A400M

PARIS – A Airbus reduzirá a cadência de produção de sua aeronave de transporte militar A400M nos próximos anos para absorver o excesso de “estoque a nível de fábrica”, confirmou um porta-voz da empresa em 3 de janeiro.

A Airbus produzirá 15 A400Ms em 2018 e apenas 11 em 2019, “para otimizar o planejamento de programas de longo prazo e garantir um futuro sustentável para o A400M, levando em consideração diferentes fatores como recuperação de estoques, dando mais tempo para vendas de exportação e desenvolvimento de capacidades”, disse o porta-voz em um e-mail de 3 de janeiro.

O corte da produção não afetará necessariamente as cadências de entrega, que estão sendo negociadas com a OCCAR, a agência europeia de compras de defesa e as nações parceiras.

“Entregamos 19 A400Ms em 2017 e o plano de entrega para 2018 e 2019 está atualmente em discussão”, disse o porta-voz.

Apesar do aumento das entregas em 2017 e do fato de que as aeronaves mais recentes podem realizar a missão de reabastecimento em voo, o programa A400M permanece no que a empresa chama de “altamente desafiante”.

A partir de 31 de outubro, quando emitiu suas finanças do 3º trimestre, a Airbus descreveu progressos no A400M, assim:

“Doze A400Ms foram entregues em comparação com 11 aeronaves nos primeiros nove meses de 2016. Os pressupostos operacionais e comerciais que foram mantidos em 2016 continuam sendo a melhor avaliação atual da administração. No entanto, entretanto, os níveis de produção foram ajustados para absorver estoque com cronogramas de entrega ainda em discussão com os clientes. As atividades de desenvolvimento continuaram para alcançar o roteiro de capacidade revisado. No entanto, a conquista das capacidades técnicas contratuais e dos custos associados continua a ser altamente desafiadora. Há também desafios que restaram na obtenção de pedidos de exportação suficientes no período, na redução de custos, na eficiência industrial e na exposição comercial, o que pode afetar significativamente o programa. Discussões para diminuir o risco do programa A400M estão em andamento com as Nações e OCCAR “.

Em seu comunicado financeiro do primeiro semestre emitido em 27 de julho, a Airbus disse que entregou oito A400Ms durante o primeiro semestre, “em comparação com cinco aeronaves no primeiro semestre de 2016.”

Contudo, alguns progressos foram alcançados. Anunciando o corte da cadência de produção para a mídia espanhola em 24 de dezembro, o presidente-executivo da Airbus Espanha Fernando Alonso disse que o A400M será mais fácil de vender “agora que superou os problemas iniciais do motor”.

A Airbus também deve atualizar os A400Ms não compatíveis entregues aos países parceiros. Até à data, entregou um total de 56 A400Ms.

FONTE: Defense-Aerospace.com

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Rui Chapéu

A-400 …
A-380 …

Com mais uns 2 projetos fracassados quebra a Airbus… Haja A320 pra pagar a conta dos irmãos.

HMS TIRELESS

Rui Chapéu 9 de Janeiro de 2018 at 14:16

É mais ou menos como penso! E a coisa no programa A-380 está tão feia que o Macron ofereceu co-produção do mesmo aos chineses, que declinaram da proposta…

Antonio de Sampaio

Só 56 aviões no total?? ou os 56 são apenas os “incompatíveis”, ou seja, bichados.
Se 56 for o total, não quebra mesmo porque pratica o comércio desleal.. assim não tem Boeing que aguente.

André Bueno

Rui Chapéu 9 de Janeiro de 2018 at 14:16

Não quebra, os europeus bancam pois sabem que dependem muto dela para seus projetos de defesa. Não que o façam de qualquer forma, mas se esforçam para mantê-la.

EduardoSP

Não quebra, “too big to fail”
O governo americano não deixou a GM quebrar em 2008, e olha que fazer carro está longe de ser atividade estratégica.

Marcos

O total de pedidos do A-400 é de 174, sendo 57 entregues.
Para comparação: C-17 com total de 279 produzidos, sendo 213 para s EUA.
O A-380 tem pedidos firmes de 317, tendo sido entregues 216 unidades.
Já o Boeing 747 com pedidos firmes de 121 unidades, tendo sido entregues 114. A Boeing estuda desativá-lo.

MARCOV

Marcos 9 de Janeiro de 2018 at 20:23 Marcos, A EMIRATES possui cerca de 100 A380 e resolveu não comprar mais. Sem pedidos, o A380 poderá não ser mais produzido. As versões alongadas, havia duas a princípio, foram canceladas. O B747 foi um sucesso. Foram produzidas 1540 unidades. O B747-8I (passageiros) é que poderá ser descontinuado. Talvez o B747F (carga) também. Estes modelos tiveram 136 encomendas, até novembro passado. Os passageiros preferem o voo direto, sem conexões. Assim, por exemplo, ao invés de os brasileiros se deslocarem para São Paulo e de lá em um A380 para Paris (ou Londres,… Read more »

Mauricio R.

Hoje há mais A-380 em serviço de linha aérea, do que B-747.
O programa pode ser uma droga, mas que roubou a coroa do ac americano, isso roubou…

Carlos Alberto Soares

O assunto é o impagável A 400M.

A França comprou uma boa quantidade de C 130 Ok

A Espanha NÃO quer receber os A 400M, Portugal NÃO quer.

N outros países europeus NÃO querem, na Ásia-Oceânia ninguém quer.

Fracasso total.

O C 130 continuará reinando, aguardemos outros que estão chegando.

MARCOV

Mauricio R. 10 de Janeiro de 2018 at 0:35

Não mesmo, Maurício.

Atualmente existem cerca de 500 aeronaves B747 em operação (CNN Money, de 19 de julho).

O número de A380 está em 210 (The Telegraph, 15 de novembro).

HMS TIRELESS

Mauricio R. 10 de Janeiro de 2018 at 0:35
…..
“O programa pode ser uma droga, mas que roubou a coroa do ac americano, isso roubou…”

Qual “coroa” o A-380 roubou do 747? O jato da Boeing revolucionou o transporte aéreo permitindo à classe média fazer vôos intercontinentais, seu desenho icônico desenho foi eternizado no MoMA de NY e foi homenageado inclusive em selos postais. Foram produzidas mais de 1.500 unidades rendendo vultuosos lucros à Boeing.

E o A-380?

Caerthal

Vejamos: A.Produção (Entregas) B.Intr. Serviço C. Fim Prod. D. C-B C-17 279 1995 2015 20 anos A-400 (174) 2013 ? ? Minha aposta é que o horizonte de produção do A-400 não passa de 10 anos. Estas aeronaves muito grandes simplesmente não tem como se sustentar com uma cadência de produção tão pequena e com tantas partes/componentes únicos. No caso do A400 o calcanhar de aquiles foi, é e será o motor. Se a parceria com a Boeing sair aumentam consideravelmente as chances do KC-390 continuar a ser produzido por mais 20 anos. Eu sei que tem uma turma que… Read more »

Walfrido Strobel

De onde tiraram que o projeto A400M foi um fracasso?
O dia que tivermos mais de 200 KC-390 entregues poderemos dizer que vender “só” 174 A400M é um fracasso.
.
Carlos Alberto Soares, na Ásia a Malásia já usa o A400M e a Indonésia o selecionou.

Caerthal

W. Strobel,

Para as finanças da Airbus o A400M é um fracasso. Custou muito mais caro que o previsto, as entregas se atrasaram muito e por fim irão vender menos que o previsto.

Tecnicamente impressionante.

Juarez

Os A 400 que saírem de fábrica a partir de 2018 virão com um kit “graxa”, composto por seis tonéis de 200 litros de graxa de sabão de lítio com bi sulfito de molibdênio.