LAAD 2023: Com a entrada em serviço do caça Gripen na FAB, Saab está otimista com as perspectivas de mercado
Por Alexandre Galante
No dia 12 de abril, durante a LAAD 2023 – maior feira de Defesa e Segurança da América Latina –, no Rio de Janeiro, a Saab apresentou briefings de atualização sobre o caça Gripen E.
Mikael Franzén, Diretor de Marketing e Vendas da Saab Aeronautics, fez uma apresentação sobre o status do Programa Gripen e o Tenente Coronel Aviador Gustavo Pascotto, comandante do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), primeiro esquadrão a receber o caça Gripen E, falou sobre a implantação dos novos caças na Base Aérea de Anápolis (BAAN).
O início da apresentação de Franzén abordou a tecnologia de ponta do Gripen, que garante vantagem de combate em todos os cenários. Os pontos destacados do Gripen E foram a Colaboração Homem-Máquina (HMC), superioridade informacional, armas com PKill muito alta, alta disponibilidade, operações de combate disperso/remoto e aviônicos revolucionários.
Franzén disse que o Gripen E está operando em 4 locais diferentes atualmente, Anápolis (GO), Gavião Peixoto (SP), instalações da Saab e da Força Aérea Sueca. Mais de 30 caças Gripen E/F estão atualmente em produção, para atender às encomendas da Suécia e do Brasil (60 e 36 aeronaves respectivamente).
Os sistemas de suporte da aeronave, como os simuladores e sistemas de suporte e manutenção, estão em produção e prossegue a integração contínua de armas e testes de voo.
Ele também disse que após a entrega do caça, o avião continuará a ser desenvolvido, para novas ameaças, novos cenários, novos sensores e novas armas, durante toda a sua vida útil, tanto na Suécia quanto no Brasil.
Perspectivas de Mercado
Com relação ao Gripen no mercado de caças, Franzén trouxe boas novidades, como o oferecimento do Gripen E para Portugal, México, Peru, Bulgária, Áustria e Filipinas, além das concorrências já conhecidas na Colômbia e Índia. A Saab também espera vender mais caças Gripen E para o Brasil e para as Forças Aéreas que já operam o Gripen C/D, como a República Tcheca, Hungria, África do Sul e Tailândia.
O Programa Gripen Brasileiro
Franzén destacou o Programa Gripen Brasileiro como a maior transferência de tecnologia já feita pela Saab, com grande presença da empresa no Brasil e extensiva cooperação com a indústria de Defesa brasileira. Mais de 350 engenheiros treinados na Suécia, com mais de 60 projetos desenvolvidos, produção e campanha de testes da aeronave no Brasil.
A GDDN (Gripen Design and Development Network) em Gavião Peixoto (SP) está operacional desde 2016, no desenvolvimento de software, hardware e fuselagem do Gripen E/F.
Também em Gavião Peixoto está o Gripen Flight Test Center (GFTC), que realiza testes de voo com conexão em tempo real com as instalações da Saab em Linköping.
Várias aeroestruturas do Gripen estão em produção em São Bernardo do Campo (SP) e a linha de montagem do Gripen na Embraer começa a funcionar neste mês.
As empresas brasileiras AEL Sistemas, Akaer e Atech envolvidas no Programa Gripen estão fornecendo, respectivamente, o WAD (Wide Area Display), projeto de aeroestruturas e simuladores.
Na atual fase do Programa Gripen Brasileiro, estão sendo entregues equipamentos e aeronaves, simultaneamente com o treinamento de pilotos e entrada em serviço na Base Aérea de Anápolis.
Parceria estratégica da Saab e Embraer
Franzén abordou também a parceria estratégica anunciada um dia antes na LAAD 2023, entre a Saab e a Embraer, para uma cooperação mais profunda entre as duas empresas, visando o mercado de exportação.
A cooperação envolverá o treinamento de pilotos estrangeiros (Gripen Fighter School) e técnicos no Brasil, desenvolvimento no GDDN, integração de armas e data link, voos de teste, produção das aeronaves e sinergias de manutenção e logística.
No final do briefing, Franzén divulgou imagens inéditas do primeiro Gripen F biposto em produção, do qual a FAB tem oito unidades encomendadas.
Em próximo post publicaremos o resumo da apresentação do Tenente Coronel Aviador Gustavo Pascotto, sobre a implantação do Gripen no 1º Grupo de Defesa Aérea da FAB.
Tenho uma leve impressão que esse será o nosso Hyundai Veloster, muito barulho e otimismo antes do lançamento, mas, um fracasso avalassador em vendas.
O único Monoturbina concorrente é o F35….não existe no momento outros modelos no mesmo nicho…e sequer o F35 pode ser considerado do mesmo nicho…e os países já perceberam que não adianta ir para a guerra com apenas 12 cavalos Árabes F35….precisa de quantidade….
É, mas no entanto estão levando Rafales, Typhoons, F-15E, F/A-18…
Quem parece de fato concorrer contra o Gripen E é o F-16V, que infelizmente parece estar fazendo mais sucesso, até por ter economias de escala melhores. E, ao que tudo indica, vem aí o KF-21 também…
A opção por uma parceria com um país de 10 milhões de habitantes e com reduzida influência na política internacional, já deve ter considerado a pequena possibilidade de vendas externas. Outros critérios devem ter sido mais relevantes na escolha da Saab.
Só entusiastas entusiasmados acreditam que o Gripen E será um sucesso comercial.
Caro Eduardo. È preciso repassar como se chegou ao F39E/F para entender o processo. Há cerca de 20 anos, a FAB lançou um programa para a aquisição de um esquadrão de caças para substituir os MirageIII de Anápolis que estava limitado a US$ 700 milhões. Este programa foi cancelado e substituído por um programa mais ousado que previa a fabricação local de 36 caças. Dos inscritos, a FAB selecionou 3 modelos: O Rafale francês, o F18 da Boeing e o F39NG sueco. Dois deles eram birreatores e o F39NG monoturbina. Além disso, o F39NG demandaria um período de desenvolvimento, ao… Read more »
Caro Camargoer, como alguém que acompanha aviação militar desde o início dos anos 80 achei que ficou muito bom o resumo do processo histórico de escolha do FX. Mas observo que em nenhum momento estabeleci relações de causalidades no meu comentário. O Brasil não escolheu o Gripen por causa do tamanho da população sueca ou por causa do seu peso na política internacional. Mas esses elementos são inerentes à opção de trabalhar com os suecos e, a meu ver, impõem limites às vendas externas da aeronave. E isso deve ter sido ponderado no processo de escolha e, certamente, considerado uma… Read more »
Olá Dudu. Você tem razão quanto diz que a FAB não considerou os pesos econômicos e políticos da Suécia na escolha do F39, mas também não sei se isso seria determinante para a escolha do caça para a FAB. Por outro lado, caso a FAB escolhesse, por exemplo, o F18, isso também não significa que o Brasil se tornaria um centro de exportação deste modelo. Aliás, considerando as vendas de F18 após a decisão da FAB pelo F39, não houve nenhuma exportação. Os EUA tem exportando apenas o F35 e o F16. O Rafale, pelo contrário, foi exportado pela França… Read more »
Se vender fosse critério pra definir compra então todo mundo deveria usar f16….
Aí vc estaria chorando pq o tio San pode controlar diretamente o estoque
Viúvas do f18/Rafale/Su não tem mais argumento decente pra atacar o gripen kkkk
O Gripen D biposto também não tem canhão.
36? Não haviam encomendado mais 4 unidades ou desistiram?
É por isso que eu nem perco tempo sonhando com segundo lote, não vai acontecer, e se for não valerá a pena pois chegará muito tarde.
Como eu falei em outra matéria, a escolha do Gripen foi ruim, não por causa do avião, que é ótimo, mas porque a SAAB não tem capacidade para entregar os aviões com celeridade.
Esses 4 exemplares adicionais, conforme o CEO da SAAB, ainda estão sendo negociados.
Allan, os 4 do primeiro lote já estão sendo negociados e um segundo lote tb, calma filho, ainda tem a conversão dos A330 para MRTT. Assista o Canal do Caiafa Master. tudo a seu tempo e dinheiro tb. As coisas estão andando, talvez não na velocidade que queremos, mas estão. Lembre-se que as outras Forças tb estão tocando seus Projetos.
Os Gripen B e D também não possuem canhão.
não sem ocupar peso precioso e aumentar ainda mais o RCS do jumentinho voador kkk
Não sei se é isso, os pagamentos já foram acertados, serão feitos em suaves prestações a se perder de vista. A entrega depende da contratada. A menos que a contratante tenha decidido por receber o produto a conta gotas.
Os pagamentos somente comecam quando o ultimo dos 36 for entregue…
Olá Anfibio, Creio que não. Pelo que venho acompanhando, inicialmente até era esta a ideia, mas houve uma renegociação que envolveu uma redução das taxas de juros e creio que naquele momento, o acordo de financiamento foi revisado de tal forma que os pagamentos começaram com a entrega da primeira aeronave. Nos últimos anos, é possível encontrar nos documentos da lei orçamentária previsão para o pagamento do FX2 da ordem de R$ 1 bilhão por ano (mais algo em torno de meio bilhão para o KC390). Como o financiamento foi feito principalmente em coroas suecas, o valor gira em torno… Read more »
Até onde sei o grosso do financiamento tem essa carência de se concentrar após as entregas.
Mas na negociação para os juros ficarem mais baixos, há uma amortização do montante, relacionada também aos pagamentos dos seguros e garantias da dívida, assim como outros itens como armamentos etc, que são pagos em duas parcelas anuais.
Houve também novas negociações para equacionar esses pagamentos e as entregas ao longo dos últimos anos.
Isso é só um resumo bem simplório de minha parte, pois está explicado com razoável detalhamento nos relatórios de gestão da FAB desde 2015. Estão disponíveis no site da FAB.
Olá Nunão. Pois é. Desde a aprovação do contrato no Senado, este financiamento passou por revisões contratuais. O único reparo que eu faço é que as primeiras notícias falavam mesmo que os pagamentos começariam a partir da última aeronave. Contudo, como o cronograma de entregas mudou, essa parte da carência também mudou. Lembro de ter lido isso em algum documento do Senado sobre os pagamentos começarem a partir da entrega da primeira aeronave. Na ápoca, tive dúvidas se era o 4100 ou o 4101. Depois ficou claro que o marco foi o 4100.
“ O único reparo que eu faço é que as primeiras notícias falavam mesmo que os pagamentos começariam a partir da última aeronave.” Essa era a proposta da Saab na concorrência, e foi divulgada antes do resultado. Contrato efetivamente negociado é outra coisa. Como ocorre em toda negociação de contrato de uma proposta vencedora, há itens oferecidos que interessam mais, outros que interessan menos, outros itens a acrescentar, outros tantos a modificar, pois a empresa busca oferecer o que interpretou ser o que mais a FAB desejava (e no caso da proposta da Saab, foi a que chegou mais perto… Read more »
Apenas uma observação, caro Roberto, em relação ao seu excelente comentário: acredito que uma opção interessante seria a previsão de um canhão disposto em um pod externo fixado na posiçao logo abaixo do assento de trás. Esta disposição resolve a questão do momento assimétrico decorrente de uma instalação posicionada mais frontalmente. Está soluçao também resolve o problema causado pela não não necessidade de canhão em certas missões dos bipostos.
Esse Gripen consegue atravessar o Brasil de Norte a Sul ou, pelo menos, de Leste a Oeste? Se vão para Gavião Peixoto, em São Paulo, por que chegam em Itajaí – SC e não em O Porto de Santos – SP?
Sim, existe um treco chamado Revo
Olá Antonio. Há alguns anos, a FAB fez um exercício no qual dois A1 decolaram do sul do país, foram até o extremo norte e depois concluíram a missão em uma base da FAB. Creio que este exercício durou mais de 8 horas de voo, mas foram necessários vários abastecimentos em voo. Teríamos que procurar os detalhes na internet, mas na época foi bastante discutido. Os F39 tem um raio de ação entre 1800 e 3700 km dependendo da carga (com mísseis ou pelado) e do uso de tanques externos. Claro que pelado ele tem menor arrasto e menor peso… Read more »
O vôo do 3°/10° durou 10:50h, realizado pelo Ribeiro, da minha turma e pelo Kabzas. Não é Itaguaí, é Navegantes.
Olá Rinaldo. Obrigado. Lembrava que tinha sido bem longo. Sobre o porto, você tem razão. Itaguaí é no RJ onde está a base de submarinos.
vdd “operação braço longo” se não me engano. No final os A1 lançaram 2 bombinhas, uma errou o alvo e a outra falhou kkkk (foi isso q ouvi, se for mentira só lamento, dps do bozó eles nao tem mta reputação pra preocupar)
Caro Sub. O objetivo era avaliar a capacidade dos A1 percorrerem uma longa distância por meio de sucessivos REVOS. Era preciso avaliar se a FAB conseguiria coordenar sucessivos reabastecimentos e saber onde estavam os gargalos e dificuldades. Eu não sei dizer se as bombas erraram o alvo ou falharam e se isto aconteceu em consequência da distância percorrida. Perguntas simples.. será que as bombas falham se ficarem expostas a baixas temperaturas por tanto tempo? Será que os pilotos ficam tão exaustos após tantas horas de voo que perdem a capacidade cognitiva de executarem a missão de ataque? Eu teria uma… Read more »
Até onde sei (precisaria reler matérias da época, acho que saiu na revista Força Aérea) os jatos A-1 não levaram bomba alguma nessa missão de demonstração de capacidade REVO, com duração de mais de 10 horas, realizada no início dos anos 2000.
Inclusive eles exercitaram ataques a mais de um alvo ao longo da missão, o que não combina com levar um par de bombas pra lançar só no final. Há fotos desse exercício, e pelo que me lembro, não tinha bombas nos pilones.
Não sei de onde surgem essas lendas.
Tem foto aqui no Poder Aéreo, com Revo durante esse exercício. Nunca ouvi falar que levaram bombas.
E tem matéria aqui sobre a operação Princesa dos Pampas (esta sim, com bombas, pois foi uma operação real) que menciona o exercício Gama Centauro, com o voo de 10 horas e pouco de duração.
Olá Nunão. Pois é. Outra lenda é a presidente iria divulgar que o F18 tinha sido escolhido na viagem que faria para Washington e que o F18 perdeu por causa da espionagem da NSA. A espionagem foi real e tinha muita a ver com a Petrobras. Lembro dos computadores roubados de um container da Petrobras que estava sendo transportado pele Helliburton. Na época me causou muita estranheza aquela noticia.
Ninguém lançou nada.
Itaguaí ?
Caro. Riso. O RInaldo já me corrigiu, Era Navegantes.. Sei lá de onde saiu Itaguaí… misturei F39, com FCT e com ProSub
E vai decolar de onde? Antes que você responda BAST, a pista lá está um lixo, e é menor que a de Navegantes.
Antonio, isso já foi explicado em mais de uma matéria sobre a chegada dos caças. Eles vêm de navio, e esse porto em Santa Catarina tem um aeródromo praticamente ao lado, com traslado fácil pelas ruas do porto ao aeroporto, diferentemente de Santos, em que a base aérea (que é no Guarujá) não tem um acesso tão bom a partir do porto.
Não é correto uma comparação entre Gripen e F-35…São aviões de combate desenvolvidos em épocas distintas, concepções diferentes, etc,.. Hoje, no mercado, existe um único concorrente para o Gripen que é o F-16. O F-35 está voltado para um mercado diferente do que o Gripen e o F-16 disputam. É importante lembrar as sérias limitações de ordem orçamentária que a FAB está submetida.
Bom os EUA não venderiam o F-35 para a FAB e o governo brasileiro depois de revelados casos de espionagem por parte dos EUA, retaliou cancelando a compra certa do F18. Tudo certo afinal, único erro foi a Força Aérea Sueca não ter nos cedido 12 Gripens C e 6 D de 2014 até 2025 quando os E/F estarão operacionais.
Caro. Primeiro, nunca houve uma compra certa de F18. A Boeing fez muita pressão inclusive contratando uma ex-embaixadora dos EUA no Brasil como CEO do escritório da Boeing no Brasil. Muita gente torceu pelo F18 assim como muita gente torceu pelo Rafale (eu por exemplo). Contudo, desconheço qualquer documento ou declaração do governo brasileiro que indicasse uma preferência pelo F18. Aliás, é preciso lembrar que o governo brasileiro chegou a anunciar o Rafale mas por pressão da FAB recuou (mas isso é outra discussão). Contudo fica a pergunta, porque a FAB declinaria do Rafale para escolher o F18, que são… Read more »
Camargoer
Boa noite
O F-18 é mais barato de manter do que o Rafale, e a disponibilidade em relação homem/hora de trabalho do F-18 é bem melhor do que do Rafale também.
Por isso, acredito no que colegas FABianos passaram informalmente, que a prioridade era Gripen, F-18, Rafale.
Sds
Olá Velho. A gente teria que ver toda a tabela de comparação. Acho que eram mais de 200 ítens. Talvez o F18 tivesse mais pontos que o Ralafe. Talvez fosse o contrário. O fato é que ambos estavam em uma classe e o F39 em outra. Outro ponto é que a Boeing nunca garantiu o acesso ilimitado ao código fonte do F18, ao contrário da França e da Suécia. Também é preciso lembrar que a arquitetura de integração de componentes do F18 é mais antiga que a do Rafale e do F39, que foram pensados de modo modular, para serem… Read more »
essa foto da capa já está em minha área de trabalho, Linda demais!!!!
Sao 40 aeronaves, não?
Olá Dedé. O contrato assinado em 2014 são para 36 aeronaves, sendo 8 delas biposto. Há uma negociação para mais 4 aeronaves, mas não sabemos se serão todas E ou se também serão adquiridos F adicionais. Há uma dúvida se a FAB irá revisar o contrato inicial, reduzindo por exemplos motores de reserva ou outros tipos de equipamentos sobressalentes, para incluir no mesmo preço as quatro aeronaves adicionais ou se será feito um aditivo para adicionar as quatro aeronaves ampliando o financiamento. Então, certo mesmo são 36 aeronaves.
Mestre Roberto, pode somar ao J7 o restante da família…F7, Mig21, e os JL9em produção…este número deve chagar a uns 800 no total…