Brasil quer retomar uso da base de Alcântara com parceria dos EUA
Ministro da Defesa diz ainda que inquéritos investigam acordo com a Ucrânia, que causou prejuízo de ao menos meio bi ao Brasil
POR DANILO FARIELLO E ROBERTO MALTCHIK
BRASÍLIA E RIO – O governo brasileiro convidou os Estados Unidos a usarem as instalações de Alcântara (MA) para lançar satélites, no primeiro encontro formal do “Diálogo da Indústria de Defesa Brasil e Estados Unidos”, que ocorreu na manhã desta sexta-feira no Palácio do Itamaraty. A decisão altera a posição brasileira em um dos temas mais sensíveis da relação entre os dois países.
Para que os americanos usem o Centro de Lançamento de Alcântara, com posição geográfica privilegiada pela aproximação com a linha do Equador, que resulta em economia de propelente dos foguetes lançadores, é necessária a aprovação do acordo de salvaguardas pelo Congresso.
O tema chegou a ser discutido em 2002, ainda no governo Fernanrdo Henrique Cardoso, mas não foi aprovado por pressão da bancada petista, à epoca na oposição. Depois, durante os governos Lula e Dilma (2003-2016) o tema ficou engavetado. Durante a recente viagem de Dilma aos EUA, o assunto foi tratado, porém, não houve avanço na legislação.
— O diálogo abre uma nova avenida para as relações comerciais entre os países — disse o subsecretário de Comércio dos EUA, Ken Hyatt.
MERCADO É O MAIOR DO MUNDO
O acordo de salvaguarda garante aos americanos que seus componentes altamente tecnológicos, presentes nos satélites, não sejam acessados por técnicos de outras nações, sejam brasileiros ou de outros países com relações comerciais com o Brasil.
— O lançamento de satélites e foguetes aeroespaciais tem para nós uma enorme importância que seja retomada em bases soberanas — disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, destacando que o mercado de defesa americano é o maior do mundo.
As chamadas “bases soberanas” seriam as garantias de autonomia brasileira dentro do Centro de Lançamento. Em tese, sempre existe risco efetivo que um acordo desta natureza retire parte desta autonomia.
Os governos de Brasil e EUA trataram do caso de Alcântara no âmbito de negociações para intensificar parcerias, como a que resultou na construção da aeronave KC-390, com participação da brasileira Embraer e da americana Boeing.
Segundo Jungmann, o acordo que o governo brasileiro tinha com a Ucrânia para uso da base de lançamento de satélites está definitivamente suspenso – há, inclusive, inquéritos abertos para apurar essas relações, de acordo com ele.
Na base, que conta com uma localização considerada privilegiada para o lançamento de satélites, ocorreu o mais grave acidente da história do programa espacial brasileiro, quando 21 técnicos e engenheiros morreram depois do incêndio antes do lançamento do VLS, o primeiro lançador de satélites do Brasil, que jamais completou uma missão.
Questionada sobre a possibilidade, a embaixadora dos EUA no Brasil, Liliana Ayalde, não confirmou, nem negou, o interesse das empresas do país em Alcântara. O Brasil também propôs a criação de um novo produto binacional na área de defesa, o que também ainda não teve resposta dos EUA. O evento deverá resultar em uma carta de intenções assinada pelos dois países.
O secretário de Produtos de Defesa, Flávio Basílio, lembrou que, atualmente, os EUA combatem no Afeganistão com os Supertucanos brasileiros. Empresas públicas e privadas de ambos os países deram início às conversas hoje, em busca de novas parcerias – uma vez que a lei americana tem restrições para importação de produtos de defesa, mas permite a produção em parceria.
— Com a marca Brasil conseguimos acesso a mercados que ora estão fechados a produtos estadunidenses e vice-versa — disse Jungmann.
O ministro destacou ainda que investimentos na área de defesa costumam resultar em avanços tecnológicos para as indústrias, também para fins comerciais. Ele lembrou, por exemplo, que a internet foi criada para fins militares.
FONTE: O Globo
Quando forem lançar um foguete a partir de Alcantara, sem querer ser pessimista, já estará ultrapassada esta tecnologia de foguetes, quer apostar?
Victor, ainda vão demorar várias décadas até a propulsão por foguetes químicos ficar, de fato, obsoleta. Muito do que está sendo desenvolvido para sua substituição ou ainda está nas pranchetas (e, quando muito, nos modelos em escala), ou não pode ser utilizado dentro da atmosfera. Espero que os americanos cedam algo para um projeto em conjunto com o BR. Não sei como funcionam as leis internacionais sobre isso, mas se ao menos nos fornecessem os motores RS-68 (usados no primeiro estágio dos foguetes Delta IV), acredito que daríamos conta “do resto”. Este tipo de negociação não deve ser um problema,… Read more »
É só não deixar que ideologias tacanhas atrapalhem novamente, que a base de Alcântara pode ser uma grande desenvolvedora de tecnologias, e também uma ótima fonte de divisas para o país.
Desde que não mandem nosso $$$ pro espaço, tá valendo!
Torço que dê tudo certo. Aliança é com quem sabe fazer acontecer. Que esta bar deixe de ser uma promessa e se torne uma realidade é alavancar o setor que está mais de 50 anos atrasado.
O Programa Aerospacial Brasil é só um exemplo das riquezas que o país conquistou às custas de gente que passou a vida estudando; às custas de muito dinheiro do contribuinte; e às custas de energia vital, da paixão de alguns poucos que sacrificaram muito de suas vidas e carreiras para ver o programa nascer, não morrer e continuar. Mas que, como num passe de mágica, não resistiu a algumas poucas decisões de estado que eram somente de natureza ideológica.
Morreu.
Save Ferris!
só foi nossa parar as alianças com comunistas e loucos sociopatas que o pais esta entrando nos trilhos novamente
O Brasil é um país tão bom que basta tirar suas travas político-ideológicas que as coisas acontecem.
Levará algum tempo até que outros cientistas, engenheiros e técnicos, entre outros, sejam novamente formados e capacitados. Depois da malfadada explosão que vitimou 21 técnicos em 2003, parece que ainda não se recuperou a equipe. . Esperamos, contudo, que a empreitada vá adiante agora com os americanos. Como bem disseram acima o “andre ribeiro” e o “Reinaldo Deprera”, foi só mudar de governo e a ideologia esquerdopata dos PTralhas finalmente foi sepultada, mas não sem antes enterrar mais de 1 US$ bilhão em no foguete “Cyclone 4” que sequer ficou pronto: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2015/07/23/brasil-desiste-de-foguete-que-ja-custou-r-1-bi-em-parceria-com-a-ucrania.htm . Mas, afinal o que são US$ 1… Read more »
Ótima notícia!!! Vamos reaprender com quem sabe, pulamos etapas e colocamos a Base para funcionar. Não precisamos inventar a roda e ainda dividimos os ganhos.
Perguntem aos investidores do ArianeSpace o que eles acham de lançar Soyuz a partir de Kourou…
R: $$$$$
https://www.youtube.com/watch?v=dl_zPaighV0
A cada dia que passa estes foguetões estão mais ultrapassados. Exceto para uma missão tripulada, tudo hoje pode ser feito com pequenos foguetes, uma vez que os satélites de hoje são pequenos, chamados micro ou nano-satélites. A força aérea dos EUA, que se diga DoD e DARPA, vem investigando meios de lançar satélites de forma rápida e com baixo custo. Eles estão adaptando aviões de grande porte para carregarem um foguete que será lançado já lá nas alturas, dispensando plataforma de lançamento. Tudo será feito em um aeroporto. O avião será carregado com o foguete ( projetos dizem que o… Read more »
Pessoal, vcs ja devem ter visto esse vídeo sobre o boicote ao programa aeroespacial brasileiro, o que os senhores acham?
https://www.youtube.com/watch?v=8aQK1cQaFA8
Quando a ideologia nefasta travestida de patriotismo e nacionalismo sai de cena, começam a surgir as oportunidades de gerar aquilo que realmente interessa: $$$
Mas os Quilombolas, os Urucuru, a Jandira Feghali, a Graziotin vão deixar ?
Ainda mais com os uzamericanu marvado ?
Fazem 7 anos
https://www.youtube.com/watch?v=hrAcVeN29cQ
Alcântara ?
https://www.youtube.com/watch?v=Y7d2YHAxCMM
Brasófilo 30 de setembro de 2016 at 19:13
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“o que os senhores acham?”
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Que temos uma política de investimentos ridícula.
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Veja o caso do MAA-1:
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“início de 85 usávamos um detector da JUDSON, blábláblá… quando terminamos o desenvolvimento em 98 e fomos iniciar a série em 99, blábláblá, forneceram outro detector “…
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Passaram uma década e meia “desenvolvendo” o MAA-1 e o cara vem me reclamar de fornecedor, e pior, do elemento mais importante do míssil, que deveria ser “nacional”…
Não entendi, onde está o benefício pro Brasil? Sou novo aqui e me falta conhecimento, alguém poderia me explicar as vantagens?
Brasófilo, alguns comentaristas aqui podem ser patrocinados pelos norte americanos
Pelo que eu sei esses lancamentos que os americanos querem fazer aqui são de carater comercial, o Brasil ganharia royalties por isso.
Rômulo Pariz Galon 30 de setembro de 2016 at 19:40 . Não sabemos os detalhes deste tal acordo. . Vantagens? . Eu chutaria algumas, como: – Empregos, muitos… Afinal, os foguetes, mesmo tendo seus principais componentes fabricados e montados no exterior teriam de receber a montagem final e integração aqui, para facilitar o transporte (veja a estrutura da ArianeSpace na Guiana Francesa: https://en.wikipedia.org/wiki/Guiana_Space_Centre). – Benefícios econômicos provenientes de movimentação de cargas, hospedagem e afins. Mais pessoas frequentariam a região. – Maior “Know-how” em procedimentos diversos. – Parcerias com Universidades e centros de pesquisa. – Muitas vagas de estágio para engenheiros… Read more »
Victor, Satélites de pequenas dimensões têm uso específico e restrito e são de curta duração. Satélites de grande porte ainda são importantes e continuarão a ser num futuro longínquo. – A única alternativa viável para os foguetes com propelentes e combustíveis químicos para levar cargas para a órbita é a combinação destas com sistemas aspirados, que utilizam o oxigênio do ar. Novas propulsões “exóticas” sendo pesquisadas não têm aplicação para levar carga para a órbita, apesar de poderem ser utilizadas nos estágios superiores, de modo a posicionar a carga em órbita. – Rômulo, As vantagens serão financeiras e políticas. Só… Read more »
Sô vejo vantagem para os eua, o que de fato o Brasil ganha com isso??
Com todo respeito e sem patriotada. Alcântara é uma base sem terminal portuário adequado, ferrovia ou qualquer facilidade logística para o deslocamento das centenas de toneladas de propelente e componentes que estão por de trás de um lançamento comercial. Foi pensada para o VLS, que pesa 50 toneladas, não precisa ser abastecido na plataforma e que era transportado em algumas viagens de C-130. Para qualquer coisa, como um foguete comercial de lançamento geoestacionário, precisaria de algumas centenas de milhões de dólares de infra estrutura. Dinheiro este que nenhum investidor sério do mundo vai colocar em um pais notório pela quebra… Read more »
Patrocínio dos Âmis ?
Eu quero, eu quero, eu quero ….
Onde tem ?
É Call free ?
Falo com quem ?
Tem ideia de quanto USD ?
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Cada um ;;;;;
Bosco:
http://www.orbita.zenite.nu/israel-lanca-satelite-espiao/
O militar da FAB começa o vídeo perguntando por que se investe em P&D e ele mesmo responde que é devido ao alto valor agregado dos produtos provenientes dessas pesquisas. Logo depois ele vem com um exemplo do que seria um embargo de tecnologia de “míssil” antirradar por parte dos EUA (engraçado que ele só cita os EUA mas não parece ter ido em outro país que não nos embargaria, como a China ou a Rússia). O cara da FAB dá a entender que a Mectron queria comprar um seeker (ou toda a tecnologia do seeker) de míssil antirradar dos… Read more »
Embraer VC-99B, saiu de Jerusalém, quase no litoral da España, proa de Valência.
Mudou para proa de Madrid
Os EEUU iniciaram a tomada dos despojos do golpe. Brasil, eterna república de bananas.
Boa noite
Concordo, Bosco!
Na vejo motivo algum para não fechar uma parceira, não entendo essa mentalidade de ser contra essa parceria. Não alugar a base não significa progresso para o Brasil, pelo contrário, estamos perdendo tempo e dinheiro. Inclusive poderia ser alugado para outros países, gerar receita, com isso todos ganham! Sei lá…põe um preço fixo por lançamento de foguetes ou um preço fixo anual de aluguel.
Abraço!
bosco123 30 de setembro de 2016 at 20:29
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Fico imaginando a quantidade de empresas Sul Africanas que fabricam Seekers para os caras terem colocado aquela tarja, rsrsrs?
Porra! Comentários enormes perdidos…
Fred, A expressão “cara” não é desrespeitosa, mesmo porque sou civil e não faço a mínima ideia de sua patente ou de quem seja. E militar brasileiro não é um cidadão diferente de nenhum outro. Todos servimos ao nosso país. Cada um do seu jeito. E já vi gente aqui chamando o Lula ou a Dilma ou o juiz Moro ou os ministros do STF de coisa mais “imprópria” que “cara”. As cidades com arranha céus gigantescos foram todas construídas por “caras” cumprindo o seu papel na sociedade e suas missões, de pedreiros e serventes de pedreiros, sem nome, sem… Read more »
Comentário meu ficou retido.
Sem chances de comentar…
bosco123 não fui eu quem falou que alguns aqui são financiados pelos americanos, foi outro comentarista. o que eu acho uma bobagem.
Apenas postei o video e pedi a opinião de vcs.
Bosco, com todo respeito a tua bagagem de conhecimento, você está enganado. Os ingleses desenvolvem Skylon com motor SABRE que substituirá os foguetes provavelmente. E, bem, satélites, como eletrônicos e computacionais, tendem a miniaturização. Queira você ou não. Células fotovoltaicas poderosas e baterias duráveis farão satélites quase eternos. Atualize-se!
Vou partir o comentário…
Bosco, você conhece Skylon? Concorda que ele substituirá os foguetes?
Bosco, você concorda que a tendência dos sistemas eletrônicos ( computacionais) tendem à miniaturização?
Você concorda que a cada dia que passa desenvolve-se células fotovoltaicas poderosas, capazes de fazer satélites quase “eternos”?
Eu quero dizer… os foguetes e a vantagem de Alcantara está no fim…é a realidade…
So nao entendi de quem é culpa nessa historia com ucranianos?
Cumprida a programação “step by step” de acordo ? Feita estrutura? Alguma coisa pelo menos?
Pagaram aos ucranianos “os prejuízos” por denunciar o acordo unilateralmente? Tem nomes?
Nao seria mais fácil e eficiente pedir o Moro procurar algum rato dentro do Ministério?
Acredito que nada disso..
Um abraço!
Brasófilo,
Eu sei que não foi você. rsrss
Victor,
Conheço! Acho que é um dos caminhos para, se não substituir o velho foguete, pelo menos complementá-lo. Minha visão é que no futuro só as cargas realmente grandes (acima de 100 t ????) devem ser lançadas por foguetes. As pequenas e médias deverão ser lançadas por “híbridos”.
ScudB 30 de setembro de 2016 at 21:07 . Resautando o melhor Blog do Brasil no assunto: http://brazilianspace.blogspot.com.br/2015/02/projeto-de-foguete-em-parceria-com.html . Alguns trechos do texto: . “As obras do complexo espacial de Alcântara estão paradas há pelo menos um ano, quando o Palácio do Planalto travou a liberação de dinheiro para o consórcio constituído por Odebrecht e Camargo Corrêa, que ganhou o contrato em 2010, sem licitação.” . “Já o foguete está com cerca de 87% de desenvolvimento; entretanto, sua conclusão depende da evolução da contraparte brasileira – e dos ajustes que serão necessários para que ele possa disputar uma fatia do… Read more »
Ps: resautando foi demais…
Ressaltando…
Victor,
Mesmo que os sistemas eletrônicos fiquem cada vez menores um satélite de comunicação (só pra citar um exemplo), precisaria de antenas grandes, de painéis solares, de baterias, e mais, precisam de motores e de propelente (hidrazina, etc) para se manterem em órbita e na posição determinada.
Isso faz com que tenham dimensões grandes.
Eu acredito que toda culpa é da incompetência Brasileira. Ponto. Nós teríamos que desenvolver por nós mesmos, ainda que com embargos. Ou a URSS e China desenvolveram suas tecnologias com ajuda dos EUA?
Eu não ganho nada para falar bem dos EUA ( quem dera) mas ão modelos, eles, a serem seguidos. Então, quem sabe… boa sorte… Mas como já disse alguém, somos deveras irrelevantes…