A Raytheon está desenvolvendo o Peregrine, um novo míssil ar-ar de médio alcance que é metade do tamanho dos atuais mísseis de combate aéreo, mas oferece maior velocidade e maior alcance. A arma permitirá aos caças da Força Aérea dos EUA dobrar ou triplicar suas cargas de munição, aumentando drasticamente o número de disparos que eles poderiam realizar em uma única missão.

O Peregrine está sendo desenvolvido com os fundos próprios da Raytheon, de acordo com Mark Noyes, um oficial sênior de desenvolvimento de negócios no setor de sistemas de guerra aérea da empresa. Embora a Raytheon não esteja desenvolvendo o míssil para atender a um requisito específico da Força Aérea ou da Marinha, o Peregrine deve atender à necessidade do Pentágono de um grande número de armas a preços acessíveis que ainda “sobrecarregam um inimigo”, disse Noyes.

Espera-se que a arma tenha pouco menos de um metro e meio de comprimento e pese 60 quilos, menos da metade do peso e comprimento do míssil ar-ar avançado de médio alcance AIM-120 da Raytheon e do sidewinder AIM-9X que voam em caças do Departamento de Defesa.

“Conseguimos tirar o melhor desses dois mísseis e, com base no que vemos como requisitos e lacunas do cliente, estamos combinando-os nesse novo míssil”, disse Noyes.

O Peregrine “combina o alcance e a autonomia do AMRAAM com as características de manobrabilidade do AIM-9X” com extrema manobrabilidade ao se aproximar de seu objetivo. A arma custará “significativamente menos” para comprar e manter do que a AIM-120 ou AIM-9X, e é mais rápida de desenvolver, graças a componentes prontos e fabricação aditiva.

O Peregrine terá um buscador autônomo multimodo que inclui imagens por infravermelho. Ele usa um “novo sistema de propulsão de alto desempenho” para aumentar a velocidade, disse Noyes. Ele apenas caracterizaria o alcance do míssil como “do alcance visual ao alcance médio”, mas disse que Peregrine é uma munição supersônica.

A arma para qualquer clima, diurno ou noturno, possui uma ogiva de fragmentação explosiva e um “novo sistema leve de estrutura e sistema de controle modular de alto desempenho” que permite direcionamentos altamente precisos, disse Noyes.

Ele acrescentou que o Peregrine se encaixará nas atuais estações de armas ar-ar em todos os pilones de aeronaves de quarta e quinta geração e pode ser instalado no compartimento de armas do F-35. Noyes se recusou a comentar se ele caberá nas baias de armas do F-22.

O Peregrine destina-se a complementar, e não substituir, o AMRAAM e o Sidewinder. O AIM-9X ainda será o melhor míssil de dogfight do mundo, disse Noyes. Resta saber se o Peregrine corresponderá ao Sidewinder em manobras de curto alcance.

A Raytheon se recusou a dizer quando o Peregrine poderia estar pronto para a produção ou quais componentes dos mísseis anteriores seriam reutilizados.

No entanto, a empresa deseja colaborar com os serviços militares antes de se comprometer com uma configuração final para “garantir que eles ressoem no processo e na direção que estamos adotando no design desse míssil”, disse Noyes.

Nos últimos anos, a Lockheed Martin vem desenvolvendo um conceito semelhante, chamado de “Cuda”, que ofereceria tamanho e peso comparáveis. Em junho, a Força Aérea anunciou que a Lockheed também está desenvolvendo um substituto do AMRAAM chamado AIM-260. O último míssil teria o mesmo tamanho geral do AMRAAM, mas com alcance, manobrabilidade e muito menos vulnerabilidade a interferência.

FONTE: Air Force Magazine

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DOUGLAS TARGINO

Qual vai ser o míssil que os novos caças do Brasil vai levar que têm o maior alcance?

Leonardo Costa da Fonte

Meteor.

Fabio Araujo

Que por sinal dizem ser o míssil ar-ar de maior alcance no momento!

Filipe Prestes

Ar-Ar, será o Meteor. Ar-Superfície, espero que seja a versão naval do MTC-300

Space Jockey

versão naval ??!

Hugo Vigneron

Alguém confirma a compra dos mísseis Meteor pelo Brasil,pois ate onde li
estavam em conversas ?

Hugo Vigneron

Obrigado pela resposta amigo Tutu !

Mairton Melo

Um bom alcance, com sistemas de busca novos, letalidade bastante alta, menor custo de produção e armazenagem… e tudo isso em um único míssil menor e bem mais leve? Rapaz… certeza de sucesso. USAF/Navy pode encomendar logo que vai ter fila pra comprar.

Antunes 1980

K-172 o míssil K-37M (codificado pela OTAN como o AA-X Arrow) russo.

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Carlos Gallani

Eu não sei se é um golpe de vista pela foto mas esse míssil parece enorme!

Chris

As vezes tenho impressão que ter bons mísseis (Incluindo radar, evidentemente)… É mais importante que ter bons aviões…

Space Jockey

Africa do Sul Inglaterra e Israel que o digam, isso fez a diferença em suas batalhas.

Michel Moreira

Agora pegue o todo recheio do Gripen e coloque numa carcaça como do FS2020 (eu sei é só um conceito ainda) e aqueles tanques stealth que a Boeing queria fazer para o Silent Hornet levar os AIM-120, e coloque 2 em cada caça. Teremos um stealth relativamente barato (se produzido em boa escala) com 16 misseis ar-ar peregrine.

Mas tem que combinar com os americanos é claro ( :-))

Clésio Luiz

Em uma interceptação, a muito é usado o expediente de lançar mais de um míssil para manter o inimigo na defensiva, em caças que possuem mais de um par de mísseis BVR. Então um projeto desses vai de encontro com essa eficaz (porém cara) doutrina. Outro ponto é de que pouco vale um míssil ter 150 km de alcance, se o alvo for stealth e só puder ser detectado em uma fração dessa distância. Vale lembrar que o AIM-54 Phoenix tinha alcance de 160/180 km, mas era muito caro e foi abandonado por um míssil menor e com metade do… Read more »

Augusto L

Alem de caro não acertava um alvo que manobrasse acima de 5 ou 6 g, o sparrow acertava.

Amarildo Fajardo

Desculpa , votei errado. belo comentário.

EdcarlosPrudente

É só acoplar um booster e adaptar em sistemas AA que vai ficar ótimo!

Saudações!

nonato

Essa matéria corrobora algumas de minhas ideias.
Primeiro de que tecnologia e avanços não necessariamente envolvem grandes investimentos.
Não de bilhões e bilhões de dólares.
Vemos a todo momento russos e chineses lançando todo tipo de mísseis, até o Irã ataca instalações sauditas com armas aparentemente muito eficazes…
E os países ocidentais ficam só observando…
Cada projeto é um parto.
Só fazem algo se um governo jogar dezenas de bilhões de dólares e depois de décadas.
Esse missil parece uma “resposta às minhas críticas”.
Missil bom e barato e sem dificuldade e nem rios de dinheiro para desenvolver.

Carlos Gallani

Vc propõe um contrassenso, quanto mais dinheiro melhor, basta administrar adequadamente!

Munhoz

A intenção principal é dobrar a capacidade interna do F 35, o sistema misto IR e radar é para travar alvos stealth.

Bosco

E fazer frente às ECMs.

Bosco

Os americanos estão com vários programas de mísseis ar-ar. Um deles é o de retornar ao conceito do AIM-9X Block 3. Parece que vão instalar um novo motor no AIM-9X dando-lhe um alcance de uns 70 km.

Flanker

Bosco, com um alcance desses, o AIM-9X teria um sensor IR suficientemente sensível para travar no alvo nessa distância?

William Gimenez

Fiquei com a mesma curiosidade Flanker.

Mauricio R.

Data link serve pra isso.

Bosco

Flanker,
Perdão! Não tinha visto seu comentário.
No caso o AIM-9X de longo alcance adota o modo LOAL (trancamento depois do lançamento). Ou seja, o míssil é lançado e programado para ativar seu seeker num determinado ponto (janela de aquisição) e varrer uma área a procura de um alvo válido. E claro, numa distância de algumas dezenas de quilômetros contra alvos velozes e manobráveis seria necessário a atualização via data-link, como disse o Maurício abaixo.

Mauricio R.

Esses mísseis, o Peregrine e o CUDA, seriam os ideais pra equiparem o Gripen pois poderiam ser comprados aos montes, ao contrário do excessivamente hipado e caro míssil Meteor. Ao contrário da atual geração de aeronaves de superioridade aérea, o Gripen não é particularmente manobrável e seu desempenho cinemático é passável. A sua vantagem, pelo menos no original sueco, é sua suite de guerra eletrônica potente e flexível o bastante, capaz de mante-lo discreto até o último momento, do mesmo modo que o F-22 se esconde atrás de sua furtividade banda X. Assim um míssil grande e caro como o… Read more »

Bosco

Novos propelentes sólidos com alta densidade energética e arranjados dentro do conceito “multipulse” farão milagres no futuro (aliás, já fazem hoje) . Pequenos mísseis terão alcance bem grande, além de maior velocidade e de melhor conservação da energia cinética e portanto, de manobrabilidade. O sistema funciona acionando “bocados” de propelentes no decorrer da trajetória e não tudo de uma vez como a forma tradicional. Por exemplo, o Amraam funciona seu motor foguete por cerca de 10 segundos. Se tivesse um motor multipulse ele poderia dividir esse impulso único de 10 segundos por 1 impulso inicial de 3 segundos e 7… Read more »

Bosco

Será interessante ver uma versão sup-ar desse míssil. Um míssil com 1,5 metros de comprimento e pesando 50 kg que possa numa hipotética versão sup-ar ter um alcance de uns 30 a 50 km seria bem interessante tanto pra uso terrestre quanto naval. Um veículo poderia levar uns 20 de lançamento vertical que seria efetivo contra quase tudo que “voa” (avião , helicóptero, míssil , bomba, drone, morteiro, foguete obus, etc.). Só pra termos uma ideia, o míssil 9M330 do sistema TOR mede 2,9 metros, pesa 170 kg e tem alcance de 12 km. Mísseis sup-ar terrestres são desajeitas para… Read more »

Bosco

Os americanos definitivamente não gostam da tecnologia “foguete com ducto” usada pelo Meteor.
Iam usar esse conceito no AARGM -ER mas optaram por um motor foguete maior e provavelmente com um novo propelente.
Também não há nenhum programa de míssil ar-ar ou ar-sup que contemple essa tecnologia. As opções escolhidas para aumentar o alcance de seus mísseis nos atuais programas são baseados no velho motor foguete (com nova roupagem) e na adição de um booster.