J-20 da China versus F-35A do Japão
Por Alexandre Galante*
Com a notícia recente de que o caça stealth Chengdu J-20 está agora em esquadrões operacionais na Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China (PLAAF) após o fim da fase de testes, é só uma questão de tempo até que o caça chinês encontre seu rival Lockheed Martin F-35A operado pela JASDF – Japan Air Self Defence Force.
O caça furtivo J-20 da China foi oficialmente enviado ao Comando do Teatro Leste do país, sugerindo que o foco será o Estreito de Taiwan e as atividades militares entre o Japão e os Estados Unidos, disseram observadores.
A China colocou em serviço seu primeiro caça furtivo avançado antes do previsto usando motores russos, diante dos crescentes desafios de segurança na região.
Mas isso significa que suas capacidades serão estão um pouco limitadas, afetando sua manobrabilidade e eficiência de combustível, bem como sua furtividade em velocidades supersônicas.
Como o primeiro caça furtivo de quinta geração da China, o J-20 foi originalmente planejado para ter um motor turbofan WS-15 de fabricação local, comparável ou similar ao motor americano turbofan F119 americano. Mas problemas de desenvolvimento obrigaram a instalação dos turbofans russos AL-31FN-SER3.
É um motor de cerca de 13 toneladas de empuxo, no entanto seu desempenho geral só pode ser considerado de médio a alto.
Como o motor Taihang WS-10 produzido domesticamente avançou, sendo instalado no caça J-16 e passou em testes práticos, a Força Aérea da China decidiu substituir o AL-31FN-SER3 pelo motor WS-10 para alcançar a produção em massa do J-20 com antecedência, antes da prontificação do WS-15.
Como os motores atuais, o J-20 ainda não pode alcançar voo “supercruise”, o que será possível com o WS-15 com melhor relação peso-potência.
O “supercruise” permitirá ao J-20 alcançar velocidades supersônicas sem usar o afterburner (pós-queimador), minimizando sua assinatura infravermelha.
Que seria superior em um combate aéreo, o J-20 ou o F-35?
O programa americano F-35 é considerado o projeto mais caro e possivelmente o mais cheio de falhas da história militar dos EUA. O Departamento de Defesa (DOD) prevê que deve gastar US$ 1,5 trilhão nos 55 anos de vida do programa.
Mas, apesar dessas questões, os pilotos militares americanos têm feito ótimas críticas ao F-35, alegando sua extraordinária consciência situacional no campo de batalha. Alguns especialistas dizem que uma esquadrilha de F-35s dizimaria qualquer oponente dentro de um teatro operacional.
Porém, o general David L. Goldfein, chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos Estados Unidos, disse que caças da era da informação como o J-20 são projetados para se conectarem a redes nacionais de defesa, o que permite que esses aviões de ponta acessem informações em tempo real fornecidas por satélites e veículos aéreos não tripulados.
Desta forma o J-20, como o F-35, deve ser avaliado como parte de uma “família de sistemas” em vez de uma aeronave autônoma.
As opiniões variam sobre as características comparativas do J-20 como um caça de superioridade aérea (ar-ar) ou de ataque (ar-solo). Alguns analistas acreditam que a ênfase do J-20 no stealth frontal o torna um interceptador efetivo de longo alcance, destinado a engajamentos ar-ar
Outros vêem o J-20 como um avião de ataque de longo alcance, mais adequado para penetrar nas defesas aéreas inimigas e danificar a infraestrutura crítica no solo.
Informes também diferem em relação ao alcance do J-20, que deve ficar entre 1.200 e 2.700 quilômetros.
Independentemente dessa incerteza, o raio de combate do J-20 provavelmente se estenderá bem além do continente chinês. O US Naval War College sugere que o J-20 poderia ser uma “plataforma de ataque de superfície efetiva para várias centenas de milhas náuticas no mar”.
O site Air Power Australia observa que o J-20 seria uma escolha adequada de aeronaves para operar na “primeira cadeia de ilhas” da China e na “segunda cadeia de ilhas”.
O J-20 também é capaz de reabastecimento em voo, possivelmente ampliando ainda mais o alcance operacional do caça furtivo em toda a Ásia-Pacífico.
Quanto a qual aeronave seria melhor em um duelo, o analista sênior de defesa australiano Malcolm Davis, do Instituto Australiano de Políticas Estratégicas, diz que se inclina em direção ao F-35.
Por outro lado, Fu Qianshao, um especialista chinês em defesa aérea, disse que o J-20 é agora mais sofisticado que o F-35.
Davis diz que o F-35 é melhor em integração de dados e tem a capacidade de reunir várias fontes de informação e de atuar como um nó na rede para compartilhar informações.
“Em um tradicional combate aéreo entre o F-35 e o J-20, é difícil saber, mas o F-35 tem a vantagem de ser mais furtivo e em consciência situacional. Porém o J-20 é mais rápido e tem maior alcance e maior carga útil”, disse ele.
*Com informações do Global Times, CNBC, ChinaPower, The Australian