França enviará seis caças Mirage à Jordânia para combater o EI
Segundo notícia publicada pela Reuters nesta quarta-feira, 19 de novembro, a França vai enviar seis jatos de combate Mirage à Jordânia para atacar alvos do Estado Islâmico (EI) no Iraque. A informação foi dada hoje pelo ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian.
O ministro disse ao Parlamento Francês que “há nove jatos Rafale nos Emirados Árabes Unidos e eles serão reforçados por seis caças Mirage para apoiar nossas ações.”
Dois diplomatas franceses disseram à Reuters, no dia 13, que o envio dos jatos para a Jordânia permitirá ampliar o número de missões contra o EI e ajudar a reduzir custos, numa fase em que o governo está sob pressão para cortar gastos.
FONTE: Reuters via Daily Mail (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS (em caráter meramente ilustrativo): Força Aérea Francesa
Na hora que o bolso aperta, acordam o bom e velho M-2000
A França não tem mesmo perdão: se usam o Rafale, é porque querem fazer propaganda.
Se usam o Mirage 2000, é porque o Rafale é caro de operar.
Se não fazem nada, são uns omissos.
Se fazem algo, são intervencionistas coloniais.
O que querem da França? Que comprem o Gripen-BR para suas forças armadas?
Questões francófobas ou francófilas à parte, sobre as quais não vem ao caso prosseguir discutindo, nada mais lógico do que mandar Mirage 2000 para lá, havendo essa possibilidade de operar a partir da Jordânia, que fica bem mais perto do norte do Iraque do que os Emirados. Mais perto significa mais surtidas ao longo de cada período, com menos desgaste a pilotos e máquinas pelo deslocamento ser menor, menos uso de aviões-tanque para um mesmo tempo sobre os objetivos e, não menos importante, custos menores. Missões na medida do Mirage 2000. Sem falar que os jatos Mirage 2000 ainda equipam… Read more »
Com essa atitude a frança propicia as críticas ferrenhas ao rafale, Pangloss e Nunão.
Mesmo que seja mais perto, um caça que tem uma venda internacional e esta passa por problemas e atrasos constantes, precisa realmente ser mostrado e propagado. Deveriam sim ter levado o rafale, em que pese o m2000 ainda ser operacional e se fabricado ainda, seria opção para algumas forças aéreas.
Mas Iväny, promover o Rafale é só um de diversos pontos a considerar numa decisão dessas. Mesmo porque o Rafale continua operando a partir dos Emirados, que é longe pra caramba do norte do Iraque, gerando notícias dia sim dia não e mostrando sua capacidade em operar distante da base e em se deslocar praticamente todo dia por horas até os objetivos e voltar (com Revo). E sem falar que há esquadrões e pilotos de Mirage 2000 que também precisam se manter em ação. Só os esquadrões de Mirage 2000D já se equivalem aos de Rafale no Armée de l’air,… Read more »
Relembrando aquela notícia sobre as cargas assimétricas na família Hornet, notasse que o Mirage 2000, assim como os outros caças dos anos 70, não previam u carregamento de um casulo, mas pelo menos no caso do francês, não resulta na perda de um precioso tanque de combustível, embora raramente se veja ele equipado com o casulo e o tanque central.
Mas mostra que esse é o local correto para colocar um casulo designador. O Typhoon poderia seguir o interessante exemplo do velho Phantom, que utiliza uma estação frontal de Sparrow para carregar os dito cujos.
http://kokpit.aero//image/data/66%20(3).jpg
Amigos,
Acho que a economia está mais relacionada à distância da Jordânia até o norte do Iraque. É bem menos do que a metade da distância a partir dos Emirados. Ida e volta, menos reabastecimentos em voo, operação de um monomotor, tudo contribui para reduzir custos quando se trata de fazer ataques pontuais (não-massivos).
Abraços,
Justin
Como se escreve high-low mix em francês? Talvez ‘haut bas mélange’… O que for. A verdade é que até mesmo os franceses usa hoje como no passado combinação de aeronaves mais e menos sofisticadas, com custos diferentes. É inevitável. Quando saírem os Mirage entrarão os nEURn e olhe lá se no futuro venham a utilizar um LIFT em missões de ataque na África. Mas a questão não é apenas com os franceses, ou com a Dassault em particular que tenta vender a ideia manca de que um avião de combate pode cumprir (com eficiência e eficácia) todas as missões de… Read more »
A França tem perdão sim, Pangloss. Eu algum tempo tempo atrás falei que o emprego do Rafale era apenas propaganda, e de fato era, o que a princípio não tem problema algum. No entanto, decidir pelo uso de um caça para promovê-lo (digo promover, porque sem nenhuma resistência não há necessidade de um caça tão avançado como o Rafale) e logo em seguida trazer a opção mais barata, não contribui, na minha opinião, claro, para uma boa imagem do caça. Passa a impressão que neste cenário, o Rafale era completamente dispensável, pois o Mirage cumpre a missão com um custo… Read more »
Blackhawk, É preciso levar em conta outros fatores. A França tem uma base conjunta nos Emirados Árabes Unidos, onde já opera o Rafale de forma permanente num esquadrão de além-mar (dotação reduzida, umas 6 aeronaves). E tem essa unidade baseada lá há tempos (antes era equipada com Mirage 2000) justamente para manter uma presença no Oriente Médio para reações mais rápidas. Porém, a França não tem uma base na Jordânia. Para operar caças lá, teve que haver toda uma coalizão envolvendo países árabes contra o EI / ISIL Então nada mais lógico que as operações francesas começassem com os caças… Read more »
Em outra oportunidade, quando começou os ataques aéreos contra o EI, ou ISIS, ou Califado, ou seja lá o que for, escrevi que a melhor aeronave para os ataques que estavam por vir sobre o território do Iraque eram os P-3 Orion armados com bombas Paveway guiadas a laser e/ou GPS. Claro que o Breguet Atlantique 2 também seria uma boa alternativa. Mas como devem usar pacotes combinando caças-bombardeiros, aviões cisternas e aviões de vigilância ótica e eletrônica a combinação francesa partindo de Al Dhafra é perfeitamente adequada para missões de longa distância. Ou seja: Dassault Rafale + Boeing KC-135R… Read more »
Grande Ivan, estávamos sentindo sua falta.
A mesma lógica que você cita foi a realidade do conflito na Líbia. Inicialmente, ataques a partir das bases na França, tanto com caças Rafale quanto Mirage. Depois, passaram para a base francesa em Solenzara (ilha da Córsega), diminuindo e muito a distância a voar até o objetivo. Por fim, até mesmo Solenzara se mostrou longe, e os caças franceses se transferiram para Sigonella, na Sicília.
Saudações!
Nunão,
E ficaram ainda mais próximos do Teatro de Operações, operando a partir do porta-aviões CDG.
Abraço,
Justin
Sem dúvida, Justin. E, ainda assim, para manter mais tempo sobre os alvos, os caças operando a partir do Charles de Gaulle demandavam REVO (tanto quanto os demais caças de vários países empregados na região). E pelos relatos do conflito na Líbia, houve fases em que se tornou crítica a disponibilidade de aeronaves reabastecedoras em relação à demanda de tantos caças aliados. Naquelas situações, o fato do Rafale M operar mais próximo ao Teatro de Operações ajudou a manter um mínimo de surtidas diárias, tanto com alocação de pelo menos dois Rafales M configurados para reabastecimentos “buddy-buddy” a cada leva… Read more »
http://www.sitesatlas.com/Maps/Maps/MEast-pol.gif Um mapa pode ajudar. Assim sendo, sugiro uma olhadinha no link acima. A área de atuação do EI, ou território do Califado, fica no noroeste do Iraque e nordeste da Síria. Al Dhafra fica nos Emirados Árabes Unidos, a cerca de 30 km ao sul de Abu Dhabi que pode ser localizada no mapa. Para chegar ao TO os aviões baseados naquela base aérea internacional tem que voar por toda a costa pérsica da Arábia Saudita e atravessar de sul para norte o Iraque. Entre 2.000 e 3.000 quilômetros dependendo do alvo e missão. Agora por favor localizem a… Read more »
Mestre Nunão,
Meu tempo está contingenciado… he he he.
Mas estou sempre lendo, apesar de escrever quase nada.
Forte abraço,
Ivan, do Recife.
Gostei do “Mestre Nunão”. Afinal, o Carnaval já está logo aí pra comandar os batuqueiros. Vou procurar meu apito!
Abraço!
“Por fim, até mesmo Solenzara se mostrou longe, e os caças franceses se transferiram para Sigonella, na Sicília.”
Com a mudança da Córsega p/ a Sicilia, os franceses cortavam de 4 p/ 2 revos, além do que na base italiana haviam mais aeronaves AAR disponíveis que somente as francesas.
Senhores, apesar dos debates estarem muito bons, com opiniões bastante ecléticas e com o nosso querido Ivan sempre pontualmente nos apresenta o mapa que como diz o gaúcho dos capos: “Clarea a cosa”, a ida dos M 2000 para o TO nos mostra mais uma vez aqui que nós sabemos mas as vezes custamos a dar o braço a torçer:
A New bambi generation fighter em condições de combate quebra qualquer tesouro nacional em pouco tempo.
Aconteceu na Libia, na Siria e agora contra o El.
Grande abraço
O Iväny Junior afirmou no seu comment que o M2000 ainda é produzido. Verdade?
GUPPY
Esqueçam o meu comment acima. Está errado. O amigo Iväny Junior jamais afirmou que o M2000 ainda é produzido. Eu li errado. Ele usa a partícula condicional “se” e não o verbo “ser” no infinitivo mesmo, como eu erradamente li. Peço desculpas ao Iväni Junior e aos demais leitores e, claro, aos moderadores do Blog.
Agora, eu li corretamente “Mestre Nunão”.
GUPPY