Novas imagens divulgadas recentemente mostram um caça F-CK-1C da Força Aérea de Taiwan equipado com mísseis antinavio supersônicos Hsiung Feng III (HF-3), indicando avanço no programa de integração desses armamentos às aeronaves de combate do país.

O projeto de adaptar o míssil HF-3 para lançamento aéreo enfrentou desafios devido às dimensões e peso originais do armamento, que mede 6,1 metros de comprimento, 46 centímetros de diâmetro e pesa aproximadamente 1.500 kg. Para viabilizar sua integração ao F-CK-1C, engenheiros do Instituto Nacional Chung-Shan de Ciência e Tecnologia (NCSIST) iniciaram, em 2022, um processo de redução do tamanho e peso do míssil. As modificações resultaram em uma versão com 5,5 metros de comprimento, 36 centímetros de diâmetro e peso inferior a 900 kg, alcançado principalmente pela remoção dos propulsores de combustível sólido utilizados nas versões terrestres e navais.

O HF-3 é reconhecido por sua velocidade supersônica, alcançando até Mach 3,5, e alcance estimado entre 150 km e 300 km. Sua alta velocidade terminal reduz o tempo de reação dos alvos, tornando-o eficaz contra embarcações de grande porte.

Especialistas apontam que a integração bem-sucedida do HF-3 nos caças F-CK-1C ampliará significativamente as capacidades de ataque marítimo de Taiwan, fortalecendo a defesa contra ameaças navais na região. Espera-se que os testes operacionais, incluindo lançamentos reais, ocorram ainda este ano.

O caça AIDC F-CK-1 Ching-Kuo

O AIDC F-CK-1 Ching-Kuo é um caça multifuncional bimotor desenvolvido por Taiwan nos anos 1980 para fortalecer sua defesa aérea diante de restrições internacionais na aquisição de aeronaves estrangeiras. Com seu primeiro voo em 1989 e entrada em serviço em 1994, o F-CK-1 apresenta semelhanças com caças como o F-16 e o F/A-18, resultado da colaboração com empresas norte-americanas durante seu desenvolvimento. A aeronave possui 14,21 metros de comprimento, envergadura de 9,46 metros e é equipada com dois motores turbofan Honeywell F125-70, permitindo alcançar velocidades de até Mach 1,8 e operar a altitudes de até 16.800 metros.

O armamento do F-CK-1 inclui um canhão interno M61A1 Vulcan de 20 mm e capacidade para transportar mísseis ar-ar Tien Chien I e II, além de mísseis ar-superfície como o AGM-65 Maverick e o Hsiung Feng II, distribuídos em nove pontos de fixação. A aviônica avançada conta com um radar multimodo GD-53, derivado do AN/APG-67, e sistemas de controle de voo fly-by-wire. Ao todo, foram produzidas 131 unidades do F-CK-1, que continuam a desempenhar um papel fundamental na defesa aérea de Taiwan.

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BlackRiver

O AIDC F-CK-1 Ching-Kuo é um caça multifuncional bimotor desenvolvido por Taiwan nos anos 1980 para fortalecer sua defesa aérea diante de restrições internacionais na aquisição de aeronaves estrangeiras. Com seu primeiro voo em 1989 e entrada em serviço em 1994, o F-CK-1 apresenta semelhanças com caças como o F-16 e o F/A-18, resultado da colaboração com empresas norte-americanas durante seu desenvolvimento.

Fora do seleto grupo de potencias mundiais, EUA, URSS, EUROPA…
Esse foi um dos projetos mais interessantes e bem sucedidos da década de 80.

Last edited 5 dias atrás by BlackRiver
Neto

Gosto muito desse substituto do F5.

Bosco

Vale salientar que a “remoção dos propulsores de foguetes sólidos” diz respeito aos boosters laterais descartáveis que permitem o lançamento de superfície, já que o míssil conserva o propulsor de foguete sólido interno que o leva até a velocidade supersônica até que o motor aspirado ramjet a querosene possa funcionar.
Esse é um conceito denominado de “ramjet integrado”, em que o espaço vazio após a queima do propelente sólido do motor de aceleração vira a câmara de combustão do ramjet.

Groosp

O SA-6 soviético dos anos 60 usa esse sistema de ramjet integrado. Nenhum SAM soviético/russo posterior utiliza esse tipo motor. A índia reviveu esse tipo de propulsor com o Akash que é baseado no SA-6.

Aéreo

Essa é uma ótima questão. Alguns motivos explicam a não adoção de propulsão ramjet em sistemas posteriores ao 2K12 Kub. Na verdade, esse tipo de propulsão em mísseis SAM foi uma tendência de época, como foi a geometria variável, em projetos de aviões de combate nos anos 60. No caso do ramjet buscava-se os ganhos de velocidade terminal elevada, mesmo com alvos de menor altitude, onde o míssil voava quase sempre na parte densa da atmosfera, sem que isso levasse ao projeto de um míssil gigante como as gerações anteriores.  O ditou a decadência dessa configuração foram dois grandes fatores.… Read more »

Last edited 5 dias atrás by Aéreo
Aéreo

Essas fotos do F-CK-1C carregando o Hsiung Feng III, me lembram um pouco fotos do protótipo do F20 carregando os AIM-7 Sparrow na década de 80 quando o AIM-120 ainda não estava disponível.
Um caça pequeno, carregando dois mísseis enormes, as penalidades aerodinâmicas devem ser consideráveis. Como também são nos F-5 que normalmente precisam decolar com grandes tanques ventrais na função de defesa aérea em função da sua pequena autonomia.

Rodrigo G C Frizoni

Atualmente Twain tem por volta de 150 f-16 V, 129 F-CK, 60 mirage 2000 e 60 f-5, todos em serviço ativo. Isso pode dar um trabalho absurdo para a China.

Marcos

400 caças. Não está ruim…

Mauro Oliveira

Quase todos obsoletos.

Santamariense

Somente os F-5 podem ser considerados obsoletos.

Fernando

Aham, para quem tem praticamente a segunda maior força aérea do mundo, com caças de 5 geração e a sexta em testes, com a maior quantidade de navios do mundo e mísseis em terra no continente, apontado para eles, vc acha que Taiwan suporta quanto tempo, sendo eles uma ilha cercada. China não é Rússia e Taiwan não é Ucrânia. A situação de Taiwan é muito mais delicada que a da Ucrânia. A geografia e a proximidade dos aliados não favorecem Taiwan. Em uma eventual guerra, Taiwan sofreria muito mais e cairia rapidamente, somente com um cerco chinês

Rodrigo G C Frizoni

Diferente de Twain a china não pode tirar caças de todas as suas bases do paíss para atacar Twaian

George A.

Não vale o custo geopolítico e econômico de uma guerra que não vai se resolver num só ataque, por isso não vejo um conflito ali no médio prazo, a China e TAIWAN são pragmáticos.
Na verdade a maior ameaça pra ilha hj é Trump conseguir concretizar seu plano de tirar eles do jogo dos semicondutores

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/em-resposta-a-trump-taiwan-diz-que-negocio-de-chips-e-ganha-ganha/#goog_rewarded

José de Souza

A (re)absorção de Taiwan (sou do tempo que era “Formosa”…) será econômica, não se disparará um tiro, algo semelhante a Hong Kong, os dois lados só tem a perder com um conflito.

Carlos Campos

China é pior que a Rússia, pois ameaça ameaça e não faz nada

vmax

Deus ajude que um número suficiente destes possa ter tempo subir e de lançar alguns mísseis antes de qualquer interceptação ar-ar ou terra-ar. Eu diria que não vai ser uma tarefa nada fácil.

Leandro Mendes

A saída para Taiwan seria atacar primeiro, em um caso de guerra iminente.

Mauro Oliveira

A imensa maioria seria destruída em terra por mísseis balísticos e de cruzeiro nas primeiras horas.

Macgaren

Vendo ele consegue ter um visual parecido com todos os outros 4g rs

Tendo em vista as atitudes atuais melhores eles se armarem até os dentes…

Fernando

Podem se armar até nuclearmente. São uma pequena ilha que está cercada pelo inimigo mais poderoso, onde seus aliados, estão distantes e terão que passar por bloqueios chineses. Taiwan cai quando a China quiser. Haverá consequências para China, sim, com toda certeza mas, achar que Taiwan pode se defender da segunda maior potência militar do planeta, não é muito sensato

Santamariense

“Podem se armar até nuclearmente.”

Aqui tu te engana totalmente! País com armas nucleares muda de patamar. A china pensaria muito antes de qualquer coisa mais séria contra Taiwan se este possuísse armas nucleares.

Jaguar

Vale ressaltar que Taiwan é uma “província rebelde chinesa” bem na área da China. É só questão de tempo a tomada de Taiwan. Na Ásia e quem dirá no mundo, nenhum país ganharia com certa facilidade uma guerra com a China.

Santamariense

Meu comentário não fala nada sobre isso. Eu falei apenas sobre a questão de armas nucleares. Taiwan não vai ter armas nucleares, nunca. Mas, se tivesse, a situação da china ao querer realizar uma invasão, seria completamente diferente. Mudaria diametralmente o cenário. Mas, em um enfrentamento convencional, não seria o passeio que os chineses daqui pensam e repetem, mas a china tomaria a ilha, sem a menor dívida, dada a diferença de meios e tropas entre um e outro.

Macgaren

Pelo tamanho da china e poderiu economia, Taiwan não teria chances,. Ainda sim tendo em vista a guerra da Ucrania que eles treinaram por anos com a Otan, trouxeram armamento, estudaram e se prepararam, a vitória do agressor vai ter um custo e não vai ser barato.

Santamariense

Bem isso. A china tomaria Taiwan, mas teria perdas significativas.

Leandro Mendes

E ainda destruiria Taiwan.

Santamariense

Não acredito. Se a china quer Taiwan para si, seria burrice destruir a ilha. Tomar é uma coisa, destruir é outra.

Afonso Bebiano

Taiwan cai quando a China quiser.”

Se fosse fácil, já teria ocorrido.

Pestana

Quem conhece Taiwan.
Suas montanhas de 3000 metros de altura, do leste ao oeste, suas rodovias que são aeroportos, sua industrias
Vai ser muito pior que a tomada das ilhas do Pacífico pelos americanos na ww 2.
Se fosse fácil já teria sido tomada

Gpl250

É um desse nas três gargantas e a China vai sofrer prejuízo imenso quando tentar invadir Taiwan.