AEL Sistemas passa a
integrar a cadeia global de produção do Gripen
A empresa brasileira, importante parceira e beneficiária do programa Gripen no Brasil desde 2015, amplia acordo com a Saab e torna-se fornecedora da cadeia global da companhia sueca. A AEL Sistemas passa a exportar displays de última geração para equipar os caças Gripen E/F não só no Brasil, mas também na Suécia
Os 60 caças Gripen E encomendados pela Suécia passarão a incluir, a partir de 2020, os mais modernos displays desenvolvidos pela AEL Sistemas, permitindo harmonizar os programas brasileiro e sueco. Os três displays – Wide Area Display (WAD), Head-Up Display (HUD) e Helmet Mounted Display (HMD) – foram desenvolvidos, inicialmente, para atender as necessidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB). Como resultado da nova configuração harmonizada das aeronaves, os displays serão também exportados para os caças Gripen E da Força Aérea sueca. O novo acordo transforma a AEL Sistemas em um dos principais fornecedores globais da Saab.
A padronização dos programas Gripen E/F brasileiro e sueco é exemplificada pelas inovações oferecidas pela AEL Sistemas e promove uma transferência de tecnologia inversa, do Brasil para o mundo, mostrando um novo exemplo de transbordamento (spillover effect) na parceria industrial. Esta façanha supera as expectativas da FAB no que se refere ao aumento da capacidade da indústria nacional, um dos grandes objetivos do programa Gripen brasileiro, e é fruto de intensa transferência de tecnologia e colaboração técnica entre Saab e AEL.
Após inúmeras sessões de treinamento com pilotos suecos e brasileiros em simuladores equipados com o display panorâmico de alta resolução da AEL (WAD), os pilotos concluíram que a apresentação de dados recebidos e fusionados em um sistema de tela única era uma solução melhor que a anterior. O WAD é um sistema inteligente e redundante, com tela panorâmica (19 x 8 polegadas) de alta resolução, que permite exibir uma imagem contínua em toda a sua extensão, e é capaz de receber entradas de teclas multifuncionais, touch screen ou interfaces externas. É a principal fonte das informações de voo e missão na cabine de piloto, aumentando a consciência situacional tática do piloto.
“Estamos satisfeitos com o fato de a escolha de uma configuração específica de displays, realizada pela Força Aérea Brasileira, ter sido aceita para equipar os caças Gripen E da Força Aérea Sueca, padronizando as duas frotas com uma configuração de última geração, que coroa aparceria entre a AEL e a Saab. Tanto o WAD quanto os outros dispositivos são únicos e oferecem aos pilotos do Gripen E/F uma consciência situacional que não existia no passado”, diz Sergio Horta, presidente da AEL Sistemas.
Além do WAD, a AEL também fornecerá aos caças Gripen E suecos o Head-Up Display (HUD) – um display com amplo campo de visão que fornece ao piloto as informações essenciais de voo e de missão diretamente na parte frontal superior do cockpit – e o Helmet Mounted Display (HMD) – um capacete que permite ao piloto ver os dados e as imagens dos alvos reais e virtuais, adicionando funcionalidades que aumentam as capacidades de julgamento e consciência situacional do piloto.
Este é mais um resultado excepcional de um programa de transferência de tecnologia. De um lado, a Saab compartilha sua experiência no desenvolvimento e construção de caças e sistemas complexos com a indústria brasileira. Em contrapartida, a AEL desenvolveu sistemasexclusivos e robustos que beneficiam tanto a FAB quanto a Força Aérea sueca.
“Este é um passo muito importante no desenvolvimento e inovação do Gripen E/F globalmente. Exportar este tipo de equipamento complexo e exclusivo é resultado de uma cooperação efetiva entre Brasil e Suécia, e é um grande momento na cooperação industrial no programa Gripen em todo o mundo”, diz Mikael Franzén, diretor e chefe da unidade de negócio Gripen Brasil da Saab Aeronautics.
Agora, a empresa brasileira torna-se parte da cadeia de produção global do Gripen. Todos os pedidos futuros dos Gripen terão os três displays (WAD, HUD e HMD) desenvolvidos pela AEL Sistemas como padrão.
A AEL no programa Gripen
Em fevereiro de 2015, a Saab anunciou a seleção da AEL Sistemas como parceira para o desenvolvimento dos caças Gripen E/F para a Força Aérea Brasileira, com a função de desenvolver e fornecer o Wide Area Display (WAD), o Head-Up Display (HUD) e o Helmet Mounted Display (HMD). Na ocasião, também foi assinado um contrato entre as empresas para a transferência de tecnologia.
A AEL entregou os modelos A, B e C do protótipo das unidades do WAD para o Gripen do Brasil, respectivamente em 2015, 2016 e 2018. Em maio de 2016, a empresa anunciou a entrega da aplicação de Interface Homem-Máquina (Human-Machine Interface – HMI) para o WAD, uma versão preliminar de software que demonstra os conceitos de HMI da Saab para o futuro WAD
Segue em curso uma intensa transferência de tecnologia para a AEL, fazendo com que a empresa desenvolva competências, colocando-a na vanguarda da tecnologia em displays panorâmicos. Novas tecnologias vêm sendo adicionadas no desenvolvimento HMI para os avançados caças, juntamente com a capacidade de realizar manutenção de aviônicos.
Sobre a AEL Sistemas
A AEL Sistemas é uma empresa brasileira, situada em Porto Alegre, que há mais de 35 anos dedica-se a projeto, desenvolvimento, fabricação, manutenção e suporte logístico de avançados sistemas eletrônicos, com foco nos mercados aeroespacial, de defesa e de segurança pública. Capacitada para o fornecimento, projeto e desenvolvimento de aviônicos, eletro-ópticos, sistemas de comunicação, sistemas espaciais, ARP (aeronaves Remotamente Pilotadas) e simuladores, a empresa participa de projetos estratégicos das Forças Armadas Brasileiras como Gripen, KC-390, Guarani e SISFRON – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras. Através de tecnologias e conhecimentos avançados, infraestrutura moderna e treinamento sistemático, a AEL produz soluções de última geração, confiáveis e inovadoras, com a qualidade de seus produtos e serviços reconhecidos internacionalmente.
Sobre a Saab
A Saab atende o mercado global com produtos, serviços e soluções de ponta nas áreas de defesa militar e segurança civil. A Saab possui operações e funcionários em todos os continentes. Graças a suas ideias inovadoras, colaborativas e pragmáticas, a Saab desenvolve, adota e aprimora novas tecnologias para atender às necessidades, em constante mudança, de seus clientes.
DIVULGAÇÃO: FSB Comunicação
Mandaram muito bem! Tecnologias modernas, claramente seguindo a tendência mundial: Sistemas integrados e front-end “friendly user”. Com certeza gerará ainda mais valor agregado ao produto. Parabéns aos envolvidos.
Excelente notícia! Parabéns à AEL e à FAB pela escolha que se mostrou acertada.
Eu não entendi muito bem, o avião terá uma tela? E se essa apagar no voo ?
Com 3, se uma der defeito ficam duas para as funções principais de voo .
Vinicius, isso já foi exaustivamente detalhado em outras matérias sobre o WAD. A tela é dividida internamente, e não apaga “toda”. A certificação aeronáutica exige a comprovação de um número mínimo de falhas por 100 mil horas, em condições severas. Não é a tela do teu smart phone.
kkkkkkk
O WAD é composto de 3 telas eu acredito. São redundantes e funcionam separado. Porém juntas formam uma grande tela.
Basicamente como usar 3 monitores em um PC, um do lado do outro. A diferença é que o WAD não apresenta a divisão das telas.
Vamos raciocinar… Você acha que o pessoal da engenharia não pensou nisso? . Enfim… Sua resposta: “Aparentemente, parece um display de tela única. O que o piloto vê trata-se de um cristal de alta resolução que forma uma superfície única de 19″ de largura por oito de altura, mas que, na verdade, é composto de duas áreas internas, sendo que cada metade possui um computador, placas gráficas e uma alimentação elétrica individualizada. Você poderá pensar, então, que ele nada mais é do que um display gigante e único. Então o que faz com que ele seja especial? Para começar, este… Read more »
Vinicius,
Pelo que eu já li, essa tela multifuncional é dividida em três, que se for o caso, podem atuar de forma independente, embora essa divisão seja imperceptível visualmente.
Além do que, até aonde eu também li.. Haverá logo abaixo uma tela menor, que além de desempenhar determinadas funções também pode atuar como uma espécie de “back-up” em último caso..
Tem matérias aqui mesmo no P.A. a respeito.
Top, ótima explicação. Valeu
Essa tela, na verdade, são duas. Com processadores e placas separadas, que atuam como uma só. E existem aqueles dois displays menores, para backup das funções essenciais.
Comprovando mais uma vez que a FAB estava certa!
verdadeiramente, ainda nao entendo como tem gente (“gentinha”) que ainda acha que por estarmos operado F-5M, que os integrantes das FAB nao sao de alto nivel e/ou incapazes e/ou inferiores aos seus pares estrangeiros! Serio!
O tempo eh o Senhor da razao!
Na minha humilde opinião, os suecos achavam que teríamos problemas no desenvolvimento, não que fossem realmente insolúveis, mas que poderiam acarretar em atrasos e aumento de custos. A verdade é que, pelo que se sabe, não houve nem uma coisa nem outra, assim resolveram adotar a essa solução que além de funcionalmente ser melhor, agrega um elemento de vanguarda tecnológica valorizadíssima na disputa pelo mercado internacional de aeronaves de combate. Se não dá p/ ser um caça de 5ª geração, que seja um de 4,5 c/ um maior número possível de ‘+’ ( 4,5 +++…+ ), rs.
Quando que, caso o Rafale e principalmente o F-18 tivessem sido escolhidos, haveria uma parceria e cooperação desta natureza?
A escolha do Gripen E prova mais uma vez que o “tiro” foi certeiro.
Na verdade tudo dependeria da FAB. Se ela quisesse WAD para o Rafale / F/A-18 ela teria que fazer as suas parcerias nesses casos também.
O Super Hornet já possuía a possibilidade de contar com a WAD, e não creio que isso fosse possível com o Rafale
So falta aumentar a encomenda de 36 para uns 60 ou 72 ate o final da decada de 20 . tipo 50/10 ou 60/12 mono e biplace .
Toda essa tecnologia da AEL é brasileira mesmo ? não é israelense ? qual a ligação da AEL com empresas israelenses ? desde quando o Brasil fabrica HMD ? qual era o fornecedor do HMD, HUD, WAD antes da opção dos suecos pela AEL ?
Sérgio, o projeto do equipamento é brasileiro, os profissionais que trabalharam no projeto são brasileiros, o local onde eles trabalharam nesse projeto fica no Brasil. A empresa é brasileira, propriedade de um grupo Israelense, agora, placas, processadores, componentes eletrônicos, provavelmente são mix de americanos / chineses
Guardadas as devidas diferenças, é como o caso da Lamborghini: uma empresa italiana, com sede na Itália, profissionais italianos – da diretoria aos faxineiros, proprietária de boa parte de sua tecnologia. Mas os donos da empresa são alemães. A diferença é que, mesmo a Elbit sendo dona da AEL, tecnologia militar é sempre informação sigilosa, que envolve participação dos governos e que depende deles para ser liberada para fontes externas. Sendo assim, a Elbit não pode dispor como quiser, por exemplo, das tecnologias desenvolvidas para o Gripen. Para ter acesso a elas, precisa de autorização dos governos do Brasil e… Read more »
Uma coisa é certa. A Flygvapnet só estavam esperando os resultados dos testes em laboratório do WAD na Saad para tomarem está decisão. Afinal estão lhe dando com brasileiros. E infelizmente tem que ser São Tomé mesmo. Para nossa redenção e da AEL missão dada missão cumprida. Sempre falei aqui que quando o pessoal de teste e pilotos da ativa da Flygvapnet vissem a capacidade operacional do WAD não exitariam em adota-lo no modelo sueco. Até porque até os simuladores já tem o WAD no painel. Com a unificação destes 3 produtos para as 2 versões a Flygvapnet toma uma… Read more »
Continuando,
Se a Elbit comptou a aeroeletrônica uando da modernização do F5 e essa passou a se chamar AEL , eu acredito que essa seja uma empresa israelense e não brasileira .
A NISSAN foi comprada pela Renault a muito tempo atrás. Vai me dizer que a NISSAN é uma empresa francesa?
Burger King foi comprado por uma empresa brasileira, Burger King virou uma empresa brasileira?
Acho que não……
É tão brasileira quanto a Coca – Cola , quer dizer que o capacete o painel e o hud são produtos que tem a patente nacional ?
A AEL tem mais de 30 anos, é sim uma empresa brasileiros, a Elbit adquiriu o controle dela, mas não adquiriu 100% da empresa, a EDS, por exemplo, detém 25% das ações.
Entendo que nas versões biplaces F39F, o segundo tripulante teria basicamente a mesma tela com os mesmos softwares, mas isso não é necessariamente a única possibilidade. Na função de treinamento avançado, logicamente os Fs terão suas telas adaptadas ao acompanhamento do instrutor, possibilitando com que a integração dos novos pilotos do Gripen se faça de forma harmoniosa e eficiente. Mas, por outro lado e como aqui já tive a oportunidade de colocar por diversas ocasiões, creio que aos biplaces caberá uma tarefa operacional bem mais complexa incluindo funções de comando e controle em ordem de batalha, direcionamento de ARPs, guerra… Read more »
Ainda acredito que a Flygvapnet e a FAB irão usar o 39-F como base pro 39-EW, mais ou menos como a Boeing usou o Super Hornet como base pro Growler, ao invés de projetar um novo avião do zero.
Uma parte considerável dessa versão já estará pronta quando o 39-F for completada, sendo um projeto muito menos complexo que o 39-M.
Além disso, operacionalmente faz total sentido usar um Gripen EW para defender o esquadrão e liberar os Gripen C/D/E para cumprir os papéis de ataque.
Será que a SAAB vai querer adquirir a AEL Sistemas?
Difícil a ELBIT querer vender, ainda mais com o próximo governo deixando claro suas intenções de se aproximar de Israel. Podemos, inclusive, esperar mais investimentos vindos de lá.
Ótima notícia.