A400M demonstra capacidade de reabastecimento em voo com caças F/A-18

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A400M reabastece caças F-18 em voo - foto Airbus Defense

Aeronave realizou REVO simultâneo com dois Hornets da Força Aérea Espanhola, transferindo mais de 27 toneladas de combustível em 74 contatos, durante quatro voos

Na quarta-feira, 18 de fevereiro, a Airbus Defense and Space divulgou nota sobre a demonstração bem-sucedida da capacidade de REVO (Reabastecimento em Voo) do avião de transporte de nova geração A400M. A aeronave, segundo a empresa, “comprovou ainda mais suas credenciais como avião-tanque, demonstrando com sucesso o reabastecimento em voo de dois caças F/A-18.” Segundo a nota, foram realizados quatro voos, com 74 contatos e a transferência de 27,2 toneladas de combustível para os caças da Força Aérea Espanhola.

As operações de reabastecimento em voo foram realizadas em altitudes de 20.000 a 33.000 pés (entre 6.096 e 10.058 metros), em velocidades de 180 a 300 nós (333 a 555km/h), que segundo a empresa é o envelope de preferência para reabastecimento de caças.

Ainda segundo a nota, a capacidade básica de combustível do A400M é de 50,8 toneladas, o que pode ser ampliado com o uso de tanques extras no compartimento de carga. O modelo padrão do A400M tem provisão completa para operações REVO, requerendo apenas a rápida instalação do kit opcional de reabastecimento em voo para ser configurado como avião-tanque. Numa missão típica de REVO, o A400M pode orbitar por duas horas um ponto distante 500 milhas náuticas (930km) de sua base, com potencial para transferir 34 toneladas (75.000 libras) de combustível.

FONTE / FOTO / VÍDEOAirbus Defense and Space (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

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Clésio Luiz

Acho que essa é a primeira vez que eu leio sobre o A400M ter capacidade de REVO. Provavelmente nenhum cliente até agora se utilizou dessa capacidade que a aeronave oferece.

“em velocidades de 180 a 300 nós (333 a 555km/h), que segundo a empresa é o envelope de preferência para reabastecimento de caças.”

Será mesmo? Eu imaginava que eram realizadas em velocidades em torno de mach 0.7/8 em plataformas à jato, como o KC-137.

Alguém sabe dizer em que velocidades se reabastecia aqui com o KC-130 e com o KC-137?

Victor Matheus

Ouvi dizer que o A-400 está tendo problemas de REVO com helicópteros por conta de turbulência das hélices eu acho, não sei ao certo!

bmbahia

Clésio, acredito que as velocidades a que se refere a matéria estejam em CAS (Calibrated Airspeed). Observe que a 30.000ft e 300kts, o avião estará a Mach .79, que penso nem ser muito operacional com pesos elevados. Lembro de ler um livro em que o piloto comentava que as órbitas de KC na guerra do golfo, quando acima de 20~22k ft e com pesos elevados, tornavam o serviço muito complicado, em função da pouca reserva de potência nos F-15E nestas situações. Todos os livros que leio em que há menção de REVO, fala-se em voos na casa dos 25000ft e… Read more »

Oganza

Vlw Roberto… bela dica.

Grande Abraço

Oganza

Esse vetor infelizmente está caminhando para se tornar o F-35 Europeu… infelizmente… eu gosto dele 🙂

Até hj não saiu a sua certificação completa para temperaturas abaixo de zero… ele já foi duas vezes lá pra Noruega e o motor não ligou… 🙁

Grande Abraço.

bmbahia

Roberto, por ser um vôo de certificação talvez a aeronave esteja documentada e a velocidade mostrada seja calibrada. Mesmo que não seja, a diferença entre a calibrada e a indicada é quase insignificante para o assunto em questão.

bmbahia

Prezado Roberto, obrigado pela referencia ao documento. Não conhecia e já está separado para posterior leitura. Sobre as velocidades, você está coberto de razão. E acredito que eu também. Observe que falei sobre IAS e CAS. E você acabou por elaborar entre IAS e TAS. A CAS nada mais é do que a IAS corrigida para erro de posicionamento e do instrumento. É comum em aviões de teste o pitot boom, que está livre dos erros de posicionamento e provê subsídios para a criação da tabela entre CAS e IAS. Os fabricantes detém esta informação e talvez ela seja útil… Read more »

Kojak

“Oganza
19 de fevereiro de 2015 at 18:31 #”

Eu também gosto, mas não compraria.

Abraços

ivanildotavares

Prezados,

Lembrem de como a RAF fazia REVO na Guerra das Falklands: Os Hercules (KC-130) iniciavam um mergulho suave sobre o Atlântico e, assim, conseguiam um aumento de velocidade que possibilitava abastecer um Vulcan que, obviamente, reduzia ao máximo a velocidade possível para se manter em voo seguro. Foi a forma que os ingleses encontraram para usar o KC-130, já que este a toda velocidade não alcançava o Vulcan a mínima velocidade.
Qualquer correção será muito bem vinda.

GUPPY

rommelqe

Prezados, Obrigado pelas referencias indicadas. No segundo report da japcc, pag 32, ha uma foto de um c-130j reabastecendlo um EC – 725 caracal. Menos mal. Tudo leva a crer queasvelocidades de reabastecimento certificAdas para os c130 compreendem um envelope tambem atingivel pelo kc390; entendo que o limitesuperior do 130 será superado neste ultimo. Ja quanto ao emprego do a-400 no reabastecimento de helicopteros é que foi divulgado haver limitações devidas à turbulencia excessiva decorrete dos gases oriundos das helices/turbinas, certamente muito mais intensas do que no 130. Tal turbulencia na realidade deve impedir o voo estável (arfagem) o sulficiente… Read more »

bmbahia

No documento postado pelo Roberto, há menção sobre essa possibilidade de REVO em mergulho com o KC-130.
Um outro documento mostra o nivel de dependência da NATO com os EUA no que se refere ao REVO. Os números são impressionantes.

Mauricio R.

“há menção sobre essa possibilidade de REVO em mergulho com o KC-130.” Método empregado pelos britânicos na Campanha do Atlântico Sul para o reabastecimento de aeronaves de asa fixa, não helicópteros. As aeronaves receptoras tinham velocidade de estol mto próxima da velocidade desenvolvida pelo Hércules em voo nivelado. No mergulho o C-130 podia “descer na banguela” enquanto o receptor “Victor” dispunha de maior margem de segurança. Mas a manobra era arriscada, pois iniciava-se a média altitude e terminava próximo ao nível do mar. “…ha uma foto de um c-130j reabastecendlo um EC – 725 caracal. Menos mal.” A foto mostra… Read more »

rommelqe

Estamos falando de duas coisas muito distintas, ou seja: primeira, reabastecer aviões de asa fixa, segunda reabastecer aeronaves de asas móveis. O envelope de voo do avião cisterna impõe limites aos reabastecidos e vice – versa. O C-130 é um excelente avião com motores tipo turbo-prop, certo? O seu envelope de voo fixa uma faixa de velocidades e posições relativas possiveis de atender várias aeronaves, inclusive o Caracal, mas não os Vulcan. Na guerra das Falklands ( esse é seu nome correto na ONU) os ingleses utilizaram varios aviões para reabastecer seus Vulcans, o que incluia os proprios Vulcans (… Read more »

Mauricio R.

E o ___________________ insiste que uma aeronave mais pesada, possa calçar o perfil de voo de uma outra, mais leve sem maiores consequências; ridículo.

COMENTARIO EDITADO

rommelqe

É natural que uma aeronave de asas rotativas experimente este tipo de instabilidades aerodinâmicas quando está voando imersa em campos de fluxo turbulentos. Quando a velocidade angular da asa está no sentido do translado da fuselagem, a velocidade relativa ao perfil da asa diminui ocasionando uma queda na sustentação deste lado; no lado oposto, vice-versa, há um acrescimo nessa mesma sustentação. Creio que no caso da esteira turbulenta causada pelo A-400 exista uma indução de campos de pressão pulsantes devido à rotação das hélices, possivelmente ocasionando a arfagem periódica que imagino prejudicar as operaçoes de reabastecimento. Um envelope de voo… Read more »