A Boeing concordou em aumentar os salários de sua maior união sindical em 25% como parte de um acordo de quatro anos, visando evitar uma greve iminente. O possível movimento grevista ocorre em um momento em que a fabricante de aviões enfrenta uma crise financeira e problemas de produção. A situação da Boeing se agravou após o incidente com um 737 MAX da Alaska Airlines, quando um plug de porta se soltou em pleno voo, aumentando a pressão sobre a empresa.

Apesar do acordo, os 33.000 membros do sindicato, responsáveis pela fabricação do 737 MAX e outros modelos, ainda precisam votar se aceitam o pacto, que pode ser rejeitado, levando à paralisação. Os líderes sindicais inicialmente buscavam um aumento salarial de 40%, mas a proposta atual foi recomendada para aprovação pela liderança sindical.

Além do aumento de 25% nos salários, o acordo também melhora benefícios de aposentadoria, reduz custos de saúde e garante a produção de aviões na região sindicalizada do Noroeste do Pacífico, uma das principais demandas do sindicato após a Boeing abrir uma planta não sindicalizada na Carolina do Sul para fabricar o 787.

O sindicato destacou que o acordo representa a melhor negociação já feita, apesar das concessões, e que o próximo avião da Boeing seria construído no estado de Washington se o projeto for lançado durante a vigência do contrato.

A Boeing afirmou que os aumentos salariais médios, incluindo benefícios por tempo de serviço, poderiam atingir 33% em quatro anos. A empresa também comprometeu-se a manter a produção atual de aviões, incluindo o 737, no Noroeste do Pacífico, oferecendo mais segurança de emprego.

Os trabalhadores realizaram diversas manifestações antes do término do contrato, incluindo interrupções durante os intervalos de almoço, e uma votação preliminar mostrou que 99% dos membros aprovavam a greve se um acordo aceitável não fosse alcançado.

A história entre a Boeing e o sindicato é tumultuada, com a última grande greve ocorrendo em 2008, que durou 57 dias e interrompeu a produção. Antes disso, uma greve de 28 dias em 2005 também teve impacto significativo na empresa.

Em 2009, a Boeing abriu uma planta na Carolina do Sul, fora da influência sindical, para a produção do 787 Dreamliner, o que levou o sindicato a aceitar concessões em acordos posteriores para evitar mais perdas de trabalho para fábricas de custo mais baixo.

Desde então, os trabalhadores têm expressado insatisfação com as concessões feitas em 2011 e 2014, incluindo a substituição de pensões por um plano de contribuição definida. A aceitação do último acordo, em 2014, foi apertada, com apenas 51% dos votos favoráveis.

Agora, a Boeing enfrenta novos desafios, com o Wells Fargo rebaixando suas ações devido a preocupações financeiras, e uma possível greve ameaça agravar ainda mais a situação da empresa, que já enfrenta dificuldades para atender à crescente demanda por aviões.

FONTE: The Wall Street Journal

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