Saab Press Trip 2024: Caças Gripen da Força Aérea Sueca em operação de dispersão em rodovia

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Reportagem e fotos de Alexandre Galante*

Na Guerra dos Seis Dias (1967) e na primeira Guerra do Golfo (1991), assim como na Guerra na Ucrânia que começou em 2022, as bases aéreas foram alvos prioritários e muitos aviões foram destruídos no solo sem que tivessem a chance de decolar.

Durante a Guerra Fria, os suecos previam que suas bases aéreas seriam os primeiros alvos em um conflito armado com a União Soviética, por isso adotaram o sistema Bas 90 de dispersão, no qual as unidades eram desdobradas pelo país, empregando rodovias como pistas de pouso e decolagem e usando as florestas para ocultar os sistemas de comando e controle e depósitos de combustível e armamento.

Com a dissolução da União Soviética e o fim da Guerra Fria, a Força Aérea Sueca praticamente encerrou suas operações de dispersão e só veio a reativá-las após a invasão da Crimeia pela Rússia em 2014. A invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, fez com que as operações de dispersão se tornassem ainda mais frequentes.

Agora que a Suécia ingressou na OTAN, as operações de dispersão deverão ser ainda mais exploradas.

Ala F7 Såtenäs

No dia 21 de maio, a Saab levou os jornalistas até Ala F7 da Força Aérea Sueca em Såtenäs, para assistir ao exercício de dispersão em rodovia.

A F7 é o principal centro de todo o sistema Gripen, e todo o treinamento de pilotos (inclusive de operadores estrangeiros, como os brasileiros) é realizado lá.

Para a operação, um trecho de uma rodovia próxima foi fechado e o tráfego desviado para uma via paralela. O planejamento da operação é feito com 24h de antecedência. Esse treinamento tem sido feito duas ou três vezes por ano, para a prática dos jovens que fazem o treinamento militar obrigatório.

As equipes de apoio possuem equipamentos de comunicação para falar com os pilotos e fazer o controle dos aviões no alcance visual.

Os conscritos, comandados por militares de carreira, são os responsáveis por rearmar, reabastecer e realizar os cheques necessários, podendo fazer o “turn-around” em no máximo 15 minutos (dependendo da missão e armamento).

O projeto do caça Gripen foi pensado desde o início para operar a partir de bases aéreas austeras. Ele é fácil de manter, usa a mesma ferramenta conhecida como vara de pescar (“fishing rod”) para tirar e colocar o motor e carregar armas.

O avião consegue operar em faixas de pista de 800 metros de comprimento e 16 metros de largura, decolando em 500 m e pousando em 600 m, sem gancho traseiro ou paraquedas de freio.

O Saab Viggen conseguia pousar ainda mais curto, porque tinha reversor de empuxo, o que não é o caso do Gripen, que usa o canard na posição vertical para ajudar a frear.

No vídeo abaixo, é possível ver um resumo da operação e quão curto é o espaço que o Gripen usa para decolagem.


* O editor viajou à Suécia a convite da Saab.

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