Segundo fontes, Grã-Bretanha e Japão pagarão a maior parte do projeto de caça desenvolvido em conjunto com a Itália

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TÓQUIO, 15 Mar (Reuters) – Grã-Bretanha e Japão devem dominar um projeto de três nações com a Itália para construir um caça a jato avançado, com Roma devendo pagar cerca de apenas um quinto do custo total de desenvolvimento, disseram duas fontes.

O Ministério da Defesa da Itália disse que as avaliações das fontes eram “especulativas”, enquanto o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha (MOD) disse que “não reconhece esses comentários”.

Conhecido como Global Combat Air Program (GCAP), o projeto deve custar dezenas de bilhões de dólares antes que o novo caça a jato entre em serviço em meados da próxima década.

“O custo do projeto provavelmente será de cerca de 40% para o Japão e para a Grã-Bretanha”, disse uma das pessoas com conhecimento das discussões à Reuters. Ambas as fontes, que pediram para permanecer anônimas porque não estão autorizadas a falar com a mídia, acrescentaram que a maioria dos detalhes do programa ainda não foi decidida.

Essa divisão bruta do investimento está entre os primeiros detalhes a surgir das negociações sobre um empreendimento de alto perfil que será um teste para saber se o Japão e a Europa podem colaborar em grandes projetos militares.

O Ministério da Defesa da Grã-Bretanha disse que os detalhes ainda estão sendo elaborados.

“O MOD não reconhece esses comentários”, disse um porta-voz. O trabalho sobre acordos de compartilhamento de custos “está sendo conduzido antes do início da fase de desenvolvimento em 2025 e ainda não está concluído”, acrescentou o porta-voz.

O Ministério da Defesa italiano disse que os relatórios sobre uma “participação desigual” no programa GCAP eram “totalmente especulativos”.

Em um comunicado, disse que a Itália, a Grã-Bretanha e o Japão “estão trabalhando juntos de forma constante e rápida em uma parceria informada pelo princípio compartilhado de parceria igualitária, conforme declarado” em dezembro.

O Ministério da Defesa do Japão disse que as discussões estão em andamento e se recusou a comentar sobre os índices de compartilhamento de custos.

Os ministros da Defesa dos três países, o japonês Yasukazu Hamada, o britânico Ben Wallace e o italiano Guido Crosetto, se reunirão em Tóquio na quinta-feira para sua primeira reunião pessoal desde que o acordo do caça foi fechado em dezembro.

Embora não se espere que a próxima reunião produza nenhum novo acordo importante, ela pode servir para aumentar o apoio político à colaboração.

“GCAP não vai ser um caso de amor, vai ser um casamento”, disse Wallace durante um discurso na quarta-feira no show de defesa DSEI Japão perto de Tóquio, que contou com uma exibição do lutador proposto.

Os detalhes de quais empresas construiriam quais componentes estavam sendo discutidos em conversas regulares entre funcionários do governo mais juniores e empreiteiros na Grã-Bretanha, Japão e Itália, disseram as fontes.

Esses incluem a japonesa Mitsubishi Heavy Industries, que deverá liderar o projeto com a britânica BAE Systems PLC. A italiana Leonardo Spa está trabalhando com a japonesa Mitsubishi Electric nos sensores da aeronave, com a Rolls Royce PLC trabalhando com a fabricante japonesa de motores a jato IHI Corp.

Desde sua derrota na Segunda Guerra Mundial, o Japão só trabalhou com os Estados Unidos em grandes projetos de defesa. Mas nos últimos anos começou a forjar laços de segurança com outros aliados dos EUA, incluindo a Grã-Bretanha e a Austrália, à medida que o poderio militar da vizinha China se expandiu.

O desenvolvimento do novo caça avançado a partir de 2025 será supervisionado por uma organização de desenvolvimento conjunto, disseram as fontes.

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Luis H

zero novidade, nos projetos caros, a itália sempre contribuiu de forma modesta, no panavia tornado com 15%, no eurofighter typhoon pouco mais se não estou enganado. investimentos relativamente proporcionais a quantidade adquirida. um fato prosaico e o executivo dando duplo twist carpado na própria língua pra dar a entender uma coisa q nunca se concretizará.

Last edited 1 ano atrás by Luis H
Mercuri

Você esqueceu que se esse boato fosse verdade, a Itália mesmo assim estaria em vantagem visto que o projeto da nave com design cinematografico digno OVNIs de Stargate, com traços futurísticos e inovador é de autoria italiana, então os outros dois parceiros deveras teriam que pagar mais que a sacrosanta Itália, que é a mãe da divina arte e da criação e a capital mundial do design e da aerodinamica! Mas decerto que tudo isso não passa de especulações invejosas!

Last edited 1 ano atrás by Mercuri
Nilton L Junior

Ah mas a novidade seria os donos da soberanias deles autorizar esse acordo.

LucianoSR71

A partilha dos custos está diretamente ligada a que participação a indústria de cada país terá no projeto, cada um tentando puxar a brasa pra sua sardinha, em jogo bilhões de Libras, Euros e Ienes.

ERIVELTON

Para mim é um projeto natimorto. Estes três países perderam a sua vitalidade e vão depender cada vez mais dos EUA para se defender dos inimigos. A saída para os próximos 30 anos é o F35 combinado com plataformas de 4a Geração++ modernizadas (Typhoom e F15) e contar a aliança dos EUA com seus F22.

gordo

Dos três acho que o que tem menos fôlego é a Inglaterra, é o típico ex rico que quer continuar frequentando os mesmo lugares que frequentava e acaba endividado. A Itália e Japão são bem mais pé no chão. O Japão pra mim é até uma incógnita, as vezes, parece não saber o que quer e sua real posição. Talvez agora com o surgimento da Aukus o Japão descubra o mundo que ele pertence.

Mercenário

Pelo contrário, o Reino Unido é o idealizador e líder do projeto, além de ter a melhor relação dívida x PIB dos três.

Não tem nada de “natimorto” nesse projeto, como o outro forista sugeriu.

Mercuri

Você esqueceu que se esse boato fosse verdade, a Itália mesmo assim estaria em vantagem visto que o projeto da nave com design cinematografico digno OVNIs de Stargate, com traços futurísticos e inovador é de autoria italiana, então os outros dois parceiros deveras teriam que pagar mais que a sacrosanta Itália, que é a mãe da divina arte e da criação e a capital mundial do design e da aerodinamica! Mas decerto que tudo isso não passa de especulações invejosas!

rui mendes

Inveja, só inveja, eles são ressabiados, nada do que dizem conta, ainda bem.

ERIVELTON

Com Certeza, há dois caminhos para o futuro do Japão: Se tornar uma colônia Chinesa ou fazer parte da Aukus.

Irineu Edson Bardella

Quando era Reino Unido, Itália e Suécia, eles já estavam um pouco a frente e agora que é Reino Unido, Japão e Itália eles estão bem na frente, mesmo porque a Suécia continua participando indiretamente na parte de sistemas eletrônicos, tanto que os três países têm parceira com a Suécia nesse aspecto!
O programa FCAS está na verdade desenvolvendo um caça de quinta geração!

rui mendes

De quinta geração????
Lê o que serão esses caças e compara com os de quinta geração e verás que têm projectadas capacidades, que nenhum caça da 5G tem actualmente.

Irineu Edson Bardella

E eu não citei o fato dos 3 países terem participado do desenvolvimento da aviônica do F35!
O fato é que no Gcap são praticamente 4 países participando e no FCAS são praticamente 2 países participando!

Matheus

Muito bonito o conceito.

Roberto

Sem desmerecer o Gripen, mas a Embraer poderia ingressar nesse Projeto, ao invés de a FAB adquirir o segundo lote?

Alexandre Galante

Não, esse avião vai demorar muito pra ficar pronto. O ideal é adquirir o segundo lote de Gripen e entrar em um projeto de quinta ou sexta geração para os anos 2040.

Nonato

Mas qual a necessidade de entrar num projeto?
Não é melhor comprar depois de pronto?

Vinicius Momesso

Por que não adquirir alguns FC-31 e “tentar embarcar” em algum projeto chinês de caça de sexta geração?

Felipe Morais

Pra que FC31?
Aí joga tudo que envolve o programa do Gripen no lixo?

Allan Lemos

E o que te faz pensar que tudo não será jogado no lixo de qualquer forma?

Willber Rodrigues

mas a Embraer poderia ingressar nesse Projeto´´

A Embraer é livre pra fazer isso….com a grana do próprio bolso.

Marcelo Baptista

Vale a pena, para o nosso cenário? Mesmo que as coisas esquentem mais nos próximos anos, nós, Brasil, baseado no nosso perfil de Pais fornecedor de commodites, precisamos de um caça de 5 geração, para nos proteger?
Ou devemos ser mais pragmáticos, e aumentar nossa frota de Gripens, para atender estas necessidades, agora?
Os envolvidos estão em uma zona quente, que tente a ficar beeeem mais quente, portanto precisam ser mais assertivos.

Satyricon

Se você pensar que a Alcântara Cyclone Space, joint venture do Brasil com a Ucrânia, consumiu R$1 Bi à 10 anos atrás, e nunca lançou um foguete sequer (graças ao desgoverno atual), teríamos grana sim, para entrar nesse programa. Pessoalmente eu concordo que a prioridade atual é um segundo lote de Gripens. Mas não acho que uma coisa deveria excluír a outra. O Brasil deveria buscar uma participação nesse programa, mesmo que minoritária, visando um horizonte de 2040, como disse o Galante. Este é, de longe, o mais promissor dos programas de aeronave de combate futuro fora dos USA. Além… Read more »

rui mendes

VCS tem sempre muitas dúvidas, para tudo que é totalmente Europeu, era os dois porta-aviões Britânicos, nunca veriam a luz do dia, pois os Britânicos não tinham dinheiro, nem para um, quanto mais para dois, depois até diziam, que um ia ser dado de baixa antes de entrar ao serviço e outro ia ser comprado pelo Brasil, depois era a Europa que estava cada vez mais a deixar de investir em meios militares, depois do fim da guerra fria e afinal vê-se que desde 2021, tem sido um dos principais destinos de material militar, e o que tem sido, desde… Read more »

Satyricon

Prezado Rui, acho que vc se enganou.
NUNCA falei nada contra os NAE Britânicos (ou franceses, espanhóis, etc).
Pontuei que, na minha avaliação, o programa Tempest caminha mais tranquilamente que o FCAS. Tanto acho assim, que indiquei que o Brasil deveria tentar integrar o programa.
Quanto aos “pesos-pesados”, concordo contigo.

Salomon

OFF TOPIC: um C-130 acabou de se acidentar, não conseguiu parar na pista e invadiu a estrada do Galeão.

Salomon

Desculpem, mas foi agora mesmo: https://fb.watch/jhTSFcEVmF/

Jefferson Ferreira

Meio que normal não ? Até porque Japão e RU tem muito mais expertise do que a Itália no ramo aeronáutico

Maurício.

Eu não vejo essa “muito mais expertise no ramo aeronáutico”, a Inglaterra pode ter, mas o Japão? Não vejo o Japão na frente dos italianos no setor aeronáutico, eu diria que são equivalentes.

Carlos Campos

eu vejo, o Caça F2, as turbinas que eles fazem só perdem para a do F35, amplo conhecimento de materiais compósitos, o F2 tem mais material compósitos que o F16, foi o primeiro a ter um radar AESA, coisa que França por exemplo demorou anos para conseguir com o Rafale, tem um cargueiro próprio com turbinas próprias, entre outras coisas, não vejo a Itália no nível do Japão.

Irineu Edson Bardella

O fato do país não dominar a engenharia de materiais para fazer algo não impede que ele faça, mas não vai durar! Tanto é que ninguém compra os motores a jato japoneses!

Carlos Campos

tu acha mesmo que vão deixar de comprar RR, GE e PW para comprar um motor japa? nem pensar e se for esse teu argumento tá fraco, esses empresas tem o lobby com elas, não significa que motores russos, chineses e japoneses sejam ruins, é que entrar em um mercado multibilionário e que tem donos, não é sensato. para o Japão, já é ganho manter uma industria de motores turbofan, coisas que poucos países no mundo tem.

Last edited 1 ano atrás by Carlos Campos
André Macedo

O F-2 foi projetado e produzido em parceria com os EUA, 45% do trabalho foi feito pela Lockheed já que os americanos não aceitaram que o Japão fizesse tudo de forma autônoma.

André Macedo

Inclusive o Japão tinha acesso limitado ao software e outros componentes, enquanto os EUA tinham acesso ilimitado a qualquer nova tecnologia desenvolvida pelos japoneses no âmbito desse projeto, foi a famosa parceria caracu.

Carlos Campos

sim, além de que não quiseram dar acessos a certas tecnologias numa parceria nesse caça dos Japão, o japão de boa continuou o desenvolvimento, daí surgiu a aliança com o UK, não espero um caça com aviônicos iguais, afinal o Japão quer independência tecnológica.

Irineu Edson Bardella

Mas essa parceria foi na aviônica, pois o motor é americano fabricado sob licença!
Aliás, os motores a jato japoneses nem mesmo os japoneses compram, tanto que são utilizados apenas no cargueiro da Kawasaki e nos aviões de patrulha marítima, onde tem apenas tripulantes militares!

Irineu Edson Bardella

O Japão fez engenharia reversa nos motores a jato alemães da segunda guerra mundial, mas até hoje não domina a tecnologia de materiais para fazer o compressor e a turbina de alta pressão!

Carlos Campos

Informação que não procede, o Japão tem o 3º motor turbofan mais potente do mundo, em geração de energia só perde o do F35
https://www.youtube.com/watch?v=GClXjVXsezo

mario rossi

tesoro, abbiamo fatto la storia dell aeronautica!lo sai chi ha usato per la prima volta un aereo per bombardare??durante la guerra italo turca del 1911!!se c è un paese che ha l esperienza è proprio l italia!scusate ma riesco a leggere ma non conosco il portoghese

Nilo

Radares um setor forte da Itália, ainda mais com seu centro de pesquisa localizado na TB na Inglaterra, Leonardo, detalhes sobre o novo radar MRFS (Multi-Function Radar Frequency System) que equipará o BAe Systems Tempest, vai coletar e processar 10.000 vezes mais dados que os sistemas existentes, radare AESA (Varredura Eletrônica Ativa) de hoje em dia, onde o conceito básico envolve uma antena constituída por uma grade de pequenos Módulos de Recepção e Transmissão (TRM). Leonardo está trabalhando em receptores miniaturizados que podem ser integrados à antena, eliminando a necessidade de um cabo coaxial e reduzindo a perda de dados.… Read more »

Irineu Edson Bardella

A Itália tem autonomia para fazer a câmara de combustão, o compressor e a turbina de baixa pressão e a caixa de câmbio, mas a questão não é apenas saber fazer mas saber fazer mais moderno!

O espião

No Japão isso vai até a queda do primeiro ministro,tipo daqui a um ano,já o Reino Unido,com inflação de dois dígitos,com crise financeira,pode contar 50 anos para esse caça sair.

Carlos Campos

fumio kishida caindo ou não caindo esse projeto vai continuar, mesmo se o UK sair acho que continuaria, menos ambicioso, eles vem juntando tecnologia desde os anos 2000

Sérgio luis

Vamos ver se vai funcionar como o “natimorto “F-35!

Hank Voight

Temos quase 900 “natimortos” em ação, decolando de bases aéreas, navios de assalto anfíbio e porta aviões, de áreas desérticas a nevadas, e destruindo alvos iranianos na Síria sem que os SAMs de procedência da Rússia e do Irã tenham conseguido fazer algo…

E o Su-57, cadê? rs!

M4l4v|t4

O F-35 já faz tudo o que esse projeto se propõe a fazer.

Esse projeto não faz sentido para a Itália, mas faz sentido para os engenheiros aeronáuticos italianos. Para a Itália esse projeto apenas mantém a capacidade italiana de estar na vanguarda desse setor, o que para eles é mais do que suficiente.

Irineu Edson Bardella

Se a Itália faz o compressor de foguete espacial, por que não faz o compressor e a turbina de alta pressão?
Aliás, atualmente são os italianos e franceses que fornecem os propulsores dos foguetes da Está!

Andre

Ainda bem que é a Inglaterra e não a Alemanha. Pegaria mal os três se juntarem de novo.

Carlos Campos

se os 3 se unissem de novo o departamento de estado e de defesa dos EUA iam ficar alarmados

Andre

Acho que dessa vez não, já que os 3 são aliados formais dos EUA e nenhum dos 3 é dirigido por um ditador louco, militarista e expansionista.

Augusto

Boa Andre, nem tinha pensado por esse lado, kkkkk

Luiz

“GCAP não vai ser um caso de amor, vai ser um casamento”…

Vale pra muita coisa…

Hank Voight

Esse aparelho ao que tudo indica vai decolar e entrar em serviço antes do FCAS, e periga os alemães pularem fora e se juntarem aos britânicos, japoneses e italianos…

Carlos Campos

e os alemães iam entrar com o quê?

Irineu Edson Bardella

Os alemães são os que mais autonomia tecnológica têm na indústria aeronáutica dos países que perderam a guerra!

Hank Voight

Os alemães tinham 42% da responsabilidade do Tornado e um número semelhante no Typhoon, então acho que eles têm muito a contribuir amigo…

Carlos Campos

eles tem dinheiro, isso sim, mas o UK já tem sua parte a Itália a sua e Suécia mais uma, acredito que o barco tá cheio, a não ser que eles só entrassem com dinheiro e recebesse tecnologia para criar sua versão. no final vc não respondeu, os alemães tem continuar no FCAS, e lá já existe briga por espaço, no Tempest todo mundo já separou sua parte, mesmo que entrassem, iam ficar com restinho por consideração

Irineu Edson Bardella

Até porque também a Suécia está participando indiretamente, tanto que os três países têm parceira com a Suécia no se refere a sistemas eletrônicos!