Domingo Aéreo PAMA-SP 2024: sem Gripen, mas também sem chuva
Por Fernando “Nunão” De Martini e Alexandre Galante
Neste domingo, 29 de setembro, o tradicional evento Domingo Aéreo PAMA-SP – 2024 foi realizado no Campo de Marte, em São Paulo, sede do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP). Para a alegria dos visitantes, contrariando as previsões que costumam alternar entre sol e chuva, o dia permaneceu seco, permitindo que todos aproveitassem a exibição ao ar livre.
Entre os destaques, uma área chamou a atenção: o setor onde aeronaves aguardam para saber se serão desativadas ou passarão pelas inspeções de 600 ou 1.200 horas. Ali, cinco caças F-5 estavam dispostos em fileira, com matrículas que, embora desgastadas, puderam ser identificadas como 4850, 4827, 4823, 4824 e 4860. Desses, quatro pertenciam ao lote original, enquanto o último era um ex-Aggressor. Junto ao grupo de caças, também estava um helicóptero Black Hawk, de matrícula 03, atraindo olhares curiosos.
Na área destinada à montagem final, os visitantes puderam observar algumas das aeronaves mais bem conservadas. Entre elas, um helicóptero Esquilo recentemente pintado se destacava. Já entre os caças F-5, estavam as matrículas 4856, 4859, 4873 e o F-5FM 4808. No entanto, apenas o F-5FM 4808 apresentava sinais visíveis de trabalho em andamento, com técnicos realizando testes no sistema hidráulico e no trem de pouso. Os demais, embora estacionados no hangar, poderiam estar aguardando desativação ou o início das inspeções.
Nos bastidores, protegidos pelas cortinas de camuflagem, outros três F-5 foram avistados. Um deles identificado como 4837, enquanto os outros dois exibiam as estrelas do Pampa, mas suas matrículas estavam apagadas ou cobertas, dificultando a identificação. Vimos também o 4828 sozinho do lado oposto dos F-5 que aguardavam inspeção ou desativação, quase na saída do fundo do hangar (onde estava o Super Puma), perto de um míssil Meteor de manejo.
Além disso, em exibição estática no pátio, o público pôde admirar o F-5 de matrícula 4871, que estava ao lado de um Impala (versão de um só lugar do conhecido AT-26 Xavante) muito bem preservado, além do 4845 imortalizado como monumento.
Com uma mistura de nostalgia e curiosidade sobre o futuro dessas aeronaves, o Domingo Aéreo PAMA-SP 2025 ofereceu uma viagem pela história e pelos bastidores da aviação militar brasileira, consolidando-se como um dos eventos mais esperados pelos apaixonados por aeronaves.
Então podemos dizer que na prática a FAB tem hoje disponível/voando entre 25 a 30 caças F-5? Somado com um punhado de 8 Gripens…bom, é o que temos pra hoje. Não deixa de ser uma vergonha, mas o que esperar da má administração do dinheiro da defesa e falta de investimento do governo federal, não é mesmo. O maior problema da FAB acredito eu sempre foi a aviação de caça, com aviões em quantidade aquém do necessário e antigos. Enquanto o Chile e a Venezuela estavam recebendo F-16 e SU-30, a FAB dava início ao programa de modernização do F-5.… Read more »
Sim, no momento, e arredondando pra facilitar o entendimento, nossa aviação de caça de primeira linha (jatos) está restrita a cerca de uma dúzia de F-5 EM/FM no 1º GAVCA de Santa Cruz (RJ), outra dúzia de F-5 EM/FM no 1º/14º GAV de Canoas (RS), pouco mais de meia dúzia de F-39 Gripen E em implantação no 1º GDA de Anápolis (GO) na companhia de um par de F-5 EM que ainda realiza o alerta, e cerca de meia dúzia de A-1M efetivamente em operação compartilhada pelo 1º/10° GAV e 3º/10° GAV em Santa Maria (RS).
É, parece que o AMX precisa ser reposto urgentemente. O que um motor velho e sem peças faz com um planejamento.
A situação dos F-5Ms é muito preocupante , pois formam a espinha dorsal da força de combate da FAB …creio que muitas aeronaves que vi no PAMA hoje não devem voltar a ativa….precisa de uma definição para a substituição dos mesmos …e urgente …
Plinio, O substituto já existe e se chama Gripen E/F, na minha opinião não precisam definir nenhum outro substituto. Para isso precisam acelerar a execução físico-financeira do contrato (usando 2,5 bilhões de reais do empréstimo por ano ao invés do 1,5 bi autorizado na média da última década) e assim o ritmo das entregas poderá aumentar. E também ampliar o lote original para cerca de 50 aviões, que assim conseguirão tanto equipar o 1º GDA em Anápolis (e até um esquadrão de A-1M que possa compartilhar aeronaves com o Jaguar se alocarem uns 24 caças na base) quanto substituir minimamente… Read more »
Poderia ter uma unidade do musal no campo de Marte, eles já tem um vasto acervo de aeronaves históricas da FAB.
Tá maluco?! Quer tirar de mim a única coisa da qual posso me gabar do Rio?? Ok, o resto todo é uma porcaria, mas o MUSAL é muito bom heheheheh
Ok, estou brincando. Eu sei que a proposta seria pegar as aeronaves históricas já presentes no PAMA e colocá-las sob os auspícios de um ‘braço’ do MUSAL no PAMA-SP em si. Acho a idéia válida. Mas como não conheço o PAMA-SP, já que estive muito brevemente no Campo de Marte, então não sei como anda a disponibilidade de instalações, pessoal, etc., para pelo menos saber se é viável.
Houve uma proposta de construir um museu no Campo de Marte, com o acervo do museu da TAM. Área tem. TB Damasceno era cmt do COMAR 4 à época. Mas o sr Doria não apoiou o projeto, porque era mais lucrativo (pra ele) construir prédios residenciais.
Acompanhei essa novela. O Campo de Marte seria o lugar ideal. Dá para ir andando tanto do Terminal Tietê quanto do Ibirapuera. Fácil acesso de onde quer que seja. Infelizmente agora vou ter que ir até Itu para ver o acervo do Musem da TAM.
“O Campo de Marte seria o lugar ideal. Dá para ir andando tanto do Terminal Tietê quanto do Ibirapuera.”
Acho que você está se confundindo. É uma boa caminhada, mas aceitável (pouco mais de 2km) do terminal do Tietê, porém gigantesca a partir do Ibirapuera (mais de 10 km).
Há duas estações de metrô pertinho (coisa de 800m ou menos dependendo da entrada) do Campo de Marte: Santana e Carandiru.
Olha, concordo com o Doria neste caso, prédios residenciais, moradia, é muito melhor do que museu.
Não fizeram nem uma coisa nem outra.
No fim, houve um “encontro de contas” entre município e governo federal com o Campo de Marte passando de vez para propriedade da União, acabando com uma pendenga judicial de décadas, em troca do fim do pagamento anual das parcelas de uma dívida de 25 bilhões, aliviando assim o orçamento da cidade.
Muito triste.
Quase metade dos F5 da FAB amontoada dentro destes galpões. E sem substituto. Fora o fim melancólico dos A-1
Mas é oque merecemos mesmo. Nós que permitimos isto: 75.000 militares e sem aeronaves para voar.
Se a FAB fosse medíocre, já seria muito melhor do que sua situação hoje. É uma força inexistente.
E não digo só nos caças. O Exército Brasileiro demorou 60 dias para enviar um punhado de blindados à fronteira com a Venezuela e isto numa situação de emergência, porque a FAB é incapaz de prover transporte estratégico com os pouquíssimos c390 que dispõe.
Só duas correções: é um galpão / hangar só, o Hangar 3 “Major Santos”, onde há décadas é realizada a manutenção nível parque do F-5 (em outros locais do PAMA-SP são mantidas peças específicas retiradas dos aviões na linha de desmontagem e recolocadas na de montagem).
E “amontoados” estavam só cinco aviões, na área de desmontagem. Os demais estavam dispostos com o espaçamento normal da linha de remontagem ou em exposição estática na área externa ou fora da visão do público numa área restrita, mas sem estarem “amontoados”.
Foi muito legal, um dia de muito sol e calor , muita gente lotou o PAMA hoje, gostei muito das apresentações aéreas do F-5M e do EDA, mas foi pouco, o publico paulista gostaria de ver KC-390, Gripens, BH voando, e até mesmo A-1s como despedida… e creio que os recursos, para variar , não ajudaram…
Que decadência! Uma vergonha, um país rico como o nosso, contar com estes meios aéreos.
Ótimas fotos, parabéns pela matéria, ficou muito boa (especialmente para quem não foi, meu caso).