A Força Aérea dos EUA (USAF) está testando com sucesso uma série de sistemas de sensores classificados no F-22, com tecnologias que serão aplicáveis ao sistema de Dominância Aérea da Próxima Geração (Next-Generation Air Dominance, NGAD), afirmaram oficiais. Essa nova tecnologia também pode prolongar a vida útil do Raptor.

“O time do F-22 está trabalhando muito na execução de um roteiro de modernização para implementar sensores avançados, conectividade, armamentos e outras capacidades”, disse o Brig. Gen. Jason D. Voorheis, diretor executivo do programa de caças e aeronaves avançadas da Força Aérea, em uma conferência no mês passado em Dayton, Ohio.

Voorheis explicou que o time do Raptor conduziu recentemente seis testes de voo para demonstrar sensores avançados e que o serviço está planejando um esforço de prototipagem rápida para integrá-los ao jato.

Oficiais da USAF sugeriram que pods esguios vistos em um F-22 de teste no ano passado são sistemas avançados de busca e rastreamento por infravermelho (IRST), que podem incluir outros sensores que aumentarão a capacidade do F-22 de detectar aeronaves de baixa observabilidade. O pedido de orçamento fiscal de 2025 da Força Aérea para o F-22 descreve esforços contínuos de teste com IRST, parte de uma campanha de melhoria do F-22 que prevê investimentos de $7,8 bilhões até 2030.

Anteriormente, líderes da Força Aérea indicaram que o F-22 provavelmente seria retirado de serviço por volta de 2030. Nos últimos meses, porém, oficiais revisaram essa posição, e Voorheis afirmou que não há uma data definida para a aposentadoria do F-22. Ele destacou o foco na modernização para sustentar a capacidade de combate de superioridade aérea do F-22 em ambientes altamente contestados pelo tempo necessário.

O F-22 está sendo modernizado com uma nova arquitetura de computação chamada “GRACE”, que permitirá a instalação de software não tradicional no caça, aumentando o processamento e as interfaces do piloto. Essas atualizações garantem que o F-22 permaneça o principal caça de superioridade aérea do mundo, mantendo a vantagem de “primeiro a ver, primeiro a atirar, primeiro a matar”.

Coletivamente, esses esforços de modernização também serão aplicáveis ao NGAD, garantindo a capacidade de superioridade aérea dos EUA em futuros ambientes altamente contestados.

FONTE: Air & Space Forces Magazine

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André Bueno

Importante decisão, principalmente por, rovavelmente, não envolver custos astronômicos.

Ozawa

Amazing Grace …

JHF

Uma sobrevida merecida. O F22 é até hoje um Miura em temporada baixa de touradas. Um exemplo de engenharia e TI militar que até o momento só leva elogios pela teoria que representa. Acumulando um desmerecido kill (quem foi o idiota que mandou um F22 e não um simples F16) contra um balão meteorológico. O conceito pariu o F35 como programa coletivo de coleita de grana. Uma aeronave inferior que até agora acumula muita mídia por problemas vários mas continua vendendo como serviço de proteção de mafioso italiano em New York.

Franz A. Neeracher

Não foi a decisão de nenhum idiota de plantão.

Pelo que me lembro assim de cabeça, o balão estava numa altitude tão alta, que somente o F-22 teria condições de abatê-lo.

JHF

Ok, agradecido pelo detalhe técnico.

Chris

Que viagem, heim amigo !

Alias… Qual é o problema de decidirem enviar o F-22 ?

Nenhum avião de 5a geração atual se envolveu em dogfight de verdade. Isso significa que não prestam ?

WPedroso

O F-15 também conseguiria, decidiram mandar o F-22 pq quiseram…

Renato

E qual o problema de mandarem o F-22 se estava disponível para a missão?

Franz A. Neeracher

Além do problema da altitude, houve alguns outros fatores:

  • Melhores sensores do F-22 comparando com o F-15.
  • Os EUA (CONUS) são divididos em áreas geógraficas onde em cada área, um esquadrão fica em alerta 24 horas para casos de interceptação…..naquela região (Mid Atl) na ocasião do tal balão, o esquadrão em alerta era o 27th FS ou o 94th FS, não me recordo agora qual dos dois exatamente, ambos baseados em Langley/VA e equipados com o F-22.
Last edited 29 dias atrás by Franz A. Neeracher
Leandro Costa

Só um adendo Franz, que foge um pouquinho da matéria em questão, mas achei melhor incluir caso alguém não tenha percebido, mas a História do 94th FS remonta ao 94th Aero Squadron da Primeira Guerra Mundial, o esquadrão com o ‘hat in the ring’ de Eddie Rickenbacker.

comment image

Diego Lima

Os F-15 estão com restrições de de voo devido à idade, uma das restrições é a altitude elevada

Bispo de Guerra

EUA são muito midiáticos, como o país inteiro estava focado no balão.. The Show Must Go On.. e lá se foi o F-22.

JHF

Este seria um ponto importante. Depois do show de mostrar o F22 na TV fazendo algo sai e fica a manchete: O F22 tem 1 kill, um balão meteorológico…. Agora que foram mandados alguns para o OM, pode ser que ele entre na guerra com o Iran que temos no horizonte.

Franz A. Neeracher

Não era um simples “balão meteorológico”.

Mas sim de coleta de inteligência.

Rodolfo

Pelo que eu li na época, essa seria uma das vantagens do thrust vectoring pois deixa o aviao mais estavel e facilita a recuperação durante um stall em elevada altitude.

Zé Rato

Não compreendo é porque abateram esse balão com um míssil?

Com um ou dois tiros de canhão de munição simples, ele provavelmente teria perdido gás e descido lentamente, sendo recuperado quase intacto para investigação. Com a explosão do míssil e a queda em alta velocidade do que restava, só sobraram destroços para recolher e analisar.

Kleber Peters

Em 1998 um balão meteorológico canadense ficou a deriva e dois CF-18 acertaram mais de 1000 projéteis de 20mm no balão e não foi suficiente para derrubar ele. Apesar de estar cheio de furos, a quantidade de gás era muito pequena, por conta da baixíssima pressão atmosférica em elevada altitude, que a quantidade de gás que vazava pelos furos não impediria o balão de adentrar no espaço aéreo russo. O mesmo aconteceria com o balão chinês, que seguiria voando à deriva sem problema algum. Também devemos considerar que você luta como você treina, e este foi um excelente treinamento de… Read more »

Jmgs

Se não me engano é o único com capacidade de ir até aquela altitude. Esse foi o motivo.

Fabio

Se o projeto ficou tão bom por que não criam uma nova fábrica para uma versão block xxx totalmente atualizado ao invés de gastar outro trilhão e décadas em caça novo.

(A sim, a resposta está no “trilhão que vão gastar”, é o problema desejável )

Last edited 30 dias atrás by Fabio
André Macedo

Acho que no caso do F-22 ele já é um projeto “antigo” (muitas aspas) e criado principalmente pra superioridade aérea, o F-35 que deveria ser o substituto seria um F-22 mais universal. Fora que o F-22 passou muito tempo sem um adversário à altura no mundo, não havia pq sair produzindo ele igual se produz F-16.

Nesse caso acredito que houve sim uma boa gestão de recursos, diferente do suposto substituto bomba-35, aí sim houve o interesse do cheque em branco.

Carlos Campos

Por 135 milhões por aeronave, preço da época, se somar o projeto no custo por aeronave, chega mais 300 milhões por avião, o F22 não teve nada de boa gestão, já era um aviso para a USAF que LM ia meter a mão no F35

Leonardo Cardeal

Eu posso estar errado Fábio mas, hoje, e a cada nova geração, com os vetores se tornando cada vez mais caros, o entendimento é que se criem requisitos para que as próximas gerações cumpram cada vez mais missões, sendo então uma aeronave capaz de cumpri o papel que duas, três ou até mais fariam.

O F22 foi concebido para superioridade aérea e não atende essa necessidade atual. Apesar de ainda ser uma referencia em sensores, motorização e ” stealth” é um conceito que se iniciou na década de 80. Era outro mundo…

Me corrijam se eu estiver errado.

Carlos Campos

Não é mais referencia em sensores, o F35 tem mais sensores, IRST tem 6, antenas para captar sinal de inimigos é melhor por ser mais nova, pelo que sei o radar de uma parte deles não Arseieto de Gálio, não sei qual tecnologia é, nem todos podem usar o radar para fazer jamming em outros radares, tudo isso o F35 já tem,

Leonardo Cardeal

Carlos, boa tarde, você leu mas não compreendeu…..o F35 entra naquela gama de aeronaves multimissão! ou seja do “novo” conceito que embasei meu comentário

F22 é a referencia em ADF ainda.

Rodolfo

A funçao do F22 é diferente, seria o caça que derrubaria os caças e bombardeiros russos durante uma WW3, era esse o objetivo do programa ATF que selecionou na época o substituto do F15… que no fim vai acabar aposentado antes do F15 ja que novos estão sendo produzidos pra USAF e IAF.

Leandro Costa

Fábio, essa possibilidade, a de reabrir a linha de produção do F-22, foi aventada oficialmente a pouco tempo atrás (um ou dois anos), mas chegou-se à conclusão de que era inviável. Diversas das empresas que fabricaram componentes para os F-22 simplesmente nem tem mais maquinário para a produção desses componentes, e até algumas dessas empresas nem existem mais.

Seria muito mais demorado e custoso para reabrir a produção da linha do F-22 quanto era imaginado, então decidiu-se por levar adiante o NGAD.

Na minha humilde opinião, o erro principal foi quando decidiram cortar a produção para menos de 300 aviões.

Rodolfo

O plano inicial do ATF seriam mais de 700, caiu pra 380 que seria o minimo que a USAF considerava viável para o projeto, mas os secretários de defesa Rumsfeld e Gates mataram em 186. Com algumas perdas por acidente, descontando pouco mais de 20 block 20 que so servem pra treino e assumindo ~ 60% de diponibilidade tem pouco mais de 100 capazes de levantar voo em qualquer momento. No fim é muito pouco.

Rodolfo

O problema foi que depois da decisão de encerrar a produção, muitos engenheiros, funcionários da linha de montagem mudaram de emprego ou se aposentaram ou a Lockheed os remanejou pro F35. A PW encerrou a producao do motor. O mesmo pro radar AESA de baixa interceptação. Reiniciar a linha de montagem custaria miseros 50 bilhões antes da pandemia, hoje entao sairia quase tao caro quanto uma linha de montagem para um caça novo de 6a. A outra coisa que matou foi uma lei que proibe a exportação do caça. Em 2018 houve vozes no Pentagono interessadas em conversar com o… Read more »

Sensato

Ainda que seja um número relativamente pequeno de células quando se compara com outros modelos do inventário mas se o vetor ainda é superior ao tantos outros modelos com aviônica antiga, o que ele poderá fazer com uma atualização?

Carlos Campos

continuar tendo a dominancia do ar, mesmo contra caças 5G

Walsh

A USAF deveria largar o tal de NGAD e criar um F-22 de segunda geração, maior, mais armado e com nova tecnologia. Mais ou menos como fez ao criar o Super Hornet.

Rodolfo

A linha do Hornet nunca tinha fechado completamente.
O futuro será drone e IA.

LUIZ CARLOS - PARÁ DE MINAS - MG

A pergunta È : cadê os outros gripens ??? da-lhe ¨pano preto¨ né FAB.

Carlos Campos

EUA vieram priorizar IRST depois de muito tempo, fazendo gambiarra com POD, que rouba espaço e aumenta o peso, hj em dia eu já duvido que o F22 seja o primeiro a ver, mas continua sendo um dos melhores caças atuais

André Macedo

Enquanto isso, o programa da jaca voadora já passa dos 2 trilhões, com custos de produção e de operação aumentando mesmo com o início da produção em massa, o plano agora é “voar menos” com ele. Fica a pergunta: Como diabos ele vai ser o “workhorse” da nova geração no Ocidente se fica cada vez mais caro e inviável pro próprio país que o fabrica?

https://www.gao.gov/blog/f-35-will-now-exceed-2-trillion-military-plans-fly-it-less

Bispo de Guerra

Veremos como será contra o Irã… Ainda acho o F-22 um “poser”.

F-15 é mais “macho alfa”..rs.

Tuxedo

O F-22 foi lançado muito a frente do seu tempo, ele é um caça bom até d+. Só perderá espaço para os futuros caças de sexta geração.

Rodolfo

O F22 nunca vai ocupar o nicho para o qual foi projetado pq no fim existem muito poucos com talvez em torno de 100 a cada momento em condições de levantar voo.
O futuro sera de drones e IA. Existirao caças de 6a é claro, mas a batalha no espaço vai ser cada vez mais robotizada.

Jose Pereira

O F22 poderia ser atualizado com o máximo possível de avionicos do F35 ?

Rodolfo

Talvez com sensores que seria usados pro NGAD. Alguns F22 foram retirados de serviço e tem sido usados para testas sensores e novas tecnologias que seriam aplicadas no NGAD, com o possível cancelamento desse poderiam ser adaptadas ao F22.
Tem ate umas fotos de um F22 testando um metalic coating que nao so é mais stealth a ondas de radar como diminui a assinatura infravermelha e dificulta a detecçao por IRST.

vendéen

Bonjour le Brésil,

Neste debate sobre a continuidade e evolução do F-22 e as intenções fortes (ou não) em relação ao NGAD, há também outra intenção ou direção que se revela. 
O general David W Allvin (chefe de estado-maior da USAF) na Global Air & Space Conference (GASCC 2024) parece querer orientar a USAF para um novo projeto/conceito de um avião leve com “formas à la F-35”. Em suma, parece-me que não é a primeira vez que o USAF propõe este tipo de projeto com capacidades próximas do F-35 mas superiores ao F-16.

light-fighter-concept-ngad

Diogo Araujo

Incrível um caça lançado há tanto tempo e até o dia de hoje ainda não tem páreo.