Primeira missão da Força-Tarefa de Bombardeiros baseada no Japão reforça presença estratégica dos EUA no Indo-Pacífico

Misawa, Japão — Em um movimento sem precedentes desde a Guerra do Vietnã, bombardeiros supersônicos B-1B Lancer da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) chegaram à Base Aérea de Misawa, no norte do Japão, em 15 de abril de 2025. A operação marca a primeira missão da Força-Tarefa de Bombardeiros (Bomber Task Force, BTF) baseada em solo japonês, destacando o compromisso dos EUA com a estabilidade regional no Indo-Pacífico.

As aeronaves, juntamente com pessoal e equipamentos de apoio do 9º Esquadrão de Bombardeiros Expedicionários, provenientes da Base Aérea de Dyess, Texas, realizarão treinamentos conjuntos com aliados e parceiros na região, além de missões de dissuasão estratégica. O número exato de bombardeiros e a duração da estadia não foram divulgados.

O Tenente-Coronel Christopher Travelstead, diretor de operações do 9º Esquadrão, afirmou que a missão “demonstra o compromisso dos EUA em dissuadir ameaças e manter a estabilidade regional”. Ele destacou que essas operações garantem que as tripulações dos B-1 estejam altamente treinadas e prontas para responder a qualquer desafio no Indo-Pacífico.

A chegada dos B-1B ao Japão ocorre em meio a tensões crescentes na região, especialmente com a Coreia do Norte e a China. Recentemente, bombardeiros B-1B sobrevoaram a Coreia do Sul em exercícios conjuntos, provocando ameaças de retaliação por parte de Pyongyang.

Este desdobramento também representa uma mudança significativa na postura militar dos EUA na Ásia. Embora os EUA mantenham uma presença militar robusta no Japão, incluindo a única base naval com porta-aviões fora do território continental, esta é a primeira vez em décadas que bombardeiros estratégicos são estacionados no país por um período prolongado.

A Base Aérea de Misawa, localizada cerca de 685 km ao norte de Tóquio, é uma instalação conjunta que abriga unidades da Força Aérea dos EUA, da Marinha dos EUA e da Força Aérea de Autodefesa do Japão. A base é considerada estratégica para operações no Pacífico Norte.

Especialistas apontam que a presença dos B-1B no Japão envia uma mensagem clara a potenciais adversários sobre a capacidade dos EUA de projetar poder aéreo na região. Além disso, fortalece a interoperabilidade com forças aliadas e demonstra a flexibilidade operacional da USAF em resposta a desafios emergentes.

Com este desdobramento, os EUA reafirmam seu compromisso com um Indo-Pacífico livre e aberto, onde todas as nações possam operar sob uma ordem baseada em regras, promovendo a paz e a prosperidade globais.

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Jean Carlos

Fui ver pelo a base aérea pelo GoogleMaps, por que o Brasil não tem uma base assim?

tutor

Pelo mesmo motivo que eu não tenho uma cobertura de 500m² de frente para o mar.

Last edited 21 dias atrás by tutor
BlackRiver

Por que poucos Brasileiros entendem que infraestrutura é essencial para o crescimento e defesa de um pais. Sem infraestrutura não tem transporte, educação, saúde… Sem infraestrutura os custos aumentam… No dia que entendermos que o básico começa com uma boa infraestrutura de aeroportos, portos , rodovias e ferrovias, quem sabe começaremos a evoluir como pais. Como exemplo: já imaginou uma ferrovia com bitola de 1600mm ligando o porto peruano de Chancay ao porto de Santos, com um ramal passando pelo Mato Grosso indo ate Carajás onde ligaria atual estrada de ferro Carajás, consequentemente ao porto de São Luís, some-se a… Read more »

Fernando Vieira

Não sou contrário a isso, mas onde ficaria essa segunda pista no Eduardo Gomes? Paralela a atual (11/29) não tem espaço. Tem uma baita área de mata ao sul da pista mas o terreno ali é acidentado, a pista existente está num platô que deve ter sido construído pra isso (não conheço a história do aeroporto). Para fazer outra pista teria que fazer outro platô desses para a pista e para as taxiways. Seria uma obra absurdamente cara.

BlackRiver

A atual regulamentação ICAO para operação paralela uma separação mínima regulamentar de 735 metros ate 1035 metros, depende do tipo de operação, o ideal é 1035 ( igual SBBR/BSB) Tem uma área ao norte da atual pista que com um pouco de boa vontade do poder publico e com um bom projeto permite a construção de uma pista de 4000 X 60 metros Ao sul da atual pista, com pouco investimento em desapropriações também é possível fazer uma excelente pista, sem contar que a atual pista pode ser ampliada para 4000 X 60 metros. Pra terrenos acidentados tem uma coisa… Read more »

BLACKRIVER

Ainda tem a opção de pedir para os garimpeiros fazer, te garanto que em seis meses a área do aeroporto estará nivelada, a galera é rápida quando se trata de cavacar rsrsrsrs

Carlos Campos

nós semo pobri

tutor

Já passou da hora do Japão providenciar seus próprios bombardeiros pesados.

Manus Ferrum

O F-2 japonês até hoje é um grande caça.

Last edited 21 dias atrás by Manus Ferrum
Manus Ferrum

Um jato derivado do F-16 de respeito.

Bosco

20 B-1s cada um com 24 LRASM com 1000 km de alcance e “adios” super marinha chinesa de 500 navios.
*Até os atracados e em dique seco serão destruídos.

José Joaquim da Silva Santos

Aham, daí quando vc acorda está com o controle do Playstation na mão…

Victor Carvalho

Então Bosco,
Realmente, quase todos os 500 navios da PLANavy seriam dizimados pelo combo LRASM/B-1B… isso se desconsiderarmos que os navios chineses possuem amplo e sofisticados sistemas de defesa antiaérea.
Se for para brincar assim, os H-6K também possuem um belo combo de ataque, com um leque variado de mísseis anti-navio (YJ-12, YJ-100, KD-21, etc.), ou vários outros mísseis ASM para arrasar com qualquer base naval americana nas redondezas.

Bosco

Victor, Eu defendo que em guerra convencional só ataque aéreo massivo feito com aviões tem potencial destrutivo capaz de realmente fazer diferença estratégica. Mísseis são ativos a serem utilizados dentro de um contexto e em situações específicas. Já vimos casos em que dezenas de Tomahawks com ogivas de 1000 lb caírem sobre uma base aérea e ela ficar praticamente intacta. Os chineses teriam que se ocupar de tantos alvos que esses “milhares” de mísseis serão completamente irrelevantes se forem utilizados de forma a substituir a utilização de aviões realizando bombardeamento convencional. Há um engano de alguns que uma guerra se… Read more »

Victor Carvalho

Bom dia, Bosco!
Não discordo de você em nenhum ponto sobre o emprego de mísseis de longo alcance. Apenas pontuei que, embora os chineses não tenham um refinamento tecnológico no nível americano para armamentos de precisão (ao menos por enquanto), eles tem potencial para dar uma séria dor de cabeça para os EUA em resposta.
Obs.: A USAF nem tem esses mísseis todos. Encomendaram 115 LRASM para 2025.
Feliz Páscoa!

Santamariense

Exercício de raciocínio…o Bosco deixou bem claro isso. As quantidades são teóricas, para efeito didático.

Victor Carvalho

Meu caro,
Bosco colocou a bola pra jogo, eu entrei em campo e chutei. Não há nada de errado nessa brincadeira. Podemos fazer várias suposições hipotéticas e teorizar várias quantidades, ou usar as cartadas factuais.
Não fique de fora, você pode entrar na brincadeira também! 😉
Feliz Páscoa!

Santamariense

Obrigado! Feliz Páscoa para ti também!

juggerbr

Como levar bombardeiros nucleares ao quintal da China é ‘promover a estabilidade’ da região?

Hamom

Da mesma forma que instigar guerras é ”promover a paz”.

Bosco

Um adendo: o B-1B não é um bombardeiro nuclear.

Santamariense

Jugger, o B-1B não opera armas nucleares, é um bombardeiro de armas convencionais.

sub urbano

Estão cutucando o Dragão Atômico com uma vara bem curta.

sub urbano

Em comparação os chineses tem 120 bombardeiros H-6, agora armados com mísseis hipersônicos antinavio.