FOTO: Casulo ventral de Guerra Eletrônica no Sukhoi Su-34

Recentemente o canal Fighterbomber TG no Telegram postou a foto acima de dois caças-bombardeiros Sukhoi Su-34, equipados com um casulo ventral de ECM, provavelmente um L175VU-1, L175VU-2 ou L175VSh-1. O equipamento é apelidado de “Tarântula” pelos russos.
O Su-34 tem sido rotineiramente equipado com pods destacáveis nas pontas das asas para operações contra a Ucrânia. Os pods de recepção e interferência eletrônica (jammer) das extremidades esquerda e direita são designados L265VI e L265VP, respectivamente, e fazem parte do sistema ativo de guerra eletrônica (ECM) da aeronave, com os demais componentes montados internamente na fuselagem.
O sistema ECM opera nas bandas C-Ku e é um elemento integrante do conjunto de autodefesa do Su-34. Na sua configuração padrão, o sistema de autodefesa também inclui um dispensador de contramedidas UV-5, sistema RWR L-150 e equipamento de designação de alvos ARM L-150NU-34.

Além disso, o Su-34 pode ser equipado com um de vários pods ECM centrais de grande porte. Esses pods poderosos incluem os modelos L175VU-1, L175VU-2 e L175VSh-1. Os dois primeiros são pods de interferência, assim como os L265VI e L265VP, que operam nas bandas C-Ku, enquanto o último atua tanto como receptor quanto como pod de interferência, supostamente operando nas bandas L-S. Montados sob a fuselagem, esses pods ECM centrais têm sido vistos em diversos Su-34 em vídeos e fotos relacionados à guerra, incluindo casos em que atuam como plataformas de lançamento de mísseis anti-radiação (ARM).
FONTE: @GuyPlopsky no X
Uma foto dessa para um especialista não pode ser uma mão na roda?
Sendo russo pode ser um mockup que não funciona de verdade.
São sistemas e finalidades diferentes esses pods interferidores. O sistema que é montado nas pontas das asas que também aparece no Su-35 e em versões ocidentais no Gripen E, trata-se de um Self-Protection Jammer com ênfase na autodefesa da aeronave de sistemas mono pulsos como mísseis SAM e AAM. A defesa contra radares de sistemas SAM e AAM sempre foi baseada na manipulação dos pulsos emitidas por esses radares, assim o jammer, nada mais era do que um retransmissor do sinal do radar, introduzido no sinal retransmitindo distorções de tempo e frequência, criando portanto uma posição diferente do alvo, no… Read more »
Escort. Boa explicação.
Só complementando seu comentário, os pods de ECM de autodefesa (SPJ) geralmente operam nas bandas C, X , Ku e K já os pods de ataque eletrônico (scort jammer) operam nas bandas X, C, S, L, UHF e VHF .
E pensar que já tivemos sistema semelhante, o famoso Cayman Francês nos F-5E de Canoas nos anos 80. Nunca mais recuperamos essa capacidade pois o SkyShield israelense não se concretizou.
eu achava que os A1 tinham o Skyshield
Os SU-34 estão sendo, nessa guerra, provavelmente as aeronaves russas que mais voam e combatem diariamente.
Os Su-34 e os Ka-52 estão sendo os burros de carga da campanha aérea russa e estão pagando o “preço” em perdas. Eu acredito que depois dessa guerra, muito sobre helicópteros de ataques em cenários simétricos modernos vão ser repensados.
Aço que o burro de carga Russo nesse conflito tem sido o Su-25 frogfoot
SU-34
Ka-52
Bombas FAB
Kit’s UMPK
Artilharia
Drones
São os equipamentos que estão levando a Rússia nas costas nesse conflito.
Com exceção dos dois primeiros, a Rússia deve estar produzindo os outros em ritmo de fabricação de T-34 na WWII. Aliás, é provável que os SU-34 tenham prioridade de fabricação sobre qualquer outra aeronave deles.
Faltou mencionar os Iskanders que são o terror dos Himars e Patriots.
A algumas semanas atrás havia saído uma matéria no Bulgarian Military com fontes da VKS dizendo que a prioridade máxima de produção no momento é o SU-57, e em segundo lugar o SU-34.
Creio que o colega foi muito econômico. Há vários equipamentos que atuam em rede e são de suma importância, como defesa aérea e guerra eletrônica. Também há o SU35 e o MIG31 que desempenham papel estratégico em varredura e ataques. Mas creio que é o Iskander, na minha modesta posição, talvez o verdadeiro game change do conflito, visto que ele vem se mostrando imparável, estratégico, flexível e com alto poder de fogo.
O Su25 também faz um grande trabalho em silêncio, sendo o mais ativo da VKS em apoio ao solo.
Enfim, pelo lado russo muitos equipamentos estão bem ativos.
Sim, mas no âmbito da produção de aeronaves, segundo essa matéria que mencionei, o foco da indústria russa tem sido o SU-57, muito provavelmente pra contrabalencear o fato de muitos países ao redor da Rússia terem adquirido o F-35, imagino
Os únicos problemas do Iskander são a complexidade e a demora em sua produção, o que é de se esperar, dada a categoria do armamento.
Esqueceu o Iskander e o Su-25
Depois que os russos aprenderam a produzir e empregar bombas planadoras (segunda metade de 2023) o número de perdas do SU-34 foi drasticamente reduzido, no primeiro um ano e meio de campanha eles chegaram a perder cerca de 30 SU-34, depois que começaram a empregar as UMPK perderam apenas 4, ou algo assim. Mesma coisa com o KA-52, perderam muitas dezenas no começo, depois começaram a usar foguetes de longo alcance nos ataques, e o número de perdas foi muito reduzido, o único problema é que isso afetou a precisão dos ataques russos, que, em muitos casos, serve só como… Read more »
“O que acho curioso é a Rússia demorar quase 30 anos pra aprender uma doutrina pra SEAD e CAS que os EUA/OTAN já começaram a usar em 91 e já estava plena em 2003.”
Nada como um conflito pra fazer mudanças drasticas que, de outra forma, demorariam anos ou décadas pra serem estudadas e/ou implementadas.
A VVS de agora é completamente diferente da VVS do 1° dia de guerra.
Adapte-se ou morra.
Interessante foi um dado trazido pelo Rodolfo Laterza no qual 80% dos abates do SU34 foi por fogo amigo, especificamente problemas com o IFF entre aeronave e defesa aérea, problema em tese sanado na versão SU 34M. De fato, houve uma queda abrupta nos abates.
Não creio que essa “falha” não tenha sido percebida antes, mas sim algo que foi descoberto e explorado por equipamento jamming da OTAN.
Eu não duvido já que os russos não tiveram coragem de fazer seus Su-34 adentrarem área contestada.
*Eles podem desligar um destroier AEGIs com seus casulos de ECM mas como não tinha nenhum na Ucrânia eles tomaram cuidado. rsss
As perdas de Ka-52 em combate caíram drasticamente ao longo da guerra, por conta da mudança nas táticas de combate. O Ka-52 não é mais empregado como um “MBT voador”, a ser lançado em ataques de curta distância contra tropas bem munidas de artilharia antiaérea.
A priori, Moscou fazia um gerenciamento de risco bem diferente das forcas ocidentais, onde se privilegia evitar ao máximo a perda de um ativo, às vezes em detrimento do cumprimento da missão. A doutrina russa, talvez também a chinesa, parecia computar a perda como algo natural e aceitável.
Parecia, pois ao longo do conflito há evidências de que passaram a gerenciar o risco a níveis mais baixos, o que traz resultados menores em perdas porem deve ter ganhos menores também. O gerenciamento de risco de certa forma é um cobertor curto.
Acho estranho como a Rússia demorou a dar mais valor à vida das tropas. Um país com crescimento populacional negativo deveria saber que o soldado não é um ativo de fácil reposição, sem contar, que quanto mais baixas mais pensões são pagas a seus familiares.
Arrisco dizer que a guerra eletrônica seja o fator mais crítico nesse conflito. Detecção de ameaças, designação de alvos, contramedidas eletrônicas, e por aí vai… Só saberemos o que realmente está acontecendo nos céus da Ucrânia anos depois.
OFF TOPIC: Observei a chegada de algumas aeronaves na BASC/RJ hoje: dois A-1 (M?), dois A-29 e um EMB-145 (não era E/R-99). Com certeza deve ser por conta do Dia da Aviação de Caça amanhã. Editores, farão alguma cobertura? Não deve ter portões abertos, como sempre…