Rafale na Índia: delegação da Dassault acompanhará visita do presidente francês
Presidente francês François Hollande, que começará no dia 24 de janeiro uma visita à Índia na qual se espera a assinatura do contrato para 36 caças Rafale, terá companhia de delegações da Dassault Aviation e também da DCNS. Negociação para 50% de offsets feita pelo mandatário indiano Narendra Modi junto a Hollande voltou a ser destacada na mídia indiana
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Segundo reportagem do jornal Indian Express publicada nesta terça-feira, 19 de janeiro, altos executivos da fabricante de aeronaves Dassault e da empresa naval DCNS, da França, acompanharão o presidente francês François Hollande em sua visita à Índia, que começará em 24 de janeiro e inclui as comemorações do “Republic Day” indiano, no dia 26. A presença das comitivas das empresas reforçam, segundo o jornal, as expectativas de que há progresso no acordo para a venda de 36 caças Dassault Rafale para a Força Aérea Indiana, e de que um acordo governo a governo com essa finalidade seja assinado na visita.
No total, serão 100 pessoas acompanhando o presidente francês, o que inclui diplomatas, ministros, membros do governo, executivos da Dassault e DCNS e 18 representantes da mídia. A informação foi dada por uma fonte no Ministério da Defesa.
Breve histórico – Uma assinatura do contrato na ocasião da visita representaria o sucesso de nove meses de negociações desde que o primeiro ministro indiano Narendra Modi, em visita a Paris, anunciou os planos de comprar 36 caças Dassault Rafale “de prateleira” (fornecidos num acordo governo a governo diretamente pelo fabricante, sem produção na Índia). Vale lembrar que esse anúncio de compra de prateleira foi a pá de cal num ambicioso programa originalmente denominado MMRCA (aeronave de combate multitarefa de porte médio) cujas negociações se arrastavam desde o início de 2012.
Pelo MMRCA original, após um processo de seleção que também levou anos, o Rafale foi selecionado para uma aquisição de nada menos que 126 caças, 108 dos quais seriam produzidos na Índia, com transferência gradual de tecnologia, e apenas 18 fornecidos diretamente pelo fabricante. Agora serão apenas 36 caças “de prateleira” (ou em “fly away condition”, em outro jargão do mercado), numa compra que reportagens de poucos dias atrás de outros jornais indianos (clique aqui para ler matéria de ontem do Poder Aéreo a respeito) cotam entre 10 e 12 bilhões de dólares, incluindo as aeronaves, armamentos e um pacote de manutenção. As negociações finais do contrato estão se estendendo até praticamente as vésperas da visita do presidente francês à Índia.
50% ou 30% de offset? O Indian Express menciona em sua reportagem que o lado francês tinha reservas quanto à porcentagem de compensações / off sets (investimentos do vendedor em contrapartida ao gasto do comprador), mas que estas já teriam sido resolvidas ao final de 2015. Porém, poucos dias atrás, o New Indian Express noticiou que as compensações francesas teriam caído de 50% para 30%, contrariando informações anteriores de que um telefonema de Modi a Hollande no final do ano (clique aqui para ver matéria do Poder Aéreo a respeito) teria mantido os offsets em 50%.
Porém, em outra matéria também publicada hoje, o Indian Express retomou o assunto do telefonema de novembro de 2015, feito antes de Modi viajar para a conferência climática COP-21 realizada em Paris. O jornal explicou que a política de defesa indiana para offsets prevê a obrigatoriedade de 30% de compensações em acordos de defesa de grande valor, mas que Modi conseguiu convencer o presidente francês a atender uma cláusula de 50% de offsets para a venda de 36 jatos, porcentagem que era a pretendida no finado programa MMRCA de 126 caças.
Fica a dúvida, assim, se o jornal New Indian Express noticiou, dias atrás, uma reviravolta nas negociações após o acordo entre os mandatários dos países em 50% de offsets, ou se sua reportagem estava desatualizada quanto a essa informação do acordo fechado por telefone no final do ano passado, já amplamente divulgada e ressaltada hoje pelo Indian Express como fator que “quebrou o gelo” de negociações que estavam emperradas.
De qualquer forma, as expectativas são altas para novidades a partir deste domingo, 24 de janeiro. Espera-se que finalmente, após anos e anos de negociações e inúmeros prazos vencidos para anúncios de acordos, o contrato do Rafale na Índia chegue enfim a uma assinatura formal, ainda que seja para “apenas” 36 caças de prateleira.
FOTOS: Dassault
NOTA DO EDITOR: veja nos links abaixo uma pequena parcela das inúmeras matérias publicadas pelo Poder Aéreo, a maioria a partir de fontes indianas e francesas, sobre as intermináveis negociações da compra do Rafale pela Índia, assim como outras relacionadas às vendas para Egito, Qatar e ao contrato de modernização dos caças Mirage 2000 indianos.
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Coitados do pessoal do aeroporto. Vai ser mala preta a perder de vista.
Vão de A 400M ?
Se os indus aprenderam direitinho com nossa inesquecível escola embromation FX1 e FX2, o Sr.Hollande e sua comitiva, na Índia, vão dar todos com os burros n’agua. E o bom senso indiano vai prevalecer.
Senão, dando tudo certo com o caça de grife nos céus da terra dos milhões de miseráveis, dos estupros coletivos, e do lixo a rodo pelas ruas, vai faltar champanhe na França.
“o caça de grife nos céus da terra dos milhões de miseráveis, dos estupros coletivos, e do lixo a rodo pelas ruas,” – Olha só, o Farroupilha descreveu o Brasil… 🙁
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Vamos olhar para o nosso umbigo antes de falar do umbigo alheio. Entre cabeçadas, pataquadas e pixulecos, eu não sei o que pior, nós ou eles… Mas ainda sim e de uma maneira até um tanto tosca, os Indianos tem colhido MUUUUITO mais frutos positivos do que os Brasileiros em seus programas de Defesa.
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Grande Abraço.
Concordo com o Oganza é no é só no setor defesa não , na parte econômica eles também estão dando um banho na gente . E quanto ao Rafale acho que sai sim , ainda mais depois que a China comprou os SU-35s .
Esse Rafale, se sair, vai sair a fórceps… 🙂
Brinquedo francês caro em senhores hindus!!!!!!!!
10 9 8 7 6 5 …….
Se não fosse tão caro até que…
É caro porque vende pouco ou vende pouco porque é caro?
Por que é caro? O salário dos mecânicos é muito alto? A produtividade na França é baixa?
Ou os aviões são feitos com liga de ouro?
Ou será que os motores são uma fortuna?
Seria possível baixar os preços e inundar o mundo de rafales?
50 aviões para o cavalheiro da direita. Quem quer comprar mais um lote de 100 caças por apenas 5 bilhões, com assistência técnica 24 horas, entrada de 20%, juros 0, tanque cheio, ipva gratis…
Não percam…
São muito ruins de negócio…
Garantia de 3 anos ou 100.000 km…
se disserem que o custo de desenvolvimento foi alto e precisam recuperar, se venderem pouco, não recuperarão…
o mesmo vale para carros elétricos e híbridos.
Em nome da suposta economia de combustível querem empurrar um carro por 50 ou 100% a mais.
O motorista não vai pagar o dobro. e não compensa a economia de combustível…
dizem que é devido aos custos do desenvolvimento. tudo balela… cobra caro, vende pouco, não cobrem os custos de desenvolvimento…
como vocês podem ver discordo de boa parte de alguns conceitos padrão da indústria. padrões sem sentido.