Perfil: Mirage IIIEBR no portão do PAMA-SP, dezembro de 2017
Aproveite a tranquilidade do final do ano para visitar esse veterano – e aproveite, também, para comparar suas dimensões com o futuro caça da FAB, o Gripen E
Você mora em São Paulo ou está a passeio neste final de ano de 2017? Gosta de aviões? Então aproveite, entre seus compromissos ou passeios, para fazer uma visita ao Mirage IIIEBR “espetado” na praça em frente ao portão de entrada do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP), na Zona Norte da cidade – Av.Braz Leme, 3258, próximo à estação Santana do metrô.
Neste final de ano em que a cidade está bem mais vazia, você terá tranquilidade para chegar e apreciar com calma, sentado num dos bancos da pequena praça, as linhas dessa belíssima aeronave, que na opinião deste autor foi o caça mais bonito que já serviu à Força Aérea Brasileira (FAB), de perfil ainda mais esguio e elegante que seu “primo” mais novo e mais capaz, o Mirage 2000, que o sucedeu.
E, falando em perfil, não é qualquer aeronave espetada como monumento que, além de estar numa posição que simula uma ascensão em alto ângulo, ainda permite, desde que você se afaste um pouco, tome cuidado com os carros ao se posicionar na via de acesso ao PAMA-SP, e incline seu dispositivo fotográfico (no caso, foi um celular), conseguir um interessante ângulo de imagem em “perfil”, simulando um voo nivelado, como é o da foto que abre esta matéria.
Ainda sobre perfil, a placa em frente ao caça traz informações básicas sobre o Mirage IIIEBR, que recebeu a denominação F-103E na FAB, sendo EBR a indicação de tipo da fabricante francesa Dassault (E indicando o modelo Mirage-IIIE, e BR referente a aeronave exportada para o Brasil). Resumimos e reproduzimos aqui algumas das características e especificações que constam na placa:
- Envergadura: 8,22m
- Comprimento 15,03m (nota: incluindo o tubo de pitot, no nariz – no manual do Mirage IIIE, o comprimento indicado é de 15m)
- Altura: 4,25 (4,45m no manual do Mirage IIIE)
- Superfície alar: 34,86m2
- Peso vazio: 7.050kg
- Peso máximo: 13.500kg
- Velocidade máxima: 2.350km/h
- Razão de subida: 2.666 m/min
- Teto: 23.000m
- Alcance: 1.610km
- Operação na FAB: entre 1972 e 2005 – a frota completou mais de 67 mil horas de voo em 33 anos de serviço
A aeronave / monumento está com o padrão de camuflagem ostentado pelos caças do Esquadrão Jaguar (1º GDA, única unidade da FAB que operou o Mirage’), no período entre 1995 e 2002, quando se marcava em preto os códigos das bases aéreas, no qual AN indica a Base Aérea de Anápolis, em Goiás, lar dos jaguares. Na cauda, assim como abaixo do pára-brisa e na cobertura do trem de pouso dianteiro, vê-se o número 27, referente ao jato com a matrícula FAB 4927. Trata-se de um caça comprado em 1988 dos estoques da Força Aérea Francesa (Armée de l’air) para recompletar perdas pelo atrito operacional ao longo dos anos (ao lote original de 16 aviões incorporado no início de 1973, foram adquiridos lotes adicionais de usados junto ao Armée de l’air, em 1980, 1984, 1988-1989 e 1997, totalizando 32 aviões matriculados na FAB, entre jatos dos modelos monoposto e biposto). As quantidades dos lotes adquiridos novos (16 ou 17) e usados, em especial o ano de aquisição de uma aeronave específica, o FAB 2022 (1973 ou 1980), já foi objeto de longas discussões aqui no Poder Aéreo (clique aqui para ler os comentários em matéria em que houve esse debate). E clique aqui para ver matéria de revista, em pdf, da época de chegada desses caças à FAB.
Então aproveite a tranquilidade de São Paulo no fim de ano para visitar esse veterano da caça da FAB, em frente ao portão do PAMA-SP. Sua pintura precisa ser refeita, pois já mostra um desgaste acentuado pelo sol, chuva e poluição ao longo de cinco anos de exposição aos elementos (compare com as fotos da época de inauguração do monumento, em 2012, muito melhores em qualidade e variedade, clicando aqui). Mas isso não chega a estraga a visão das belas linhas do Dassault Mirage IIIEBR.
Comparação com o Gripen – Se você é um entusiasta de aviação que mal pode esperar a chegada da nova geração de caças ao Brasil, o Saab Gripen E, a visão do Mirage espetado na frente do PAMA-SP pode dar uma ideia do tamanho do futuro F-39 Gripen da FAB. Isso porque as dimensões externas das duas aeronaves são muito próximas, sendo o Gripen E apenas ligeiramente maior em todas as medidas: o comprimento total do Gripen E, incluindo o tubo de pitot no nariz, é de 15,2m (no Mirage IIIEBR, é de 15m – dado do manual do caça – apenas 20cm de diferença), a envergadura da nova geração do Gripen é de 8,6m, incluindo os lançadores de mísseis das pontas das asas (8,22m no Mirage, que não tinha lançadores nessas posições, dando uma diferença total de apenas 38cm no total da envergadura entre os dois aviões). A altura das duas aeronaves quando no solo (trem de pouso estendido) também é muito próxima: 4,5m no Gripen E, contra 4,45m no Mirage IIIEBR (dado do manual), ou 5cm de diferença.
Incluímos abaixo duas fotos do Gripen E em posições que, apesar de não coincidirem, podem ser comparadas às que fotografamos o Mirage IIIEBR, apenas a título ilustrativo (a última foto, do “roll-out” do Gripen E, foi girada em 180º em relação à original).
Uma última observação: para quem já viu pessoalmente ou comparou fotos de ambos os aviões pousados, o Mirage parece mais alto (o que dá também a impressão de dimensões gerais também maiores) pois nosso ponto de referência, em geral, é a cabine – e, de fato, o canopi do Mirage fica numa posição mais alta em relação ao solo, quando pousado, que o do Gripen. Mas isso é devido ao fato do Mirage ter as asas presas à parte de baixo da fuselagem, o que obriga ao uso de um trem de pouso de pernas mais compridas (para livrar espaço para cargas externas sob as asas), elevando assim a distância do canopi em relação ao solo, enquanto o Gripen, de asas posicionadas no meio da altura da fuselagem (o que já permite bom espaço para cargas externas), pode usar trem de pouso com pernas menos longas, o que deixa a cabine mais perto do solo.
Abaixo, duas imagens com dimensões de ambas as aeronaves (a primeira, uma reprodução de página do manual original do Mirage IIIE, a segunda uma adaptação feita pelo Poder Aéreo a partir de brochura da Saab), para ajudar na comparação.
VEJA TAMBÉM:
Pra mim tambem o mirage 3 e o 2000 sao os caças mais bonitos de todos
A FAB perdeu uma ótima oportunidade de converter alguns em Kfir C-10, muitos deles com poucas horas de voo simplesmente derreteram no sol das bases aéreas, como em Anápolis. Faltou gestão, agora não vale nem lamentar….
Legal! Poderia completar os dados das características do Gripem NG também, raio de ação /combate dos 2
Se a FAB conseguisse colocar em voo um Mirage IIIEBR , um Mirage 2000, um F5M juntos com o primeiro voo do Gripen no Brasil, seria marcante e histórico
Bueno, acrescentei imagem ao final com as dimensões e alguns dados básicos do Gripen E, ao lado de imagem de página do manual do Mirage IIIE.
tem quantos desse no brasil ainda ? quantos voando ? negocio é ir la dentro do pama e pegar umas peças dos f-5 que estao la jogados e por esse mirage pra voar kkkkkk
Nunão, acrescentei mais uma foto para ajudar na comparação das dimensões dos aviões. Abs!
Valeu Nunão
O Gripen E é mais parrudo , Na foto o Gripen esta parecendo “miudinho” ao lado do Mirage IIIE.
Praticamente vejo este Mirage todo dia pois levo meus filhos para nadar no clube Esperia. E o mais velho de 18 se alistou na junta permanente que fica no monumento das 3 forças no canteiro central.
o Mirage 2000 era superior ao Mirage IIIE em relação a carga máxima, potencia motor etc? M2000 Suas características Básicas seria mais próximo ao F39. já que os dois são evolução de um projeto ?
Não sei se foi o angulo da foto, ou posição dos aviões, estando o Mirage mais de lado e o Gripen mais de frente, mas na última foto o Gripen ficou parecendo um aeromodelo perto do MirageIII.. Vi o mock-up do Gripen NG em Brasilia, havia um Mirage2000 (Para mim o mais bonito da família) próximo, o que me deu oportunidade para comparar as aeronaves. Visualmente ambos tem o mesmo tamanho, e contrariando o que diz o texto, achei o Gripen até mais alto que o Mirage 2k, em relação ao solo. Em relação a um F-5E que também estava… Read more »
Será que os M-2000, terão mesmo destino? Serão espetados? Dá dó de ver eles largados ao relento no pátio. Eu sei que não dava mais pra eles aqui já aceitei isso, mas dá muita dó. Vamos combinar se não seria bom uma unidade apenas de cada aeronave que deu baixa voar só para demostração ao público como nos eventos dos portões abertos né? Seria nostálgico.
Boa tarde senhores! Realmente uma excelente dica de visitação. Também existe um C47 no Mercado Municipal de São Paulo ( na verdade é dentro do pátio do museu Catavento) Ali encontra-se a Praça do Expedicionário, houve uma época em que havia uma hélice de P47, não sei se ainda há uma âncora de um vaso da MB, e tivemos no início dos anos 80 um M-3 Stuart que agora está no pátio ( ou estava ) do CPOR que fica na rua Alfredo Pujol (de lá é possível ver o PAMA_SP). Penso que o MD poderia brindar a cidade de… Read more »
Interessante notar o grande aumento no comprimento do Gripen E. Segundo o site da Saab, o comprimento do modelo C é de 14,1 m sem o tubo pitot. O modelo D biposto, 14,8 m. E agora o modelo E é dito ter 15,2 m, embora sem dizer claramente que é com o tubo pitot (provavelmente sim). . Quando o projeto do NG ainda não tinha nem demonstrador, a Saab tinha divulgado que não iria tomar o modelo biposto como base para o aumento do combustível interno, preferindo modificar a fuselagem central, realocando o trem de pouso para a raiz das… Read more »
Clésio, os 15,2m do Gripen E são com o tubo de Pitot.
A diferença no comprimento para o Gripen C foi de poucos centímetros, mais por conta de um ligeiro alongamento da fuselagem posterior, devido à remotorização.
Esse alongamento da fuselagem posterior, perceptível pelo comprimento um pouco maior da área de junção da fuselagem com o bordo de fuga das asas, pode ser percebido nessa comparação de três vistas:
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2016/05/Tres-vistas-Gripen-C-E-M-adaptado-de-Saab.jpg
“Ali encontra-se a Praça do Expedicionário, houve uma época em que havia uma hélice de P47, não sei se ainda há uma âncora de um vaso da MB, e tivemos no início dos anos 80 um M-3 Stuart que agora está no pátio ( ou estava ) do CPOR que fica na rua Alfredo Pujol (de lá é possível ver o PAMA_SP).” Claudio, a hélice de P-47 da FAB continua lá na Praça do Expedicionário / Heróis da FEB, na lateral do PAMA-SP, assim como hélice de contratorpedeiro classe M da Marinha (infelizmente devem ter roubado a placa) e, não… Read more »
Ficou ótima, Galante. Abs!
Complementando, em janeiro de 2012 publiquei matéria sobre o DC-3 no pátio do museu Catavento, pena que ninguém deu a mínima pra isso na ocasião (0 comentários).
http://www.aereo.jor.br/2012/01/31/um-dc-3-em-pleno-centro-de-sao-paulo/
Matéria do mesmo dia, sobre canhões de CTs da Marinha expostos no mesmo local, ao menos despertou o interesse de dois gatos pingados.
http://www.naval.com.br/blog/2012/01/31/canhoes-de-fletcher-as-margens-do-tamanduatei/#axzz1kzzvwoEl
Se levarmos em conta um hipotético comprimento de 40 cm para o Pitot, ainda são 70cm a mais que o C. Interessante se considerarmos que é o mesmo tanto a mais que o biposto apresenta e que o o GE F404 e o F412 tem o mesmo comprimento.
Clésio, o tubo de pitot mede bem mais que 40cm. Tem o dobro disso.
Se não me engano (preciso checar) o Gripen C, com o tubo de pitot, mede 14,9m de comprimento, e 14,1m sem o tubo.
Não estou com todos os números comigo agora, estão em outro computador. Mas, se não me engano, o aumento de comprimento total do Gripen C para o Gripen E foi de 30cm (14,9m para 15,2m, incluindo o tubo de pitot), por conta do alongamento da fuselagem traseira devido à remotorização, questões de equilíbrio etc.
Complementando, dados da Saab transcritos de PDF e link para o mesmo, onde o comprimento do Gripen C é divulgado sem o tubo de pitot: Dimensions Span (incl. launchers) 8.4 m Length (excl. pitot tube) 14.1 m http://saab.com/globalassets/commercial/air/gripen-fighter-system/pdf-files-download-section/facts/gripen-dimensions.pdf Aqui, trecho transcrito e link para pdf da Saab com dados básicos do Gripen C, em que o comprimento “over all”, ou seja, com o tubo de pitot, é divulgado em 14,9m: KEY DATA Length overall 14.9 m Width overall 8.4 m http://saab.com/globalassets/commercial/air/gripen-fighter-system/pdf-files-download-section/facts/gripen_c_factsheet.pdf Dados do comprimento do Gripen E (over all – significa com o tubo de pitot) Length over all 15.2… Read more »
Tallguiese 29 de dezembro de 2017 at 13:40
Gostei.
elton 29 de dezembro de 2017 at 12:36
Como ? Está certo disso ?
Tallguiese 29 de dezembro de 2017 at 13:40
Os Argies virão inspecion-los.
Eu queria ver essa camuflagem nos novos caças… Acho bonita demais.
A ultima foto grande mostra pra mim que a fuselagem da aeronave está em mau estado, podia ser melhor cuidada.
Salve Nunão,
Valeu pela atualização quanto a Praça do Expedicionário. Faz um bom tempo que não passo por ela, espero ter a oportunidade de conferir o AAe de perto.
Cara eu li a materia do Dakota que você fez, parabéns!
CM
Obrigado Nunão por esclarecer esse assunto.
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Engraçado como eu pensava que o Mirage IIIE fosse mais comprido do que realmente é. Imaginava que o comprimento fosse sem o tubo Pitot.
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Na foto dos 2 posando em 1998, dá par notar como toda a fuselagem dianteira do Mirage é pequena, pois comparado com o Gripen (que já é de aparência pequena), ele é bem menor. Imagino que o espaço no cockpit do sueco seja bem melhor.
Clésio, disponha. Aliás, eu que volto a agradecer pelo link, muitos anos atrás, que você me passou do manual do Mirage IIIE, onde estão, entre outras informações muito interessantes, essa mais prosaica do comprimento total (com o tubo de pitot). Quanto ao espaço na cabine, no Mirage III eu nunca tive a oportunidade de subir. Mas no Gripen e no F-5E eu já me acomodei mais de uma vez, e em ambos a sensação de espaço foi melhor do que esperava, em especial para as pernas e ombros (apesar de magro, tenho mais de 1,8m e achei que teria dificuldades… Read more »
Alex II 29 de dezembro de 2017 at 17:12
A ultima foto grande mostra pra mim que a fuselagem da aeronave está em mau estado, podia ser melhor cuidada.
A fuselagem está em muito bom estado. A pintura, cocares e marcações sim, estão bem desgastadas. Nada mais natural, para uma aeronave que está ao relento, pegando sol, chuva, poluição, umidade, etc.
Aproveitando que estamos falando de monumentos, no dia 09 de novembro desse ano, foi inaugurado o primeiro monumento com uma arronave A-1 da FAB. Trata-se do A-1A 5542, que foi colocado em frente ao prédio do 3°/10° GAV, na Ala 4, aqui em Santa Maria/RS. Essa aeronave voou de 1998 a 2012, servindo quase todo o tempo ao 1°/10° GAV, e nos últimos tempos, cmo os dois esquadrões tem operado suas aeronaves em forma de pool (compartilham as aeronaves), ele também serviu ao 3°/10° GAV. A aeronave sofreu um incidente em 2012, apos chocar-se com um pássaro, tendo que retornar… Read more »
Fernando “Nunão” De Martini 29 de dezembro de 2017 at 20:33
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Nunão, já entrei e “me acomodei” na cabine de um F-5EM, mais precisamente do 4869, quando esse fazia parte da dotação do Catorze. O espaço é bom (tenho 1,83 m) e, mesmo com o canopy fechado, a sensação de espaço é boa.
Flanker
Me surpreendeu essa informação de que o AMX 5542 nunca voltou a voar, já que temos pouca disponibilidade de aeronaves.
Foi colocado aqui noite site sobre um acidente de um F16 de Israel que ficou pior que nosso AMX, mas foi recuperado.
Marcos
Hoje há de 15 a 20 A-1 operando a partir de SM, incluídos aí os 3 A-1M. Fora esses, temos mais 3 protótipos do A-1M (2 mono e 1 biplace), que estão na Embraer, além de várias células em diferentes estágios do processo de modernização, que encontra-se parado. Aliás, esse seria um bom questionamento a ser feito ao Comaer, sobre uma definição à cerca desse projeto.
Nunão, só para relembrar os links e divulgar para o pessoal que é novo no site e não tem preguiça de ler, aqui vão 2 links muito bons para quem gosta de beber “direto da fonte”: . O link abaixo são algo como “cartões de referência” produzidos pela USAF e USN, com dados de desempenho medidos por elas mesmas com aeronaves de linha de frente. Os dados são válidos para o período que são realizados. Mudanças nas aeronaves que podem refletir nos números de “fábrica” são testadas e homologadas. O material é excelente fonte de consulta rápida sobre a ficha… Read more »
Marcos 29 de dezembro de 2017 at 23:33
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Eu creio que reparar um F-16 seja bem mais barato do que fazer o mesmo em um AMX, em razão da maior disponibilidade de peças.
Lembrando que o AMX recebeu o apelido jocoso de F-32, por conta de seus custos.
Ótima matéria, eu já tive a oportunidade de fotografar este lindo monumento, bem como o P 47 que esta em Curitiba em frente ao Museu do Expedicionário. Aproveito o ensejo para desejar em feliz 2018 para todos e sugerir para você Nunão que é um craque, uma super matéria sobre a história do primeiro AAM da FAB o Matra R530, um ilustre desconhecido, que na minha época de adolescente era a “super arma secreta da FAB”, bem como do radar Cyrano também um pioneiro na FAB. Creio que estas matérias se constituirão em grandes documentos, visto que, praticamente não se… Read more »
As cabines dos Mirage III e do Mirage 2000 são apertadas, mesmo pra mim que tenho 1,75 e sou magro. Fiz um vôo em cada um e alguns no antigo simulador do Mirage III. Justin deve ter muitas histórias de Mirage III pra contar. Vivi o ocaso do Mirage III, quando ocorreram uma perda de canopy em vôo (Fábio Leite), duas ejeções (Mangrich, com fogo no motor; e outro durante a decolagem do alerta com um Capitão que não recordo o nome), fogo no motor na partida (Carlos Alberto), dentre outros incidentes. O avião estava velho demais. Parecia um T-25… Read more »
Eu sei que foi por falta de dinheiro e o direcionamento dos recursos existentes para programas mais prioritários, mas eu tenho certeza que todos concordam que os M-2000 deveriam estar voando na força até a chegada dos gripens, mas vontade política nesse país é dose! Pois para manter as naves voando era só fazer as manutenções devidas e pronto. Faltou dindin mesmo! Agora tá lá os bichinhos jogados em Anápolis. Haaaa tenha dó!
Olá, amigos.
Grande avião. Estórias para contar tenho muitas, mas não creio que interessem a muitos.
Cheguei a filmar em voo (VHS) lá nos anos 80, mas a fita se perdeu quando meu filho emprestou. Aqui tem um vídeo legal do Mirage III S (Suíça), em configuração semelhante à dos nossos F-103:
http://www.youtube.com/watch?v=p1PYiDIIZ1U
Abraços,
Justin
Bonito vídeo. Talvez os entusiastas gostassem de ler algumas histórias sobre o tiro aéreo ou sobre os dissimilares contra F-5 e AT-26.
Feliz 2018! A la chasse!
Caro Justin,
Chegou a voar em missões com o Matra R530 na estação central ou sua época no esquadrão já coincidiu com o emprego dos Python 3 nos pilones subalares?
Acho que já perguntei isso, mas as aeronaves em alerta eram configuradas rotineiramente com míssil(eis) ar-ar ou somente em épocas de percepção maior de tensões na região (como durante o conflito das Malvinas, ou entre Peru e Equador)?
Em uma comparação com carros, o Gripen é mais esportivo e o Mirage um SUV rsrs
“Rinaldo Nery 30 de dezembro de 2017 at 14:15”
Cel, se não me engano em outro post o Sr também comentou que o 2000 foi a aeronave que permitiu que a FAB aprendeu a combater BVR, não foi só a compra da plataforma e do míssil, mas toda a técnica e a plataforma de armas que ensinaram como usar.
Para quem curte… Uma das últimas edições da revista Força Aérea… eles colocaram em uma mesa redonda, vários comandantes dos Jaguares… claro que de épocas diferentes…
Uma excelente entrevista !
Olá, Nunão. No período em que servi no GDA (1984-1993), apenas os mísseis Matra R-530 estavam prontos para uso operacional. Mísseis reais não foram instalados no período, mas tínhamos oportunidade de voar com os mísseis de treinamento. Como esses tinham todas as características do míssil real, exceto carga bélica e espoletas, conhecíamos sua capacidade efetiva de aquisição de alvos e os efeitos aerodinâmicos de seu carregamento na estação ventral. Para treinamento, o uso de mísseis reais não traria qualquer benefício, e sua instalação iria reduzir significativamente a vida útil destes (legal e prática). Todos os aviões estavam permanente e totalmente… Read more »
Coronel, somente colaborando, durante o motim dos controladores, o COMDABRA elevou o ESTALE para 1, e o GDA teve que cumprir o alerta com duas aeronaves por alguns dias (já operavam o Mirage 2000). Foi um período duro, pela falta de pilotos, e os mesmos dormiram no prédio do Esquadrão. Também cumprimos o alerta com um E-99.
Obrigado, Justin, meu interesse é puramente histórico. Sabe dizer por que não se incorporou o AIM-9B naquela época como armamento do esquadrão, já que até a adoção do Magic a própria França utilizava AIM-9B simultaneamente aos R530 nos seus Mirage IIIE? Abraço!
Srs Rinaldo e Justin, uma pergunta – Porque o nosso arsenal de mísseis e bombas não são integrados à todas as aeronaves que poderiam emprega-las, tendo em vista os diferentes comportamentos?
Klesson, até aonde sei, estão. Os Python estavam integrados nos Mirage III e nos F-5. Os Mirage 2000 já vieram com seu próprio armamento (Magic e Matra), e não compensava o custo de novas integrações, visto o tempo que a aeronave voaria no Brasil. O mesmo vale pro Derby, usado no F-5. Quanto aos A-1, o problema está nas garrafas de nitrogênio acopladas nos launch rail (para refrigeração da cabeça do míssil). Mas essa é outra história que não conheço 100%. Ouvi de um companheiro que foi da DIRMAB. Justin pode ter mais informações.
Obrigado Sr Rinaldo, vê-se que a utilização dos armamentos, desde as definições das necessidades, avaliação de TO, aquisição, integração, manutenção é doutrina de emprego é bem mais complexa e tem muitas variáveis a serem consideradas. Grato pela atenção.
Durante passeio em SP, eu vi essa aeronave. Era uma máquina formidável no seu tempo, bem imponente. Vc fica imaginando aquele caça carregado de mísseis e bombas, é de assustar. A cabine do piloto em forma de bolha parece que é bem apertada mesmo, mas o caça em si é enorme, com suas asas em forma de delta. Como falaram aí em cima, a fuzelagem não está ruim, tá muito boa, quase não vi ferrugem, só a pintura mesmo que está desgastada. Os sentinelas do PAMA estavam bem atentos à qualquer movimentação em torno do caça.
“Justin Case 30 de dezembro de 2017 at 23:03
Olá, amigos.
Grande avião. Estórias para contar tenho muitas, mas não creio que interessem a muitos.”
Caro Cel. Ficaria muito grato em ler mais relatos de pilotos da FAB. Na maioria das postagens em que leio aqui, ao terminar vou direto nos comentários buscar nomes de pessoas como o senhor. Civis como eu que sonhavam em ser um piloto de caça, ler estórias de verdadeiros caçadores é poder alimentar parte desse sonho.
Passei por Pompéia/ SP nesta semana e o que eles chamam lá de “o avião do Juniti” está muito bem conservado.
Dois delta-canards clássicos, mostrando que nada mudou na FAB, obviamente os aviônicos deram um salto de qualidade com o Gripen, nem se compara, mas por fora são caças antigos, sendo o Gripen no máximo de 3,5 geração, do século passado, vamos completar 100 anos atrasados em relação ao resto do mundo.