Raytheon realiza a primeira interceptação de míssil balístico intercontinental

26

Ground-based Midcourse Defense (GMD)

Lançamento do Ground Based Interceptor (GBI) a partir do sistema Ground-based Midcourse Defense (GMD)

O teste mantém o programa no cronograma para a 44ª entrega em 2017

VANDENBERG AIR FORCE BASE, California, 30 de maio de 2017 / PRNewswire / –  O Exoatmospheric Kill Vehicle, ou EKV, desenvolvido pela Raytheon Company (NYSE: RTN), uma arma de força cinética que se choca com seus alvos, destruiu um míssil balístico intercontinental pela primeira vez durante um teste da Agência de Defesa de Mísseis do sistema Ground-based Midcourse Defense (GMD) baseado em terra.

Foi a décima intercepção do programa GMD, que é projetado para proteger os EUA contra ataques de mísseis balísticos de longo alcance, destruindo ameaças recebidas enquanto ainda estão no espaço, de maneira segura fora da atmosfera terrestre.

“Este teste mantém os Estados Unidos no caminho certo para aumentar seu inventário de intercepção baseada em terra para 44 unidades em 2017”, disse o Dr. Taylor W. Lawrence, presidente da Raytheon Missile Systems. “O sistema está entre os mais complexos da indústria, e seu avanço garante a proteção dos EUA e seus aliados”.

O ICBM alvo foi lançado a partir do site Reagan Test no Kwajalein Atoll, e o interceptador foi lançado da Base Aérea Vandenberg, na Califórnia. Depois de receber dados de rastreamento e designação de sensores terrestres e espaciais, o EKV identificou a ameaça, discriminou o alvo e as contramedidas, manobrou a caminho do alvo e o destruiu usando a tecnologia “hit-to-kill”.

O teste foi suportado pelo radar de banda X baseado no Raytheon (SBX) e no radar AN/TPY-2. Ambos desempenham papéis críticos no suporte ao sistema GMD.

Líder mundial em design e produção de veículos matadores, a Raytheon gerencia simultaneamente quatro programas de veículos matadores – o veículo cinético EKV, Míssil Patriot-3, Redesigned Kill Vehicle e Multi-Object Kill Vehicle. A família de veículos matadores Raytheon tem um registro combinado de mais de 40 interceptações espaciais bem-sucedidas.

Exoatomospheric Kill Vehicle (EKV) da Raytheon’s é o componente de interceptação do Ground-Based Interceptor (GBI)

Sobre o EKV

Apoiado por décadas de experiência em tecnologia de veículos matadores, o EKV criado pela Raytheon foi projetado para destruir as ameaças de mísseis balísticos buscando a colisão direta com eles, um conceito frequentemente descrito como “hit-to-kill”.

  • O EKV possui um sensor avançado e multicolorido usado para detectar e discriminar ogivas recebidas de outros objetos.
  • O EKV tem sua própria propulsão, ligação de comunicação, algoritmos de discriminação, sistema de orientação e controle e computadores para apoiar a seleção e interceptação de destino.
  • O EKV está implantado e operacional hoje.

DIVULGAÇÃO: Raytheon

Subscribe
Notify of
guest

26 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Karlus73

Olá, vai muito tempo que não faço um comentário nesta trilogia. Fiquei apenas pela leitura.
Já compreendi que os EUA têm uma defesa em camadas. Além deste sistema que penso ser o de maior alcance e sabendo que há outros sistemas de menor alcance; a minha pergunta para os entendidos: isto poderá ser um sistema no seu conjunto para lidar com um ataque de saturação?
Obrigado

carcara_br

– Explosões convencionais não são muito úteis neste tipo de interceptação;
– Foi uma tremenda demonstração de força e tecnologia;
– Ter sido bem sucedido só vai estimular a criação de armamento mais eficiente por parte da Rússia e China, o zircon que o diga. Talvez acelere a corrida armamentista já em curso;
– Uma penas que não liberaram mais detalhes, gostaria de saber a que distância em que a interceptação ocorreu…
-Alguém poderia informar algumas características técnicas do míssil interceptor? tamanho, velocidade, alcance máximo?

SmoKingSnake

Usaram um novo EKV, CE-II Block 1, os anteriores tiveram umas falhas e esse já interceptou de primeira um ICBM.

Bosco

Karlus, O objetivo da implementação do míssil GBI (Ground Based Interceptor) é deter um ataque de baixa intensidade vindo da Coréia do Norte e no máximo um ataque limitado da China. Há possibilidade de instalarem no futuro múltiplos veículos de destruição cinética o que poderá multiplicar as ogivas interceptadas, mas ainda assim não deverá ser capaz de conter um ataque de saturação como a que os russos podem implementar. A dissuasão contra um ataque de saturação (por exemplo, da Rússia) ainda é a certeza de um devastador contra-ataque – Carcará, O que se sabe é que tem 21 toneladas e… Read more »

Rafael_PP

Ibagens: http://foxtrotalpha.jalopnik.com/watch-an-interceptor-take-out-an-icbm-target-for-the-ve-1795697733

Espero não decepcionar quem esperava algo em 4K, super lenta, etc.

ScudB

Vale a pena lembrar (complementando informação do amigo Bostco) que além de “capacidade de defender somente ataque limitado” ainda existe uma observação sobre tipos (ou tecnologias) das ICBM usados dentro desse ataque. Em outras palavras sistema GBI hoje(!) so seria capaz de proteger Leste do continente SOMENTE dos misseis tecnologicamente primitivos disparadas nas quantidades limitadas. Unico pais que vem primeiro na lista é Coréia do Norte. Ja a China possui hoje uns 50 DF-5/5A com dúzia deles permanentemente direcionados para EUA. E tem umas 24 unidades de DF-41. E se o DF-5 pode ser interceptado pelo GBI , contra versões… Read more »

Bosco

Scud, Há de se saber o quanto tem de verdade e de eficiente e o quanto tem de propaganda nestas supostas ogivas “imunes” à interceptação. A melhor maneira de defender essas ogivas é através do lançamento de “penaids” (dispositivos auxiliares de penetração), que confunde e satura o sistema de defesa antimíssil. Os americanos por exemplo não se interessam em ogivas fodásticas manobráveis mas focam suas defesas nesses dispositivos. Como há um “segredo” acerca de como funcionam essas ogivas russas imunes fica difícil saber até que ponto são realmente eficazes e se evadir de um interceptador. Os russos também se valem… Read more »

ScudB

Podemos lembrar algumas coisinhas. 1. Muita gente esquece que além de possível confronto Rússia-EUA e China-EUA existe ainda uma remota porem real possibilidade de uma luta China-Rússia. E exatamente esta situação (ja que a Rússia não possui os misseis do mesmo alcance que o vizinho asiático devido ao tratado assinado com americanos ) exige dos russos ficar de olho e , obrigatoriamente , implementar sistemas anti-balísticos modernos. E móvel ainda ( S-500 ? ) pois a grana é curta e numero das baterias encomendadas é limitado. 2. Se analisar um só tipo de míssil RS-24 (Yars) é possível entender que… Read more »

Bosco

Scud, De qualquer forma o sistema GMD americano não se destina, pelo menos por ora, a defender os EUA de uma hipotética agressão russa. A dissuasão de um ataque russo em larga escala é baseada ainda na velha política da destruição mútua assegurada (MAD). O mesmo se pode dizer da Rússia em relação aos EUA. Ambos os países, no atual estágio da tecnologia, são incapazes de fazer frente a ataques em larga escala e muito provavelmente isso continuará a ser verdade pelo menos nos próximos 30 anos. Um ataque em larga escala só poderia ser efetivamente mitigado ou neutralizado se… Read more »

carcara_br

Rafael, incrível! nem acredito que eles postaram a imagem real da interceptação!

Parece haver uma explosão alguns momentos antes do impacto, alguém mais teve essa impressão? Se for o caso o sistema não seja tão direto assim, talvez exploda momentos antes pra gerar uma nuvem de fragmentos.

ScudB

Ainda bem que lembrou 🙂 ..
Hoje , SM-3 não tem essa capacidade (mas tem outra e bem questionável pelos militares russos : usar Mk-41 para lançar os misseis táticos). Mas quem sabe ? Ne. Daqui alguns anos os SM-XY vão ser instalados (fora da Polônia e Romênia) na Estônia , Ucrânia e Georgia! E ai vai mudar o jogo..
Um grande abraço!

carcara_br

Bosco, quando vi as imagens deu pra perceber que era um objeto enorme. Veja: https://www.youtube.com/watch?v=KBMU6l6GsdM. O sistema de propulsão é bizarro. Me parece que a tecnologia para o lançamento de múltiplas EKVs já existe espalhada por vários sistemas só falta a boa vontade de combiná-las num míssil ainda maior possivelmente… Scud, concordo num ponto um sistema projetado para interceptar alvos balísticos vai encontrar muitos problemas com alvos que podem mudar de direção. Vamos lembrar que uma trajetória balística obedece a uma equação matemática muito simples, então radares já sabem pra onde devem aprontar momentos após o lançamento. Ogivas errantes são… Read more »

Bosco

Carcará, Esse do vídeo é só um dos múltiplos EKVs utilizando os foguetes de mudança de atitude. Essa arte gráfica dá uma melhor amostra do que seja a carga toda de múltiplos EKVs: http://defense-update.com/wp-content/uploads/2015/11/MOKV_725.jpg Não há como um sistema antibalístico que intercepta ogivas lançadas por ICBMs não ter veículos de destruição que não sejam manobráveis, independente dos veículos de reentrada atacantes serem ou não manobráveis. Ou seja, desde o início os sistemas antibalísticos eram manobráveis e terem um data-link linkado com o lançador capaz de atualizar a posição futura do “alvo”. O que deixou de ser totalmente balístico foram as… Read more »

Bosco

Quanto ao tamanho e peso do EKV, de acordo com a Wiki:
Peso: 64 kg
comprimento: 1,4 m
diâmetro: 60 cm

Vader

Pronta, retirada a ameaça da Coréia-Lixo. Trump, pode começar o bombardeio. 🙂

Nacionalista

Ola eu sempre visitei a trilogia sobre assuntos militares durantes anos,acho que desde 2007,mais nunca tinha comentado antes de agora em diante vou comentar meus pontos de vista sobre os assuntos aqui escrito Este sistema de defesa de misseis ICBMS nao vai funcionar em combate real,ou pode funcionar parcialmente,todo mundo sabe que qualquer arma que e criada para combate e nao e testada em combate real,tende a decepcionar em tempos de guerra Quem leu a materia da nationalinterest sabe do que eu estou falando,link:hxxp://nationalinterest.org/blog/the-buzz/can-americas-missile-defenses-really-beat-icbms-fired-russia-20973 entao senhores,este sistema funciona mais como um metodo dissuassorio do que como algo realmente efetivo de… Read more »

Aldo Ghisolfi

BUENO… foi-se o gordinho da CdN…

Bosco

Nacionalista, Não existe nenhum sistema de armas que funciona 100% e este não é exceção. Também não existe opinião unânime sobre qualquer assunto e você irá achar artigos que defendem a existência do sistema. Para que um sistema evolua ele tem que primeiro ser instalado. Com certeza os ICBMs podem evoluir mas os mísseis antimísseis e os sensores também podem. Com certeza é mais barato ter um míssil antimíssil que um ICBM com ogiva nuclear e também é mais fácil montar múltiplos destruidores cinéticos que aumentar a quantidade de ogivas. Os futuros EKVs deverão pesar em torno de 5 kg.… Read more »

Chokoeater

O próximo país muito interessado em instalar “Aegis Ashore” não é Estônia, Ucrânia ou Georgia.
É o Japão.

SmoKingSnake

Pelo que li houve o lançamento de contra medidas por parte do ICBM e o sistema não se deixou enganar e acertou o alvo certo.

Bispo

Com o advento de misseis hipersônicos ….2020/25… será possível interceptação sem uso do laser ?

O SS-X-30 SATAN 2 …se supõe ter 10 ogivas hipersônicas(artigo 4202).

Bosco

Bispo, Quando se fala em mísseism hipersônicos fica subentendido nas entrelinhas que é relativo a mísseis de cruzeiro hipersônico. Ou seja, mísseis que “voam” (mísseis de cruzeiro) a velocidade hipersônico (acima de Mach 5) movidos por um motor aspirado (scramjet???). Mesmo hoje existem inúmeros mísseis e veículos de reentrada (ogivas de mísseis balísticos) hipersônicos, mas que não são mísseis de cruzeiro . Cito alguns: Antiaéreos: PAC-3, 48N6, 9M82, etc. Antibalísticos: THAAD, PAC-3, SM-3, GBI, 9M-82, etc. Sup-Sup semi-balístico: Iskander, etc. Mísseis balísticos: Minuteman, Topol, Trident, etc. – Muitas ogivas de mísseis balísticos reentram na atmosfera a mais de Mach 20.… Read more »

Bosco

Por exemplo, nos EUA todos os 450 Minutemans III são dotados de apenas 1 ogiva (SRV), portanto, no caso de um ataque inicial, se um míssil for destruído no silo, apenas uma ogiva será desabilitada. E lembrando que é preciso uma ogiva nuclear para cada míssil. Ou seja, um ataque inicial tentando destruir todos os ICBMs americanos obrigaria o lançamento de pelo menos 450 ogivas. Cerca de 50% dos Minutemans estão em condições de decolar antes da primeira onda chegar (leva cerca de 30 minutos para virem da Rússia). Dos 50% restantes provavelmente 50% sobreviveriam a um primeiro ataque tendo… Read more »

ScudB

Amigo Bosco!
Informação que circula sobre Sarmat indica uma clara dependencia da distancia e tipo.Exemplo :
– 10 ogivas convencionais de 750kt ou 15 de menor equivalente para 9-10 mil km
= 5 ogivas convencionais para 15-16 mil km
– 3 ogivas Ju-71 (projeto Albatros ou Diomedea) hipersonicas para 9-10 mil km
– etc
Um grande abraço!

Bosco

Scud, De boas intenções o Céu tá cheio. rsrsss Quando esse míssil estiver operacional junto com essas ogivas planadoras hipersônicas muita água já terá passado debaixo da ponte. Os americanos mesmo já sinalizam uma versão ER (extended range) do THAAD que teria um desempenho 3 x maior que o atual e que seria capaz de dar conta dessas ogivas deslizantes hipersônicas sapequinhs que foram feitas pra fugir dos interceptadores exoatmosféricos. Como o THAAD tem capacidade de interceptação entre 40 km e 180 km de altura, ele estaria apto a pegar essas ogivas que planam no limite da atmosfera (100 km).… Read more »

ScudB

Vou te falar mais então 🙂 ..
Conforme o texto de tratado os dados da telemetria dos lançamentos balísticos (dos testes , por exemplo) da Rússia e EUA devem ser disponibilizados(!!!!) para … os dois lados!
Por tanto , ate um certo ponto , os dois lados sabem muito mais coisa que os outros 99,9% dos curiosos só podem imaginar.
Periodicamente da um flash na cabeça : será que esses cientistas malucos só fazem outros de bestas e combinaram esse joguinho só para receber dinheiro dos projetos utópicos? Kkk!
Tipo aquela “mucha lucha” da vida?
Um grande abraço!