvo, etc) me parece ser esse um fator que o A-Darter precisa melhorar, a menos que a proposta seja perder em alguns aspectos p/… Read more »

Bosco

Luciano, O seeker passivo IR tem alcance limitado na dependência do altitude relativa da aeronave lançadora e do alvo. Em baixa altitude há uma degradação do alcance. Também as condições atmosféricas podem influir no alcance de detecção e trancamento. O alcance cinético do míssil pode ser de 25 km mas o alcance nominal do míssil é dependente do alcance de travamento do seeker, que pode ser de 7 km na média. Só como exemplo se o vetor estiver em baixa altitude e o alvo em baixa altitude o seeker só tranca numa distância de 5 km , se o vetor… Read more »

Perigoso

Brasil deveria continuar no projeto, é muito melhor participar de um projeto do que adquirir uma solução de prateleira.

Marcelo Bardo

Seria bacana se a SIATT assumisse a fabricação agora que tem o EDGE GROUP injetando verba.