Encontro de gerações marca os 78 anos do Dia da Aviação de Caça
Heróis da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial foram homenageados na Cerimônia do P-47
A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, nessa sexta-feira (21/04), na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro (RJ), a cerimônia militar alusiva ao Dia da Aviação de Caça, com imposição da medalha “Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura”.
O evento contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, que foi recebido pelo Comandante da Base Aérea de Santa Cruz, Coronel Aviador Juliano Barros Cota. Também participaram do evento ex-Comandantes da Aeronáutica, o Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida, entre outros Oficiais-Generais do Alto-Comando da Aeronáutica.
Para o Comandante de Preparo, a bravura, a coragem, a abnegação e o amor à Pátria desses guerreiros conduziram ao crescimento de toda a FAB. “Hoje é um dia no qual todos nós somos Jambocks. Parabéns aos integrantes da aguerrida Aviação de Caça! Parabéns, Força Aérea Brasileira! Senta a Púa! Brasil!”, vibrou.
Como parte das homenagens feitas na cerimônia, o Major Aviador Gusttavo Freitas de Souza recebeu o Prêmio Pacau – Magalhães Motta, que estimula o estudo e a pesquisa de assuntos referentes à aviação de caça. O trabalho vencedor de 2022 teve como tema a análise do Impacto de Intercâmbios Internacionais Operacionais na Doutrina da Aviação de Caça.
A solenidade também contou com a entrega do título de “Membro Honorário da Força Aérea Brasileira” para Vicente Vazques Fernandes, pela valiosa ajuda e cooperação ao Comando da Aeronáutica. Já os Comandantes dos Esquadrões Flecha, Poker, Joker e Jaguar foram agraciados com a medalha “Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura”, destinada aos veteranos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça e aos militares que exerceram ou exerçam o cargo de Comandante de Unidade Aérea.
Uma atração à parte foram os sobrevoos das aeronaves de caça A-1M, A-29, F-5M e F-39 Gripen, que chamaram a atenção de todos os presentes.
Para o Tenente Aviador Matheus Becker Motta, do Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAV) – Esquadrão Pampa, é motivo de orgulho participar da RAC pela terceira vez. “Aqui a gente reencontra os amigos, recorda o papel fundamental que os veteranos tiveram na Segunda Guerra Mundial para o Brasil e para a Força Aérea Brasileira e, ainda, renova as energias para seguir em frente. A Aviação de Caça vem evoluindo muito, agora nós temos aeronaves modernas como o F-39 Gripen, mas a gente não pode perder nunca o espírito que foi forjado no calor da batalha, chegando a custar a vida de alguns caçadores. Um exemplo máximo de amor pela Pátria”, falou.
A solenidade foi encerrada com o desfile da tropa, composta pelos grupamentos da Base Aérea de Santa Cruz, pelo grupamento dos pilotos de caça da ativa e da reserva, e pelos ex-integrantes do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, ao som da canção “Carnaval em Veneza”.
Cerimônia do P-47
A cerimônia foi iniciada com o acendimento da pira pelo Oficial Aviador mais moderno do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, o Tenente Aviador Jessé Campagnoli Rosa. A pira simboliza a chama do ideal, eternamente presente no espírito do piloto de caça.
Em seu discurso, o Comandante do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), Tenente-Coronel Felipe da Silva Ribeiro, destacou os feitos dos bravos Jambocks. “Por tudo aquilo que nossos heróis representam para nós, ficamos com as mais singelas lembranças, rendemos a mais sincera homenagem e guardamos a nossa eterna gratidão, pois, hoje, podemos olhar para o céu e contemplá-lo, conscientes de que, ali, um punhado de irmãos brilharam de forma incontestável”, disse.
Na sequência, durante uma salva de tiros, os nomes dos nove brasileiros mortos durante a Segunda Guerra foram lidos pelo Tenente-Coronel Ribeiro.
O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, acompanhado do veterano de guerra, Major Especialista João Rodrigues Filho, e do Tenente-Coronel Ribeiro, depositou flores no túmulo do Brigadeiro do Ar Nero Moura, primeiro Comandante do 1º GAVCA. O veterano também hasteou a “Flâmula do Jambock”, utilizada nos acampamentos na Itália durante o conflito.
Histórico
Há exatos 77 anos, no dia 22 de abril de 1945, os aviadores do Primeiro Grupo de Aviação de Caça realizaram nos céus da Itália, entre o nascer e o pôr do sol, 44 missões de guerra em um único dia. Em um enorme esforço, aquele seleto e reduzido time de pilotos e mecânicos brasileiros estabeleceu uma impressionante marca, a qual não foi suplantada ao longo de toda a campanha na Segunda Guerra Mundial e foi talhada em livro de ouro. Dessa forma, o dia 22 de abril foi determinado como o Dia da Aviação de Caça brasileira, Aviação que agora conta com o aumento do poder de combate das modernas aeronaves F-39 Gripen.
FONTE: Força Aérea Brasileira
O artigo não menciona mais interessante notar a presença do Ex-ComandanteBaptista Júnior.
Instituição Estado, céu de brigadeiro.
“Também participaram do evento ex-Comandantes da Aeronáutica..”
Não foram citados quais, mas ele estando presente foi mencionado indiretamente.
Muito bom não ter mencionado o ex-comandante baptista junior (tudo com letra minúscula mesmo, pela traíção à pátria que aquele praticou, BEM RECENTEMENTE).
A FAB é mais velha que a USAF.
A USAF é de 1947.
Na visita que fiz ao mockup do Gripen no ano passado, o oficial aviador do Jambock que estava fazendo a apresentação da aeronave, quando perguntei sobre a possibilidade de termos Gripens na Base Aérea de Santa Cruz ainda com o primeiro lote, me respondeu confiante dizendo que sim. Claro que ele não podia falar muito sobre isso, mas deve ser questão de tempo até vermos alguns por lá.
Pena que não coloquem o P-47 para voar. Os EUA fazem isso até com aviões dos antigos adversários…
Caro. Ele é muito valioso para ser colocado voo e arriscar um acidente, como aconteceu com aquela B29 há alguns anos. Deixa ele conservado para que nossos netos e bisnetos possam vê-lo e que isso sirva de referência sobre a importância do país combater o fascismo. Neste contexto , é sempre bom lembrar do que disse Brecht, “a cadela do fascismo está sempre no cio”. Podemos ver a campanha na Itália como uma decisão oportunista do Brasil de tirar vantagem do lado que venceria a II Guerra, como uma oportunidade (jogada fora pelo EB) de elevar a experiência de combate… Read more »
Roberto,
Acho que esse risco diminuiu a não ser em caso de atraso no primeiro lote de Gripen, já que esse primeiro lote permitirá dar baixa em pelo menos metade dos F-5M ainda em serviço, servindo de fonte de peças para manter a outra metade por mais alguns anos em Santa Cruz e / ou Canoas.
Por mais que tenham esticado muito o tempo de serviço do F-5, acredito que manter uns 20 por mais uns anos não seria tão difícil quanto se imaginava há dez anos, quando ainda se aguardava uma decisão do F-X2.
Pois é, isso é uma discussão meio controversa, pois a FAB já falou em reativar o Adelphi na BAAN, equipando-o com o F-39, mas não ouvi mais nada sobre isso. Outros também falaram que os F-39 do primeiro lote iriam ficar em Anápolis, no GDA e no Adelphi, com 18 células em cada. Também poderiam ser 12 células por esquadrão e, sem reativar o Adelphi, teríamos 12 no GDA, 12 no Grupo de Caça e 12 no Pampa. Um segundo lote serviria para substituir os A-1 e aumentar a dotação de cada um dos 3 esquadrões citados. Ou ainda, como… Read more »
Concordo que esse exemplar específico poderia ser guardado dentro do hangar do Zeppelin, o invés de exposto ao tempo. A BAAN mantém hangarados os primeiros F-103E e F-2000C recebidos. Não sei se esse exemplar do P-47 é um dos que lutaram na Itália ou se é um dos recebidos depois. Mas, independente disso, é um aeronave histórica. Paralelo à isso, tem ao menos 2 exemplares no MUSAL, ambos em excelentes condições, sendo que um deles gira seu motor de tempos em tempos. Optaram por não voá-lo para não correr risco de perda.
Só um pequeno adendo. O P-47 que está em exposição estática no MUSAL não está lá nas melhores condições. Vira e mexe ele é desmontado e colocado em exposição em outros lugares dependendo da data à ser comemorada. Já o vi na Cinelândia para celebrar o Dia da Vitória em maio, como também já o vi dentro do Hangar do Zeppelin para um dos dias da caça. Ele literalmente está praticamente sem painel e no lugar do manche tinha um cabo de vassoura e acho que o motor está beeeeem incompleto. Mas para exposição estática está ótimo. Já o que… Read more »
Olá, Leandro. Uma pena saber disso. Aeronave de museu deveria ser impecável. Ao menos o que gira o motor deve estar 100%…é o que espero, agora que fiquei sabendo o que você colocou.
Santamariense, o B4 está impecável sim. Até onde eu sei a manutenção é feita nele periódicamente, e até bem pouco tempo atrás ele poderia simplesmente voar numa boa não fosse o receio de perder a aeronave em algum acidente. Sei que algum tempo atrás passou por outro grande ‘overhaul’ para chegar nesse status mesmo e o vejo girando o motor regularmente. Tudo nele funcionava, inclusive o colimador com a mira, etc. Não duvido que se colocassem as .50 funcionais municiadas ele poderia voar em combate tranquilamente hehehehehe Mas em relação ao P-47 estático, não é exatamente culpa do MUSAL. A… Read more »
Caro. Pelo que entendi da declaração do Ministro na LAAD, este aditivo ainda está em negociação.
Segundo o CEO da SAAB, a negociação para esses 4 exemplares está em andamento.
Obrigado pelas informações, Roberto. Mais um motivo para deixá-lo hangarado. Por mais bem cuidado que seja, como o Leandro colocou, as intempéries como sol, chuva, poeira, calor, umidade, ….tudo colabora para o desgaste de uma peça histórica tão importante como esta.
Eu entendo e concordo com vocês. Mas é necessário que se pense em uma solução. No caso de Santa Cruz, a praça do Thunderbolt já faz parte da História da Base em si. Foi ali que recebemos a Presidential Unit Citation em 1986, é ali que são feitas cerimônias diversas, etc. Então como salvar esses aviões? Na minha opinião, e isso sem saber se aquele avião em particular é novamente apenas uma casca, é que ele poderia ser retirado de lá e preservado em local fechado numa boa, mas que uma escultura em escala 1/1 poderia ocupar seu lugar no… Read more »
Caro Bob. Lembre que Anápolis operou Xavantes antes de receber os Mirage2000 e depois passou a operar F5M. Quero dizer, que a FAB operou os T33 porque usou de modo incorreto os Gloster Meteor, levando a uma precoce deterioração dos aviões e porque os EUA vetaram a compra de caças de desempenho superior, o que levou à FAB a escolher os MIrage III para Anápolis e depois disso, obter o sinal verde dos EUA para adquirir os F5E. Penso que por pouco Santa Cruz poderia ter recebido um esquadrão de MirageIII novos. Já pensou que legal? Bem, a FAB planejava… Read more »
Quando fui fazer minha qualificação do mestrado, na UNIFA, fui de Brasília pra lá num Xavante do 1° GDA, com o Fabrício, que nunca tinha pousado nos Afonsos. A decolagem de lá foi meio complicada.
OI. Você diz sobre a decolagem em Anápolis? O que aconteceu? Sobre o mestrado, que legal. Fiquei sabendo agora. Parabéns. Qual foi tema?
“Processo de seleção de alvos na FAB: uma análise crítica”. A decolagem de Afonsos. Quase enchemos os subalarares sem verificar os limites de comprimento de pista pra decolagem. Me veio uma luz e mandei parar o abastecimento pra checarmos os gráficos.
E decolei de Brasília. Não de Anápolis.
Parabéns. Minha impressão é que o Mestrado é a etapa mais difícil. Esta é a conquista mais sofrida. Parabéns mesmo.
O orientador era da turma de baixo da minha. Aviador iteano, cursamos a ECEMAR juntos. Doutorado em Berkley. A banca era do IEAV, com o criador da urna eletrônica.
Legal.
Encontrei o Resumo publicado pela Unifa.
Coincidentemente, o TB Almeida, Flexa 01, é ex integrante do 1° GAVCa. Meu veterano na EPCAR, servimos juntos na III FAE em 2006.
A data certa é 22 de Abril, sempre foi, fui Militar da Década de 80, e honrava as datas, não importando se fosse feriado, sábado ou domingo! e a comemoração ano passado foi mais completa…. sinto vergonha das forças armadas agora… qdo o militar chega a alto postos, esquecem o que é ser militar e viram políticos!
Alguém sabe se o major Gusttavo Freitas de Souza é parente do Cel Viriato de Freitas piloto de Mirage que esteve presente na “noite dos ovnis”?
Eu não sei.