Gripen na Suécia: treinamento de tiro ar-solo e de operação fora da base
Pilotos e pessoal de terra da Ala 17, baseada no sul da Suécia, são postos à prova em desdobramento no norte do país, em pleno inverno
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As Forças Armadas da Suécia divulgaram fotos e informações do desdobramento de caças JAS-39 Gripen da Ala 17 (Blekinge flygflottilj – ala Blekinge) baseada em Kallinge, no sul do país, e que opera voltada para o Mar Báltico, para o campo de tiro de Vidsel, em Norrbotten, bem no norte do país. O objetivo do desdobramento é realizar treinos de tiro ar-solo de canhão, além de exercitar pessoal de terra na manutenção e prontificação dos caças fora da base, em condições de inverno.
Apesar da neve, frio e outras dificuldades relacionadas ao inverno sueco, ainda mais numa base próxima ao Círculo Polar Ártico, as condições meteorológicas se mostraram incomumente boas e com bastante sol, proporcionando belas imagens.
Os caças eram aprontados para as missões nas primeiras horas da manhã, com inspeções, reabastecimentos, remuniciamento, seguindo o mote “no tempo certo, no lugar certo, com o equipamento certo.” Para os pilotos, o desdobramento é uma oportunidade para emprego do canhão de 27mm instalado nos caças em missões ar-solo.
Os alvos, montados com contêineres e fachadas de madeira, visam imitar um ambiente urbano onde é necessário atirar com muita precisão, o que requer atenção redobrada quanto a velocidade, ângulo de ataque, altitude, clima e ameaças, além de muito planejamento.
A área de tiro fica próxima ao aeródromo de Vidsel, o que ajuda a maximizar o tempo gasto nas missões, já que logo após a decolagem os caças podem iniciar os circuitos de tiro e praticar muito mais. Numa parte da base, é realizado ao mesmo tempo o curso de gerenciamento de manutenção, para o pessoal em terra, em especial para os líderes de manutenção.
Além das tarefas usuais, o desdobramento em Vidsel nessa época permite que os mantenedores das aeronaves realizem atividades como limpar as pistas de neve, gelo e sujeira, focando num alto nível de segurança.
Todas as aeronaves são equipadas com câmeras e o computador armazena informações para que, ao final das surtidas, os resultados das corridas de tiro ar-solo sejam avaliados.
Mas o desdobramento não se limita a exercitar as habilidades de pilotos e pessoal de manutenção. Outros militares prestam apoio ao mesmo, como os soldados que realizam a proteção do perímetro. Muitas das atividades são realizadas ao ar livre, colocando dificuldades extras para todos os envolvidos.
A Ala 17 (F17) possui dois esquadrões, ou divisões, com 20 caças JAS-39 Gripen cada, sendo ambos desdobráveis. Normalmente, os desdobramentos a partir da base em Kallinge são realizados periodicamente na região sul do país onde está localizada a Ala, para Värnamo, Linköping e em especial para a base de Visby, na ilha de Gotland (no Báltico).
Essa proximidade com a Europa Continental também faz com que a ala participe frequentemente de exercícios internacionais operando a partir de sua própria base. A ala também mantém certo número de caças em prontidão para interceptações, o que é comum no Báltico. Porém, desdobramentos para o norte do país como este treinamento para pilotos e mecânicos, em Vidsel, também são realizados periodicamente para manter a capacidade de desdobramento em condições mais exigentes de operação.
FOTOS E INFORMAÇÕES: Forças Armadas da Suécia
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Um país como o Brasil, com proteção quase inexistente das bases aéreas, esse tipo de capacidade de operar fora da base, na minha visão, é importantíssimo. Uma pena que não é treinado com a frequência que deveria.
Fato curioso é o Gripen, caça operacional fora da base por excelência, não dispor de escada ou apoios embutidos na fuselagem. Como os suecos não parecem ser do tipo que gosta de dar murro em ponta de faca, deve ter suas razões.
Clesio, ja li reportagens sobre treinamentos da FAB utilizando pouso e decolagens de rodovias, com tucanos. Entao, tem-se esse pensamento sim, talvez o q nao tivesse-mos fosse os recursos para tal…
Levantou uma duvida q tb sempre tive: Pq nao possui escada embutida? E pq o canopy “abre ao contrario”?
Jorge, eu sabia que a FAB já tinha feito exercícios fora da base, só quis enfatizar que não se treina isso com frequência.
Eis um vídeo do Bandeirante durante um exercício “Rodopista”:
https://www.youtube.com/watch?v=SrrH54kRxPI
Quanto ao Gripen não ter escada, imagino que seja pra reduzir complexidade e manutenção da aeronave. Se pensarmos bem, sempre haverá uma equipe no solo para reabastecer e rearmar a aeronave, então não custa nada eles terem uma escada com eles também, fora que o Gripen é relativamente baixo, então se tiver necessidade, dá para sair e entrar sem uma escada externa.
Já o canopi abrindo para o lado “errado”, acho que é excentricidade deles 🙂
O Projetista é ambidestro, pronto.
Interessante explicação, Roberto. Nunca havia me atentado para esse conflito entre a manete e a alavanca de travamento do canopi, caso fossem próximos. Quando tive a oportunidade de experimentar o simulador do Gripen, cheguei a destacar que a manete de potência tem um longo curso e que, comparada à leveza do manche / joystick, é pesada, em especial para passar pelos “dentes” em seu curso (principalmente o da pós-combustão). E, de fato, me lembro agora que é mais alta que a posição de sua similar no Super Hornet, que também pude experimentar. Mas a posição em geral no cockpit do… Read more »