Criptocomputador da Kryptus ganha designação PED e será incorporado ao novo radar de defesa da Embraer

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Certificação do CM4-B representa importante passo para o fortalecimento da base industrial de defesa do país

Campinas, 23 de abril de 2025 – A Kryptus, multinacional brasileira especializada em criptografia e cibersegurança, obteve mais uma conquista em sua trajetória de inovação: o criptocomputador CM4-B, desenvolvido em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), foi designado Produto Estratégico de Defesa (PED) pelo Ministério da Defesa. Peça-chave para a implementação do Sistema de Identificação Amigo ou Inimigo Modo 4 (IFFM4BR) da Força Aérea Brasileira (FAB), o CM4-B também será integrado ao novo radar SABER M200, da Embraer.

Em fase final de entrega, o IFFM4BR é crucial para a segurança e controle do espaço aéreo, tornando o Brasil independente de tecnologias estrangeiras e garantindo total controle sobre os recursos de autenticação e confidencialidade utilizados. Com integração inicial prevista para os caças modelo F-39 Gripen do projeto pela SAAB, o CM4-B destaca-se por sua capacidade de operação em modos de alta segurança, atendendo às exigências nacionais de interoperabilidade, e sua certificação como PED representa um importante passo para o fortalecimento da base industrial de defesa do país.

“Essa designação mostra que estamos prontos para atender à integralidade da demanda da fase 3 do projeto, colaborando com fabricantes de radares e transponders de forma coordenada com as Forças Armadas. Esse trabalho conjunto é essencial para garantir que os sistemas de IFF estejam totalmente integrados às plataformas e sistemas de defesa do país”, afirma Lucas Martins, CTO da Kryptus.

O Modo 4 Nacional implementado emprega criptografia e sistema de gestão e distribuição de chaves autóctones que, em conjunto com contramedidas avançadas em relação à versão internacional, o torna imune a diversos ataques de Guerra Eletrônica. “O desenvolvimento de uma solução nacional garante ao Brasil total soberania sobre a tecnologia empregada, eliminando riscos de backdoors ou restrições impostas por outros países”, acrescenta Martins.

Em breve, o CM4-B também será integrado ao radar SABER M200, em desenvolvimento pela Embraer sob contrato firmado com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Esse radar tático transportável é projetado para defesa aérea de média altura, vigilância, alerta aéreo antecipado e controle de tráfego militar.

“O projeto do radar SABER M200 abre caminho para novas aplicações do CM4-B em outras plataformas, como radares terrestres e embarcações. Isso demonstra a versatilidade do criptocomputador e sua relevância estratégica não apenas para o Brasil, mas também para potenciais mercados internacionais que buscam maior independência tecnológica”, conclui Martins.

Sobre a Kryptus

A Kryptus é uma multinacional brasileira provedora de soluções de criptografia e segurança cibernética altamente customizáveis, confiáveis e seguras para aplicações críticas, com foco na entrega de serviços de alto nível para resolução das missões de seus clientes. Fundada em Campinas (SP), em 2003, atua hoje nos setores público e privado dos mercados do Brasil, LATAM, Europa, Oriente Médio e África, sendo reconhecida pelo Ministério da Defesa do Brasil com o selo EED – Empresa Estratégica de Defesa, além de contar com selo Gartner Cool Vendor.

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BlackRiver

Muito Bom,
Espero que este radar conquiste clientes estrangeiros, fazendo com que os custos de produção sejam minimizado e o numero de operadores maximizado.

Willber Rodrigues

Melhor ainda, que o EB e o resto das FA’s comprem esse radar em quantidade suficiente pra se equiparem adequadamente, e que isso traga “saúde financeira” pra empresa reaponsável reinvestir em melhorias desse radas.
Com isso, exportações dele são consequência.

Jadson S. Cabral

A FAB já comprou radares semelhantes, com as mesmas capacidades, no mercado internacional (comprou ou anunciou que ia compra)

Rafael Oliveira

Comprou o GM 200 MM/A da Thales (não lembro a quantidade).

Brandão

O Exército já opera o SABER-200, inclusive o da foto está com o emblema do EB.

Jadson S. Cabral

Uma única unidade, para fazer testes. Só isso.
O EB tem um monte de equipamento na incrível quantidade de 1, 2 oi 3 unidades que compram para avaliar e irar doutrina e dificilmente passa disso

Bernardo santos

CM4-b são estalados no gripen? Não sabia disso, ótima notícia.

Brandão

São instalados no Radar SABER-200 e integrados com os caças (Talvez pelo Link BR)

Rinaldo Nery

O CM4-B, pela matéria, é o IFF nacional. Identificador amigo/inimigo. Funciona com os radares. O LinkBR-2 funciona com criptografia.

Brandão

Obrigado!

Bitten

Fico realmente animado com essas informações. Aos que parece, aos poucos se vai criando um ecossistema de empresas de alta tecnologia no país o que, num futuro a médio e longo prazo pode nos tornar menos dependentes na questão de tecnologias críticas, com relação às potências. O que não consigo dizer é se o modelo adotado no período final da Guerra fria foi, de fato, superado. Segundo o programa daquela época, o governo apoiava empresas com vistas principalmente a testar produtos que pudessem ser “clonados” a partir do entendimento de processos copiados do exterior (foi com a construção de CTs… Read more »

Paulo

Existem 2 versões para o radar M200 da Embraer : O M200 vigilante e o M200 multimissão. O 1° já foi adquirido pelo EB ( 1 unidade ) . O multimissão está em fase final de desenvolvimento e será a espinha dorsal do futuro sistema de defesa aérea de média altura do EB.

Paulo

Uma ultima informação: O radar M200 multimissão será um sistema do tipo AESA ,com alta proteção contra guerra eletrônica. Suas funções são controle de tráfego aéreo, identificação de alvos ,identificação amigo/ inimigo, controle e apontamento de alvos para bateria de misseis anti aéreos de média altura. Como o seu irmão menor ,O M200 vigilante, será aero transportável pelo KC 390.

Maverik

O M200 poderia ser usado em um sistema de defesa antiaéreo nacional ou em um AWACS?

Jadson S. Cabral

A ideia do M200 é essa. Um sistema antiaéreo nacional. O problema é se algum fabricante nacional vai querer integrar o radar da Embraer em detrimento do seu.
Quem vende sistema antiaéreo já tem o sistema completo e obviamente quer vender tudo, não só em partes. Claro, alguns clientes são mais flexíveis que outros, mas via de regra todo mundo quer ganhar o máximo de dinheiro possível. Cabe as nossas FFAA se esforçarem.

Maverik

Em um próximo AEW&C, a EMBRAER poderia usar um radar própio? baseado no M200? Será que ela teria essa capacidade? Assim ela ganharia no avião e no radar, não? Já que o E99 tem um radar Suéco.

Paulo

O sistema do radar M200 multimissão é complementado pelo radar S200 . A idéia do EB é realmente utilizar a plataforma astros para lançamento dos misseis anti aereos do sistema. Este sempre foi o plano. Paralelamente à isto, a SIATT firmou acordo com a MB para desenvolver misseis SAM ( misseis superfície-ar) ,portanto, anti aéreos de aplicação naval. É obvio, que assim como o Mansup, pode- se facilmente adapta- los para disparo de superficie através da plataforma Astros, como aliás já foi realizado, testado e utilizado em treinamento com a França . Da mesma forma que o astros com mansup… Read more »

Paulo

Radares de aplicação civil / militar são considerados itens críticos de defesa de um país. Apenas 10 países possuem tecnologia proprietária de radares de defesa. Curiosamente o Br possue 3 fornecedores nacionais de radares de defesa, tráfego aéreo, climático : IACIT , Omnisys e Embraer. A IACIT e a Embraer são fornecedores 100% nacionais . A Omnisys é subsidiaria do grupo Thales ( França), mas desenvolve tecnologias se apoiando nos centros de pesquisa da aeronáutica ( IAE, CTA, etc ). A FAB tem mais contato com a Omnisys . A IACIT com a MB , e a Embraer com o… Read more »

Paulo

Foi o que eu afirmei. Isto não significa que possam desenvolver sistemas voltados para as necessidades específicas das FAs brasileiras . É o que ocorre com a IDV. O Guarani saiu dos centros de pesquisa do EB, mas é fabricado pela IDV italiana .

FERNANDO

Cara, será que eu posso patentear um caminhãozinho pequininho igual a este?

Fabio Araujo

Gosto muito de ver notícias como essa de ver nossas empresas desenvolvendo tecnologias de ponta apesar de toda a dificuldade que temos para investir em defesa!

Claudio Moreno

Bravo Zulu!

Sgtº Moreno

MMerlin

Infelizmente, atualmente isto é impossível.
A construção de processadores exige uma tecnologia que a CEITEC ainda não tem.
Ainda mais relacionada à criptografia, que exige alto desempenho.

Carlos I

Você se engana sim e muito, no próprio site da Ceitec consta que produzem Chips de 350 nanômetros, tecnologia de meados dos anos 90, coisa de 30 anos atrás, sem falar na arquitetura que é mais atrasada ainda, coisa dos anos 80, serve para aplicações básicas, mas muito básicas mesmo.

MMerlin

Olha colega. Trabalho com criptografia já fazem 30 e poucos anos.
O software puxa o hardware.
Quanto mais fraco é o hardware, mais lento o software é executado.
Se fosse assim, veríamos equipamentos militares rodando Pentium 200mmx.

E o enganado aqui está você.
A China recentemente alcançou a medida de 3 nanômetros recentemente.

A CEITEC trabalha com chips de até 350 nanômetros. Antes de fechar, na gestão de governo anterior, estava trabalhando para alcançar 250 nanômetros. O que não é ruim, mas muito longe de entrar em determinados mercados e mais longe ainda desses seus 3 nanômetros.

Rafael Oliveira

A CEITEC está muito longe dos chips atuais.
É como comparar um carrinho de brinquedo movido a pilha palito com um Tesla ou um BYD atuais.
Seria necessário investir bilhões de dólares na CEITEC por muito anos seguidos para que ela, talvez, conseguisse produzir chips equivalentes aos atuais.

MMerlin

Bilhões durante décadas bem da verdade. A China já investiu, nos últimos 20 anos, mais de US$ 60 bilhões. E, mesmo com todo o alto de nível de engenharia que possuem ainda não alcançaram os principais fabricantes. Alguns vão apontar que esta já conseguiu alcançar o desenvolvimento de processadores que alcançam entre 2 e 3 nanômetros. Agora, construir este componente e produzir em grande escala, que suporte o uso cotidiano durante um longo tempo, é uma dificuldade à parte. Infelizmente, nosso país está longe de ter essa determinação, pessoal capacitado e também, recursos financeiros para tal empreitada. Basta ver as… Read more »

Rafael Oliveira

Minha formação é irrelevante e não tem nada a ver com informações falsas.

Só você pesquisar na internet, inclusive no site da própria CEITEC, para constatar que não falei bobagem.

Chip da CEITEC: 180 nanômetros.

Chip da IBM: 2 nanômetros.

Chip da TSMC: 2 nanômetros.

90 vezes menor.

É pior do que comparar um carro de verdade com o hot wheels, pois a escala desse é 1:64.

MMerlin

A CEITEC é um caso a parte. Concordo que existem muitas empresas estatais que precisar ser privatizadas e que para segurança nacional são irrelevantes. Um exemplo clássico são os Correios. A CEITEC difere totalmente deste grupo. Uma empresa indispensável que deveria receber a devida atenção e investimento. Não só em tecnologia, mas de pessoal principalmente. Conheci dois profissionais em um evento que atuavam na estatal e eram verdadeiros patriotas. Pela ideologia em atuar num órgão que caminhava a passos lentos mas, principalmente, pelos salários. Sendo que AMBOS tinha propostas para sair. Quando fechou, foi como se tivessem perdido o tempo… Read more »

José Gregório

Falou tudo! Imbel é uma aberração!!

ln(0)

A CEITEC talvez, talvez, funcionaria se fosse um PPP. Não tem como, com a lerdeza títpica de estatal, ser minimamente competitiva no mercado de chips. Ela tinha muito potencial, poderia atender todo o mercado de linha branca e automotivo do país, pois há escala para isso. Mas abrindo licitação para comprar equipamento, outra licitação para manutenção, quando ela estivesse produzindo chip de 5 ou 3nm o munda já estaria em outra coisa. Nessa área, quando se termina a construção de uma fábrica, esta já nasce obsoleta. Observando o tempo que obras públicas levam para terminar aqui no Brasil, a CEITEC,… Read more »

Gabriel BR

Top demais! Engenharia brasileira mostrando seu brilho ao mundo.